Devido à sua alta lucratividade, o mercado de criptomoedas é um alvo frequente dos cibercriminosos. Os golpes aplicados nesse ambiente variam de simples golpes de phishing a esquemas de investimento complexos e bem projetados. De acordo com um relatório da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC), cerca de 46.000 pessoas relataram fraudes com ativos criptográficos apenas entre janeiro e junho de 2021. O prejuízo citado pelo estudo ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão. Os crimes ocorrem não só no exterior, mas também no Brasil.
Em 2022, uma quadrilha nacional causou R$ 4 bilhões em prejuízos para investidores. Entre as vítimas do golpe orquestrado pelo “Sheik dos Bitcoins” está Sasha Meneghel — filha da apresentadora Xuxa Meneghel —, que perdeu cerca de R$ 1,2 milhão no esquema da pirâmide financeira. A fraude também envolveu lavagem de dinheiro. A seguir, o Armário para Vestiário Blog lista os sete golpes mais comuns com bitcoins e outras criptomoedas. Continue lendo e saiba como se proteger.
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1. Esquemas de investimento
Os esquemas de investimento estão entre os principais golpes de criptomoeda. Esse golpe, também conhecido como “Pump and Dump”, funciona da seguinte forma: os criminosos criam uma criptomoeda e investem em massa para que ela subitamente se valorize. O ativo é divulgado de diversas formas – por meio de grupos, servidores ou até mesmo “boca a boca” – e assim atrai investidores curiosos com o bom desempenho da nova moeda. Depois que várias vítimas investiram no criptoativo, os fraudadores vendem a moeda simultaneamente. Isso causa uma rápida desvalorização da moeda e, consequentemente, um alto prejuízo para as vítimas.
Para estar no lado seguro, é importante verificar o histórico da moeda antes de investir. É possível, em sites como o Coin Market Cap, ver os registros de um criptoativo desde sua criação. É comum que as moedas digitais mais recentes tenham valores menores, geralmente entre centavos e frações de centavos. Se o ativo em questão apresentar um aumento repentino de valor, desconfie: pode ser uma farsa.
2. Golpes de phishing
Os golpes de phishing usam páginas falsas para atrair a vítima e roubar informações pessoais e bancárias. Entre as criptomoedas, os criminosos falsificam sites que vendem ativos digitais, como Opensea e Binance, para roubar carteiras virtuais, bitcoins e outras criptomoedas dos usuários. As imitações replicam o layout da página original de forma bastante realista, sendo distinguíveis apenas por pequenos detalhes, como inconsistências de URL.
Os criminosos compartilham páginas falsas por vários meios; Servidores de criptomoedas no Discord e mensagens de e-mail direto se destacam como as formas mais populares. Se algum usuário tentar comprar um ativo por meio de links falsos, seus dados serão interceptados.
Ter cuidado com links desconhecidos é o primeiro passo para não cair nesse tipo de golpe. Recomenda-se analisar a URL dos sites e verificar se o domínio está correto — muitas páginas falsas tendem a replicar caracteres (openseea.io em vez de opensea.io, por exemplo) ou usar terminações incomuns, como .net ou .biz , para confundir as vítimas.
3. Aplicativos falsos
Semelhante aos mercados falsos, os aplicativos falsos são réplicas de aplicativos oficiais. Os fraudadores criam aplicativos semelhantes a softwares confiáveis e os disponibilizam para download na Internet. Quando uma vítima se cadastra ou tenta fazer login na plataforma, seus dados são enviados diretamente aos criminosos — assim como os pagamentos realizados.
Para evitar esse tipo de fraude, evite baixar aplicativos de criptomoedas fora das lojas oficiais. Isso porque a Google Play Store e a App Store possuem controles rígidos de verificação que dificultam a disponibilização de aplicativos maliciosos ao catálogo, oferecendo segurança extra aos investidores.
4. Sites que vendem bitcoins por preços mais baratos
Os cibercriminosos costumam oferecer bitcoins a preços mais baratos para direcionar as vítimas a sites falsos. Em geral, os fraudadores criam exchanges de criptomoedas com bitcoins abaixo do valor de mercado ou até mesmo com ofertas de moedas grátis para quem se cadastrar. Atraídas pelos preços baixos, as vítimas entram na plataforma e tentam comprar bitcoins por meio da troca falsa. Quando isso ocorre, o usuário pode ter seu dinheiro e carteira bitcoin roubados.
Para se proteger, uma boa dica é sempre escolher corretoras já estabelecidas no mercado e evitar ofertas que pareçam boas demais para ser verdade. Desconfie de empresas que vendem criptomoedas por valores muito abaixo do mercado ou que prometem criptoativos gratuitos para quem se cadastrar.
5. Sorteios nas redes sociais
Sorteios em redes sociais como Instagram ou Facebook também são formas comuns de atrair a atenção dos investidores. Os fraudadores aproveitam o engajamento de certos influenciadores e os pagam para promover uma “nova criptomoeda” por meio de sorteios. Para participar, a vítima deve comprar a criptomoeda divulgada, enviar um pagamento em bitcoin ou se registrar em uma corretora. Os seguidores geralmente confiam nos influenciadores e acabam atendendo aos requisitos para participar da promoção falsa.
Antes de enviar qualquer pagamento, lembre-se de analisar cuidadosamente os corretores ou empresas que estão organizando o sorteio. Confiar apenas no influenciador não é uma atitude recomendada, pois muitas vezes eles nem sabem que é uma farsa.
6. Golpes envolvendo declarações falsas
Este é um dos golpes mais comuns no meio. Nele, os criminosos usam a imagem de alguma entidade conhecida no mercado de criptomoedas para enganar os usuários e incentivá-los a investir em uma moeda ou site falso. Um dos alvos mais comuns de roubo de identidade é o bilionário Elon Musk. Além de ser o homem mais rico do planeta, Musk também é um grande entusiasta de criptomoedas, razão pela qual os fraudadores usam constantemente sua imagem para divulgar projetos falsos.
Um exemplo de crime ocorreu em maio deste ano, quando um vídeo produzido por um software deepfake circulou nas redes sociais. Nele, Musk supostamente incentivou as pessoas a investir em um projeto de criptomoeda.
A engenharia social, vale ressaltar, também é utilizada nesse tipo de fraude. Em alguns casos, os golpistas criam perfis falsos em aplicativos e sites de redes sociais para se aproximar da vítima, ganhar sua confiança e, finalmente, convencê-la a investir em criptomoedas.
7. Carteiras falsificadas e casas de câmbio
As carteiras falsas são semelhantes aos aplicativos de pagamento falsos discutidos acima. Os fraudadores desenvolvem carteiras virtuais fraudulentas capazes de roubar criptomoedas no momento em que o usuário faz um depósito ou tenta fazer uma troca. Em geral, os criminosos prometem bitcoins com valores até 5% inferiores ao valor de mercado e exigem um investimento inicial no momento do cadastro.
Para evitar esse tipo de golpe, sempre opte por carteiras populares ou conhecidas no mercado. Investir em carteiras impopulares é um risco, pois a falta de referências aumenta a probabilidade de cair em fraudes.
com informações de Comissão Federal de Comércio, Forbes, Norton, Bitcoin.org
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