Queda acentuada no mercado de trabalho industrial causa preocupação

Queda acentuada no mercado de trabalho industrial causa preocupação


Diminuição do emprego industrial em maio de 2023

Queda nos empregos industriais ao longo dos anos

De acordo com a pesquisa Indicadores Industriais, realizada pela CNI, o emprego industrial teve uma diminuição de 0,3% em maio, em comparação com abril de 2023. Essa queda representa três meses consecutivos de recuo no setor ao longo do ano. No entanto, é importante ressaltar que, no acumulado do ano, o crescimento do emprego é positivo, com uma variação de 0,9%.

Segundo a economista Larissa Nocko, da CNI, essa diminuição do emprego industrial está relacionada ao esgotamento dos impulsos de crescimento do mercado de trabalho, que ainda estavam associados à recuperação pós-pandemia. Essa situação marca o fim de um período prolongado de crescimento do emprego na indústria de transformação, que vinha apresentando uma sequência de avanços significativos.

No que diz respeito aos indicadores, o faturamento real da indústria apresentou um avanço de 0,9% em comparação com abril. Nos primeiros cinco meses de 2023, houve um crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os resultados de maio conseguiram reverter parcialmente a queda de 1,2% registrada em abril, mas o indicador ainda está abaixo do registrado em março de 2023.

Quanto às horas trabalhadas na indústria de transformação, houve um aumento de 2,6% em comparação com abril de 2023. Já a Utilização da Capacidade Instalada (UCI) permaneceu estável em maio, em relação ao mês anterior. Vale destacar que a série UCI vem apresentando uma trajetória de queda desde o início de 2021, com uma redução de 2,6 pontos percentuais em relação a maio de 2022.

emprego industrial

No decorrer da última década, foram extintas 758,6 mil vagas na indústria como um todo, com destaque para a perda de 9,3 mil vagas nas atividades extrativas e 749,3 mil na indústria de transformação. Entre 2012 e 2021, o setor industrial registrou uma diminuição de 8,6% na força de trabalho, sendo que mais da metade das demissões ocorreram em três das cinco atividades que mais empregavam: confecção de artigos do vestuário e acessórios (-193,2 mil), fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-110,8 mil) e fabricação de produtos de metal (-110,2 mil).

O setor automotivo é um dos destaques negativos nesse período, com redução no emprego, diminuição no porte médio das empresas, concentração e nos salários pagos. A indústria automotiva passou da terceira para a sétima posição no ranking da indústria, segundo dados do IBGE.

Por outro lado, as indústrias extrativas tiveram um avanço significativo, principalmente na atividade de extração de minerais metálicos e extração de petróleo e gás natural.

Em 2021, a indústria brasileira empregava cerca de 8,1 milhões de pessoas, com uma remuneração total de aproximadamente R$ 352,1 bilhões em salários. Além disso, foi gerado um valor de transformação industrial de R$ 2,2 trilhões, sendo que 85,8% desse valor provém das indústrias de transformação. O salário médio pago pelo setor industrial aos trabalhadores teve um aumento de 3,0 salários mínimos em 2020 para 3,1 salários mínimos em 2021. Nas indústrias extrativas, o salário médio subiu de 4,7 salários mínimos para 5,1 salários mínimos, enquanto nas indústrias de transformação, passou de 2,9 para 3,0 salários mínimos.

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