Há grande potencial para expansão do consumo de carne suína

Há grande potencial para expansão do consumo de carne suína




Com maior consumo no mercado interno, as indústrias fazem campanhas para expandir ainda mais o consumo de carne suína no Brasil, oferecendo maior disponibilidade de cortes in natura

Por: Juçara Pivaro

Crescimento exponencial em conhecimento aplicado à espécie suína

As últimas décadas marcaram um desenvolvimento notável para a suinocultura e a industrialização de carnes suínas: houve avanços tanto em termos tecnológicos como em termos de produção, formas de consumo no mercado doméstico e de exportação de carnes e produtos derivados.

O crescimento foi exponencial em conhecimento aplicado a espécie suína, no que se refere a reprodução, patologia, epidemiologia, terapêutica, genética, nutrição e também no que se refere a questão ambiental e de bem-estar animal nas instalações de produção desses animais.

Temos visto também um crescente volume de informações relacionadas a industrialização de suínos desde a fase de preparação dos animais na granja, abrangendo técnicas de transporte e recepção dos animais nos abatedouros, manejo e bem-estar dos animais, técnicas de atordoamento e sangria visando melhor qualidade da carne, tipificação de carcaças, resfriamento rápido, desossa (manual e mecanizada), cortes diferenciados, embalagens a vácuo e com atmosfera modificada e, por fim, técnicas de resfriamento e de congelamento rápido de carcaças, cortes in natura e produtos cárneos.

Desafios no congelamento

O congelamento é um excelente método de conservação das carnes e produtos cárneos, porém como qualquer método de conservação, causa deterioração na qualidade da carne tais como, perda de líquido por descongelamento, desnaturação da proteína, oxidação da gordura e distorções da estrutura do tecido que alteram o sabor, a cor e a textura da carne e que são causados pelas mudanças físicas e bioquímicas que ocorrem durante os processos de congelamento, armazenamento e descongelamento.

Essas mudanças podem ser minimizadas em função da maneira como os produtos são congelados, armazenados e descongelados. O grande desafio em congelar carnes está na redução das perdas por exsudação, na redução da degradação da proteína e das reações oxidativas da gordura.

A carne suína possui gordura mais insaturada em comparação com a carne bovina ou de cordeiro, embora haja exceções. De uma maneira geral, a gordura suína é mais propensa a desenvolver rancidez cerca de duas vezes mais rápido que a gordura bovina.

A maioria das pesquisas realizadas sobre congelamento e descongelamento de carne tem se concentrado na redução da perda de umidade por exsudação. Neste sentido, as técnicas de congelamento e descongelamento rápido têm se mostrado com resultados bastante positivos.

Outro fator importante é a temperatura final do congelamento e a de armazenamento congelado. Quanto menor e mais estável for a temperatura de estocagem, menor a perda de umidade por exsudação e menor será a probabilidade de ocorrerem reações bioquímicas que provocarão a oxidação da gordura e a degradação da proteína.

Todas as carnes congeladas devem ser mantidas a no máximo -18°C. Em temperaturas superiores a essa, o tempo de armazenamento esperado para retenção de boa qualidade será encurtado proporcionalmente ao aumento de temperatura.

Exportações refletem em mais qualidade e segurança no consumo de carne suína

Apesar do excelente status sanitário da suinocultura brasileira, o mercado doméstico não dispunha, antigamente, de uma maior oferta de cortes de carne suína e o consumo era baseado praticamente em produtos industrializados. As exportações de carne suína vêm crescendo ano após ano, contudo o mercado doméstico ainda representa a maior fatia do que é produzido no Brasil.

Visando um crescimento mais sustentável do mercado interno, as indústrias e os órgãos de classe têm procurado difundir campanhas para aumentar o consumo de carne suína a partir da maior disponibilidade de produtos, principalmente de cortes in natura. Em relação às exportações, as indústrias passaram a processar maior variedade de produtos e cortes que atendam a demanda de consumo dos países importadores, pois no mercado externo a carne suína não industrializada representa a maior parte do consumo.

Considerando que os produtos e cortes destinados à exportação necessitam atender normas sanitárias e de qualidade bem exigentes conforme as redes de distribuição de cada país importador, tais exigências também fazem com que os produtos e cortes oferecidos no mercado interno tenham um ganho na qualidade, na segurança e no aumento de vida útil.

Inovação em envoltórios traz ganho de produtividade

Há inovações em termos de equipamentos, embalagens e outros insumos, com destaque para os envoltórios, que permitem ganhos de produtividade e substituem as tradicionais tripas naturais. Em relação às embalagens, há sistemas que contribuem para melhorar a aparência do produto e shelf life. No caso dos salames, há disponibilidade de culturas starter adequadas a cada tipo de produto e processo. Os ingredientes substitutos dos aditivos tradicionais são uma tendência e, apesar de estarem há tempos no mercado, as fumaças líquidas não só contribuem para a produtividade, mas também para a segurança dos produtos cárneos defumados.


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