O Acordo de Cooperação Técnica entre Mapa, MME e MIDR
No dia 5 de outubro de 2023, o cenário agrícola brasileiro passou por uma importante transformação com a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) pelos ministros Carlos Fávaro, Alexandre Silveira, e Waldez Góez. O objetivo central do ACT é promover uma sinergia eficaz entre a agricultura irrigada e a segurança energética, alinhada à Política Nacional de Irrigação, regida pela Lei nº 12.787/2013. Essa integração fortalece a capacidade de adaptação do setor agropecuário às mudanças climáticas, além de fomentar práticas modernas e sustentáveis.
O acordo é um marco que visa superar os desafios que o Brasil enfrenta, como a falta de infraestrutura energética e a baixa adoção de tecnologias. Por meio de um esforço conjunto, busca-se viabilizar uma agricultura irrigada mais eficiente, incorporando práticas que vão ao encontro dos objetivos do Plano ABC+ (Agricultura de Baixa Emissão de Carbono), crucial para o desenvolvimento sustentável do setor agropecuário.
Desafios enfrentados pelo setor agropecuário
O setor agrícola brasileiro possui um potencial imenso, mas enfrenta desafios que restringem sua evolução. A insuficiência de infraestrutura energética se torna um entrave significativo, limitando a capacidade produtiva e a expansão de tecnologias modernas na agricultura. Além disso, apenas 8,5 milhões de hectares são utilizados para irrigação atualmente, longe dos 54 milhões de hectares que poderiam ser irrigados, conforme estudos realizados por instituições como a Esalq/USP e o MIDR.
Evidentemente, esses desafios precisam ser abordados para permitir que o Brasil atinja seu pleno potencial agrícola. O ACT firmado entre os ministérios representa a esperança de que, com integração e um planejamento eficaz, será possível transformar a atual realidade, assegurando que a agricultura irrigada possa se expandir de maneira sustentável e produtiva.
A importância da irrigação para a agricultura
A irrigação não é apenas uma técnica de cultivo; ela é uma estratégia vital que pode transformar o cenário agrícola. Com a capacidade de cultivar até três safras por ano em terras irrigadas, a agricultura irrigada se destaca como uma ferramenta estratégica para a produtividade agrícola. Essa abordagem não só maximiza a utilização da terra, como também contribui para a diversificação da produção e segurança alimentar.
Além disso, a irrigação contribui para a estabilização dos preços dos alimentos no mercado. Ao aumentar a oferta de produtos, ela ajuda a diminuir a flutuação de preços, um benefício direto para a população que depende de alimentos acessíveis. Portanto, implementar tecnologias de irrigação mais eficientes e expandir o uso da irrigação representa um caminho claro para garantir que os brasileiros tenham acesso a alimentos em quantidade e qualidade adequadas.
Aliança pelo desenvolvimento energético nos polos de irrigação
Em conjunto ao ACT, foi lançada a Aliança pelo Desenvolvimento Energético dos Polos e dos Projetos de Irrigação do Brasil. Essa aliança, que envolve os ministérios da Agricultura, Integração e Desenvolvimento Regional, e Minas e Energia, tem como objetivo facilitar o acesso à energia de forma robusta nas lavouras, impulsionando a irrigação eficiente e sustentável nos campos brasileiros.
A importância de uma abordagem integrada entre energia e irrigação não pode ser subestimada. Como enfatizou o ministro Alexandre Silveira, a união entre os ministérios não é apenas uma formalidade, mas sim uma ação concreta que visa transformar a vida de milhões de brasileiros. Ao levar energia às lavouras, o governo pretende incentivar o uso mais eficaz da água e da luz solar, ferramentas essenciais para a modernização da agricultura.
Benefícios socioeconômicos da agricultura irrigada
Os impactos da agricultura irrigada vão muito além do aumento da produtividade. Os estudos indicam que a implementação de técnicas de irrigação pode gerar até 1,2 empregos por hectare irrigado, promovendo uma significativa criação de empregos e melhoria da renda dos produtores rurais. Este é um passo importante para o desenvolvimento socioeconômico das áreas rurais, que frequentemente enfrentam desafios de emprego e renda.
Além disso, a maior eficiência no uso da água e o aumento da produção alimentar contribuem para uma melhoria geral da qualidade de vida nas comunidades rurais. Essa abordagem não apenas combate a pobreza, mas também traz inclusão e justiça social ao proporcionar oportunidades a grupos historicamente marginalizados.
Comemorações e perspectivas futuras
O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ressaltou a importância do ato de assinatura do ACT como uma vitória coletiva, resultado do trabalho de muitas pessoas comprometidas com o desenvolvimento da política de irrigação e a produção de alimentos com baixas emissões. Ele enfatizou a relevância do momento, que é mais do que uma assinatura; é um compromisso com as futuras gerações, com a agricultura sustentável e com a redução das desigualdades sociais no Brasil.
À medida que o Brasil se dirige para o futuro, a integração entre setores e a inovação permanecem no centro da estratégia para a agricultura irrigada. Com o uso correto das tecnologias e a implementação de políticas eficazes, o Brasil se posiciona como líder na agricultura sustentável e na segurança alimentar global. Portanto, é imperativo que todos os envolvidos – do governo aos agricultores – trabalhem em uníssono para garantir que esses esforços se concretizem, beneficiando não apenas a nação, mas também o planeta.
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