A combinação de preocupações ambientais e inovações tecnológicas tem promovido mudanças significativas no setor de embalagens. Recentemente, três iniciativas destacaram-se por seu potencial transformador: a primeira embalagem de café 100% reciclável, uma nova tecnologia de captação de água potável e um projeto que transforma garrafas PET em big bags. Esses esforços não apenas visam a sustentabilidade, mas também buscam viabilizar a reciclagem e a inclusão social. Abaixo, exploramos cada uma dessas inovações em detalhe.
Parceria entre Dow, Valgroup e Movimento Circular lança primeira embalagem de café 100% reciclável
A Dow, em parceria com a Valgroup e o Movimento Circular, lançou a primeira embalagem de café constituída por um material monomaterial, completamente reciclável no Brasil. Essa nova embalagem, desenhada em 100% de polietileno (PE), traz um diferencial significativo: a ausência de metalização interna, condição necessária para garantir a qualidade do café sem comprometer a reciclabilidade.
Ao substituir estruturas multimateriais, que possuem elevados desafios para reciclagem, essa inovação marca um passo importante para as embalagens flexíveis no Brasil. A iniciativa é parte de um movimento mais amplo para promover a economia circular e acompanhar as necessidades atuais de sustentabilidade. A exclusividade inicial do produto é da Catarina Coffee & Love, reconhecida por oferecer cafés especiais.
Desenvolvimento técnico e sustentabilidade
O desenvolvimento da embalagem foi realizado por meio do Pack Studios, o centro global de inovações em embalagens da Dow. Este projeto contou com a expertise da empresa em design técnico e no uso de resinas de alto desempenho, incluindo as variedades ELITE™ AT e INNATE™. Essas resinas permitem uma barreira eficaz contra umidade e oxigênio, mantendo também a resistência mecânica necessária e um apelo visual atrativo.
Com uma estrutura simplificada, a nova embalagem se adapta facilmente às cadeias de reciclagem já existentes para polietileno. Isso não só aumenta a eficiência da reciclagem, mas também torna viáveis aplicações em mercados que exigem materiais recicláveis de alta qualidade.
Novo “plástico bolha” gera água potável até no deserto, revela estudo do MIT
Um grupo de cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveu um novo material que se assemelha ao plástico bolha e apresenta a capacidade de extrair umidade do ar e transformá-la em água potável mesmo em condições áridas, como no deserto. Essa inovação é notável não apenas pela sua eficiência, mas também pela simplicidade do design recrutando materiais como o álcool polivinílico (PVA), um polímero funcional.
Com uma estrutura leve e flexível, o novo material combina o PVA com cloreto de lítio, glicerol e tinta preta, que absorve calor durante o dia. Como resultado, essa combinação cria uma espécie de esponja tecnológica, que acumula umidade durante a noite e a libera sob a forma de água potável aproveitando a energia solar.
Resultados e implicações para a sustentabilidade
Os testes realizados no Vale da Morte, na Califórnia, mostraram que o dispositivo foi capaz de extrair mais de 50 mililitros de água por dia, um desempenho superior a qualquer tecnologia existente para captação atmosférica de água. O estudo foi publicado na revista Nature Water, onde os autores enfatizaram os avanços significativos que essa tecnologia pode proporcionar.
Além de ser um protótipo, o novo sistema representa um modelo viável de acesso a água potável em áreas remotas e afetadas pelas alterações climáticas. Isto é crucial para comunidades que enfrentam problemas severos de abastecimento hídrico, promovendo não apenas sustentabilidade, mas também saúde e qualidade de vida.
ICL transforma garrafas de plástico em big bags e gera renda para catadores no Paraná
A ICL, em parceria com a Plastic Bank, está desenvolvendo um projeto inovador que transforma garrafas PET em big bags. Este esforço é parte de uma iniciativa mais ampla de economia circular que visa não só a sustentabilidade, mas também a inclusão social de comunidades de catadores em Curitiba e cercanias.
O projeto consiste na coleta e processamento de garrafas PET por membros da comunidade, que entregam as embalagens em pontos credenciados à Plastic Bank. O plástico coletado é então transformado em um material chamado Plástico Social®, que será utilizado para fabricar aproximadamente 468.100 big bags. Isso representa uma importante redução no volume de resíduos plásticos que normalmente seriam descartados de maneira inadequada.
Benefícios sociais e ambientais
Com essa iniciativa, a expectativa é evitar que cerca de 830.500 quilos de plásticos, equivalentes a mais de 65 milhões de garrafas PET, sejam enviados a locais de descarte inadequado. Márcio Lopes, gerente corporativo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ICL na América do Sul, destacou que o projeto reflete um avanço significativo em relação à missão da empresa de integrar práticas sustentáveis em sua operação.
Além de mitigar o impacto ambiental, o projeto garante um incremento de renda e benefícios sociais para os catadores envolvidos. Desde o início da parceria, em 2027, 19 pontos de coleta foram estabelecidos em Curitiba, beneficiando diretamente cerca de 300 catadores, que agora têm uma fonte de renda adicional e um modelo que promove a inclusão social.
Quer estar sempre informado sobre a indústria do plástico? Preencha o nosso formulário para receber novidades e conteúdo de qualidade do mercado plástico.
