Abiec: Estratégias para Conquistar Novos Mercados
Roberto Perosa, que assumiu recentemente a presidência da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), está empenhado em ampliar o alcance da carne bovina brasileira a nível internacional. Após sua experiência como Secretário de Comércio Internacional do Ministério da Agricultura, Perosa trouxe consigo uma vasta expertise para a Abiec, o que promete significativas expansões de mercado.
Instalado em São Paulo, próximo à sede da entidade, Perosa aproveita ao máximo cada segundo, evitando os comuns e engarrafados tráfegos da cidade. Sua visão estratégica coloca como metas prioritárias a abertura de novos mercados e a melhoria da imagem da carne brasileira no exterior.
Abertura de Novos Mercados: Um Olhar para o Oriente
A estratégia de Perosa foca fortemente na exploração de mercados potenciais como Japão, Coreia do Sul, Turquia e Vietnã. Esses países, que ainda não importam em larga escala a carne brasileira, representam aproximadamente 30% do consumo global de proteína bovina. Eles são considerados prioritários, pois oferecem uma enorme oportunidade de crescimento para o Brasil.
Esses mercados têm uma demanda específica por cortes dianteiros, que são significativamente consumidos nas culinárias asiáticas, mas que possuem menor valor agregado no Brasil. Ao acessar esses consumidores, o Brasil pode não apenas aumentar o volume de exportação, mas também a margem de lucro, considerando que esses países estão dispostos a pagar até 30% mais pela carne brasileira.
Promoção Internacional e Parcerias Estratégicas
Como parte da estratégia para aumentar as exportações, a Abiec contou com o apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações (Apex-Brasil). A colaboração visa promover a marca Brazilian Beef, destacando a qualidade e versatilidade da carne bovina brasileira. Juntas, estas entidades pretendem abrir novas possibilidades de mercado, enriquecendo ainda mais os esforços promocionais.
Perosa também anunciou a intenção de expandir a presença física da Abiec globalmente, com novos escritórios em Washington, Bruxelas e Beijing, visando estar mais próximo dos mercados regionais que podem apresentar demandas distintas. Essa presença internacional estratégica permitirá à Abiec promover a carne bovina de maneira personalizada e em sintonia com as exigências locais.
O Apetite Chinês e a Diversificação do Mercado
A China se estabeleceu como um mercado crucial para a carne brasileira. Apesar de um crescimento estável no último ano, a participação do Brasil segue em alta, mostrando que os produtores são vistos como parceiros de confiança. Isso se deve à capacidade do Brasil de oferecer volumes substanciais e carne de alta qualidade de maneira constante.
No entanto, Perosa enfatiza a importância de não depender de um único mercado. A diversificação é essencial para minimizar riscos geopolíticos e econômicos, assegurando estabilidade e crescimento sustentável para os exportadores brasileiros. Desta forma, enquanto mantém fortes laços com a China, o Brasil está ativamente procurando novas parcerias ao redor do mundo.
Sanidade Animal e Rastreabilidade: Vantagens Competitivas
A sanidade do rebanho brasileiro é um dos pilares da competitividade da carne bovina. Com os esforços conjuntos do governo e do setor privado, o Brasil caminha para se firmar como um país livre de febre aftosa sem vacinação até 2024, o que dará uma confiança maior aos compradores internacionais quanto à qualidade da carne oferecida.
Adicionalmente, o sistema de rastreabilidade individual, introduzido pelo Ministério da Agricultura, reforça o comprometimento do Brasil com transparência e sustentabilidade nas práticas agrícolas. Esse sistema é projetado para fortalecer ainda mais a posição do Brasil no mercado global, atendendo às exigências crescentes de compradores por informações detalhadas sobre a origem dos produtos.
Desafios Tarifários e Oportunidades no Exterior
A abertura de novos mercados enfrenta desafios tarifários que precisam ser superados para aumentar a competitividade do Brasil. Perosa ressalta a necessidade de trabalhar em conjunto com o governo para negociar tarifas mais justas, permitindo assim que a carne brasileira concorra de maneira equitativa.
Em contrapartida, o cenário traz oportunidades significativas, como a possível entrada em mercados como a União Europeia através da cota Hilton, embora as atuais exigências e remunerações não sejam atraentes para os exportadores. O acordo Mercosul-União Europeia, se ratificado, pode melhorar a situação, oferecendo uma cota com tarifas reduzidas, diversificando ainda mais os parceiros comerciais do Brasil.
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