Adapar lança ofensiva de biosseguridade e transforma granjas do Paraná em fortalezas sanitárias

Adapar lança ofensiva de biosseguridade e transforma granjas do Paraná em fortalezas sanitárias

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) realizou, entre 23 e 25 de setembro de 2025, uma força-tarefa de vistorias de biosseguridade em granjas avícolas na área do Escritório Regional de Toledo, no Oeste do Estado. Em três dias, equipes percorreram propriedades de corte e de postura com foco em estrutura, limpeza e organização, etapas consideradas decisivas para reduzir riscos sanitários e manter a produção estável.

O mutirão mobilizou 20 servidores, divididos em cinco frentes de trabalho organizadas por integradora. O desenho evitou que as equipes visitassem granjas de empresas diferentes no mesmo dia, reduzindo a chance de cruzamento de fluxo. No total, foram vistoriados 573 núcleos avícolas, com média de 10 unidades por servidor a cada dia de campo, ritmo incomum para operações desse porte.

Até o início da operação, o Escritório Regional de Toledo tinha 1.217 núcleos com registro vigente, dos quais 47% já haviam sido inspecionados. Com a aceleração do calendário, a expectativa dos fiscais é concluir 100% das vistorias até o fim de 2025. A iniciativa integra o Plano Estratégico 2024–2027 da autarquia e foi reforçada após registros recentes, no Brasil, de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e Doença de Newcastle (DNC), sem confirmação dessas doenças em granjas comerciais no Paraná.

Força-tarefa em Toledo: como foi a operação

A ação foi precedida por reuniões com empresas e cooperativas da região, ainda na primeira metade de setembro, para orientar produtores integrados sobre rotinas de preparo e recebimento das equipes. O objetivo foi alinhar critérios, evitar retrabalho e garantir que os estabelecimentos estivessem organizados para uma avaliação completa. Essa fase inicial ajudou a reduzir o tempo de vistoria em cada núcleo e a ampliar a cobertura do mutirão.

As cinco equipes atuaram em rotas planejadas por zona e por integradora. A logística considerou distâncias, horários de manejo, janelas de vazio sanitário e sequências que impedissem retorno a áreas recém-avaliadas. O procedimento incluiu verificação documental, checagem de barreiras físicas na entrada, avaliação de estruturas de apoio e entrevistas rápidas com responsáveis técnicos e proprietários para confirmar rotinas diárias de limpeza, desinfecção e controle de visitantes.

Biosseguridade nas granjas: conceitos e objetivos práticos

Biosseguridade é o conjunto de medidas que reduz a entrada e a circulação de agentes que possam causar perdas no plantel. Na prática, isso começa na porteira: barreiras físicas, controle de acesso e rotas preparadas para veículos e pessoas. Continua com higiene pessoal, troca de roupas e calçados, e segue para o interior das instalações com rotinas documentadas de limpeza, desinfecção e manejo de resíduos. O efeito desejado é interromper as vias de transmissão e manter os lotes dentro de parâmetros de desempenho esperados.

Nas granjas de corte e de postura, os pontos críticos costumam envolver água, ração, cama, pessoas, equipamentos compartilhados e fauna que se aproxima dos galpões. O rigor do controle varia conforme a etapa de produção, mas a lógica é a mesma: prevenir contato desnecessário, reduzir oportunidades de contaminação e responder rapidamente a qualquer sinal clínico fora do padrão. O reforço dessas rotinas é recomendado o ano todo e ganha atenção especial em períodos de maior circulação de agentes ou de maior movimentação de lotes.

Checklist aplicado: o que os fiscais verificam em cada visita

Durante a força-tarefa, as equipes aplicaram um checklist de biosseguridade estruturado por tópicos. Entre os itens avaliados estão o estado de cercas e portões, a existência de pedilúvio e rodolúvio em funcionamento, o uso de registros de entrada e saída, a disponibilidade de roupas e botas exclusivas para visitantes, a presença de materiais de limpeza identificados e o manejo correto de resíduos sólidos. A conferência inclui o funcionamento das estruturas de desinfecção, com verificação de concentração de produtos e troca periódica de soluções, seguindo orientações técnicas.

Na área interna, os fiscais observam ventilação, integridade de telas e lanternins, condição de comedouros e bebedouros, proteção de silos contra pragas e a qualidade da cama. Também são checadas rotinas de vazio sanitário, limpeza terminal entre lotes e registros de visita de técnicos, motoristas e terceiros. Quando necessário, as equipes orientam ajustes imediatos e programam retornos para verificar a execução de correções. O foco é padronizar práticas, reduzir variações entre núcleos e fortalecer a gestão técnica das propriedades.

Por que organizar equipes por integradora reduz risco

Organizar a fiscalização por integradora minimiza o cruzamento de fluxos entre empresas em um mesmo dia. Na rotina do campo, cada integradora possui logística própria de transporte de ração, abate, recolha de aves e atendimento técnico. Separar agendas reduz a chance de que um veículo ou uma equipe que esteve em um núcleo vinculado a uma empresa siga, horas depois, para outro ligado a uma integradora distinta, sem a janela ideal de limpeza e desinfecção entre deslocamentos. A medida baixa a probabilidade de transportar agentes por superfícies, pneus, botas ou equipamentos portáteis.

Outro efeito prático é a comunicação direta. Com a agenda concentrada por integradora, gestores de campo conseguem antecipar a preparação de lotes e facilitar o acesso a documentos e responsáveis técnicos. Isso acelera a vistoria, melhora a qualidade do registro e permite que orientações de adequação cheguem rapidamente a todos os núcleos da mesma rede, promovendo uniformidade de padrões e correções mais ágeis quando identificadas não conformidades.

Números do programa em 2025 e etapas previstas até dezembro

As ações estão ativas desde abril de 2025. A primeira fase ocorreu no Litoral, com monitoramento de propriedades com criação de aves de subsistência e acompanhamento de espécies migratórias por equipes especializadas, inclusive com uso de drones. Em paralelo, foram vistoriadas 394 granjas comerciais de postura registradas no Estado até maio, o que ajudou a atualizar cadastros e registros de conformidade e a apontar ajustes estruturais simples com impacto direto na rotina diária dos plantéis.

A etapa atual foca 8.310 granjas comerciais de corte. O cronograma prevê finalizar essa frente até o fim de dezembro de 2025, mantendo a estratégia de vistorias concentradas por integradora e rotas que respeitam janelas de vazio sanitário. Ao longo do segundo semestre, as equipes também organizaram materiais de apoio para produtores e técnicos, com checklists de verificação rápida, rotinas de higienização por turno e orientações de organização do fluxo de visitantes e prestadores de serviço.

Papel dos servidores e apoio entre regionais

A força-tarefa em Toledo contou com profissionais do escritório local e de outros regionais, como Ivaiporã, Maringá, Paranavaí, Cianorte, Pitanga, Cornélio Procópio e Jacarezinho. O reforço cruzado aumentou a capacidade de cobertura diária e manteve o padrão técnico entre equipes. Na avaliação da Divisão de Sanidade Avícola, o desempenho nas vistorias reflete o preparo dos times e a integração entre fiscais e assistentes, que dividem tarefas de coleta de dados, verificação in loco e orientação ao produtor durante a própria visita.

A divisão das funções em campo seguiu um roteiro claro: um servidor lidera a checagem documental, outro mede e registra parâmetros físicos e sanitários, um terceiro reforça orientações sobre higiene de mãos, troca de EPIs e desinfecção de equipamentos, enquanto o restante cobre pontos críticos do galpão e das áreas externas. Ao final, a equipe consolida achados e emite recomendações priorizadas, com prazos para adequação quando necessário. Esse formato padronizado acelera a coleta de evidências e ajuda a comparar dados entre granjas de perfis distintos.

Rotas, barreiras e limpeza: como evitar contaminação cruzada

A prevenção começa antes da entrada. Portões fechados, controle de visitantes por registro e exigência de troca de calçados e roupas reduzem o risco inicial. Pedilúvios e rodolúvios ativos na chegada, com solução correta e renovada no intervalo definido pelo rótulo do produto, cortam trajetos invisíveis de agentes. Placas de orientação com “pare”, “registre sua entrada” e “troque o calçado” são simples, baratas e ajudam a manter o procedimento. Sempre que possível, áreas de estacionamento devem ficar fora do perímetro dos galpões, com acesso exclusivo para veículos operacionais previamente higienizados.

Dentro da granja, a regra é avançar do mais jovem para o mais velho e do limpo para o sujo. Ferramentas compartilhadas precisam de limpeza entre usos e armazenamento em armários fechados. Galões, mangueiras e lavadoras devem ter manutenção e registro de uso. No fim do dia, a equipe organiza a saída pelo caminho de menor risco e confere se barreiras foram restabelecidas. O mesmo vale para rotas de caminhões: as entradas de ração e as coletas devem seguir janelas separadas, com higienização do equipamento, uso de EPIs exclusivos e sem circulação desnecessária nas áreas internas.

Sinais de alerta e resposta rápida: o que o produtor deve observar

Quedas de consumo de água e ração fora do padrão, apatia persistente, alterações respiratórias e mortalidade acima do esperado exigem atenção imediata. Na presença desses sinais, a orientação é isolar o lote afetado na medida do possível, restringir visitas, reforçar a troca de EPIs, revisar o funcionamento de barreiras sanitárias e comunicar o responsável técnico e a unidade regional da Adapar. O registro fotográfico de ocorrências e a anotação de horários e quantidades ajudam a equipe a entender a evolução do quadro.

A pronta comunicação agiliza a investigação e reduz a janela de transmissão. Em muitos casos, a correção passa por ajustes simples de manejo, como limpeza extra de bebedouros, troca de cama úmida ou reforço no controle de acesso. Em situações que demandem coleta de amostras, os fiscais definem prazos e orientações específicas para acondicionamento e envio, mantendo rastreabilidade de todas as etapas até o retorno do laudo.

IAAP e DNC: diferenças essenciais e medidas comuns de prevenção

A Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) é causada por vírus capazes de provocar quadro clínico grave em aves, com evolução rápida e impacto direto na produção. A Doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que pode variar de formas leves a graves, com sinais respiratórios e neurológicos em aves suscetíveis. Apesar das diferenças, as duas doenças exigem a mesma disciplina de barreiras: controle de acesso, higiene rigorosa, desinfecção correta e rotas planejadas que evitem cruzamento entre lotes e propriedades em curto intervalo de tempo.

No Paraná, não há confirmação de IAAP ou DNC em granjas comerciais, e a manutenção desse status depende da rotina diária. O reforço das inspeções, a aplicação de checklists e a capacitação contínua de equipes e produtores formam a linha de defesa. Esses pilares sustentam a resposta a suspeitas, reduzindo a chance de dispersão de agentes e preservando a previsibilidade de abate, entregas e contratos ao longo da cadeia de produção.

Orientações práticas de biosseguridade para o dia a dia do lote

Alguns hábitos simples elevam o nível de proteção. Manter um kit de EPIs exclusivo por galpão, com touca, máscara, macacão e botas, evita deslocar agentes entre ambientes. Definir um ponto fixo para higienização das mãos e para a troca de calçados facilita o cumprimento do procedimento. Padronizar a limpeza ao fim de cada turno, com registro em planilha, ajuda a detectar falhas e a comprovar a execução das rotinas. Na troca de lotes, aplicar limpeza terminal e respeitar o vazio sanitário recomendado são medidas que quebram ciclos e preparam o ambiente para receber aves com menor risco.

A organização do entorno também conta. Áreas externas roçadas e livres de materiais acumulados reduzem abrigos para pragas. Depósitos de ração e insumos devem permanecer fechados, com inspeções visuais frequentes. Caminhos de circulação precisam estar sinalizados, e visitantes devem ser acompanhados em todo o trajeto. O resultado é uma rotina mais previsível, com menos interrupções e maior segurança para a equipe que atua na propriedade e para o plantel.

Checklist rápido para produtores antes da visita da fiscalização

Preparar a granja para a fiscalização acelera a vistoria e evidencia as rotinas já adotadas. Uma sequência prática ajuda: revisar o funcionamento de pedilúvios e rodolúvios; conferir se há EPIs disponíveis e identificados para visitantes; checar o livro de registro de entrada e saída; garantir que os pontos de água e ração estejam limpos e sem vazamentos; organizar documentos de vacinação, notas e relatórios técnicos; e sinalizar as rotas de acesso autorizadas. Esses passos mostram consistência no manejo e permitem que os fiscais concentrem a atenção em pontos de maior impacto técnico.

No dia da visita, é recomendável delimitar áreas onde a circulação será restrita e informar o time responsável sobre a ordem de entrada nos galpões. Se houver manejo previsto, como vacinação ou coleta, alinhar com antecedência evita sobreposições e interrupções. Ao final, registrar em ata ou planilha as recomendações recebidas facilita o acompanhamento das correções, definindo responsáveis e prazos realistas para execução.

Como ficam as granjas integradas: responsabilidades e comunicação

Nas integrações, a comunicação entre produtor e empresa é decisiva para manter o padrão de biosseguridade. Cabe à integradora fornecer insumos, assistência técnica e orientações de rotina, enquanto o produtor executa as medidas no dia a dia e mantém registros acessíveis. Calendários de entrega de ração, entrada de pintos, manejo e retirada devem considerar janelas para limpeza e desinfecção. Relatórios simples, mas atualizados, ajudam a comprovar que cada etapa foi realizada e permitem ajustes rápidos quando algo foge do planejado.

Em períodos de reforço de fiscalização, a integradora centraliza documentos e repassa itens de atenção ao conjunto de granjas. Essa coordenação evita diferenças de procedimento entre núcleos, melhora a qualidade das informações prestadas aos órgãos de defesa e reduz o tempo de resposta a eventuais solicitações adicionais. O resultado prático é um fluxo mais estável de produção e coleta, com menos atrasos e menor exposição a riscos sanitários.

Treinamento de servidores: foco em suspeitas e emergências avícolas

Ainda em 2025, a Adapar programou um treinamento de capacitação voltado ao atendimento de suspeitas e à gestão de emergências avícolas. A grade prevê instruções teóricas e atividades práticas, com simulações de campo que incluem montagem de pontos de controle, definição de áreas de acesso, coleta de amostras, embalagens e cadeia de custódia. O objetivo é padronizar respostas, encurtar prazos e assegurar que todos os escritórios regionais atuem com o mesmo protocolo, do primeiro alerta até o encerramento do caso.

A capacitação também reforça pontos do checklist, como critérios de desinfecção, uso correto de EPIs e documentação de cada etapa da vistoria. Com isso, a equipe ganha agilidade para orientar produtores e integradoras durante visitas técnicas. Em cenários que exijam medidas adicionais, como interdições temporárias ou monitoramento intensivo, os servidores passam a contar com rotinas detalhadas que facilitam a tomada de decisão e a comunicação entre as partes envolvidas.

Drones, registros e dados: o que mudou na rotina de monitoramento

O uso de drones em áreas definidas, observado na fase do Litoral, ampliou a capacidade de observação remota e a leitura de cenários antes das visitas presenciais. As imagens ajudam a mapear acessos, identificar pontos de acúmulo de materiais e orientar ajustes simples de circulação. Em conjunto com registros de campo e checklists digitais, o material compõe um histórico da propriedade e serve de base para avaliar evolução entre uma vistoria e outra, orientando prioridades e verificando a efetividade de medidas adotadas ao longo do tempo.

A consolidação de dados em painéis internos permite acompanhar o ritmo de vistorias por regional, por integradora e por tipo de granja. Esses indicadores mostram onde concentrar esforços e revelam gargalos logísticos. Com os resultados da força-tarefa de setembro, a equipe de Toledo ficou mais perto de concluir a cobertura de 100% dos núcleos com registro vigente. O passo seguinte é manter a cadência, validar correções e programar retornos quando necessário para fechar os ciclos de ajuste.

Documentos e registros que não podem faltar na granja

Ter documentos organizados agiliza a fiscalização e orienta a gestão diária. São exemplos: cadastro e registro do núcleo, plano de biosseguridade atualizado, controle de visitantes com data e motivo, comprovantes de limpeza e desinfecção por turno, laudos recentes de qualidade de água quando aplicável, notas e relatórios de assistência técnica, protocolos de vacinação e registros de manejo. Em muitas propriedades, uma pasta por galpão, com índice simples, resolve a consulta rápida durante a vistoria.

O hábito de registrar também ajuda a equipe técnica da integradora. Quando há necessidade de análise de causa, os documentos mostram o que foi feito, quando foi feito e por quem. Isso direciona as correções a pontos específicos e evita mudanças amplas sem foco. Para os órgãos de defesa, a rastreabilidade facilita a verificação de conformidade e dá segurança para liberar fluxos regulares de produção, desde que os demais critérios de biosseguridade estejam atendidos.

Rotina de limpeza e desinfecção: sequência recomendada no campo

A sequência clássica ajuda a não pular etapas: retirada de materiais soltos; varrição ou aspiração; lavagem com água sob pressão quando indicado; aplicação de detergente; enxágue completo; secagem; e, por fim, desinfecção com produto na diluição correta e com tempo de contato mínimo. Cada passo tem função definida. Detergentes removem sujidades e aumentam a eficiência do desinfetante, que atua melhor em superfícies limpas e secas. A troca de soluções deve seguir orientação do rótulo, com registro de preparo e data de vencimento da mistura em uso.

Pontos frequentemente esquecidos incluem maçanetas, botões, corrimãos, controles de equipamentos e áreas de descanso da equipe. Esses locais acumulam contato e exigem atenção diária. Em ambientes externos, a limpeza de áreas de carga e descarga e o cuidado com as rotas dos veículos são determinantes. O controle de pragas complementa a rotina, com iscas identificadas, registros de inspeção e correções estruturais simples, como vedação de frestas e manutenção de telas.

Como a vistoria é concluída e o que acontece depois da visita

No encerramento, os fiscais consolidam achados em um relatório com itens conformes, não conformes e pontos de melhoria. Quando há necessidade de ajuste, são propostos prazos e responsáveis. Se o problema puder ser corrigido na hora, a equipe orienta a execução e registra a adequação com foto e horário. Em casos que exijam intervenção maior, como reparo de estruturas, o retorno é agendado para verificar a conclusão. O produtor recebe as orientações no ato, o que facilita o início imediato das correções.

A integradora, quando presente, replica as recomendações para os demais núcleos, adequando particularidades de cada propriedade. Esse efeito cascata ajuda a elevar o padrão de toda a rede. Na sequência, a unidade regional atualiza seus indicadores, compara resultados com visitas anteriores e ajusta o plano de rota. Assim, a força-tarefa gera não apenas um retrato pontual, mas um ciclo de melhoria contínua que organiza prazos e prioridades para os meses seguintes.

Perguntas e respostas: dúvidas comuns sobre a fiscalização

A vistoria precisa ser marcada? As equipes costumam organizar rotas com antecedência e comunicar a integradora ou o produtor. Em situações de monitoramento específico, a visita pode ocorrer sem aviso prévio, respeitando procedimentos de entrada e de segurança. O preparo da granja deve ser diário, independentemente da data da fiscalização.

O que acontece se houver não conformidades? Os fiscais registram o item, orientam a correção e definem prazo. Em geral, ajustes estruturais simples e de rotina são resolvidos rapidamente. Quando a adequação exige intervenção mais ampla, uma nova visita é programada para verificar a execução. O objetivo é corrigir riscos e padronizar práticas, mantendo a produção dentro dos parâmetros sanitários esperados.

Toledo como ponto de partida: lições da primeira série de mutirões

Toledo inaugurou a série de mutirões deste semestre. O planejamento em duas etapas — reuniões de alinhamento na primeira metade de setembro e vistorias concentradas entre os dias 23 e 25 — mostrou que a preparação conjunta reduz dúvidas no campo e acelera a checagem dos itens mais críticos. A estratégia de começar por uma região com grande concentração de núcleos registrou ganhos de escala e criou um modelo replicável para outros escritórios regionais.

A partir desse recorte, as equipes ajustaram detalhes de logística, como janelas de deslocamento, ordem de visita aos galpões e divisão de tarefas entre fiscais e assistentes. O resultado foi uma média alta de núcleos por servidor, sem perda de qualidade na verificação. A experiência reforça a importância de manter agendas por integradora e de investir tempo inicial em comunicação com produtores e técnicos para nivelar expectativas e documentos.

Papel das cooperativas e empresas: reforço nas rotinas do campo

Cooperativas e empresas funcionam como elo entre as diretrizes técnicas e a operação diária das granjas integradas. Elas disseminam orientações, fornecem insumos e acompanham indicadores de desempenho. Em vistorias, esse papel se amplia: ao reunir documentos, atualizar cadastros e repassar ajustes prioritários, as integradoras reduzem ruídos e alinham práticas. A sinergia com as equipes de fiscalização cria um ciclo de resposta rápida, desde a identificação de um item até a comprovação da correção no campo.

Nas semanas seguintes às visitas, a recomendação é que as empresas façam auditorias internas com base no mesmo checklist. Essa repetição consolida hábitos e antecipa pontos que seriam cobrados futuramente. Ao padronizar linguagem e critérios, produtor, integradora e fiscalização passam a falar o mesmo idioma técnico, o que encurta prazos e dá previsibilidade ao cronograma de produção, coleta e abate.

Comunicação de suspeitas: canais e informações que agilizam a análise

Diante de sinais clínicos incomuns, a orientação é comunicar imediatamente a unidade regional da Adapar e o responsável técnico da integradora. Informações essenciais incluem data e hora do primeiro sintoma, número de aves afetadas, alterações em consumo de água e ração e qualquer evento recente que possa ter impactado o lote, como entrada de visitantes, manutenção ou transporte. Esse pacote inicial de dados direciona a equipe sobre a necessidade de coleta de amostras e define as próximas medidas no local.

Sempre que possível, fotos e vídeos curtos ajudam a documentar a ocorrência e a registrar a evolução do quadro. A manutenção de acesso restrito à área suspeita, com EPIs exclusivos e pedilúvios reforçados, é medida imediata. Com essas informações, a equipe técnica consegue avaliar a gravidade e determinar se a resposta deve ficar no nível da propriedade ou se é preciso ampliar o monitoramento para o entorno, seguindo os protocolos definidos para emergências avícolas.

Perfil das granjas fiscalizadas: estrutura, manejo e pontos críticos recorrentes

As granjas avaliadas na etapa de Toledo variam de estruturas mais antigas a instalações modernas, com níveis distintos de automação. Em todas, a fiscalização observa os mesmos princípios: barreiras de entrada, higiene, organização, controle de pragas e documentação. Em propriedades com instalações mais antigas, pontos críticos tendem a se concentrar em vedação de frestas, manutenção de telas e organização de depósitos. Nas mais recentes, o foco recai no uso adequado de sistemas automáticos e no registro de rotinas para garantir que a tecnologia seja aplicada com disciplina.

Itens recorrentes de atenção incluem pedilúvios sem renovação de solução no prazo indicado, armários de EPIs sem identificação por galpão, livros de registro com lacunas e áreas externas com materiais armazenados fora do padrão. A correção desses pontos costuma ser simples e de baixo custo, com impacto direto na proteção do plantel. A padronização de rotinas, somada à conferência diária, reduz falhas que se acumulam ao longo do tempo e reforça o desempenho sanitário dos lotes.

Calendário e metas: como acompanhar a conclusão das vistorias em 2025

Com 47% dos 1.217 núcleos da regional de Toledo já avaliados até o início do mutirão e mais 573 vistorias executadas entre 23 e 25 de setembro, o escritório local projeta concluir a cobertura total até o fim do ano. A continuidade das rotas, somada ao aprendizado logístico desta etapa, deve manter o ritmo nas semanas seguintes. A meta estadual para 2025 inclui finalizar a checagem das 8.310 granjas de corte, mantendo o histórico de postura atualizado e consolidando o diagnóstico por regional.

A cada ciclo, os resultados são incorporados ao planejamento 2024–2027. Esse encadeamento permite revisar prioridades, realocar recursos e ampliar a padronização de procedimentos em todo o território. Ao final do ano, a expectativa é ter dados comparáveis entre regiões, com percentuais de conformidade por item do checklist e lista de ajustes que mais se repetem, material que orienta treinamentos e políticas de prevenção para o próximo período.

O que disseram os responsáveis pela área técnica

A chefia de Sanidade Avícola da Adapar destacou o empenho das equipes de campo e o reforço vindo de vários escritórios regionais. Na avaliação interna, o engajamento dos servidores e o desenho das rotas por integradora explicam o volume de vistorias realizadas em um curto intervalo. A percepção é de que a combinação de logística, checklist claro e comunicação prévia com empresas e produtores elevou a eficiência da fiscalização sem comprometer a profundidade da análise em cada núcleo.

O balanço também aponta impacto imediato no dia a dia das propriedades. Correções simples, como reposição de solução em pedilúvios, sinalização de rotas e organização de armários de EPIs, foram feitas ainda durante as visitas. O efeito prático aparece na rotina seguinte, com entradas e saídas mais controladas e registros mais completos, facilitando a gestão técnica e a preparação para novas auditorias internas e externas.

Entenda por que a ausência de casos em granjas comerciais exige vigilância contínua

A informação de que não há casos confirmados de IAAP ou DNC em granjas comerciais no Paraná é positiva, mas não elimina o risco. A circulação de agentes pode ocorrer por vários caminhos e, por isso, a prevenção diária é a melhor proteção. Vistorias periódicas mantêm a atenção nos pontos que tendem a se deteriorar com o tempo, como barreiras de entrada e rotinas de limpeza, e atualizam o produtor sobre pequenas mudanças que fazem diferença na soma do dia a dia.

Além de prevenir, a vigilância contínua encurta o tempo entre o primeiro sinal e uma resposta técnica. Isso reduz impactos na produção e preserva a estabilidade do cronograma da cadeia. Em operações integradas, onde muitos elos dependem do desempenho do lote, essa estabilidade resulta em menos remarcações, melhor uso de insumos e fluxo mais previsível para todos os envolvidos.

Boas práticas de circulação de veículos, pessoas e equipamentos

Veículos devem chegar limpos e, quando previsto, passar por rodolúvio antes de avançar. Motoristas e visitantes usam EPIs exclusivos e seguem rotas definidas, sempre acompanhados. Equipamentos que circulam entre propriedades, como lavadoras e ferramentas, recebem limpeza e desinfecção documentadas, com identificação de data e responsável. Caminhos internos são sinalizados para evitar acessos desnecessários, e áreas de carga e descarga seguem horários que não coincidam com outras atividades internas, como manejo ou alimentação.

A rotina de checagem ao final do turno confirma se as barreiras voltaram ao estado padrão. Portões fechados, pedilúvios com solução válida e depósitos organizados cortam trajetos de risco. Em períodos de maior movimentação, reforçar a comunicação com equipes terceirizadas e motoristas sobre os passos de entrada e saída evita desvios e reduz o esforço para corrigir falhas no dia seguinte.

Resumo da operação de 23 a 25 de setembro: o que ficou estabelecido

Em três dias de mutirão, 20 servidores, distribuídos em cinco equipes por integradora, vistoriaram 573 núcleos avícolas na região de Toledo. A média diária foi de 10 núcleos por servidor. O planejamento evitou cruzamento de fluxo entre empresas no mesmo dia e priorizou pontos críticos do checklist de biosseguridade — estrutura, limpeza e organização. Até o início da operação, 47% dos 1.217 núcleos com registro vigente na regional já haviam passado por fiscalização, e a meta é concluir o total até o fim de 2025.

A força-tarefa reforçou o plano setorial do Departamento de Saúde Animal, parte do Plano Estratégico 2024–2027. O Estado mantém a rotina de monitoramento desde abril, com etapas no Litoral e em granjas de postura e corte, e programa para este ano um treinamento específico sobre suspeitas e emergências avícolas. A orientação central permanece: manter barreiras ativas, rotinas de limpeza e desinfecção consistentes e comunicação imediata de sinais fora do padrão para acelerar a resposta técnica.



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