Android: Brasil é o país mais afetado por malware na América Latina

O Brasil é o país latino-americano mais afetado por malware direcionado a dispositivos Android, com 28,7% das detecções. Entre as ameaças mais comuns estão ransomware, trojans bancários e trojans de acesso remoto (RATs). Os dados são do segundo semestre de 2022 e foram divulgados pela ESET durante o 7º ESET Digital Security Forum, que aconteceu nos dias 25 e 26 de outubro.

Depois do Brasil, México (27,3%) e Peru (8,9%) são os países mais afetados por essas ameaças. Argentina (7,9%) e Colômbia (6,1%) completam o ranking. De acordo com o pesquisador de segurança da ESET Daniel Barbosa, o direcionamento de criminosos para o sistema Android pode ser explicado, entre outras coisas, pela adesão ao trabalho remoto. Com o home office, a maioria das empresas passou a permitir que os funcionários utilizem dispositivos pessoais para realizar atividades corporativas.

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Além disso, o Android é o sistema operacional móvel mais utilizado pelos usuários. De acordo com dados da Statcounter em setembro de 2022, o sistema operacional ocupa 71,5% do mercado. Ao focar no sistema do Google, portanto, os criminosos aumentam as chances de fazer mais vítimas.

Apps baixados fora da Play Store representam risco, alerta especialista

Segundo Daniel, embora não faltem casos de apps maliciosos que foram banidos da Google Play Store, a maioria das ameaças é encontrada em apps baixados fora da loja oficial. Ao contrário do iOS, o Android é um sistema operacional de código aberto e permite baixar aplicativos de fontes externas além da Play Store.

Para isso, o usuário deve desabilitar a configuração de segurança que acompanha o telefone e permitir a instalação de aplicativos desconhecidos, que vêm na forma de arquivos APK. A ação representa um risco, pois os aplicativos não estão hospedados na Play Store e, portanto, não passaram nas verificações de segurança da loja.

Isso significa que, ao conceder permissões de uso como acesso à câmera e ao microfone, você pode estar permitindo que o APK o monitore e acesse os recursos de hardware do seu dispositivo sem que você saiba. “Um aplicativo malicioso é um software com permissões adequadas, mas para fins inadequados”, explica Daniel.

Apesar de arriscado, o procedimento é adotado por muitos. Segundo Daniel, é comum que usuários com Android desatualizado recorram a APKs para não abrir mão de aplicativos que não são mais compatíveis com sua versão do sistema. Além disso, muitas pessoas também são atraídas por MODs, versões modificadas de aplicativos oficiais que prometem fornecer recursos extras ou funções pagas de graça – mas de forma ilegal.

Ameaças focadas no Android crescem na América Latina

Ameaças direcionadas a dispositivos Android são uma tendência na América Latina. No segundo trimestre de 2022, as detecções na região aumentaram 9,5% em relação ao período anterior. A categoria que lidera o ranking são os aplicativos ocultos. Esse tipo de aplicativo malicioso oculta seus próprios ícones e começa a exibir anúncios na tela do celular sem a permissão do usuário, assim como o adware.

O crescimento mais expressivo, por sua vez, foi verificado na categoria spyware (109%), aplicativo capaz de espionar as atividades do usuário no celular. De acordo com o pesquisador de segurança digital da ESET, Miguel Mendoza, o aumento nas detecções está diretamente relacionado ao fácil acesso aos kits de desenvolvimento de software (SDK) em fóruns online.

como se proteger

Para se proteger dessas ameaças, dê preferência aos apps disponíveis na Play Store e evite baixar apps fora da loja oficial. Além disso, é importante manter seu Android sempre atualizado e com um bom antivírus instalado. Outra dica válida é não clicar em links suspeitos enviados por aplicativos de mensagens como o WhatsApp.

com informações de StatCounter

*O jornalista viajou para Mangaratiba a convite da ESET.

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