Após diálogo com chineses, Fávaro está confiante na retomada da exportação de frango

Após diálogo com chineses, Fávaro está confiante na retomada da exportação de frango











Otimismo de Carlos Fávaro para Retomar Exportação de Frango

Otimismo de Carlos Fávaro para Retomar Exportação de Frango

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, está otimista em retomar a normalidade do comércio de carne de frango brasileira para o mundo, apesar do caso da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul, confirmado na semana passada.

Fávaro conversou com alguns jornalistas nesta segunda-feira, 22 de julho, após participar da reunião do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP (Cosag), em São Paulo, e ressaltou que o País vive um “bom momento nas relações internacionais”, com países importadores.

As exportações brasileiras de carne de frango estão suspensas devido a um auto embargo do governo brasileiro para 44 países, sendo que quatro mercados envolvem todo o Brasil e para os demais a restrição se refere ao Rio Grande do Sul.

A Situação Atual e a Gravidade da Doença de Newcastle

O registro da doença ocorreu no município gaúcho de Anta Gorda, no Vale do Taquari, uma das regiões afetadas pelas enchentes no estado. A doença de Newcastle é provocada por um vírus que afeta aves domésticas e silvestres, e causa sinais respiratórios que frequentemente são seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema na cabeça dos animais. Os últimos casos registrados no Brasil foram em 2006, em aves de subsistência no Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

No fim de semana, o Ministério da Agricultura divulgou, em nota, que foram descartados três possíveis novos casos de Newcastle em aves que vivem em uma área próxima de onde o primeiro caso foi confirmado. “Os resultados negativos são uma sinalização extremamente positiva sobre a contenção desse evento sanitário,” disse o ministério.

Medidas e Expectativas

Carlos Fávaro mencionou nesta segunda-feira que ainda resta sair o resultado de mais um teste, mas afirmou que “com certeza também vem negativo”. O ministro destacou que ao avaliar todos os outros 7 mil animais da granja em que o caso de Newcastle foi descoberto, nenhum sequer demonstrou sintomas, o que é um bom indício que o cenário é atípico.

Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do MAPA, ressaltou que cada país tem um acordo sanitário diferente com o Brasil. Ele citou que a União Europeia determina que o Brasil marque a zona de segurança, e destacou que com os primeiros resultados que mostram casos negativos para a doença, já afrouxaram as restrições para o continente. “O Japão já está no raio dos 10km”, afirmou o secretário.

Respostas Internacionais e Progresso nas Negociações

Em relação à China, Perosa afirmou que o ministério já teve duas reuniões online com autoridades do país asiático, sendo uma realizada na manhã desta segunda-feira. “Apresentamos o que está sendo feito e os testes negativos, e a resposta deles deve vir no máximo em até 10 ou 15 dias para liberar todo o mercado chinês para comprar do Brasil.”

“Fechamos o Rio Grande do Sul, e agora a ideia é fechar para o raio de 10km do ocorrido. Diminuímos o círculo de restrição ao mesmo tempo em que conversas com embaixadas estão avançadas, principalmente com a China,” afirmou o ministro. Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e atual presidente do conselho consultivo da ABPA, recomendou que as embaixadas sejam transparentes. “Elas serão as primeiras a informar e atestar aos importadores o que acontece no País”.

Impacto Econômico e Credibilidade do Setor Agropecuário

Apesar da situação atual, a normalização do fluxo de exportação pode variar. O tempo de recuperação depende da resposta dos países importadores e da rapidez com que a contenção do surto de Newcastle é reconhecida. “É duro ter que desabilitar plantas, mas é o protocolo. Isso faz bem para a nossa credibilidade”, ressaltou Turra.

Além dos esforços no combate à doença, o governo brasileiro está tomando medidas econômicas para apoiar os produtores afetados. O Ministério da Agricultura anunciou um conjunto de estratégias e intervenções para aliviar os impactos financeiros sobre os produtores do Rio Grande do Sul.

Medidas de Apoio aos Produtores Gaúchos

O Rio Grande do Sul, que sofreu uma das maiores tragédias climáticas da história do País, segue negociando com o governo medidas de apoio aos produtores rurais afetados pelas enchentes. Fávaro reafirmou que o governo pretende publicar uma Medida Provisória (MP) até o final do mês, que pode incluir uma anistia das dívidas daqueles produtores que foram completamente atingidos com as enchentes.

“A ideia é englobar o produtor que teve sua infraestrutura logística, de equipamentos, máquinas e terra totalmente afetados. Não tem como sobrar dívidas para ele,” afirmou o ministro. Se essa ideia for incluída na MP, o custeio da safra 2023/24 e os investimentos da temporada 2024/25 seriam zerados para esses produtores, com o governo pagando essas parcelas para os bancos.

Plano Safra 2024/25 e Subvenção ao Seguro Rural

Na reunião do Cosag, o ministro Carlos Fávaro também apresentou números sobre o Plano Safra 2024/25, recém-anunciado pelo governo federal. O ministro destacou a participação do presidente Lula e do ministro Fernando Haddad na elaboração do Plano Safra. “O governo anunciou contingenciamento de recursos ao mesmo tempo em que houve um incremento de recursos públicos para subvencionar o plano safra”, afirmou.

Ele ainda ressaltou que o governo trabalha junto com o Congresso para apoiar a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para o ano que vem, a fim de disponibilizar até R$ 3 bilhões para o seguro rural já em 2025. “O governo vai apoiar para que saiamos da casa dos R$ 1,3 bilhão em subvenção deste seguro, que, se for aprovado, pode servir já para a safra de inverno desta temporada”, afirmou.

Campanha Marca Agro do Brasil

No mesmo encontro do Cosag, a Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA) apresentou ao ministro e aos participantes os detalhes da campanha Marca Agro do Brasil. Esta iniciativa tem o objetivo de resgatar a imagem do setor e “despertar o sentimento de orgulho da população brasileira pelo agro,” como ressaltou o presidente da entidade, Ricardo Nicodemos.

A campanha visa reforçar a importância do agronegócio para a economia e criação de empregos no Brasil, destacando os esforços contínuos do setor para manter altos padrões de qualidade e segurança alimentar. A promoção de práticas sustentáveis e responsáveis é um dos pilares dessa estratégia, buscando não apenas o reconhecimento interno mas também a confiança e o respeito dos mercados internacionais.


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