Bateria de ‘plástico’ carrega 10x mais rápido do que as de lítio

Bateria de ‘plástico’ carrega 10x mais rápido do que as de lítio

Uma equipe de químicos russos desenvolveu um novo tipo de bateria  capaz de carregar 10 mais rápido do que modelos de íons de lítio, oferecendo ainda menos riscos de causar incêndios e um menor impacto ambiental. A parte curiosa, no entanto, é que a criação é feita de polímeros — grupo do qual os plásticos fazem parte.

De modo geral, estudos sobre baterias consideram metais como material principal. Contudo, o pesquisador Anatoliy Vereshchagin e seus colegas da Universidade de São Petersburgo decidiram seguir um caminho diferente.

Polímeros e a retenção de energia

Os polímeros são um amplo grupo que inclui, entre outros, materiais à base de nitroxila (HNO). Essa “classe” é promissora para o armazenamento de energia, uma vez que apresenta alta densidade de carga e carregamento rápido. Mas, então, por que seu uso não é mais comum?

A resposta é simples: esses materiais apresentam uma condutividade elétrica baixa, o que impede a coleta de elétrons, mesmo quando utilizados aditivos altamente condutores.

a  Anatoliy A. Vereshchagin/Reprodução 

Vereshchagin, contudo, solucionou esse impeditivo através de uma combinação entre metal níquel e um composto conhecido como salen. A união resultou no metalpolímero Ni-Salen, que opera como um fio molecular, ao qual se ligam as moléculas de nitroxila, que passam a contar com uma uma fiação altamente condutora.

Bateria durável e segura

O protótipo apresentou uma capacidade específica de até 91,5 mAh por grama de material, retendo 87% de sua capacidade teórica. Quanto à durabilidade, a retenção apresentada foi de 66% após 2.000 ciclos de carga e descarga.

“A nova bateria é capaz de operar em baixas temperaturas e será uma excelente opção onde o carregamento rápido é crucial. Ela é segura de usar — não há nada que possa representar um perigo de combustão, ao contrário das baterias à base de cobalto que são largamente usadas hoje”, explicou o professor Oleg Levin, que também participou do estudo.

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