Brasil mira México: carnes do Norte ganham vitrine e turbina exportações

Brasil mira México: carnes do Norte ganham vitrine e turbina exportações

O Brasil intensificou a aproximação comercial com o México e colocou a exportação de carnes produzidas na região Norte no centro da agenda. Em missão empresarial liderada pelo presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, foram registrados avanços para abrir e ampliar o acesso de carne bovina e suína ao mercado mexicano, com destaque para frigoríficos do Acre e de Rondônia. A movimentação atende a uma diretriz do governo federal de diversificar destinos e reduzir a exposição a tarifas aplicadas pelos Estados Unidos, o que pressiona margens e encarece os embarques.

A articulação envolve ApexBrasil, Itamaraty, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Segundo Viana, a agenda com o México se soma a outras frentes, como a preparação de uma missão ao Canadá, para identificar novas oportunidades e acelerar habilitações sanitárias. O vice-presidente Geraldo Alckmin elogiou o trabalho e afirmou que a região Norte tem condições de aumentar de forma consistente as vendas externas de bovinos e suínos, gerando emprego e renda nos estados.

Os efeitos começam a aparecer nos números. De acordo com dados apresentados por Viana, as exportações brasileiras de carne bovina para o México passaram de US$ 20 milhões em 2023 para US$ 200 milhões em 2024. À época, a projeção oficial indicava potencial para superar US$ 600 milhões no próprio ano de 2024, caso as empresas conseguissem avançar em contratos e logística. Na carne suína, o salto veio com 41 mil toneladas embarcadas em 2023, movimentando US$ 112 milhões, enquanto a carne de aves cresceu de 15 mil toneladas em 2020 para 212 mil toneladas em 2024, somando US$ 585 milhões.

A estratégia inclui dar visibilidade a plantas frigoríficas do Acre e de Rondônia e acelerar a habilitação junto às autoridades mexicanas. Segundo o governo brasileiro, há compromisso da parte mexicana em reconhecer o status de livre de febre aftosa sem vacinação para o Brasil, o que tende a facilitar auditorias e autorizações. A avaliação na equipe econômica é que a entrada do México — e também do Chile, que passou a figurar entre os novos mercados — redistribui o mapa das vendas externas de carne e cria um novo eixo para os produtos do Norte.

O que muda nas relações Brasil–México

A missão empresarial abriu um canal direto entre empresas brasileiras e importadores mexicanos, com rodadas de negócios e reuniões técnicas voltadas a requisitos sanitários, rastreabilidade e padrões de rotulagem. Na prática, a mudança mais perceptível é a priorização do México como mercado-alvo para bovinos e suínos, algo que já existia de forma limitada para aves, mas que agora ganha escopo e previsibilidade. A coordenação com o Itamaraty e com o MAPA permitiu alinhamento de agendas: enquanto diplomatas desenham os marcos gerais, técnicos sanitários detalham listas de verificação que os frigoríficos precisam cumprir para obter habilitação.

No curto prazo, a expectativa é ampliar o volume de plantas brasileiras aptas a vender ao México, com prioridade para unidades na região Norte. As discussões incluem equivalência de inspeção, formato de certificados zoossanitários, especificações de cortes, exigências de temperatura e prazos de validade. A agenda de facilitação comercial também aborda temas aduaneiros, como simplificação documental e previsibilidade na liberação de cargas, para reduzir custos de transação e encurtar o tempo entre a produção e a chegada aos centros consumidores mexicanos.

Foco na região Norte: Acre e Rondônia em destaque

A diretriz de dar protagonismo ao Norte tem razões objetivas. Acre e Rondônia consolidaram rebanhos com perfil para abate e estão próximos de rotas que conectam a Amazônia Ocidental a corredores hidroviários e portos do Arco Norte. Frigoríficos locais vêm ampliando capacidade, adotando processos de desossa e padronização compatíveis com exigências internacionais. Entre as unidades citadas por representantes do setor está a Dom Porquito, que se prepara para atender especificações do mercado suinícola mexicano, com foco em cortes de maior valor agregado e certificações exigidas pelos compradores.

A dinamização da pauta exportadora também favorece produtores integrados e cooperativas, que encontram novos canais de escoamento para carcaças, meias-carcaças e miúdos. A curva de aprendizagem ocorre em paralelo à negociação de contratos de médio prazo, que dão previsibilidade para investimentos em linhas de abate, armazenagem refrigerada e embalagem a vácuo. Com a habilitação em andamento, o objetivo é formar um pipeline de cargas regulares para o México, reduzindo a dependência de vendas spot e ampliando a base de clientes em redes varejistas e no food service mexicano.

Números do comércio: desempenho recente

Os dados citados pela ApexBrasil indicam aceleração. Em carne bovina, o avanço de US$ 20 milhões em 2023 para US$ 200 milhões em 2024 mostra tração nas primeiras vendas e sinaliza que a demanda mexicana pode absorver volumes maiores conforme mais plantas sejam habilitadas. A projeção divulgada em 2024, de superar US$ 600 milhões naquele ano, refletia contratos mapeados e o apetite de distribuidores e processadores no México por cortes específicos, como dianteiros e traseiros com padrão para moagem, além de miúdos e subprodutos com mercado cativo.

Na carne suína, 41 mil toneladas embarcadas em 2023, equivalentes a US$ 112 milhões, evidenciaram uma janela pouco explorada no período anterior. A indústria estima que a consolidação da presença no México dependa de dois vetores: competitividade de preço e regularidade de fornecimento. A experiência da avicultura serve como referência: o salto de 15 mil toneladas em 2020 para 212 mil em 2024, movimentando US$ 585 milhões, ocorreu quando o setor conseguiu alinhar padrão sanitário, logística do frio e contratos com grandes compradores. O objetivo agora é replicar a fórmula com suínos e intensificar as vendas de bovinos.

Tarifas dos EUA e a estratégia de diversificação

A política comercial brasileira para carnes vinha enfrentando pressão por causa de tarifas de até 50% aplicadas pelos Estados Unidos, conforme relatado por autoridades do governo federal e pela ApexBrasil. O impacto é direto na margem dos exportadores, com renegociação de preços e, em alguns casos, redirecionamento de cargas para mercados com melhor rentabilidade. Dentro desse contexto, a abertura no México ganhou estatura estratégica, pois permite recompor volumes e, ao mesmo tempo, reduzir a dependência de um único destino sujeito a sobretaxação.

A diversificação inclui a preparação de missão ao Canadá e a prospecção em países da América Latina e da Ásia. A leitura no governo é que os ciclos de mercado são cada vez mais voláteis e que ter alternativas prontas — com protocolos assinados e plantas habilitadas — aumenta a resiliência das cadeias de bovinos, suínos e aves. Para as empresas do Norte, esse redesenho abre espaço para investimentos calibrados: linhas adicionais de abate, túnel de congelamento e ampliação de câmaras frias, tudo orientado a cumprir os requisitos do mercado mexicano e de outros destinos que vierem na sequência.

Caminhos sanitários e regulatórios

O avanço nas vendas de proteína animal depende de marcos sanitários claros. De um lado, o MAPA coordena auditorias e emite certificados; de outro, as autoridades mexicanas analisam a equivalência dos sistemas, avaliam relatórios e inspecionam plantas. Segundo o governo brasileiro, o México manifestou disposição de reconhecer o Brasil como livre de febre aftosa sem vacinação, passo que simplifica a análise de risco e acelera a publicação de listas de estabelecimentos habilitados. A articulação técnica cobre ainda critérios de bem-estar no manejo pré-abate, monitoramento microbiológico, planos de autocontrole e rastreabilidade de lotes.

Para os frigoríficos, o roteiro típico inclui solicitar auditoria, comprovar conformidade com boas práticas de fabricação, apresentar registros de calibração de equipamentos, evidenciar controles de temperatura e detalhar procedimentos de higienização. Após a inspeção, a empresa aguarda a publicação oficial da habilitação. Em paralelo, é comum firmar contratos condicionados (“subject to approval”), que passam a valer assim que a autorização é publicada. Esse timing combinando técnica e comercial é o que permite aos embarques ganhar ritmo sem perda de qualidade.

Logística e prazos: como a carne do Norte chega ao México

A escolha da rota logística é decisiva para preservar qualidade e reduzir custos. Para cargas do Acre e de Rondônia, há duas lógicas principais. A primeira é escoar por rodovias até entrepostos no Amazonas e no Pará e, de lá, seguir para portos do Arco Norte. A segunda é direcionar por rodovia até centros de consolidação no Centro-Oeste e Sudeste, com posterior embarque em Santos ou Rio de Janeiro. Em ambos os casos, o transporte refrigerado em contêineres reefer exige controle contínuo de temperatura e monitoramento via data loggers, cuja leitura é solicitada no destino em caso de auditoria do importador.

O modal marítimo predomina nas vendas ao México, com travessia pelo Caribe e chegada em portos do Golfo ou do Pacífico, a depender do contrato. Em rotas via Pacífico, as cargas normalmente atravessam o Canal do Panamá. Os prazos variam conforme o terminal de origem e a janela de navios, mas operadores reportam que planejar com folga de lead time e manter estoques em câmaras frias em hubs regionais ajuda a evitar rupturas. Para cargas congeladas, a flexibilidade é maior; já para resfriadas, é essencial acertar a sincronização entre abate, consolidação e embarque, reduzindo o tempo de prateleira consumido no trânsito.

Impacto econômico local

O adensamento das exportações costuma se traduzir em novas vagas em linhas de produção, mais turnos de trabalho e maior demanda por serviços de apoio, como transporte frigorificado, manutenção de equipamentos e inspeção independente. Municípios com frigoríficos habilitados tendem a observar aumento de arrecadação e de investimentos em infraestrutura de armazenagem. O efeito multiplicador também alcança produtores rurais, que se beneficiam de contratos mais estáveis e do acesso a programas de assistência técnica focados na padronização de lotes, acabamento dos animais e manejo pós-desmama no caso de bovinos.

No Acre, a comparação feita por Jorge Viana ilustra a mudança de patamar: quando comandou o governo estadual, as exportações do estado somavam cerca de US$ 20 milhões. Em 2024, já na presidência da ApexBrasil, a cifra mencionada chegou a US$ 87 milhões, com expectativa de superar US$ 100 milhões naquele ano, caso as operações se mantivessem no ritmo anunciado. Esse tipo de expansão reforça a importância de crédito competitivo para capital de giro e modernização de plantas, além de acelerar a adoção de tecnologias de automação e de rastreio de lotes no chão de fábrica.

O que dizem os governos e o setor

O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou o empenho da ApexBrasil e o potencial do Norte para ampliar as vendas de bovinos e suínos, com foco em habilitações que desbloqueiem novos contratos. Segundo ele, o alinhamento entre governo e empresas é decisivo para capturar oportunidades em janelas de mercado mais curtas. Já Jorge Viana tem repetido que, no atual mandato do presidente Lula, o Brasil superou a marca de 400 mercados abertos, e que a entrada de México e Chile reorganiza as rotas e as prioridades dos frigoríficos, trazendo Acre e Rondônia para o centro do tabuleiro.

Representantes da indústria avaliam que o plano só vai prosperar com previsibilidade regulatória e logística. Associações setoriais apontam como prioridades a manutenção de auditorias em calendário, a agilização na publicação de listas de plantas habilitadas e a redução do tempo de liberação em portos. Empresas com histórico de exportação para outros mercados afirmam que o México é exigente na documentação e na consistência do padrão de corte, mas costuma valorizar fornecedores que mantêm regularidade, entregam dentro do prazo e oferecem atendimento pós-venda em espanhol, inclusive com suporte técnico para clientes industriais.

Perguntas e respostas: o que o leitor precisa saber

Quais carnes estão no foco imediato? As negociações enfatizam bovinos e suínos, com reforço à participação das aves. Em bovinos, a meta é acelerar habilitações de plantas do Norte para atender cortes de uso industrial e varejista. Em suínos, a prioridade é consolidar a retomada e elevar a frequência dos embarques para o México. As aves, que já vinham crescendo desde 2020, continuam como vetor de volume, aproveitando a cadeia integrada e a experiência com requisitos sanitários semelhantes.

O que falta para novas plantas exportarem ao México? Cada estabelecimento precisa cumprir checklists de equivalência sanitária e ser incluído em listas oficiais reconhecidas pelo país importador. Isso envolve auditorias, ajustes de POPs (procedimentos operacionais padronizados), comprovação de controles de temperatura e planos de autocontrole. Após a aprovação, entram os passos comerciais: negociação de preços, definição de cortes, embalagem e prazos, além da reserva de espaço em navios e contêineres refrigerados.

Como os frigoríficos podem se preparar

Para transformar habilitações em vendas, a recomendação das empresas com experiência internacional é montar um plano de 90 a 180 dias com marcos claros. O primeiro é obter a leitura precisa dos requisitos do importador e do marco regulatório mexicano. Em seguida, revisar POPs, APPCC e registros de monitoramento, garantindo que o que está no papel corresponda à prática. É fundamental treinar equipes para a rotina de auditorias e padronizar a documentação em espanhol, desde certificados até especificações técnicas e rótulos, com atenção a pesos líquidos, prazos de validade e instruções de conservação.

No comercial, vale mapear clientes por canal: distribuidores, atacarejos, redes de supermercados e indústrias de processamento. Contratos de médio prazo, com preços indexados e cláusulas de revisão, ajudam a suavizar oscilações. No operacional, a chave é sincronizar abate, desossa, embalagem e booking de contêiner. O uso de data loggers e de sistemas de monitoramento remoto de temperatura em tempo real aumenta a confiança do comprador e reduz disputas em eventuais reclamações. Por fim, estabelecer rotas alternativas e backups de transportadoras evita que imprevistos em uma perna do trajeto travem toda a operação.

Cenário internacional e concorrência

O México compra volumes expressivos de proteína animal no mercado global e mantém relações comerciais relevantes com fornecedores tradicionais do hemisfério Norte e do Sul. Na bovinocultura, disputam espaço produtos de diferentes perfis de acabamento, desde cortes voltados ao food service até matérias-primas para indústria. Para os suínos, a dinâmica é marcada por demanda firme por pernis, paletas e carnes para moagem, com preferência por fornecedores que entregam com regularidade e respeitam calibres e padronização de cortes.

Para o Brasil, a vantagem competitiva passa por escala, produtividade em frigoríficos e capacidade de oferecer linhas completas de cortes. O desafio é manter a previsibilidade logística, sobretudo em períodos de maior competição por contêineres refrigerados. Uma vez consolidada a presença com contratos regulares, historicamente os clientes tendem a ampliar o portfólio, incluindo miúdos e produtos com especificações distintas para segmentos de preço variados, o que ajuda a elevar a rentabilidade por tonelada.

Papel de ApexBrasil, Itamaraty, MAPA e MDIC

A engrenagem institucional é formada por quatro eixos. A ApexBrasil coordena as missões, dá suporte às empresas na agenda comercial e organiza rodadas de negócios. O Itamaraty conduz as tratativas diplomáticas, sustenta as negociações em fóruns bilaterais e ajuda a solucionar gargalos com interlocutores estrangeiros. O MAPA lidera o componente técnico-sanitário, com auditorias, certificados e alinhamento dos requisitos. O MDIC atua em frentes regulatórias e de competitividade, conectando a estratégia exportadora a instrumentos de política industrial e de facilitação de comércio.

Essa divisão de tarefas tem como objetivo reduzir o tempo entre a identificação de uma oportunidade e o primeiro embarque. Quando a coordenação funciona, as etapas se sobrepõem de modo eficiente: enquanto o MAPA prepara auditorias, a ApexBrasil já articula encontros com clientes; ao mesmo tempo, o Itamaraty avança em notas técnicas e o MDIC trabalha em medidas de desburocratização. O resultado esperado é uma curva de aprendizado mais curta para as empresas do Norte, que passam a navegar com maior segurança em mercados exigentes como o mexicano.

Contratos, moedas e formação de preço

Os contratos de exportação costumam ser cotados em dólar, com prazos de pagamento que variam conforme o perfil do comprador. Descontos por volume, participação em promoções no varejo e cláusulas de qualidade são ingredientes frequentes. A composição de preço leva em conta custo de compra do gado ou do suíno, rendimento de carcaça, custos industriais, frete interno, THC, frete marítimo e seguros, além de taxas portuárias. Em ambientes de tarifas elevadas em outros mercados, fornecedores tendem a conceder descontos para conquistar espaço em novos destinos com menor barreira.

No México, o diferencial pode estar na adaptação de cortes e embalagens à preferência do canal. Para o food service, caixas maiores com porcionamento padronizado; para o varejo, embalagens menores e rótulos bilíngues são comuns. O cumprimento rigoroso de especificações contratuais reduz devoluções e evita custos extras com retrabalho ou reprocessamento. Empresas iniciantes costumam adotar lotes-piloto para validar especificações antes de escalar volumes, estratégia que minimiza riscos nos primeiros meses de operação.

Checklist operacional para o primeiro embarque ao México

Para ajudar frigoríficos que estão se habilitando, um checklist prático auxilia na organização das rotinas. Ele começa com a validação das exigências do certificado zoossanitário, passando pelo alinhamento de cortes e calibres, e termina na confirmação de booking e seguro da carga. A seguir, pontos que costumam constar dos planos de trabalho das empresas quando abrem um novo mercado com exigência técnica elevada e prazos apertados entre abate e embarque.

  • Certificados e listas: confirmar, por escrito, a inclusão da planta na lista habilitada e o texto vigente do certificado zoossanitário.
  • Especificações: acordar cortes, padrão de desossa, gramaturas e tolerâncias de variação de peso.
  • Rotulagem: revisar artes em espanhol, datas, lotes, país de origem e informações obrigatórias.
  • Frio e qualidade: validar calibração de termógrafos e plano de contingência para desvios de temperatura.
  • Logística: reservar contêineres reefer, checar free time no porto de destino e a janela do navio.
  • Seguro: contratar cobertura door-to-door ou porto-a-porto conforme o Incoterm negociado.
  • Documentos: preparar fatura, packing list, certificado zoossanitário e demais exigências do importador.
  • Pós-venda: organizar atendimento em espanhol e canais para resolução rápida de dúvidas técnicas.

Canais de venda e perfil do consumidor mexicano

O mercado mexicano é heterogêneo e oferece espaço para diferentes posicionamentos. No varejo, redes nacionais e regionais dominam as gôndolas com marcas próprias e produtos de fornecedores importados. No food service, cadeias de restaurantes e operadores de refeição coletiva demandam padronização e entregas frequentes. Para a indústria, a prioridade é o fornecimento de matéria-prima estável para produtos processados, o que exige previsibilidade de cortes e calibres para evitar perdas na linha.

Para fornecedores brasileiros do Norte, adaptar o portfólio às preferências locais reduz o tempo de entrada. Isso pode envolver oferecer embalagens familiares, cortes mais adequados a preparações tradicionais e opções com diferentes níveis de marmoreio no caso dos bovinos. Em suínos, pernil e paleta têm boa aceitação, enquanto aparas e carnes para moagem são vitais para a indústria de embutidos. Marcas que investem em comunicação clara e em suporte técnico ao cliente costumam ganhar relevância nos primeiros doze meses de operação.

Próximos passos das missões comerciais

Após a viagem ao México, a ApexBrasil informou que organizará agenda com o Canadá para ampliar o leque de compradores de proteína animal brasileira. A ideia é somar mercados com requisitos compatíveis, de modo a permitir reuso de processos internos de qualidade e de documentação. Em paralelo, a equipe técnica segue trabalhando para consolidar a lista de plantas habilitadas no México e ajustar eventuais pendências apontadas em auditorias. O objetivo é transformar a oportunidade aberta nas reuniões em contratos firmes e embarques regulares.

Para os estados do Acre e de Rondônia, o esforço é manter o ritmo de adequações e capturar a demanda que surge com a reconfiguração do comércio bilateral. A médio prazo, o plano é ampliar a capacidade industrial instalada, diversificar cortes e fortalecer a logística de frio em hubs regionais. O acompanhamento de métricas — taxa de aprovação em auditorias, lead time porta-a-porta, perdas por não conformidade e giro de estoques — ajuda a orientar decisões e a priorizar investimentos. Com mais plantas aptas e contratos em execução, a expectativa do setor é consolidar o México como destino relevante nas exportações de carnes produzidas no Norte.



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