Introdução: A Reunião Importante entre CNA e FAO
No dia 19 de outubro, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) recebeu em sua sede o diretor do Escritório de Mudanças Climáticas, Biodiversidade e Meio Ambiente da FAO, Kaveh Zahedi. Essa visita é parte de uma série de discussões que buscavam entender e promover práticas sustentáveis dentro do setor agropecuário brasileiro, especialmente à luz da iminente Conferência do Clima (COP 30), marcada para novembro em Belém (PA).
Na reunião, diversos representantes da FAO e da CNA estiveram presentes, como o representante da FAO no Brasil, Jorge Mezza, e especialistas em meio ambiente e sustentabilidade do setor agrícola. O objetivo central da conversa foi explorar a posição do Brasil em relação à sustentabilidade e as contribuições do agro aos debates sobre mudanças climáticas, especialmente em um momento em que as narrativas em torno da agricultura brasileira precisam ser resgatadas e esclarecidas.
A Relevância da COP 30 para o Setor Agropecuário
A COP 30 se configura como uma oportunidade crucial para o Brasil demonstrar sua seriedade e compromisso com práticas sustentáveis. A conferência, que contará com a presença de líderes mundiais, será um palco para debater o futuro do meio ambiente e as medidas necessárias para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Kaveh Zahedi expressou a importância de utilizar esse espaço para compartilhar as inovações e práticas sustentáveis que estão sendo implantadas pela CNA e seus parceiros.
Os participantes da reunião concordaram que a COP 30 deve servir como um meio para combater a desinformação sobre a produção agropecuária brasileira. Muni Lourenço, vice-presidente da CNA, destacou que a conferência é uma plataforma para mostrar ao mundo os avanços reais que o Brasil tem feito em termos de sustentabilidade e gestão ambiental no setor agrícola.
Instrumentos de Sustentabilidade no Agro Brasileiro
Durante a conversa, Muni Lourenço também apontou para instrumentos importantes que evidenciam a sustentabilidade da produção rural no Brasil. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Código Florestal foram citados como ferramentas que ajudam a garantir a transparência e o respeito às normas ambientais, contribuindo para a preservação dos recursos naturais enquanto permite aos produtores seguir com suas atividades agrícolas.
Essas ferramentas não apenas ajudam na organização e monitoramento da produção, mas também são essenciais para que os produtores rurais possam acessar melhores condições de crédito. A modernização e a conformidade com a legislação são fatores que podem reduzir custos e aumentar a competitividade do setor agropecuário no mercado global.
Transferência de Tecnologia para Sustentabilidade
No encontro, Nelson Ananias, coordenador de Sustentabilidade da CNA, apresentou a importância da transferência de tecnologia para os produtores rurais. Ele enfatizou que tecnologias sustentáveis, como o plantio direto, são práticas já estabelecidas que podem ser escaladas para alcançar um maior número de produtores. Atualmente, cerca de 70% da agricultura no Brasil utiliza o plantio direto, que promove a conservação do solo e a redução da erosão.
Além disso, é fundamental promover a educação e a capacitação dos agricultores para que possam adotar essas práticas em suas propriedades. A transferência de tecnologia vai além do simples fornecimento de informações; trata-se de estabelecer um diálogo contínuo entre pesquisadores, governo e produtores, onde as necessidades específicas de cada região são atendidas.
Desafios Geopolíticos e Narrativas sobre o Brasil
Elena Castellani, assessora de Relações Internacionais da CNA, trouxe à tona a questão dos desafios geopolíticos enfrentados pelo Brasil no atual cenário global. As mudanças climáticas têm gerado narrativas muitas vezes distorcidas sobre a atuação do país, especialmente no que tange à preservação da Amazônia e ao papel do agro no desenvolvimento sustentável.
A capacidade do Brasil de mostrar suas práticas já consolidadas de agricultura sustentável é fundamental para mudar essas histórias. Em um mundo onde a informação circula rapidamente, é indispensável que o país se posicione de forma clara e proativa, oferecendo dados e exemplos que comprovem o comprometimento dos produtores brasileiros com a preservação ambiental.
Compromisso do Agro Brasileiro com as NDCs
Um ponto crucial discutido durante a reunião foi o compromisso do setor agropecuário com as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Este compromisso representa a contribuição do Brasil para as metas globais estabelecidas no Acordo de Paris, visando a redução de emissões de gases de efeito estufa.
As boas práticas adotadas pelos produtores brasileiros são parte deste compromisso, pois ajudam a mostrar que o agro pode ser uma parte da solução para o problema das mudanças climáticas, integrando produção com conservação. O desafio é garantir que esses esforços sejam reconhecidos e que o setor agropecuário receba o suporte necessário para continuar avançando em direção à sustentabilidade.
Expectativas para Ações Futuras Após a COP 30
No encerramento da reunião, o vice-presidente da CNA, Muni Lourenço, expressou suas expectativas de que a COP 30 não seja apenas uma conferência de promessas, mas resultado em ações efetivas e concretas para enfrentar as mudanças climáticas. Ele ressaltou a importância de melhorar os índices sociais e econômicos na Amazônia, onde mais de 30 milhões de pessoas vivem e dependem do agronegócio para sua sustento.
Lourenço afirmou que a visão de uma Amazônia não é apenas de floresta, mas deve incluir o desenvolvimento humano, com geração de emprego e renda. Essa visão integrada é necessária para garantir que a conservação ambiental caminhe lado a lado com o desenvolvimento econômico, criando um futuro sustentável para todos os brasileiros.
Considerações Finais
A reunião entre a CNA e a FAO marca um passo importante na busca por soluções e projetos que garantam a sustentabilidade do agro brasileiro. A COP 30 representa uma oportunidade singular para inovar e clarificar o papel do Brasil nas questões ambientais, promovendo a imagem de um agro que não só alimenta, mas que também preserva. O caminho à frente estará repleto de desafios, mas é através do diálogo e da colaboração que o setor agropecuário poderá reafirmar seu compromisso com um futuro mais verde e sustentável.
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