Como fabricar skates sustentáveis com tampas plásticas: guia completo



Projeto na Rocinha: Skates Sustentáveis feitos de Tampinhas de Garrafa PET

O engenheiro mecânico canadense Arian Rayegani, de 28 anos, é apaixonado pelo Brasil e pela causa da sustentabilidade. Em 2019, ele se mudou para a Rocinha com o objetivo de difundir sua ideia de produzir skates sustentáveis usando tampinhas de garrafa PET.

O projeto, chamado Na Laje Designs, foi iniciado no ano passado, próximo à entrada do Portão Vermelho. Desde então, aproximadamente 700 quilos de tampinhas foram recolhidos, evitando o descarte irregular.

A Rocinha, de acordo com um levantamento, descarta mais de 230 toneladas de resíduos por dia, incluindo plásticos, papelão, isopor, entre outros. Por isso, a comunidade se tornou o local ideal para a implementação desse projeto.

A inspiração de Rayegani para produzir os skates sustentáveis surgiu em sua casa, em Toronto, quando ele estava lidando com os resíduos produzidos por sua família. Ele queria encontrar uma nova destinação para todo aquele lixo, algo focado na reciclagem. Depois de pesquisas, ele decidiu produzir os skates.

Para fazer um skate, ele utiliza cerca de 500 tampinhas, o equivalente a um quilo de plástico. As tampinhas são coletadas dos moradores da comunidade, pescadores locais e projetos sociais envolvidos com a produção e distribuição de alimentos.

O processo de confecção dos skates sustentáveis leva cerca de duas horas, incluindo a trituração, prensagem e o uso de um forno. Devido à alta demanda por parte de empresas, Rayegani contratou dois funcionários para auxiliarem no trabalho. Cada skate sustentável é vendido por R$480 com as rodas, ou R$260 sem as rodas, e pode ser adquirido pelo site.

Atualmente, Rayegani ainda não obteve retorno financeiro do investimento de aproximadamente R$50 mil feito para a criação do Na Laje. A demanda é alta, mas a equipe ainda não consegue atender a todos os pedidos. Eles estão caminhando aos poucos.

O espaço onde a fábrica está localizada tem o tamanho de um quarto de três por três metros. A ideia é ampliar a fábrica para torná-la um espaço de narrativas sustentáveis, incluindo uma horta ecológica promovida pelo Horta na Favela, espaço para workshops e uma fábrica em tamanho maior para que os visitantes possam participar da confecção dos skates.

Além das tampinhas, o projeto também pretende reutilizar redes de pesca a partir deste ano. O engenheiro afirma que esse material é mais resistente que o PET e existe uma demanda por esses produtos. O objetivo é expandir o projeto para outras regiões do Brasil nos próximos anos.

Marcelo Farias, ativista do projeto Salvemos São Conrado e morador da Rocinha há 45 anos, acredita que projetos como esse têm um impacto positivo na comunidade. Ele ressalta que o lixo é um dos maiores problemas na região e iniciativas como essa ajudam a conscientizar a população sobre a reutilização e o descarte adequado dos resíduos.

O Na Laje Designs é um exemplo de como é possível unir criatividade, sustentabilidade e apoio à comunidade. Com o tempo, espera-se que o projeto se expanda e que cada vez mais pessoas se inspirem a repensar a forma como lidam com o lixo e os resíduos, contribuindo assim para um futuro mais sustentável.

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