Como transformar plástico em adubo: aprenda a prática sustentável


A ERT é a primeira empresa na América Latina que fornece matéria-prima para embalagens plásticas que viram lixo orgânico

Completando dois anos desse feito, a Earth Renewable Technologies (ERT) é a primeira empresa na América Latina que fornece matéria-prima para embalagens plásticas que se decompõem em até dois anos e podem virar adubo. Esse avanço é resultado de um investimento de R$ 50 milhões feito pela startup este ano, com o objetivo de produzir acima das atuais 3 mil toneladas de resinas por ano.

O mercado de bioplásticos e a demanda por produtos sustentáveis no Brasil

A ERT enxerga um grande potencial de crescimento no mercado de bioplásticos, impulsionado pela maior demanda por produtos sustentáveis por parte das empresas e pela vantagem comparativa do Brasil nesse ramo. De acordo com a Bioplastic Magazine, o mercado de bioplásticos movimenta cerca de US$ 10 bilhões, representando apenas 1,5% do total movimentado pela indústria do plástico em geral. A expectativa é que esse percentual cresça para 6% até 2025 e 40% até 2030.

Como é feito o bioplástico?

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O bioplástico da ERT é fabricado a partir do ácido lático obtido pela fermentação do açúcar. Esse processo permite que a startup produza um bioplástico resistente e não quebradiço, que pode ser utilizado em embalagens rígidas. A ERT patenteou toda a parte de reforço do bioplástico, o que confere funcionalidade ao material sem que ele perca a compostabilidade, sem adição de componentes químicos ou plástico de origem fóssil.

Clientes como a Puravida, marca brasileira de produtos alimentícios naturais, e a Embalixo, fabricante de sacos e sacolas plásticas, já utilizam o bioplástico da ERT em seus produtos. Além disso, a startup está desenvolvendo projetos na área de cosméticos e bens de consumo.

O desafio do custo para a produção em larga escala

Apesar de dominar a tecnologia, o custo é considerado o maior obstáculo para a indústria de bioplásticos ganhar escala. As resinas da ERT utilizam ácido lático importado da Tailândia, um dos maiores produtores desse componente. No entanto, a empresa planeja avançar na cadeia produtiva para produzir a matéria-prima no Brasil nos próximos anos.

O CEO da ERT ressalta que a verticalização é fundamental para a próxima etapa de crescimento da empresa. Por enquanto, novas captações de investimento não estão nos planos, pois a família controladora da startup busca manter o controle e valorizar a companhia.

Com todas essas inovações e avanços, a ERT se destaca como uma liderança no mercado de bioplásticos na América Latina, impulsionando a sustentabilidade e contribuindo para a redução do impacto ambiental causado pelo plástico convencional.


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