Crescimento do Consumo de PET no Brasil: 21% em Cinco Anos








Sem Engarrafamentos

Consumo brasileiro de PET salta 21% em 5 anos e 2023 não altera essa rota

A data 13 de setembro foi, até o momento, o dia mais quente do ano na cidade de São Paulo. O Instituto Nacional de Meteorologia registrou a temperatura máxima de 37,7ºC, a maior para o mês de novembro em 80 anos de medições. No mesmo dia, o Rio acusou sensação térmica de 57ºC às 8 horas da manhã. Analistas enquadraram este extremo climático no bojo da quarta onda de calor aferida desde agosto no segundo semestre. Na linha dos males que vêm para bem, o imprevisto climático prenuncia bom tempo para PET e suas garrafas ao antecipar (e prolongar a duração) a chegada das condições térmicas típicas do verão, pico sazonal do consumo da resina.

Mais vendas, mesmo sem estímulo meteorológico

Mesmo sem este estímulo meteorológico, as vendas internas de PET desfrutam de ascensão regular há anos, contornando inibidores como inflação, excedentes mundiais, carestia e o poder de compra mais moderado este ano, como deixa claro na entrevista a seguir Auri Marçon, presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria do PET.

Crescimento em 2023

As primeiras estimativas, mesmo antes de terminar o ano, são de que a resina PET para embalagens deve ter crescimento no patamar de 3%. Considerando a evolução econômica no mesmo período, o percentual pode ser considerado como uma boa performance. Importante lembrar que o setor vem de um período de crescimento acentuado e atravessou a pandemia de forma brilhante. Só para se ter uma ideia, de 2018 até 2022, o consumo brasileiro de resina PET virgem teve crescimento de 21% e tudo indica que em 2023 não vai mostrar esgotamento.

Redução de preço

A justificativa é simples. A resina virgem teve seu preço internacional – inclusive no Brasil – reduzido, tornando PET o material mais competitivo do mercado, principalmente no que diz respeito ao peso da embalagem versus a quantidade de alimento/bebida envasada. Sobre os volumes produzidos no Brasil, não podemos opinar, pois as petroquímicas (nota- Alpek e Indorama) não produzem apenas para o mercado doméstico. Além disso, por serem empresas de capital fechado no Brasil, não temos acesso à divulgação dessa informação.

Ociosidade na produção

Conforme mencionado, a questão sobre a ociosidade não pode ser respondida apenas com o balanço dos volumes vendidos ao mercado interno. Alpek e Indorama são as duas maiores do mundo em seu segmento e utilizam suas capacidades produtivas olhando as demandas não só no Brasil, mas em outros países. Não temos informações detalhadas, mas com frequência ouvimos sobre lotes de exportações brasileiras para outros países onde essas empresas atuam. Aliás, as questões de ociosidade na produção de PET são as mesmas enfrentadas pela indústria química brasileira. Anúncio recente da Abiquim apontou disponibilidade de capacidade da ordem de 40%. No caso do PET, por ter certa sazonalidade (maior consumo no verão), ainda temos esperança de fechar o ano em condições melhores.

Importação de PET virgem

Na verdade, esse patamar já teve histórico superior a 100.000 t/a, mas vem caindo nos últimos anos para um patamar mais próximo de 70.000. Isso se explica por questões logísticas (o Brasil é um país com grande território) ou por acordos mundiais entre brand owners, fabricantes de pré-formas e produtores de resina.

Associações independentes

A Abiplast vem fazendo um excelente trabalho na defesa de todos os plásticos e o projeto PICPlast merece toda a dedicação do setor. Temos ótimo alinhamento e coparticipação em vários projetos. Alguns de nossos associados transformadores também são associados da Abiplast há vários anos, permanecem na Abipet de forma bastante ativa e até integram nossa diretoria. Algumas distinções de foco nas atividades de cada associação podem ser notadas e são fáceis de serem explicadas.

Desafios ambientais

A Abipet vem atuando nesses temas há muitos anos e pouca coisa mudou nesse período. Obviamente, intensificaram-se as pressões de certos segmentos da sociedade, mas nada mudou do ponto de vista científico. Em outras palavras, avaliamos esse cenário como sendo resultado da atuação de ONGs com baixo conteúdo/conhecimento técnico e de uma verdadeira guerra comercial disfarçada de fundo ambiental. De diferentes formas, essas pressões chegam ao legislativo que muitas vezes atende grupos de eleitores e/ou lobbies com visões distorcidas, quer seja pelo desconhecimento, quer seja pelo interesse específico, como é o caso de outros materiais de embalagem que utilizam táticas de greenwashing contra os plásticos.

Tecnologia avançada

2023 manteve a praxe anual de timbrar, no Brasil, o modelo HyPET HPP5e como o carro-chefe entre as plataformas da Husky para injetar pré-formas. “A liderança tem a ver com a filosofia por trás do equipamento visando oferecer o menor custo de propriedade (TCO) possível, ou seja, a métrica para confirmar a viabilidade da compra sem afetar a saúde financeira da transação”, sumariza Paulo Carmo, gerente do negócio de embalagens para sistemas de injeção da empresa canadense no país. Para embasar o TCO mínimo, o especialista distingue na sua campeã de vendas a repetitibilidade, economia energética e operacional e ciclos ultra rápidos. “Tudo isso converge para a injeção de pré-formas de baixas espessuras e geometrias requeridas para gerar garrafas cada vez mais leves na etapa do sopro final”.

Dado o status de PET como o polímero mais reciclado no planeta, Carmo salienta a extrema precisão do controle do modelo HyPET HPP5e para prover pré-formas com teores de até 100% de poliéster recuperado. No arremate, o gerente fisga do mostruário da Husky equipamentos munidos de opcionais e que viabilizam a injeção de pré-formas com percentual de flake lavado de alto padrão. “Também dispomos de linhas com tecnologias que permitem o uso de flake sem repetelização”, ele insere. “Ou seja, o equipamento agrega uma unidade capaz de processar flakes pré-lavados, convertendo-os em um fundido passível de ser injetado direto no molde das pré-formas”.



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