Da China ao Brasil: 5 perguntas ao CEO da HaiNeng para elevar produtividade e lucro na avicultura

Da China ao Brasil: 5 perguntas ao CEO da HaiNeng para elevar produtividade e lucro na avicultura

A edição de julho da revista Avicultura Industrial trouxe uma conversa direta com Jindang Cao, fundador e CEO da Shandong HaiNeng Bioengenharia, que ajuda a explicar por que a 25-hidroxivitamina D3 passou a ganhar espaço nas granjas e fábricas de ração do país. A fala do executivo reúne trajetória, números de processo e uma proposta clara: reduzir gargalos de desempenho com uma forma de vitamina D3 já pronta para agir no organismo dos animais.

Nesta reportagem, reunimos os principais pontos da entrevista e traduzimos em orientações práticas para produtores, nutricionistas e gestores industriais. O foco está em como a tecnologia de 25-hidroxivitamina D3 (25-OH-D3) entra na rotina de fábrica, quais controles merecem atenção e de que forma ela conversa com metas típicas da avicultura e suinocultura brasileiras, como ganho de peso, conversão alimentar e qualidade óssea.

Quem é Jindang Cao e o que está por trás da aposta nas vitaminas

A decisão de migrar da área de medicamentos veterinários para a nutrição vitamínica, tomada por Cao em 2008, veio da experiência prática com o uso cotidiano de fármacos na produção animal. Ele relata que, após três décadas em tratamentos, viu espaço para atuar na base do desempenho: a dieta. A HaiNeng nasceu dessa virada com um primeiro movimento industrial — transformar vitaminas A, D e E em formas solúveis em água, algo que, segundo o executivo, rendeu patente e tração comercial na China. A lógica por trás dessa escolha é simples: quanto mais previsível for a entrega de micronutrientes ao animal, mais constante tende a ser o resultado de campo.

A 25-hidroxivitamina D3 entrou no radar da companhia quando grandes produtores passaram a relatar boa resposta em aves e suínos com esse metabólito. O problema era a oferta: havia dependência de um único fornecedor internacional. A opção da HaiNeng foi desenvolver produção própria, mirando o que a indústria chama de “pronto para uso biológico”, ou seja, um insumo que pede menos etapas de ativação no organismo para agir.

25-hidroxivitamina D3 e vitamina D3: o que muda na prática

A vitamina D3 convencional precisa de duas etapas metabólicas para exercer seus efeitos: primeiro, o fígado converte o composto em 25-hidroxivitamina D3; depois, os rins o transformam em sua forma ativa, que participa da regulação da absorção de cálcio e fósforo. A 25-OH-D3, por sua vez, já chega à circulação em uma forma que dispensa a passagem pelo fígado, encurtando o caminho fisiológico para a ação. Em linguagem de fábrica, isso tende a produzir resposta mais rápida e estável, porque reduz uma variável biológica no meio do processo.

Para o nutricionista, o ponto é objetivo: em frangos de corte, poedeiras, matrizes e suínos, cálcio e fósforo não trabalham sozinhos; dependem de uma sinalização eficiente da vitamina D para que o intestino aproveite o que a ração oferece. Quando essa ponte funciona melhor, há reflexo em parâmetros de rotina, como ganho de peso diário, conversão, uniformidade de lote, qualidade de casca e de ossos. A 25-OH-D3 costuma ser utilizada para dar constância a essa ponte, especialmente em fases críticas ou em lotes com maior desafio sanitário ou digestivo.

A linha do tempo tecnológica na HaiNeng segundo o executivo

Cao relata que a síntese da 25-OH-D3 na empresa começou em pequena escala e avançou para reatores de 1.000 e 2.000 litros. O ciclo de produção, que levaria 33 dias em versões iniciais, teria sido reduzido para 9 dias nas rotas atuais. Em paralelo, a pureza do produto evoluiu de uma faixa de 60% para 96% na linha nutricional, com custo de fabricação caindo a cerca de 30% do valor de partida, e com uma versão farmacêutica atingindo 99% de pureza. Ele afirma ainda que os controles de qualidade foram calibrados para atender e superar exigências usuais de mercados maduros, o que inclui métodos analíticos robustos e rastreabilidade de lote.

A participação na construção de um padrão industrial na China, vigente desde maio de 2025, é citada como um marco regulatório, pois alinha definições de qualidade, limites de impurezas e formas de ensaio. Para o comprador, isso se traduz em documentos técnicos mais completos — como Certificado de Análise (CoA), Especificação Técnica e Ficha de Dados de Segurança — e em previsibilidade na comparação entre marcas. Em um mercado com várias apresentações e concentrações, padrões claros ajudam a reduzir variações entre lotes e facilitam auditorias.

Do laboratório à fábrica: o que significa pureza e como conferir

Pureza não é um número isolado: precisa vir acompanhado do método usado, do padrão de referência e do perfil de impurezas. Para 25-OH-D3, laboratórios de controle de qualidade costumam usar HPLC com detecção adequada ou LC-MS/MS em validações, sempre com curvas com padrões certificados. Ao receber um lote, vale checar no CoA o método, a curva, o desvio padrão e a incerteza. Em auditorias mais detalhadas, o cliente pode solicitar cromatogramas e verificar se há picos residuais relevantes. Essa leitura técnica dá segurança para aceitar o insumo e evita que uma variação passe despercebida até virar oscilação de desempenho a campo.

Outro ponto é a consistência entre lote e rótulo. Em materiais concentrados, pequenas diferenças percentuais têm impacto relevante na dosagem final na ração. Uma conferência simples é comparar o teor declarado com a concentração calculada a partir do laudo, confirmando se o fator de diluição na pré-mistura foi aplicado corretamente. Em auditorias internas, é útil registrar o número do lote do insumo e o lote da ração produzida no mesmo documento, junto com a amostra retida, para encurtar qualquer investigação posterior.

Microencapsulamento e estabilidade: como proteger a vitamina no calor e na mistura

Segundo Cao, a HaiNeng aposta em uma apresentação microencapsulada para enfrentar dois desafios frequentes: o atrito químico em pré-misturas ricas em agentes higroscópicos e a perda térmica durante a peletização. Em várias fábricas, o cloreto de colina é essencial na formulação, mas pode acelerar degradação de vitaminas mais sensíveis. A ideia da microcápsula é criar uma barreira física que só se rompe nas condições do trato digestivo, preservando o teor do ativo até o consumo. Testes internos em pré-misturas e em pellets produzidos a 90°C são citados pelo executivo como base para essa escolha de engenharia de produto.

Na rotina industrial, a estabilidade é verificada de duas formas: ensaio de estresse e ensaio de prateleira. No primeiro, o foco é simular o pior cenário de processo, com temperatura, umidade e pressão típicas de peletização e resfriamento. No segundo, observa-se a perda de teor ao longo de semanas, conforme a embalagem definida para o mercado. Os dois dados, lado a lado, guiam decisões como taxa de overdose técnico (uma margem acima da dose-alvo para compensar perdas) e limite de validade de pré-misturas internas. Esse ajuste fino é o que separa um resultado constante de uma linha com picos e vales de desempenho entre lotes.

Como a 25-OH-D3 entra na fábrica de ração: passo a passo operacional

A adoção de um novo insumo passa por um roteiro básico que começa na compra e termina no acompanhamento de campo. O primeiro passo é homologar o fornecedor, checando documentação técnica e histórico de fornecimento. Em seguida, a fórmula recebe a versão com 25-OH-D3, acompanhada de um plano de controle: onde o insumo entra (pré-mistura ou linha principal), qual a sequência de adição, qual peneira o material deve atravessar e quais parâmetros do processo de peletização precisam ser monitorados no início da curva de aquecimento. Uma validação em bateladas-piloto ajuda a definir taxas de overdose e a confirmar a homogeneidade de mistura com amostras retiradas no início, meio e fim da produção.

No campo, o indicador não é único. Para aves, além de ganho diário e conversão, acompanhe uniformidade e taxa de descarte no abate. Para poedeiras, observe a porcentagem de ovos trincados e o peso da casca em lotes com a nova formulação. Em suínos, foque em ganho diário, taxa de refugo e indicadores de locomoção, sempre com desenho experimental simples, com lotes controle e tratados. Esse ciclo de dados permite ajustar a dose e comprovar economicamente a troca de insumo.

  • Recebimento: conferir CoA, integridade da embalagem e validade; registrar lote e temperatura de armazenagem.
  • Pré-mistura: definir granulometria, tempo de mistura e sequência de adição; evitar contato direto com soluções líquidas concentradas.
  • Peletização: mapear temperatura e tempo de condicionamento; checar perdas em amostras antes e depois do processo.
  • Amostragem: utilizar plano por quarteamento; enviar duplicatas para HPLC e manter amostras retidas por lote.
  • Campo: comparar indicadores zootécnicos com grupo controle por pelo menos dois ciclos produtivos.

Dose, apresentação e cuidados: orientações ao responsável técnico

As concentrações comerciais variam, e isso impacta o cálculo em ppm ou UI. O responsável técnico deve partir da recomendação do fabricante para aves e suínos na fase específica e converter para a apresentação comprada, conferindo se a concentração do ativo está descrita na base anidra, na base da microcápsula ou em UI por grama. Erros comuns acontecem quando a equipe confunde teor do ativo com concentração do produto final. Um checklist simples de cálculo, assinado e arquivado com a Ordem de Produção, evita desvio de dose.

No manuseio, a regra é proteger da luz e da umidade e evitar longas exposições do saco aberto no piso de fábrica. Em pré-misturas, reduza o intervalo entre a mistura e o uso na linha principal. Em linhas com líquidos, mantenha distância física e temporal entre a adição de soluções higroscópicas e a etapa com a 25-OH-D3. Se houver uso conjunto com ácidos orgânicos, teste perdas em bancada e avalie o efeito de pH. Esses cuidados simples ajudam a preservar o teor até o comedouro.

Economia da decisão: como calcular retorno da 25-OH-D3 na granja

O cálculo de retorno começa no custo por tonelada de ração e termina no valor marginal gerado por desempenho. Suponha que a inclusão de 25-OH-D3 adicione X reais por tonelada. Para frangos de corte, projete o efeito esperado em ganho médio diário e na conversão alimentar com base no histórico do seu sistema e em ensaios internos. Se a melhoria na conversão economizar Y quilos de ração por ave até o abate e se o custo da ração for Z reais por quilo, o benefício por cabeça é Y×Z. Multiplique pelo número de aves do lote e compare com o custo total do aditivo no período. O retorno aparece quando o benefício supera o custo com margem confortável para a variabilidade do campo.

Em suínos, uma planilha simples separa terminadores, crescimento e leitões, porque os efeitos podem ser distintos por fase. Meça ganho diário, taxa de mortalidade e refugo. Aponte os custos variáveis (ração, energia, manejo) e estime o ganho de receita por animal entregue mais pesado ou mais cedo. Some o efeito de redução de descartes, se houver. O importante é trabalhar com dados do seu sistema e repetir a conta por pelo menos dois ciclos para reduzir o peso de fatores externos como clima ou variações de ingredientes.

Brasil no centro do mapa: o que a empresa diz oferecer ao mercado local

Cao destaca que o Brasil é prioridade por volume e por perfil exportador em proteína animal. Ele afirma que os testes de estabilidade com pré-misturas, cloreto de colina e peletização a 90°C estão documentados e podem ser compartilhados com clientes interessados. Na prática, isso significa que a conversa técnica tende a ser objetiva: ver laudos, entender curvas de perda e acordar uma taxa de overdose técnico condizente com a realidade de cada linha de produção, já que temperaturas e tempos de condicionamento variam de fábrica para fábrica.

A empresa também indica que pretende firmar parcerias com universidades e centros de pesquisa brasileiros, conectando protocolos de campo com análises laboratoriais de referência. Para a granja, esse modelo tem uma vantagem direta: encurtar o ciclo entre a troca de insumo e a leitura de resultado, com desenho experimental simples, metas claras e relatórios que sirvam de base para compras e renegociações futuras.

Capacidade produtiva e cronograma: o que foi anunciado para 2025

Segundo o executivo, uma terceira fábrica de matérias-primas farmacêuticas de 25-OH-D3 está prevista para ser inaugurada em outubro de 2025. Para o cliente brasileiro, o ponto de atenção é disponibilidade e prazo de entrega. Toda expansão de capacidade promete reduzir risco de falta e alongar estoque de segurança. Na negociação, vale sondar não só o volume mensal disponível, mas também as janelas de manutenção programada e a política de priorização por região em períodos de demanda acima do previsto.

Outro elemento mencionado por Cao é a facilitação de deslocamentos entre Brasil e China. Para o comprador e o técnico, viagens a plantas e centros de P&D ajudam a validar processos, ver rotas de síntese, entender controles críticos e discutir ajustes finos de especificação. Em contratos de médio prazo, visitas técnicas e auditorias presenciais costumam ser cláusulas valiosas para prevenir surpresa na ponta da cadeia.

O que pedir no estande e no primeiro contato técnico

Com a presença da HaiNeng confirmada na AveSui 2025, o produtor e o nutricionista têm a chance de transformar a curiosidade em plano de ação. A recomendação é ir além do discurso e solicitar materiais objetivos. Comece por especificação técnica, CoA com cromatogramas, relatórios de estabilidade em pré-misturas com e sem cloreto de colina e resultados de peletização em diferentes perfis térmicos. Pergunte também sobre o desenho dos ensaios, o número de repetições e os controles usados, para entender o peso estatístico dos dados.

No comercial, abra a planilha: peça simulação de custo por tonelada em cada fase produtiva e cenários de overdose técnico. Confirme prazos de entrega, tamanho de lote mínimo, política de substituição em caso de desvios analíticos, validade e condições de armazenagem. Se a empresa oferecer suporte em campo, pergunte como funciona o acompanhamento de indicadores e com qual frequência os relatórios são emitidos. Combine por escrito o conjunto de documentos que a equipe receberá ao longo do contrato.

  • Especificação e CoA com método analítico, curvas e cromatogramas.
  • Relatórios de estabilidade com pré-mistura, cloreto de colina e peletização a 90°C.
  • Política de overdose técnico por linha de processo e fase animal.
  • Prazos de entrega, tamanho de lote e estoque de segurança local.
  • Plano de suporte técnico: visitas, análises e relatórios.

Pontos críticos de controle: onde a qualidade costuma escapar

A maior parte das perdas de desempenho não nasce da molécula, mas do processo. Sequência de dosagem mal definida pode expor a 25-OH-D3 a contato direto com líquidos, favorecendo degradação; peneiras inadequadas geram segregação; tempos de mistura fora do padrão criam bolsões de concentração; e variações de temperatura na peletização multiplicam cenários de perda. Por isso, padronize a Ordem de Produção, registre tempos, verifique a integridade das peneiras e avalie a homogeneidade com amostras retiradas de forma consistente em cada batelada.

Em armazenagem, monitorar umidade e temperatura é tão importante quanto trancar o almoxarifado. Embalagens abertas devem ser consumidas rapidamente. Sacos rasgados devem ser descartados, mesmo com aparente “bom estado” do conteúdo. Em auditorias, rastreie o número de lote do insumo até o silo final e mantenha amostras retidas de ração por tempo compatível com o ciclo produtivo. Essas rotinas simples dão base para decisões rápidas quando um indicador cai fora do previsto.

Aplicações por espécie e fase: metas que costumam orientar a dose

Em frangos de corte, a 25-OH-D3 é acionada quando o objetivo é empurrar ganho de peso sem abrir mão da conversão, especialmente em altas densidades ou em climas que encurtam a janela ideal de conforto térmico. O foco fica em matrizes minerais, balanço de cálcio e fósforo disponível e na leitura fina de uniformidade. Em poedeiras, a atenção recai sobre a qualidade de casca e manutenção de postura em idades mais avançadas. A coordenação com cálcio de liberação lenta no período noturno costuma entrar no desenho da dieta, preservando reservas corporais.

Na suinocultura, leitões recém-desmamados enfrentam uma janela crítica para absorção eficiente de nutrientes. A 25-OH-D3 pode ser considerada para reduzir o tempo de resposta da via do cálcio e fósforo quando o trato digestivo ainda se organiza. Em crescimento e terminação, a meta passa a ser constância de ganho e suporte à integridade óssea, de olho em indicadores como locomoção e taxa de refugo. Em matrizes, o ponto sensível é sustentar escore corporal e estrutura, alinhando macro e microelementos à demanda da fase reprodutiva.

Da entrevista ao checklist: o que a fala do CEO ajuda a avaliar

Cinco mensagens aparecem com clareza no relato de Cao: migração da medicina para a nutrição para atuar no alicerce do desempenho; aposta em rotas que encurtam o caminho fisiológico da vitamina D; construção de escala com reatores maiores e ciclos mais curtos; foco em pureza e em documentação que sustente discussões técnicas; e atenção a formatos que resistam a pré-misturas complexas e à peletização. Para o comprador, esses pontos viram perguntas objetivas na hora de selecionar fornecedor e apresentação do produto.

Antes de qualquer contrato, verifique se a narrativa tecnológica vem acompanhada de números e laudos. Peça a trajetória de pureza, o histórico de redução de ciclo, a curva de perda térmica, a comprovação de homogeneidade de mistura e a análise de impurezas. Quando os documentos chegam completos e coerentes, a decisão sai do campo da promessa e entra na rotina de fábrica, onde cada ponto de porcentagem precisa ser explicado e sustentado por dados.

Como montar um piloto interno de validação em 4 semanas

Um piloto bem desenhado equilibra pressa com método. Na semana 1, conclua homologação documental, receba o insumo e faça uma batelada pequena de pré-mistura, definindo overdose técnico provisório com base em dados de estabilidade. Na semana 2, produza dois lotes de ração por fase e colete amostras em três pontos da linha (início, meio e fim). Envie duplicatas a laboratório parceiro e retenha amostras em câmara sob condição controlada. Paralelamente, prepare a granja com dois grupos: controle e tratado, com tamanho suficiente para detectar diferença prática nos indicadores da sua operação.

Na semana 3, rode a granja, registre consumo, peso e eventuais ocorrências. Na semana 4, consolide laudos analíticos e dados de campo. Compare homogeneidade e teor final com a dose-alvo e ajuste a overdose técnico. Se a diferença entre grupos for consistente e o custo por tonelada couber no orçamento, avance para adoção ampliada. Se estiver na margem, repita mais um ciclo para confirmar tendência. Esse roteiro reduz o tempo entre curiosidade e decisão e mantém a equipe alinhada em torno de evidências.

Perguntas essenciais ao fornecedor de 25-OH-D3

Um conjunto de perguntas padroniza comparações entre marcas e apresentações. Solicite o método analítico usado no CoA e se há validação com padrão certificado. Pergunte como a empresa trata impurezas específicas e se fornece cromatogramas de rotina. Entenda a matriz do microencapsulamento, a granulometria do produto e como esses fatores se refletem na homogeneidade de mistura. Explore os dados de estabilidade com cloreto de colina e os parâmetros usados no teste de peletização (temperatura, tempo de condicionamento, umidade e pressão).

No fornecimento, verifique lead time, política de alocação em alta demanda e presença de estoque local ou regional. Confirme o plano de suporte técnico: quem visita a fábrica, com que frequência e que tipo de relatório é entregue. Em contratos de médio prazo, alinhe cláusulas de substituição por desvio analítico e o pacote de documentos por lote, incluindo CoA, especificação e certificado de origem. Quanto mais objetivo for o acordo inicial, menor a chance de ruído na rotina de produção.

  • Método analítico e padrão de referência do CoA.
  • Cromatogramas, perfil de impurezas e faixa de pureza por linha.
  • Dados de estabilidade com cloreto de colina e em peletização a 90°C.
  • Granulometria, matriz da microcápsula e homogeneidade de mistura.
  • Lead time, estoque de segurança e suporte técnico em campo.

Documentos e registros: como organizar a prova técnica da decisão

Organizar papéis é organizar produção. Monte um dossiê por fornecedor com: especificação atualizada, CoAs de três lotes recentes, laudos de estabilidade e atas de reuniões técnicas. Crie um formulário padrão de cálculo de dose com campos para concentração, unidade, fator de diluição e dose final em ppm. Na produção, vincule a Ordem de Produção aos números de lotes de insumos e de ração, anexando as etiquetas e registrando horários-chave (início de mistura, peletização, resfriamento). Essa trilha simplifica auditorias e acelera correções quando algo foge do padrão.

No campo, use uma planilha simples de indicadores por lote com metas e faixas de alerta. Ganho de peso, conversão e uniformidade em aves; ganho diário, mortalidade e refugo em suínos. Adote cores para destacar desvios e anote ocorrências relevantes (mudança de ingrediente, ajuste de manejo, interrupção de energia). Quando o insumo faz diferença, a curva aparece; quando não aparece, os registros ajudam a identificar por quê. Com dados, a discussão com o fornecedor fica objetiva e baseada em fatos.

O que muda para quem fabrica pré-mistura vitamínica no Brasil

Para fabricantes de pré-misturas, a 25-OH-D3 impõe alguns cuidados de compatibilidade e logística. É recomendável separar fisicamente linhas com alto teor de agentes higroscópicos ou aditivos com pH extremo. A sequência de adição deve reduzir contato direto prolongado com líquidos e priorizar formação de uma matriz homogênea antes de qualquer etapa que aumente umidade. Peneiras calibradas, tempo de mistura validado e controle de segregação no transporte interno completam o conjunto de boas práticas que preservam o teor do ativo.

No relacionamento com clientes, oferecer laudos próprios de estabilidade em condições típicas de fábricas nacionais ajuda a reduzir a distância entre promessa e entrega. Como perfis de peletização variam país afora, vale ter um portfólio de relatórios com diferentes temperaturas, umidades e tempos de condicionamento. Essa biblioteca técnica, atualizada e acessível, facilita auditorias de grandes integradoras e encurta o caminho para contratos de longo prazo.

Do interesse à adoção: um roteiro objetivo para integradoras e independentes

Integradoras têm escala para validar rápido. O roteiro pode começar com duas plantas e os mesmos protocolos de amostragem, garantindo reprodutibilidade. Em independentes, a validação é mais enxuta, mas igualmente eficaz quando se mantém grupo controle e tratado, com manejo e ingredientes iguais. Em ambos os casos, comunique metas antes do início e feche o ciclo com um relatório único, que traga fórmula, processo, laudos, desempenho e decisão. Com isso, a adoção deixa de ser “teste eterno” e vira etapa do calendário produtivo.

Para aproveitar eventos do setor, como a AveSui 2025, transforme a visita em reunião técnica: leve sua planilha de custos, metas por fase e históricos de desempenho. Faça as contas no próprio estande, peça compromissos por escrito e alinhe prazos. Em um mercado com muitas opções e nomes parecidos, saem na frente os times que cruzam discurso com dado e voltam para a fábrica com uma lista clara de tarefas.

Resumo prático em linguagem de fábrica

Se a meta é acelerar a via do cálcio e fósforo e reduzir variabilidade, a 25-OH-D3 entra como ferramenta de previsibilidade. Na prática: peça laudos, valide processo, ajuste overdose técnico e acompanhe campo. O relato de Jindang Cao traz números de ciclo, pureza e estabilidade que servem de referência para a conversa técnica. O resto depende do desenho do seu processo e do rigor com que você mede e registra os resultados.

Com um plano simples — documentos na mesa, piloto em quatro semanas e checagem de homogeneidade — o produtor e a fábrica conseguem decidir com confiança. Não há atalhos, mas há uma rota segura: dado bom, processo estável e metas realistas. É assim que uma molécula sai da entrevista e entra na rotina com impacto mensurável.



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