Produção do Setor Industrial Brasileiro Encerra 2022 com Queda de 0,7%
No ano de 2022, a produção do setor industrial brasileiro apresentou uma queda de 0,7%, incapaz de manter o ritmo de recuperação iniciado em 2021, quando o setor registrou um crescimento de 3,9%. Esses dados foram levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Industrial Mensal.
Antecedendo a queda de 2022, houve um crescimento industrial em 2021, ainda que nos anos anteriores a atividade industrial apresentasse uma tendência de encolhimento, com uma queda de 1,1% em 2019 e 4,5% em 2021. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa, “muito do crescimento de 2021 está relacionado diretamente à significativa queda de 2020, ocasionada pelo início da pandemia. Embora tenha havido avanços em 2021, esses foram influenciados por uma base de comparação baixa e não conseguiram compensar as perdas de 2020”.
Dois comportamentos distintos foram observados no setor ao longo do último ano. No primeiro semestre e início do segundo, houve uma resposta positiva às medidas de incremento da renda implementadas pelo governo de Jair Bolsonaro. Isso incluiu a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, liberação do FGTS, medidas de estímulo ao crédito, Auxílio-Brasil e auxílio concedido aos caminhoneiros, entre outras iniciativas.
No entanto, ao longo do segundo semestre, essa resposta positiva perdeu força e a indústria passou a apresentar um comportamento de menor intensidade e com maior frequência de resultados negativos.
Um dos fatores que influenciaram a queda do setor industrial em 2022 foi a elevação da taxa de juros. Isso afeta diretamente os custos de crédito, além da inflação, principalmente dos alimentos, que impactam a renda das famílias e, consequentemente, o consumo.
Macedo também destaca que houve influência do aumento nas taxas de inadimplência e endividamento, além do mercado de trabalho, que, embora tenha mostrado uma recuperação ao longo do ano, ainda é caracterizado pela precarização dos postos de trabalho gerados.
A queda de 0,7% no fechamento de 2022 afetou todas as quatro grandes categorias econômicas, a maioria dos ramos (17 de 26), dos grupos (54 de 79) e dos produtos (62,4% dos 805 pesquisados), demonstrando a natureza disseminada da desaceleração.
Em particular, o setor de indústrias extrativas (-3,2%), impulsionado pelo minério de ferro, foi o que mais influenciou a queda. Outros segmentos também se destacaram, como produtos de metal (-9%), metalurgia (-5%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-10,7%) e produtos de borracha e material plástico (-5,7%).
Por outro lado, entre as atividades que registraram expansão na produção, destaca-se o setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com um aumento de 6,6%, exercendo a maior influência positiva. Segundo o pesquisador, “trata-se de um setor que manteve um comportamento positivo ao longo de 2022, impulsionado principalmente por produtos com maior ligação com a mobilidade”.
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