Práticas sustentáveis na cadeia de plástico brasileira
A empresa Ecoboxes, sediada em Paulínia, tem se empenhado em promover o uso de plástico reciclável e produtos carbono zero na cadeia de plástico brasileira. No ano passado, a empresa utilizou 3,6 mil toneladas desse material, representando 42,87% das 8,4 mil toneladas de polipropileno consumidas.
Com o objetivo de dobrar sua participação em 2024, a Ecoboxes planeja estabelecer parcerias estratégicas com seus clientes para impulsionar as iniciativas de logística reversa. Além disso, a empresa busca aumentar a coleta de plástico, que será utilizado na produção na usina de reciclagem localizada em Valinhos.
Na usina, o plástico passa por um rigoroso processo de análise química, limpeza, trituração, lavagem e secagem, resultando em matéria-prima reciclada pronta para ser reutilizada. A gerente administrativa de Venda da Ecoboxes, Cristiane Silveira Hernandes, destaca: “Dessa forma, teremos maior controle sobre a qualidade da matéria-prima utilizada”.
Unindo a economia circular e a logística reversa à sustentabilidade
A empresa pretende implementar o conceito de economia circular, que é a união do consumo e descarte conscientes com o acompanhamento do ciclo de vida do produto. Para isso, já adotou medidas inovadoras, como a troca de caixas plásticas danificadas e refugos de produção dos clientes por material reciclável. Além disso, oferece caixas carbono zero gratuitamente para clientes que entregam 15 quilos de material reciclável.
A Ecoboxes busca incentivar os clientes a estabelecerem pontos de coleta de plástico, incluindo embalagens de alimentos industrializados e polipropileno. Dessa forma, a aplicação da logística reversa complementa a economia circular, permitindo que os produtos consumidos retornem às empresas.
De acordo com dados da Ecoboxes, a produção de 1 quilo de caixa com plástico virgem resulta na liberação de 1,4 quilo de gás carbônico (CO2) na atmosfera. Já a reutilização de material reciclável reduz significativamente essa emissão. Por exemplo, uma caixa de 3 quilos com material reciclável evita o lançamento de 4,2 quilos de CO2 no meio ambiente.
A importância da tecnologia na transformação plástica
A gerente industrial da Ecoboxes, Bruna Carola, destaca o progresso da tecnologia do plástico nos últimos anos. Com isso, as caixas produzidas com material reciclado têm a mesma capacidade e qualidade das feitas com plástico virgem. No entanto, há algumas restrições de uso em casos específicos, como para alimentos, a fim de evitar contaminação, e em armazenamento em baixas temperaturas.
A capacidade mecânica das caixas com material reciclável é garantida pelo uso de um aditivo bioplástico fornecido por uma empresa israelense. Esse aditivo é produzido a partir do lixo orgânico e confere à caixa a mesma resistência do concreto ou de uma caixa com plástico 100% virgem.
As produções sustentáveis da Ecoboxes
A empresa personaliza caixas e paletes plásticos de acordo com as necessidades de cada cliente, atendendo setores como e-commerce, automotivo, telecomunicações, vestuário e farmácias. Além disso, desenvolve constantemente artigos de polipropileno totalmente novos, compostos ou feitos em plástico reciclável, como as caixas carbono zero retornáveis que substituem as de papelão.
Segundo a gerente de Vendas da Ecoboxes, Cristiane Silveira Hernandes, o preconceito em relação ao material reciclável está diminuindo, e a demanda por produtos sustentáveis está aumentando. Ela destaca que hoje há empresas que exigem que os produtos sejam carbono zero.
Uso de plásticos reciclados no Brasil
De acordo com o Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico (PICPlast), o Brasil registrou um aumento significativo de 42% no uso de plásticos reciclados em embalagens de alimentos e bebidas entre 2020 e 2021. No total, foram utilizadas 151 mil toneladas de material ecologicamente correto na produção de recipientes para itens comestíveis e potáveis.
A produção total de plástico reciclado no país alcançou cerca de 1 milhão de toneladas em 2021, apresentando um crescimento de 14,7% em relação ao ano anterior. O índice de reciclagem no Brasil revela que 23,4% do plástico pós-consumo gerado foi reciclado, representando um aumento de 0,3% em comparação a 2020.
Na análise regional, a região Sul do Brasil alcançou a maior taxa de reciclagem, com 41,1%. Já a região Norte registrou o menor índice, com 4,6%. O PICPlast envolve aproximadamente 2 mil participantes de 900 empresas, promovendo programas de capacitação e desenvolvimento de mercado. Essa parceria impulsiona a indústria e contribui para a economia, gerando mais de R$160 milhões para o programa de incentivo à exportação. Esses resultados demonstram o comprometimento do Brasil com práticas sustentáveis na cadeia do plástico.
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