Descubra por que a reciclagem no Brasil caiu após 5 anos e como reverter essa tendência essencial para o futuro

Reciclagem de Plásticos no Brasil: Uma Análise de 2023

Em 2023, o Brasil viu sua primeira queda na reciclagem de plásticos desde 2018, após cinco anos de crescimento constante. O índice de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo caiu para 20,6%, com fatores como o aumento dos preços do plástico reciclado e dificuldades na produção contribuindo para essa retração.

Reciclagem no Brasil recua após 5 anos

Essas informações foram reveladas no estudo ‘Monitoramento dos índices de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo no Brasil’, encomendado pelo PICPlast à MaxiQuim.

Desempenho Geral da Reciclagem em 2023

Conforme o levantamento, a produção de plástico reciclado pós-consumo atingiu 939 mil toneladas, representando uma diminuição de 15,7% em relação ao ano anterior. Apesar da queda, desde 2018, o volume total cresceu 46%, embora o faturamento por tonelada tenha registrado uma queda de 36,7%, atingindo R$ 2.998.

De acordo com Maurício Jaroski, diretor de química sustentável e reciclagem da MaxiQuim, “Foi um ano difícil para os materiais reciclados, uma vez que passamos por um ciclo de mercado em que as matérias-primas petroquímicas estão muito competitivas. Isso faz com que os insumos virgens atraíam mais as empresas de transformação.”

Desafios e Perspectivas da Reciclagem de Plástico

O levantamento indica que a produção de plástico reciclado caiu em todas as regiões do Brasil. A região Sul destacou-se com uma redução de 20,8%, seguida pelo Sudeste com 13,3% e o Norte com 17,8%.

No total, a reciclagem utilizou 1,4 milhão de toneladas de resíduos plásticos, com 984 mil toneladas provenientes de embalagens. Deste total reciclado, 47% referem-se a embalagens rígidas e 21% a embalagens flexíveis.

Dentre os plásticos reciclados, 30% chegaram às recicladoras através de sucateiros, enquanto 19% vieram de beneficiadores. As empresas de gestão de resíduos e cooperativas representaram, respectivamente, 13% e 11% desse total.

Jaroski observa que o mercado está se consolidando e se profissionalizando, o que, paradoxalmente, o torna mais sensível a instabilidades econômicas. “Estamos em um caminho ascendente e o Brasil tem muito para crescer. Embora 2023 tenha sido um ano de baixa rentabilidade, o mercado cresceu desde 2018”, afirma.

O Impacto das Resinas Recicladas na Indústria

De acordo com a análise de Jaroski, a criação de um mercado para resinas recicladas, a implementação de cotas para o uso de plástico reciclado e a aplicação em produtos de maior valor agregado são fundamentais para reverter a queda no índice de reciclagem mecânica de plásticos.

Desde 2018, a produção de resina pós-consumo cresceu 23,9%. No último ano, das mais de 939 mil toneladas de resinas recicladas, 41% foram compostas por PET. Os demais plásticos reciclados incluíam 21% de polietileno de alta densidade, 17% de polipropileno e 14% de polietileno de baixa densidade.

Essas resinas encontraram aplicação em setores diversos: 16% para alimentos e bebidas, 13% na construção civil, 12% em produtos de higiene e limpeza, 8% em utilidades domésticas e 7% na indústria automotiva, entre outros.

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