A Associação Brasileira dos Distribuidores de Resinas e Afins (Adirplast) divulgou o desempenho do setor nos sete primeiros meses de 2025: as vendas dos associados somaram 241,153 mil toneladas, alta de 12,5% sobre igual período de 2024. O avanço veio puxado por dois movimentos distintos: nas resinas commodities, como Polietileno (PE), Polipropileno (PP) e poliestireno (PS), o crescimento foi de dois dígitos; já nos materiais de maior valor agregado, como os plásticos de engenharia, a demanda acelerou acima da média. Apesar do resultado, o diagnóstico da entidade e de analistas é de cautela, devido a fatores pontuais que podem ter inflado os números, como antecipações de compra e ajustes de estoque no primeiro semestre. Segundo o site ADIRPLAST, a avaliação do ritmo de consumo efetivo dependerá do comportamento da indústria ao longo do segundo semestre de 2025. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Panorama em 7 meses: volume e mix
Os dados consolidados apontam que, entre janeiro e julho de 2025, o total comercializado pelos distribuidores associados atingiu 241,153 mil toneladas, contra 214,362 mil toneladas no mesmo intervalo de 2024. A variação de 12,5% embute comportamentos diferentes entre linhas de produto. Nas commodities (soma de PEs, PP e PS), o volume avançou de 189,339 mil para 209,451 mil toneladas, alta de 10,6%. Já a categoria que reúne plásticos de engenharia, masterbatches e compostos cresceu 26,7%, saindo de 25,023 mil para 31,702 mil toneladas. Esses percentuais ajudam a explicar a recomposição de margens relatada por distribuidoras que operam com portfólios mais diversificados. Segundo o site ADIRPLAST, a leitura do resultado deve considerar a base de comparação e o comportamento do câmbio no período. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Além dos volumes, a discussão no setor passa pela qualidade da demanda. A entidade destaca que uma parcela do avanço em commodities pode refletir fatores temporários, enquanto o crescimento nos materiais de maior valor agregado parece mais conectado a projetos técnicos em segmentos como automotivo, eletroeletrônico e bens duráveis. Em outras palavras, a recomposição de pedidos em aplicações de engenharia tende a indicar consumo final mais consistente, ao passo que, nas resinas básicas, parte do movimento pode ter sido impulsionada por decisões táticas de compra em meio a incertezas sobre preços, tarifas e prazos de entrega. Segundo o site ADIRPLAST, esses vetores ajudam a ler por que linhas diferentes evoluíram em ritmos distintos. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
A reportagem especializada também repercutiu os números da associação, destacando a assimetria entre commodities e materiais de engenharia. Segundo o site Arandanet, o setor viveu uma recuperação expressiva no acumulado do ano, mas com alertas sobre a natureza do crescimento. A publicação reforça que os percentuais mais altos se concentraram nas linhas técnicas, enquanto as commodities avançaram apesar de sinais mistos no consumo final. ([arandanet.com.br](https://www.arandanet.com.br/revista/pi/noticia/11511-Setor-de-resinas-tem-recuperacao-expressiva-em-2025?utm_source=openai))
O que está por trás do resultado
A leitura mais cautelosa do desempenho em commodities ganhou força com a análise de especialistas ouvidos pela entidade. De acordo com a consultoria mencionada pela Adirplast, o mercado brasileiro de PE recuou 7% no primeiro semestre e o de PP caiu mais de 4% frente a 2024. Isso significa que, apesar de as distribuidoras terem vendido mais no acumulado de sete meses, a demanda final não cresceu na mesma proporção. A diferença é explicada, em parte, pela queda de 11,5% nas importações totais no período, o que redesenhou fluxos de atendimento e pode ter deslocado compras para os canais da distribuição. Segundo o site ADIRPLAST, esse descolamento entre vendas do canal e o consumo aparente do mercado ajuda a entender o desempenho atual. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Outro fator citado por empresas e analistas é a antecipação de pedidos diante do debate sobre medidas antidumping envolvendo o PE importado do Canadá e dos Estados Unidos. Diante da possibilidade de novas tarifas, parte dos clientes teria acelerado compras para formar estoques a preços considerados mais previsíveis. O efeito colateral é uma fotografia inflada no curto prazo, seguida por um período de desestocagem que tende a reduzir o ritmo de reposição. Segundo o site ADIRPLAST, essa dinâmica de “correção de curva” deve ser monitorada ao longo do segundo semestre para separar consumo real de movimentos táticos. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Há ainda elementos macroeconômicos pesando na equação. Empresários apontam que a manutenção dos juros em patamares elevados comprime o crédito e alonga decisões de investimento, o que afeta setores intensivos em resinas, como o de embalagens e o de bens duráveis. Com confiança empresarial menor e custos financeiros altos, projetos de expansão tendem a ser fatiados e compras são feitas em lotes menores, favorecendo o canal da distribuição. Segundo o site ADIRPLAST, esse ambiente também contribuiu para ganho de participação dos distribuidores associados frente às vendas diretas das petroquímicas. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Commodities: demanda real ou ajuste de estoque?
Os números mostram avanço nas commodities, mas os sinais de consumo sugerem prudência. O recuo em PE e PP nos seis primeiros meses, apontado por fontes técnicas, contrasta com o salto de vendas via distribuição em sete meses. A reconciliação desses vetores passa por três fenômenos: menos importação disponível, realocações logísticas após gargalos globais e “corrida” de clientes para garantir produto. O resultado imediato é uma curva ascendente; o efeito seguinte pode ser uma freada técnica, quando estoques construídos são consumidos antes de novas compras. Segundo o site ADIRPLAST, esse ciclo apareceu com mais nitidez onde o mix do cliente é concentrado em commodities. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Para gestores de compra, o teste da sustentabilidade virá da indústria. Se a produção se mantiver fraca, a tendência é de pedidos espaçados e volumes mais enxutos. Se houver melhora nos ramos que mais consomem PE e PP — embalagens flexíveis e rígidas, higiene, alimentos, construção —, a reposição ganha fôlego. No meio disso, prazos e condições comerciais contam. Juros altos aumentam o custo de carregar estoque; preços internacionais voláteis exigem atenção a travas cambiais e cláusulas de revisão. Segundo o site Arandanet, esse contexto explica por que empresas têm priorizado compras fracionadas, com revisão de carteira mês a mês. ([arandanet.com.br](https://www.arandanet.com.br/revista/pi/noticia/11511-Setor-de-resinas-tem-recuperacao-expressiva-em-2025?utm_source=openai))
Dirigentes do setor descrevem o desempenho recente como “demanda forçada”, sem expansão ampla do consumo. A expressão aparece quando o canal vende mais por reposição preventiva, não por aumento real do giro no varejo ou na indústria. Em situações assim, a gestão de estoque vira peça central: empresas que compraram antecipadamente tendem a reduzir pedidos até normalizar níveis internos. Segundo o site ADIRPLAST, executivos esperam esse movimento de desestocagem nos próximos meses, especialmente em linhas de alto volume e baixo valor agregado. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Plásticos de engenharia ganham tração
Enquanto as commodities sofrem com ruídos de curto prazo, os plásticos de engenharia registraram crescimento mais consistente. Há relatos de maior demanda por ABS, policarbonato, poliamidas e elastômeros termoplásticos, usados em peças técnicas que exigem desempenho térmico, mecânico e estético. Setores automotivo e eletroeletrônico voltaram a encomendar projetos que tinham ficado no papel durante a fase de incerteza logística. O efeito imediato é um mix com maior valor agregado, contribuindo para margens melhores na distribuição. Segundo o site ADIRPLAST, dirigentes avaliam que essa frente deve continuar superando a média do mercado, ainda que sujeita a oscilações de câmbio e crédito. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
A visão é compartilhada por executivos do setor, que veem nessa linha um sintoma de normalização de projetos técnicos. Quando montadoras e fabricantes de eletrodomésticos destravam lançamentos, tendem a puxar especificações que dependem de materiais de engenharia. Isso se traduz em pedidos programados e menos sensíveis a flutuações semanais de preço. Empresas lembram, porém, que juros altos e volatilidade cambial ainda podem adiar decisões. Segundo o site ADIRPLAST, o avanço de 26,7% nessa cesta, no acumulado de janeiro a julho, reflete essa retomada de projetos e a busca por materiais com melhor performance. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Outro ponto relevante é a capacidade de entrega. Em 2023 e 2024, gargalos internacionais atrasaram chegadas e pressionaram prazos. Em 2025, com a logística mais previsível, cadeias técnicas voltaram a operar com janelas de importação mais estáveis, o que favorece fornecedores com contratos de médio prazo. Segundo o site ADIRPLAST, a normalização logística é um dos elementos que permitiram recompor ofertas e atender demandas específicas nessas linhas, sem depender tanto de spot. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Impactos no dia a dia de quem compra resina
Para transformadores de plástico, o cenário exige disciplina na gestão de caixa e pragmatismo na negociação. Em mercados com recomposição de preços e prazos ainda voláteis, travar parte do consumo com contratos e manter outra parte no spot pode equilibrar custo e flexibilidade. Em linhas de engenharia, em que a especificação técnica é crítica, a recomendação é discutir substituições viáveis com antecedência e avaliar, junto ao cliente final, como eventuais trocas afetam desempenho e garantia. A diversificação de fornecedores — locais e importados — reduz riscos de ruptura quando embarques atrasam ou quando políticas comerciais mudam.
No campo financeiro, vale reavaliar a política de estoques. Se a empresa antecipou compras no primeiro semestre, o foco deve ser girar o material com velocidade, priorizando itens de maior saída e evitando imobilização em códigos de baixa rotação. A indexação de contratos ao câmbio, a negociação de prazos com parceiros e o uso de instrumentos simples de proteção cambial podem suavizar impactos de alta do dólar. Em paralelo, é prudente reforçar o cadastro de crédito de clientes, já que executivos do setor relatam pressão por prazos maiores no atacado e risco de inadimplência mais alto quando a economia desacelera.
- Mapeie o consumo mensal por família de resina e defina faixas para contratos e compras spot.
- Antecipe discussões técnicas com clientes para validar equivalências em plásticos de engenharia sem perder performance.
- Negocie cláusulas de revisão atreladas a indicadores públicos de preço, reduzindo disputas comerciais.
- Revise políticas de crédito e incentive meios de pagamento que reduzam risco de cauda longa.
- Diversifique origens (nacional e importado) para mitigar atrasos e mudanças tarifárias.
- Monitore câmbio e prazos de entrega semanalmente; ajuste o mix de compra conforme a curva de pedidos.
Preços, câmbio e crédito: como esses vetores influenciam o trimestre atual
A curva de preços internacionais das resinas e a taxa de câmbio seguem como condicionantes centrais da formação de preço no Brasil. Em momentos de apreciação do real, importadores tendem a ampliar janelas; quando a moeda doméstica se desvaloriza, volumes ficam mais seletivos e as distribuidoras priorizam contratos e clientes de maior giro. Com juros elevados, o custo de carregar estoque sobe e a disciplina comercial ganha peso: acordos com travas transparentes e ciclos curtos de revisão reduzem o atrito entre fornecedores e compradores. Esse conjunto de fatores explica por que, mesmo com avanço nos volumes, a percepção de risco nas decisões do dia a dia permanece alta nas empresas.
Outra variável é o crédito da cadeia. Linhas de financiamento para capital de giro mais caras e prazos de recebimento alongados aumentam a necessidade de caixa. Empresas com equilíbrio entre contratos programados e spot conseguem “respirar” melhor quando a demanda oscila. Para clientes menores, a recomendação é calibrar pedidos com base em previsões mais conservadoras, evitando sobras que comprometam o fluxo de caixa. Em todos os casos, a transparência sobre calendários de manutenção de fornecedores e sobre janelas de importação ajuda a prevenir rupturas no fornecimento.
No curto prazo, a disputa por margens deve seguir mais intensa nas linhas de alto volume. Em plásticos de engenharia, o desafio é manter competitividade frente a alternativas de menor custo, sem sacrificar os requisitos técnicos das peças. Quando projetos exigem certificações específicas, como resistência térmica ou impacto, a troca de resina pode cutucar toda a cadeia de homologação; por isso, o diálogo técnico entre transformador, distribuidor e cliente final é decisivo para evitar retrabalhos.
Logística e disponibilidade: o que mudou em 2025
O encadeamento logístico internacional começou a mostrar sinais de normalização em 2025, após anos de fretes erráticos e rotas imprevisíveis. A regularidade maior nas chegadas abriu espaço para recompor estoques e reduzir a dependência de compras emergenciais. Em paralelo, relatos de concentração de desembarques no primeiro semestre sugerem que parte do volume “extra” nas commodities refletiu janelas logísticas favoráveis, com importações represadas chegando quase ao mesmo tempo. Para quem planeja compras, isso reforça a importância de monitorar cronogramas de navios e a ocupação de portos com antecedência. Segundo o site ADIRPLAST, essa organização de janelas foi um ponto a favor do setor no início do ano. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Do lado doméstico, a malha rodoviária e a disponibilidade de armazéns também influenciaram a capacidade de resposta das distribuidoras. Empresas com capilaridade logística — centros de distribuição mais próximos de polos transformadores — reagiram melhor às variações de demanda e conseguiram oferecer prazos mais curtos, fator competitivo em mercados disputados. Em situações de câmbio volátil, a agilidade para girar estoque é tão importante quanto negociar preço; a janela entre a chegada do lote e sua venda pode definir o resultado no mês. Esse é um aprendizado que fica para o restante do ano.
Por fim, políticas públicas e medidas regulatórias seguem no radar. Eventuais mudanças tarifárias — como investigações antidumping — tendem a reconfigurar a matriz de oferta e a atrair novas origens de produto. Nesses casos, distribuidores costumam atuar como amortecedores, diluindo riscos entre múltiplos fornecedores e ajustando rapidamente o mix conforme a competitividade de cada fonte. A capacidade de homologar alternativas com agilidade torna-se diferencial competitivo.
Como a Adirplast calcula e divulga os números
Os dados divulgados pela Adirplast reúnem volumes informados por empresas associadas e são organizados por famílias de produtos, o que permite acompanhar o comportamento de commodities e de plásticos de engenharia, além de linhas como masterbatch e compostos. Embora a amostra seja representativa do canal da distribuição, ela não equivale ao mercado total, que inclui vendas diretas de petroquímicas e importadores independentes. Por isso, as leituras publicadas pela entidade precisam ser entendidas como um termômetro específico desse canal, o que ajuda a explicar, por exemplo, ganhos pontuais de participação mesmo quando o consumo aparente do mercado recua. Segundo o site ADIRPLAST, esse recorte permite avaliar a temperatura dos pedidos e o humor dos compradores de forma mais granular. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
No início do ano, a entidade havia pontuado que a comparação do primeiro trimestre de 2025 com igual período de 2024 era limitada por mudanças de base — a associação ganhou novos membros desde o ano passado —, motivo pelo qual usou o quarto trimestre de 2024 como referência na leitura daquele recorte. A ressalva reforça a importância de checar a metodologia de cada boletim antes de extrapolar conclusões para todo o mercado. Segundo o site ADIRPLAST, a transparência sobre a base de comparação é essencial para que indústria e distribuidores alinhem expectativas. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/adirplast-encerra-primeiro-trimestre-de-2025-com-crescimento-de-76-mas-alerta-para-cenario-global-instavel/?utm_source=openai))
Perguntas e respostas rápidas
As vendas em sete meses significam que o consumo final cresceu na mesma proporção? Não necessariamente. Parte do aumento pode refletir antecipação de compras e recomposição de estoques, especialmente em commodities. Em linhas técnicas, há sinais de projetos que voltaram a andar, o que tende a estar mais ligado ao consumo final. A diferença entre “vendeu mais” e “consumiu mais” aparece com clareza quando importações e produção industrial não caminham na mesma direção.
Por que o ganho de participação da distribuição aparece mesmo quando o mercado recua? Em períodos de incerteza, muitos compradores preferem lotes menores e prazos mais curtos, algo típico do canal da distribuição. Quando importações diminuem e a oferta direta das petroquímicas fica mais seletiva, a distribuição assume papel de amortecedor, aproximando a disponibilidade dos locais de consumo e flexibilizando pacotes comerciais.
O que pode mudar no segundo semestre? Três fatores: o nível de atividade da indústria, o comportamento do câmbio e eventuais medidas comerciais que afetem custos de importação. Se esses vetores jogarem a favor, a recomposição de pedidos se mantém; se vierem contra, a tendência é de giro mais lento e foco em itens de maior saída. Empresas devem se preparar para ambos os cenários, mantendo planos alternativos de compra e de especificação.
Há risco de sobras de estoque? Sim. Onde houve antecipação de compras, o período seguinte costuma ser de “digestão” desses volumes, com pedidos mais espaçados até o retorno ao nível-alvo. A solução é acelerar o giro nas linhas com maior demanda, adiar compras de cauda longa e, quando possível, negociar trocas com fornecedores para evitar obsolescência.
Boas práticas para atravessar um mercado volátil
Planejamento colaborativo ajuda a reduzir surpresas em períodos instáveis. Compartilhar previsões de demanda com fornecedores e alinhar cronogramas de manutenção de plantas — no Brasil e no exterior — evita gargalos e permite calibrar janelas de importação. Para quem opera com itens de engenharia, manter almoxarifado mínimo de segurança é prudente, pois certificar substitutos pode levar semanas. Já em commodities, o foco deve ser o giro: previsões semanais, revisões de preço transparentes e negociação de prazos que caibam no fluxo de caixa. Em ambientes de juros altos, a velocidade de conversão de estoque em receita é determinante para o resultado do mês.
Outra prática é o desdobramento do orçamento em cenários. Projetar o consumo para câmbio em diferentes patamares e para variações de preço internacional ajuda a definir limites de compra. Se a empresa decidir travar parte do câmbio, vale fixar critérios objetivos — como exposição máxima por família de resina — para evitar decisões emocionais. Além disso, revisitar contratos de fornecimento para inserir gatilhos claros de revisão reduz disputas e acelera respostas quando o mercado gira. Em todos os casos, a comunicação franca com clientes sobre prazos e custos é um ativo tão valioso quanto a própria negociação de preço.
- Use painéis simples para acompanhar pedidos, entradas e consumo por família de resina.
- Defina níveis de estoque-alvo e faixas de tolerância por giro e criticidade.
- Compartilhe previsões com fornecedores e valide capacidades de entrega com 30 a 60 dias de antecedência.
- Implemente gatilhos objetivos para renegociar preços quando câmbio ou benchmarks internacionais cruzarem limites.
- Calcule a exposição cambial líquida e fixe limites por produto e por período.
- Revise políticas de crédito de clientes e crie planos para liberar limites mediante cumprimento de metas de pagamento.
Sinais a acompanhar nas próximas leituras
Com o foco no segundo semestre, a atenção se volta a indicadores que influenciam direta e indiretamente a cadeia do plástico. O nível de utilização da capacidade na indústria e a trajetória de confiança de empresários e consumidores costumam se refletir no ritmo de pedidos em embalagens, autopeças e eletroeletrônicos. No comércio exterior, volumes importados e preços de referência sinalizam competitividade das origens e ajudam a antecipar se o canal da distribuição continuará ganhando espaço. Mudanças regulatórias — como investigações antidumping e ajustes de alíquotas — também merecem vigilância, pois afetam a matriz de custos.
No âmbito financeiro, dois pontos pesam: custo de capital e câmbio. Se as condições de crédito seguirem apertadas, a tendência é de prazos mais curtos e descontos menores; se houver alívio, o varejo pode alongar compras e a indústria voltar a assumir compromissos maiores. Já a taxa de câmbio, por sua vez, define a atratividade de origens importadas e influencia preços domésticos; por isso, travas e cláusulas de reajuste seguem no centro das negociações. Para quem compra, acompanhar esses sinais em paralelo com o boletim da Adirplast ajuda a construir um mapa coerente de riscos e oportunidades.
O que dizem as publicações do setor
A leitura predominante em veículos especializados é que 2025 trouxe alívio parcial, mas não pleno, para a cadeia de resinas. Relatos de “demanda forçada” convivem com sinais de retomada em nichos técnicos, e a fotografia do ano até julho reúne forças contrárias: menor importação disponível, normalização logística e clientes mais conservadores na gestão de risco. Segundo o site ADIRPLAST, a fotografia de janeiro a julho revela tanto o impulso de fatores pontuais nas commodities quanto a expansão mais orgânica em materiais de engenharia. Para quem acompanha o setor, esse contraste é a chave de interpretação do momento. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Outras publicações ecoaram esse diagnóstico, destacando que o ganho de participação da distribuição pode se manter, sobretudo enquanto compradores preferirem compras fracionadas e serviços de valor agregado — como fracionamento, mistura e suporte técnico — em vez de grandes fechamentos diretos com petroquímicas. Segundo o site Arandanet, a recomposição de volumes em sete meses veio acompanhada de alertas sobre importações, câmbio e confiança, pontos que seguem no radar de quem fabrica e de quem compra. ([arandanet.com.br](https://www.arandanet.com.br/revista/pi/noticia/11511-Setor-de-resinas-tem-recuperacao-expressiva-em-2025?utm_source=openai))
Onde consultar os dados oficiais
A publicação com os números de janeiro a julho está disponível no site da entidade, com detalhamento por linha de produto e comentários de analistas e executivos do setor. Para acesso direto, consulte o artigo “Vendas das empresas associadas à ADIRPLAST sobem nos primeiros sete meses do ano, mas avanço reflete fatores pontuais” no portal da associação. Segundo o site ADIRPLAST, o material traz também observações sobre importações, câmbio e indicadores de confiança que ajudam a contextualizar os volumes divulgados. ADIRPLAST. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/vendas-das-empresas-associadas-a-adirplast-sobem-nos-primeiros-sete-meses-do-ano-mas-avanco-reflete-fatores-pontuais/))
Quem busca o histórico de comunicados pode consultar também a leitura do primeiro trimestre de 2025, em que a entidade explica a base de comparação utilizada e reforça a natureza preliminar de parte dos sinais de demanda observados no início do ano. Segundo o site ADIRPLAST, esse conteúdo complementa a visão do acumulado até julho e ajuda a entender a evolução do mix de vendas ao longo do ano. ADIRPLAST. ([adirplast.org.br](https://adirplast.org.br/adirplast-encerra-primeiro-trimestre-de-2025-com-crescimento-de-76-mas-alerta-para-cenario-global-instavel/?utm_source=openai))