Celebrado em 28 de agosto, o Dia do Avicultor reconhece a importância de quem está no campo e move uma das cadeias produtivas que mais colocam alimento na mesa dos brasileiros e de consumidores em outros continentes. Dados do setor apontam projeções de crescimento para 2025 e 2026, com o país mantendo a liderança nas exportações e reforçando a oferta interna. No centro desse avanço estão produtoras e produtores, integrados e independentes, responsáveis por aplicar protocolos de biosseguridade, garantir regularidade no fornecimento e viabilizar produtos com valor nutritivo e preço acessível.
Por que 28 de agosto importa para a cadeia de aves
A data de 28 de agosto marca a homenagem aos avicultores brasileiros. O reconhecimento vai além do simbolismo: evidencia o elo da cadeia que equilibra tecnologia, rotina de manejo, rigor sanitário e logística para atender a uma demanda que não para de crescer. Em um setor industrializado, mas dependente do cuidado diário na granja, o trabalho do produtor é decisivo para que os resultados apareçam no frigorífico, no entreposto de ovos e nos pontos de venda.
O Brasil exporta carne de aves para mais de 150 países e abastece o mercado doméstico com regularidade. Isso só acontece porque há milhares de granjas espalhadas pelo país que entregam lotes dentro do padrão. Quem está no aviário gerencia ambiência, ração, água e bem-estar do lote, além de coordenar a entrada de insumos e a retirada dos animais no momento correto. É uma operação que exige disciplina e atenção aos detalhes, todos os dias.
Produção de carne de frango cresce em 2025 e 2026
Estimativas do setor indicam que a produção brasileira de carne de frango pode chegar a 15,4 milhões de toneladas em 2025, alta de 3,2% em relação a 2024. Para 2026, a projeção é de até 15,7 milhões de toneladas. O desempenho mantém o país entre os maiores produtores globais e como principal exportador da proteína. A expansão acompanha a demanda externa e a preferência do consumidor interno por um produto versátil, de preparo rápido e com bom rendimento na cozinha.
O avanço esperado resulta de uma combinação de fatores. O primeiro é a eficiência da integração entre indústria e granja, que padroniza insumos, assistência técnica e planejamento de abates. O segundo é a evolução genética e nutricional, que melhora conversão alimentar e ganho de peso. O terceiro é a previsibilidade dos protocolos de biosseguridade, que reduzem interrupções no fluxo produtivo. Quando esses elementos funcionam juntos, o resultado aparece na produtividade por metro quadrado e na regularidade de entrega ao frigorífico.
Oferta ao mercado interno e consumo per capita
Para 2025, a disponibilidade de carne de frango ao mercado brasileiro pode alcançar 10,2 milhões de toneladas. O volume atende a uma base de consumidores ampla e diversa, presente em todas as regiões. A proteína é usada em preparações do dia a dia, em alimentos processados e na alimentação fora do lar. O consumo per capita projetado é de 47,8 kg por habitante em 2025, patamar que reforça o papel do frango na dieta nacional e ajuda a equilibrar o orçamento das famílias.
A oferta doméstica depende da capacidade de planejamento das cadeias estaduais e do diálogo com a indústria. Escalas de alojamento e de abate precisam conversar com a sazonalidade do consumo, com feriados e com a renda disponível. Em momentos de maior procura, como férias escolares e datas festivas, a coordenação entre frigoríficos e produtores evita falta de produto e picos de preço. Em períodos de menor movimento, a solução passa por ajuste de lotes e por mix de cortes que valorize o canal varejista e o atacado.
Ovos: produção, consumo e embarques em alta
As projeções para a postura comercial apontam produção de até 62 bilhões de unidades em 2025, 7,5% acima de 2024, quando o total foi de 57,683 bilhões. Em 2026, o volume pode chegar a 65 bilhões de unidades. O consumo per capita acompanha a trajetória: a estimativa é sair de 269 unidades por habitante em 2024 para 288 em 2025 e 306 em 2026. A popularidade do ovo cresce pela praticidade, pelo valor nutritivo e pela adaptabilidade a diferentes preparos, do café da manhã ao jantar.
No comércio exterior, as exportações do setor de ovos podem alcançar 40 mil toneladas em 2025, mais que o dobro das 18.469 toneladas embarcadas em 2024. Para 2026, a expectativa é de até 45 mil toneladas, avanço de 12,5% sobre o ano anterior. O desempenho amplia mercados e consolida relacionamento com importadores que buscam regularidade, rastreabilidade e padronização. Para a granja, isso significa compromisso com calendário de produção, controle de qualidade e embalagem adequada para longas distâncias.
Biosseguridade: rotina que sustenta a escala produtiva
O setor enfrentou, nos últimos anos, o maior desafio sanitário de sua história recente. A resposta rápida foi construída na base, dentro das granjas, por avicultores que aplicam protocolos rígidos de acesso, higienização e monitoramento. A rotina inclui controle de trânsito de pessoas e veículos, uso correto de equipamentos, desinfecção de estruturas, vazio sanitário entre lotes e atenção à origem de insumos. Essas práticas reduzem riscos de entrada e circulação de agentes patogênicos e protegem a produtividade do sistema como um todo.
A coordenação com a assistência técnica garante que sinais clínicos sejam reportados sem atraso e que medidas de contenção sejam adotadas de forma padronizada. O produtor que registra dados de mortalidade, ganho de peso, consumo de ração e temperatura da ambiência antecipa desvios e aciona suporte veterinário antes que problemas se agravem. O objetivo é manter o lote dentro da curva esperada e preservar o status sanitário do plantel. Em cadeias integradas, esse comportamento evita gargalos no abate e dá previsibilidade às escalas.
O papel do produtor integrado e do independente
A avicultura brasileira combina modelos de produção. Na integração, a indústria fornece pintos de um dia, ração, assistência técnica e calendário de alojamento e colheita. A granja responde pelo manejo, pela ambiência e pelo cumprimento dos protocolos. No modelo independente, o produtor assume a compra de insumos e vende o lote diretamente ao frigorífico ou a intermediários, negociando prazos e volumes. Em ambos os casos, a execução no dia a dia é o que define desempenho e remuneração.
O produtor integrado ganha previsibilidade, participação em programas de bonificação por desempenho e suporte técnico próximo. O independente tem mais liberdade para escolher genética, nutrição e cronogramas, mas precisa de análise de mercado mais fina, além de gestão de risco de preços. O ponto em comum é a disciplina operacional: calibrar equipamentos, controlar vazão de água, garantir cama adequada, ajustar ventilação, monitorar amônia, manter o aviário limpo e registrar tudo. Sem esses itens, produtividade cai e custos sobem.
Tecnologia na granja: do sensor ao painel de indicadores
Automação e monitoramento deixaram de ser diferenciais e se tornaram parte da rotina das melhores granjas. Sensores de temperatura, umidade e concentração de gás alimentam controladores que ajustam exaustão, nebulização e aquecimento. Medidores de consumo de água e ração ajudam a detectar desvios precoces. Câmeras e alarmes garantem alerta rápido em queda de energia ou falha de equipamento. O produtor que acompanha esses dados em tempo real consegue intervir com agilidade e evita perdas em eventos climáticos ou falhas pontuais.
Os dados, por sua vez, precisam sair do equipamento e chegar a um painel simples, com foco no essencial. Indicadores objetivos ajudam na tomada de decisão: mortalidade diária, ganho médio diário, conversão alimentar, temperatura média no período crítico, variação de umidade, consumo por cabeça e horas de ventilação. Com o histórico, é possível comparar lotes, identificar padrões e planejar melhorias. A meta é transformar informação em ação, com ajustes na próxima semana, e não só no próximo lote.
Rotina do dia a dia: passo a passo do manejo eficiente
Um roteiro diário bem executado reduz erros e dá constância aos resultados. Pela manhã, a checagem começa pelo painel de controle e segue com inspeção do aviário: observar distribuição das aves, ajustar cortinas e ventilação, conferir nível e qualidade da água, avaliar ração no comedouro, medir temperatura e umidade em pontos diferentes. A limpeza de áreas de transição e a reposição de insumos devem ocorrer com atenção a barreiras sanitárias, evitando acessos desnecessários e contato cruzado entre setores da propriedade.
Ao longo do dia, é fundamental registrar alterações de comportamento do lote, variações de consumo e ocorrências climáticas. No fim do expediente, a conferência de mortalidade, a verificação de equipamentos e o preparo do aviário para a noite completam a rotina. Em períodos de calor intenso, estratégias como resfriamento evaporativo, nebulização em intervalos curtos e reforço de ventilação devem ser aplicadas com base em leitura do ambiente, não em horários fixos. O lote responde melhor quando a ambiência estável é mantida por mais horas do dia.
Ração, água e ambiência: tríade que decide o desempenho
A ração precisa ser formulada para a fase, com atenção ao tamanho de partícula e ao equilíbrio de energia e proteína. O ajuste fino evita desperdício, reduz conversão alimentar e melhora uniformidade do lote. A água, muitas vezes negligenciada, deve estar limpa, com cloração adequada e fluxo compatível com a idade das aves. Bebedouros regulados na altura correta evitam contaminação da cama e perda por vazamento. Sem água de qualidade, não há desempenho, mesmo com ração de alto padrão.
Na ambiência, temperatura e umidade caminham juntas. A meta é manter conforto térmico. Em dias frios, aquecimento e controle de correntes de ar são prioridade. Em dias quentes, o foco é remover calor do ambiente com ventilação eficaz e resfriamento bem calibrado. A cama deve permanecer seca e fofa. Umidade elevada aumenta amônia e compromete saúde respiratória. Quando a ambiência está adequada, o lote come melhor, bebe com regularidade e distribui o tempo entre descanso e atividade de forma equilibrada.
Rastreabilidade e padronização: o que pede o mercado comprador
Importadores e redes varejistas no Brasil e no exterior exigem informação confiável sobre origem, manejo e processamento. Para a granja, isso significa manter registros claros de cada lote: data de alojamento, origem dos pintos, fornecedores de ração, cronograma de vacinação quando aplicável, relatórios de mortalidade e colheita. Esses dados precisam ser organizados e acessíveis. Em auditorias, a velocidade para apresentar evidências de conformidade é tão importante quanto a boa prática em si.
Na indústria, a padronização de processos reduz variações entre lotes e garante regularidade de cortes, peso e apresentação. É essa consistência que habilita contratos de longo prazo e abre espaço para produtos com maior valor agregado. Para o produtor, o ganho está na previsibilidade de escala e de remuneração. Quando toda a cadeia fala a mesma língua técnica, o resultado aparece na fidelização de clientes e na estabilidade do fluxo de caixa ao longo do ano.
Mercados externos: logística e exigências de qualidade
Vender para mais de 150 destinos exige planejamento logístico desde a granja até o porto. Prazos de abate, janela de inspeção, formação de lotes e controle de temperatura na cadeia fria são parte do roteiro. O cumprimento de requisitos específicos por país comprador, como formatos de cortes, rotulagem e certificados, pede alinhamento entre áreas técnica e comercial. Para o produtor, a principal contribuição é cumprir rigorosamente prazos de alojamento e retirada, garantindo fornecimento no dia exato em que a indústria precisa carregar contêineres.
A previsibilidade no embarque reduz custos com armazenagem e evita remarcações onerosas. Também melhora a confiança do importador, que planeja distribuição no destino com base nas datas acordadas. Em momentos de disputas por espaço em navios, a prioridade costuma ficar com quem mantém histórico de pontualidade. No final, a confiabilidade no campo se transforma em reputação no exterior, item que pesa tanto quanto o preço na hora de fechar contratos anuais.
Do aviário à mesa: qualidade e acessibilidade para o consumidor
Frango e ovos fazem parte do cardápio diário de milhões de brasileiros. São produtos versáteis, com preparo rápido e retorno nutricional conhecido pelo público. A indústria amplia o portfólio com cortes porcionados, empanados, cozidos e prontos para finalização, enquanto o varejo organiza promoções semanais para girar estoque e atrair consumidores. A regularidade de oferta é determinante para manter preços competitivos e previsíveis na gôndola. Essa previsibilidade nasce na granja, com lotes que chegam no peso e no prazo combinados.
No caso dos ovos, a classificação correta por peso e cor, a higiene no processo de coleta e a embalagem resistente ao manuseio preservam a qualidade até a casa do consumidor. O aumento do consumo per capita previsto para 2025 e 2026 mostra que o produto ganhou espaço em receitas rápidas, lanches e preparos que dispensam utensílios complexos. Para o produtor, aproveitam-se janelas de maior procura com ajuste de postura e planejamento de picos de oferta, evitando excedentes que pressionam preços na granja.
Como mitigar riscos sanitários: mapa de ações por prioridade
O primeiro nível de proteção começa no portão. Controle de acesso com lista de visitantes, registro de placas, pedilúvio ativo, rodolúvio funcional e troca de calçado e roupa antes de entrar no aviário reduzem riscos. O segundo nível está na limpeza entre lotes: remoção correta de cama quando indicado, desinfecção com produto eficaz e tempo de contato adequado, além de vazio sanitário respeitado. O terceiro nível é o monitoramento das aves durante o ciclo, com atenção a sinais respiratórios, queda abrupta de consumo e mudanças de comportamento.
A resposta a incidentes precisa ser padronizada. Identificada uma suspeita, a orientação é comunicar de imediato a assistência técnica, isolar o setor afetado e reforçar barreiras. O objetivo é reduzir deslocamentos, evitar trânsito de equipamentos entre galpões e manter registros atualizados para apoiar eventuais investigações. A experiência recente mostrou que agilidade faz diferença. Quanto mais cedo a ação, menor o impacto no plantel e menor a chance de efeitos em cadeia na região produtora.
Capacitação e gestão de pessoas na granja
Operar um aviário moderno depende de gente treinada e comprometida. A definição clara de rotinas, a distribuição de responsabilidades e a checagem periódica de tarefas evitam falhas simples que viram problemas grandes. Checklists objetivos ajudam na conferência diária e semanal, com itens de ambiência, limpeza, manutenção e segurança. Treinamentos rápidos e frequentes, feitos na própria granja, reforçam procedimentos e preparam a equipe para situações de emergência, como queda de energia ou falha no sistema de exaustão.
Na gestão, o produtor deve registrar metas por lote e comunicar o que será avaliado na bonificação. Resultados compartilhados, com gráficos simples afixados em locais visíveis, engajam a equipe. Quando a pessoa que manuseia o comedouro entende o impacto de um ajuste de altura na conversão alimentar, a mudança de comportamento aparece no dia seguinte. A cultura de melhoria contínua nasce desses detalhes e se reflete nos números de desempenho ao final do ciclo.
Infraestrutura e manutenção: prevenir é mais barato que parar
Manutenção preventiva custa menos do que conserto emergencial em plena onda de calor ou frio. A agenda deve prever revisão de motores, exaustores, painéis elétricos, dosadores, linhas de água e nebulização. Componentes com desgaste recorrente merecem estoque mínimo na propriedade. Testes semanais de geradores e alarmes garantem resposta quando o imprevisto acontece. Em regiões com variação climática acentuada, a vedação de portas, cortinas e frestas evita perda de ambiência e consumo excessivo de energia para compensar.
O desenho do pátio também influencia. Acesso para caminhões, raio de manobra e pavimentação adequada reduzem poeira e lama, dois vilões de limpeza e de conforto. A sinalização de rotas, com setas e placas simples, organiza a circulação de veículos e pessoas. O objetivo é impedir cruzamento desnecessário entre áreas sujas e limpas, diminuindo o risco sanitário e otimizando o tempo de operação.
Custos de produção: onde o produtor tem alavancas reais
Mesmo em sistemas integrados, o avicultor tem pontos de controle que impactam o bolso. Energia elétrica e gás podem ser otimizados com isolamento térmico adequado, correção de vazamentos e regulagem de equipamentos para operar no ponto de eficiência. A água, além de qualidade, exige atenção a perdas invisíveis em conexões e bebedouros. Na cama, a gestão correta reduz necessidade de substituição e de mão de obra para manejo. Cada pequena economia, multiplicada por ciclo e por galpão, faz diferença ao final do ano.
No independente, a compra de insumos pede planejamento e análise de oportunidade. Travar parte dos volumes em momentos favoráveis e escalonar o restante pode diluir riscos de variação de preço. A decisão de genética e o programa nutricional devem considerar histórico da propriedade, estrutura de ambiência e meta de peso ao abate. O melhor resultado vem da combinação entre preço do insumo, desempenho no campo e giro de capital ao longo do lote.
Integração com a indústria: metas, bonificação e previsibilidade
Quando a granja e o frigorífico compartilham metas e informação, a previsibilidade aumenta. Programas de bonificação costumam considerar conversão alimentar, ganho médio diário, uniformidade e mortalidade. Transparência nos critérios e feedback por lote ajudam o produtor a direcionar esforços. A indústria, por sua vez, ganha regularidade na linha de abate e melhora a ocupação da planta. Esse alinhamento reduz custos de ambos os lados e dá estabilidade às operações ao longo do ano.
A comunicação precisa ser objetiva. Mudanças de janela de coleta, necessidade de ajuste de peso ou adequação a pedidos específicos do cliente final devem ser sinalizadas com antecedência. O produtor organiza manejo, dieta e ambiência para alcançar a nova meta. A cadeia ganha quando o pedido do cliente chega traduzido em instruções práticas, viáveis no campo, com prazo suficiente para execução.
Evolução genética e sanidade: como a ciência chega ao campo
A seleção genética avança lote a lote, com linhagens mais eficientes em conversão e ganho. O reflexo aparece na uniformidade e na velocidade de crescimento. Ao mesmo tempo, a área de sanidade aprimora protocolos de prevenção e diagnóstico. Testes rápidos, amostragem planejada e comunicação ágil entre campo e laboratório encurtam prazos de resposta. Para o avicultor, a chave é seguir a orientação técnica e reportar qualquer desvio do padrão observado na granja, sem atraso.
A adoção coerente de programas de vacinação, quando indicados, e o manejo de desafios respiratórios e entéricos fazem parte dessa ponte entre ciência e prática. Equipamentos calibrados, agulhas corretas, armazenagem adequada de insumos e respeito às instruções do fabricante evitam falhas de aplicação. No final, tecnologia só entrega resultado quando é aplicada de forma consistente no dia a dia.
Comunicação com a comunidade e boas práticas de vizinhança
Granjas convivem com vizinhos, estradas e serviços na mesma região. Explicar horários de maior movimento, sinalizar rotas de caminhões e manter canais abertos para atender dúvidas reduz ruído e melhora a convivência. Medidas simples, como horário definido para carregamento, orientação para condutores e limpeza de áreas externas após operações, criam um ambiente previsível e evitam conflitos. A organização do pátio e o respeito a sinalizações completam esse conjunto de ações de boa vizinhança.
A transparência também ajuda em eventuais inspeções e auditorias. Quando a comunidade conhece a rotina da granja, a percepção de risco diminui. Em muitos casos, vizinhos se tornam parceiros na vigilância contra acessos não autorizados. A soma desses cuidados protege a operação, reforça a imagem da propriedade e contribui para a continuidade do negócio.
O que dizem as lideranças do setor sobre o papel do avicultor
Entidades representativas destacam que a base da cadeia está na granja. A mensagem é clara: são homens e mulheres que executam rotinas de biosseguridade, adotam boas práticas de produção e respondem de forma ágil a desafios sanitários. Esse conjunto de ações sustenta a imagem do produto brasileiro e explica a confiança de clientes no país e no exterior. A valorização do avicultor, portanto, é mais do que justa. É estratégica para manter desempenho e abrir portas em mercados exigentes.
Na prática, a valorização se traduz em assistência técnica de qualidade, programas de capacitação e bonificações alinhadas a indicadores que o produtor consegue influenciar. Quanto mais a política de remuneração reconhecer a disciplina operacional e os resultados de biosseguridade, maior o estímulo para manter o padrão em cada ciclo. É uma via de mão dupla: reconhecimento ao trabalho e compromisso com a entrega.
Dicas rápidas para o próximo lote: lista de verificação útil
Antes do alojamento, vale revisar itens críticos. Um checklist simples evita esquecimentos e acelera a preparação final. Abaixo, pontos essenciais que ajudam a começar o ciclo no trilho certo e reduzem correções no meio do caminho. O ideal é marcar cada item com data e responsável, criando histórico de execução por galpão.
- Ambiência: testar exaustores, aquecimento, nebulizadores e alarmes; confirmar funcionamento do gerador.
- Água: checar cloração, vazão e possíveis vazamentos; limpar filtros e bebedouros.
- Ração: conferir estoque, qualidade e granulometria; programar reposição conforme cronograma.
- Cama: verificar umidade e distribuição; corrigir pontos compactados.
- Sanitário: ativar pedilúvios e rodolúvios; organizar área limpa e área suja; restringir acesso de visitantes.
- Documentação: preparar registros de lote, planilhas de consumo e checklists diários.
A força da cadeia no campo e na cidade
A avicultura movimenta municípios inteiros, gera postos de trabalho diretos e indiretos e impulsiona serviços como transporte, manutenção e comércio local. Cada granja liga-se a fábricas de ração, incubatórios, laboratórios e frigoríficos, criando uma rede que funciona todos os dias do ano. O resultado chega em forma de renda regional e de alimentos disponíveis nas prateleiras do país. No Dia do Avicultor, a homenagem se estende a toda essa rede, mas tem endereço certo: o produtor, que mantém a operação de pé.
O calendário setorial de 2025 e 2026 aponta continuidade desse movimento, com metas de produção ambiciosas e com a responsabilidade cotidiana de manter padrões técnicos elevados. A expectativa é de que a disciplina na granja, somada ao planejamento da indústria e à organização logística, siga garantindo oferta robusta para o consumo interno e presença de destaque no mercado internacional. O compromisso diário do produtor é a base para que esse cenário se confirme.
No 28 de agosto, reconhecimento e foco na próxima meta
A data de 28 de agosto é um lembrete do tamanho da responsabilidade que o avicultor carrega. Ao mesmo tempo em que celebra resultados, o setor já volta os olhos para o próximo ciclo, para as metas de peso, para a qualidade da carcaça e para a regularidade na entrega. O caminho é conhecido: disciplina no manejo, atenção à ambiência, registro de dados e resposta rápida a qualquer sinal de desvio. A soma desses fatores mantém o Brasil entre os líderes do setor e garante alimento seguro e acessível à população.
Produtoras e produtores estão, de fato, no centro da engrenagem. Ao reconhecer esse papel, a cadeia reforça sua própria base. O Dia do Avicultor valoriza essa entrega diária e lembra que, antes de chegar ao prato, cada frango e cada ovo passou por decisões técnicas, por cuidados constantes e por um compromisso que começa muito antes do amanhecer.