Diminuição das exportações na indústria de transformação



**Exportações da Indústria de Transformação Perdem Impulso devido à Queda nas Cotações das Commodities**

**Impacto nos Produtos de “Início de Cadeia”**

No cenário atual, as exportações da indústria de transformação estão enfrentando dificuldades devido à queda significativa nas cotações das commodities. Além disso, os preços nos embarques de produtos do “início de cadeia”, com menor agregação de valor, também estão em declínio.

De acordo com o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), essa vulnerabilidade é evidenciada pela pauta de exportação da indústria, que está sujeita a eventos pontuais. Ele ressalta a necessidade de medidas que garantam maior competitividade ao setor, como a aprovação da reforma tributária.

No mês de junho, a balança comercial encerrou com um superávit de US$ 10,6 bilhões, sendo US$ 30,1 bilhões em exportações da indústria de transformação e US$ 19,5 bilhões em importações, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (Mdic).

Considerando a média por dia útil, as exportações totais do país registraram uma queda de 8,1% em relação ao mesmo período de 2022. Já os embarques da indústria de transformação tiveram uma queda ainda maior, de 10%, na comparação.

Cagnin destaca que estamos vivendo um momento diferente, com a recuperação da indústria de transformação se desacelerando em 2023. Esse enfraquecimento é resultado das variações negativas e positivas nas exportações do setor ao longo do segundo trimestre. Dessa forma, os produtos da indústria de transformação, mais influenciados pelos ciclos de commodities, têm tido um desempenho menos expressivo.

É importante ressaltar que os produtos do “início de cadeia” foram mais afetados diante do cenário de aumento dos juros e das economias desaceleradas ao redor do mundo, principalmente devido à queda dos preços das commodities.

No mês de junho, os preços das exportações de farelos de soja, carne bovina, carne de aves e combustíveis registraram queda em comparação com o mesmo período de 2022, conforme dados do Mdic.

Esses produtos, que são mais influenciados pelo ciclo positivo das commodities, têm funcionado como uma espécie de “colchão” durante o processo de recomposição de bases. No entanto, essa proteção está diminuindo gradativamente.

Outro fator que merece destaque é a importância dos itens do “início de cadeia” para as exportações brasileiras. Setores como o de autopeças e aeronaves apresentaram variação positiva em relação ao mesmo período do ano passado em junho.

Para o economista, o desempenho relativamente positivo desses setores, que possuem uma cadeia produtiva mais ampla, foi eclipsado pela queda nos produtos mais vulneráveis aos ciclos de commodities.

Uma reativação da demanda externa para a cadeia automotiva e aeronaves é fundamental para esse setor, já que o mercado doméstico apresenta um fôlego curto mesmo com as recentes ações do Mdic para tentar liquidar os estoques do setor automobilístico. O mercado internacional pode trazer maior dinamismo para essa indústria.

Diante desse quadro, aumentar a competitividade na indústria de transformação passa pelo encaminhamento do acordo Mercosul-União Europeia e pela aprovação da reforma tributária. Essas medidas podem representar um divisor de águas para o setor, eliminando obstáculos à competitividade brasileira e reduzindo a exportação de impostos.

O objetivo é tornar a indústria de transformação mais resistente aos ciclos de commodities e garantir sua sustentabilidade no mercado internacional. Para ficar sempre informado sobre a indústria do plástico, preencha nosso formulário e receba novidades e conteúdo de qualidade do mercado plástico.

Fonte: Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) – https://prosas.com.br/projetos/21602-iedi-instituto-de-estudos-para-o-desenvolvimento-industrial