Dominando o Inverno: Dicas do Instituto de Pesca para Potencializar o Manejo de Espécies!

Dominando o Inverno: Dicas do Instituto de Pesca para Potencializar o Manejo de Espécies!

A Importância do Manejo de Espécies Aquícolas no Inverno

O inverno se apresenta como um desafio significativo para a aquicultura no Estado de São Paulo. Com frentes frias e massas de ar polar, as temperaturas caem a níveis críticos, impactando diretamente a saúde e o bem-estar das espécies cultivadas. Neste contexto, o Instituto de Pesca (IP-Apta) desempenha um papel fundamental, orientando piscicultores sobre as melhores práticas de manejo durante essa estação.

É crucial que os produtores estejam informados sobre as adaptações necessárias para garantir que suas criações, tanto de espécies tropicais como das mais adaptadas a climas frios, sobrevivam e prosperem. Preparar-se com antecedência e implementar as orientações do IP pode fazer toda a diferença na produtividade e sustentabilidade da atividade aquícola paulista.

Efeitos do Frio Sobre as Espécies Aqui Cultivadas

Os peixes mais comuns, como tilápias, pintados e pacus, são particularmente sensíveis à redução das temperaturas. Originárias de ambientes tropicais, essas espécies enfrentam sérios desafios quando expostas a baixas temperaturas, que podem desacelerar seu metabolismo e reduzir o apetite.

Durante o inverno, os piscicultores devem estar alertas aos sinais de estresse nos peixes, que podem incluir um comportamento mais lento e a recusa pela alimentação. Assim, o manejo deve ser ajustado, levando em conta as condições ambientais em mudança para mitigar os efeitos do frio.

  • Adapte a Alimentação: A frequência de arraçoamento deve ser reduzida, monitorando a resposta dos peixes à alimentação. Eles comerão menos e, em muitos casos, é preferível evitar a sobrealimentação.
  • Monitore a Qualidade da Água: A qualidade da água é ainda mais crucial no inverno. Os parâmetros essenciais, como oxigênio dissolvido, pH, amônia e temperatura, precisam ser verificados diariamente. Pequenas flutuações podem ter um grande impacto na saúde dos peixes.
  • Evite Estresse Desnecessário: Manuseios devem ser limitados a apenas o necessário. O aumento do estresse pode levar a uma maior suscetibilidade a doenças e infecções.
  • Biosseguridade em Primeiro Lugar: A biosseguridade dos sistemas produtivos deve ser reforçada, especialmente em viveiros e tanques-rede. Um ambiente controlado é fundamental para prevenir surtos de doenças.

Prevenção de Doenças no Inverno

A preparação para o inverno deve começar muito antes do frio chegar. No entanto, a conscientização nesta época é vital. Daniela Castellani, diretora do Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento do Pescado Continental, destaca a importância de prevenir doenças, especialmente a Franciselose, que pode atacar os jovens alevinos de tilápia. Essa bactéria afeta as espécies de maneira severa e pode levar a grandes prejuízos financeiros para os produtores.

Os criadores devem implementar práticas de manejo que não apenas garantam a saúde dos peixes, mas também reduzam a quantidade de estresse provocada por condições ambientais adversas. Realizar a relação entre temperatura e saúde dos peixes é fundamental para um cultivo sustentável e de sucesso.

Manejo de Trutas em Ambientes Frios

Diferente das espécies tropicais, a truta arco-íris prospera em águas frias e oxigenadas. Criada em regiões de altitude, como Campos do Jordão e São Bento do Sapucaí, esta espécie requer condições específicas para se desenvolver adequadamente. O inverno, para essas localidades, oferece o clima ideal, mas o manejo ainda exige grande atenção.

Durante essa estação, as gônadas das trutas se desenvolvem, necessitando de temperaturas em torno de 10ºC, o que é alcançado em algumas regiões do Brasil. O laboratório de reprodução do Núcleo Regional de Pesquisa em Salmonicultura Dr. Ascânio de Faria, do IP, opera rigorosamente durante o inverno para fornecer ovos embrionados para os criadores.

Produção de Ovos e Alevinos

Ao contrário de outros peixes cultivados, onde os ovos eclodem rapidamente, as trutas requerem um período significativo de incubação. Enquanto os ovos de peixes tropicais podem eclodir em um dia, as trutas necessitam de aproximadamente um mês para completar o processo. Para atender a essa demanda, o IP utiliza um sistema eficiente de resfriamento e recirculação de água, garantindo que as condições sejam ideais para o desenvolvimento saudável dos embriões.

Os criadores recebem ovos embrionados que ainda não eclodiram, permitindo que o transporte até suas instalações ocorra sem a necessidade de imersão em água. A umidade é mantida em níveis adequados, assegurando o bem-estar durante o transporte. Em algumas situações, o IP mantém uma parte dos ovos até atingir o estágio de alevinos, facilitando o repasse para pequenos criadores artesanais.

O Inverno e Turismo em Regiões Aqui Cultivadas

A chegada do inverno não apenas marca a necessidade de cuidados especiais no manejo aquícola, mas também traz a temporada de turismo em localidades serranas como Campos do Jordão. Essa é uma ocasião propícia para os criadores de trutas que se beneficiam da visibilidade e da demanda por produtos locais.

Neuza Takahashi, diretora do Núcleo, destaca que o inverno simultaneamente promove a renovação das linhagens de trutas no Brasil e a participação de produtores no mercado turístico. Isso incentiva o fortalecimento da economia local e a valorização do setor aquícola, que se torna cada vez mais importante na pauta agropecuária do Estado.

Considerações Finais

O manejo de espécies aquícolas durante o inverno exige um conjunto de práticas que vão além do simples cuidado cotidiano. Os piscicultores devem estar atentos às particularidades das espécies que cultivam e adaptar seus processos para assegurar a saúde e o bem-estar dos animais. Seguir as orientações do Instituto de Pesca é uma estratégia essencial para evitar perdas e garantir um cultivo exitoso.

Com o inverno se estabelecendo, a atenção e o comprometimento no manejo podem resultar em um ciclo produtivo saudável e sustentável, contribuindo para fortalecer o setor aquícola no Estado de São Paulo. O conhecimento e a implementação de boas práticas são as chaves para um futuro promissor na aquicultura.





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