Grandes produtores mundiais presentes à 11ª. Brasilplast centraram o foco de suas pesquisas recentes em novos desenvolvimentos na área dos poliuretanos. Entre os vários sistemas destacados pela Basf, as poliuréias despertaram grande interesse do público. Facilmente aplicados por spray em revestimentos de estruturas em concreto, madeira, MDF, cimento e metálicas, esses produtos, formados pela reação entre isocianatos e resinas amínicas, ganharam maior proporção de uso no Brasil, principalmente nos últimos três anos, após a companhia ter iniciado sua produção local.
Segundo Fernando França Correia Barbosa, responsável por vendas e aplicações técnicas de sistemas de PU para refrigeração e construção civil, da Basf Poliuretanos, o interesse do mercado brasileiro pelas poliuréias aumenta cada vez mais porque o produto alia muitas qualidades, como alta resistência química a ácidos e bases, alta resistência à abrasão, alta dureza e alta resistência à temperatura, suportando até 175oC.
As poliuréias atendem à produção de pisos industriais, tanques químicos, máquinas e equipamentos, calhas para separação de minérios, decks de embarcações, entre outras aplicações mais severas, de alta exigência quanto à durabilidade.
Com uso difundido há mais de uma década nos Estados Unidos, as poliuréias constituem sistemas preferenciais para o revestimento de caçambas de veículos, como caminhonetes, aplicadas até pelas próprias concessionárias de grandes montadoras. Mas, além das poliuréias, crescem também as vendas de sistemas para a produção de elastômeros da linha Elasturan, sistemas de PU bicomponente (poliol + isocianato) de alto desempenho, aplicados por injeção, com importantes aplicações voltadas ao revestimento de peças e equipamentos na área de mineração, como em peneiras para separação de minérios, calhas, pás, membranas, rolos e tubulações.
Outras vantagens associadas a esses sistemas de PU são possibilitar a cura a frio e conter em sua fórmula o isocianato à base de MDI (metil difenil diisocianato), de manuseio mais fácil e desenvolvido para oferecer alternativa aos sistemas de PU à base de TDI (tolueno difenil diisocianato).
Entre as aplicações de maior crescimento no mercado brasileiro, a Basf também menciona seus poliuretanos termoplásticos, que encontram novos usos em calçados de segurança. Flexibilidade, memória elástica, entre outras propriedades, como alta resistência à abrasão, são alguns dos benefícios nas indústrias calçadistas.
Em amortecedores de calçados esportivos extrudados e soprados, tacos de calçados femininos e solas de chuteiras injetados, esses poliuretanos também estão sendo empregados para compôr componentes criativos e funcionais criados para calçados.
Painéis termoisolantes – Na Bayer, as novidades se concentraram na oferta de sistemas de PU para injeção de painéis termoisolantes para emprego na construção civil e no fechamento de galpões e câmaras frigoríficas. A empresa lançou na Brasilplast painéis decorados e produzidos com os novos sistemas de PU, em espessura de 100 mm.
Expandidos com gases de hidrogênio flúor carbono (HFC 365/227), a produção desses novos sistemas tem por diferencial não afetar as camadas de ozônio.
Segundo o técnico de aplicações da BaySystems Latin America, da Bayer MaterialScience, Paulo Bergantini, as opções em sistemas de PU para o mercado brasileiro têm evoluído bastante graças às exigências européias.
Outra novidade levada à feira foram os sistemas de PU expandido para produção de espumas brancas destinadas à fabricação de pranchas de surfe. Formulado com resistência a UV, em base MDI, o produto também representa grande inovação para esse segmento em virtude da existência no mercado nacional apenas de sistemas à base de TDI.
Borrachas – Destaques da Kraton, as borrachas termoplásticas de SEBS (estireno-etileno-butileno-estireno), para a fabricação de filmes para embalagens de alimentos e de produtos de uso médico-hospitalar, começaram a ser testadas em várias aplicações nos Estados Unidos.
Desenvolvidos para atuar como substitutos do PVC em filmes para alimentos e materiais de uso médico-hospitalar, o interesse por esses elastômeros aumentou consideravelmente após a aprovação do FDA (Food and Drug Administration) e obtenção da certificação para uso em aplicações médicas, segundo classificação da farmacopéia USP, Classe VI.
Segundo Daniel Hamaoui, gerente de vendas para a América Latina da Kraton Polymers do Brasil, unidade do grupo, com fábrica em Paulínia-SP, esses elastômeros apresentam melhor processabilidade tanto em filmes extrudados como soprados, além de oferecer alto grau de resistência, flexibilidade e transparência.
“Ao contrário de outros materiais, não apresentam o menor risco de transferir plastificantes para os produtos contidos nas embalagens”, considerou. Com essas borrachas, podem ser fabricados filmes para embalagens com uma única ou múltiplas camadas. Em misturas a seco com poliolefinas em diferentes proporções, os filmes podem também alcançar diferentes níveis de desempenho. Compostas com polipropileno na proporção de 15%, essas borrachas, conforme comprovaram testes realizados pelo fabricante, dobraram a resistência ao impacto dessa poliolefina.