Exportações de Café Batem Recorde em 2024, com Preços Elevados e sem China no Top 10
O ano de 2024 registrou um marco impressionante na indústria do café brasileiro, com exportações batendo recordes históricos. Tal feito se deu em grande parte aos preços elevados que impulsionaram o setor a novos patamares. O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) revelou números que validam o ano como o mais robusto em termos de venda para o exterior, contrariando tendências estimadas para o mercado.
O Ano Recorde nas Exportações de Café
O sucesso das exportações de café em 2024 se deve a uma combinação de fatores, como preços internacionais elevados e uma produção robusta. O patamar histórico foi alcançado já em novembro, quando as exportações superaram o anterior recorde de 2020. Com os números finais consolidados, o Brasil exportou um total de 50,4 milhões de sacas de 60 kg ao longo de 2024, gerando uma receita cambial de US$ 12,5 bilhões, representando um aumento de 55% em relação ao ano anterior.
Enquanto o café verde, nas variedades robusta e arábica, representou a maioria das exportações, o café industrializado também teve seu impacto. O crescimento de 28,5% nas exportações ilustra a recuperação do mercado de café em relação a 2023, que havia experimentado um declínio nos preços da saca.
Destaques Bimestrais e Perspectivas Futuras
A análise bimestral das exportações ao longo de 2024 mostra que cada período superou a média do ano anterior. Particularmente notável foi o quinto bimestre – setembro e outubro – quando o maior volume de exportações foi realizado, somando 9,7 milhões de sacas e quase US$ 3 bilhões em receita.
O início do ano safra 2024/2025 promete seguir essa tendência positiva. Embora a expectativa seja de um leve declínio na safra de café arábica e uma melhora na robusta, espera-se que os preços elevados continuem beneficiando os produtores. No entanto, as perspectivas de ultrapassar o marco de 2024 são limitadas por potenciais "acidentes climáticos", conforme alerta o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Os Principais Destinos do Café Brasileiro
Os Estados Unidos mantiveram-se como o maior importador, adquirindo 8,13 milhões de sacas, que representam 16,1% de todas as exportações. Isso reflete um aumento significativo de 34% em comparação com 2023. A Alemanha seguiu de perto com 15% de participação. Bélgica, Itália e Japão compõem o restante do top 5, mostrando a força da demanda europeia.
A Europa é, sem dúvida, o principal mercado para o café brasileiro. Ao longo do ano, foram exportadas 23 milhões de sacas para a União Europeia, alcançando impressionantes US$ 5,8 bilhões em receita. A rigorosa exigência europeia por rastreabilidade e padrões ambientais não impediu um crescimento de 46,8% nas importações do continente.
Surpreendente Exclusão da China do Top 10
Curiosamente, a China, que havia figurado proeminentemente nos rankings de importação em 2023, não apareceu entre os 10 principais destinos em 2024. O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, atribui isso a flutuações no volume de compras do gigante asiático. Embora o primeiro semestre tenha mostrado crescimento, a desaceleração na segunda metade do ano impactou sua posição.
O mercado chinês, no entanto, continua a ser uma proposta promissora a longo prazo, com iniciativas como a parceria da Luckin Coffee, que prevê a compra de grande quantidade de café brasileiro nos próximos anos. Esse contrato é um sinal de que, apesar da ausência em 2024, a China poderá voltar a figurar nos rankings futuros.
O Mercado de Cafés Diferenciados
Os cafés diferenciados, que incluem categorias com valor agregado superior, também registraram um recorde em 2024, com 9,1 milhões de sacas exportadas. Os Estados Unidos novamente lideraram as importações dessa categoria, que oferece preços médios 14% maiores. O crescimento nesse segmento sinaliza uma valorização da qualidade e exclusividade do café brasileiro.
Considerações Finais sobre 2024
Tudo indica que 2024 foi um ano excepcional para o café brasileiro, combinando volumes recordes com grande valorização de preços. As projeções para 2025 são cautelosamente otimistas, tendo em vista os desafios climáticos e de produção. O crescimento contínuo nas exportações, especialmente para mercados sofisticados e exigentes, reflete o reconhecimento internacional da qualidade do café brasileiro.
Enquanto a China permanece um ponto de interrogação, outros mercados continuam a aumentar, o que é um indício positivo para a sustentabilidade futura das exportações. O sucesso de 2024 não apenas sustenta o status do Brasil como um líder mundial no setor cafeeiro, como também pavimenta o caminho para inovações e novas oportunidades na indústria do café.
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