Faesc avalia plano Safra 2024-2025

Faesc avalia plano Safra 2024-2025











FAESC Avalia Plano Safra 2024-2025

FAESC Avalia Plano Safra 2024-2025

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), José Zeferino Pedrozo, avaliou que o plano safra 2024-2025 para a agricultura empresarial brasileira, anunciado ontem à tarde pelo Governo Federal, registra avanços embora não tenham sido atendidas todas as reivindicações.

O dirigente destacou a boa interlocução do setor com o ministro Carlos Fávaro e a equipe técnica do Ministério da Agricultura. O presidente da Faesc lembrou que a agricultura brasileira precisa de R$ 1 trilhão por ano e o plano safra responde por 40% dessa necessidade, mas é importante para o pequeno e o médio produtor – que tem dificuldade de ir ao mercado – para as linhas básicas de financiamento do Pronaf e do Pronampe.

Os recursos totais anunciados de R$ 476 bilhões – R$ 76 bilhões para agricultura familiar e R$ 400 bilhões para agricultura empresarial – cresceram, mas estão abaixo do que a CNA reivindicou, que eram R$ 570 bilhões de volume total de recursos. Nesse caso, o desembolso do Tesouro Nacional com equalização de juros seria de R$ 21 bilhões.

“É importante deixar claro que esses R$ 470 bilhões não serão desembolso efetivo do Tesouro Nacional, mas apenas os R$ 16,7 bilhões anunciados para equalizar as taxas de juros, maior parte destinados para a agricultura familiar”, observou Pedrozo.

Seguro Rural: Um Pilar Necessário

Uma das maiores demandas do setor é o aumento de recursos para subsidiar o prêmio do seguro rural. Hoje há apenas R$ 1 bilhão para essa finalidade, enquanto a real necessidade é de R$ 3 bilhões para este ano e de R$ 4 bilhões para 2025. A Faesc defende que é preciso apoiar a cultura do seguro rural, especialmente depois de dois anos de La Niña e um ano de El Niño, para estimular os produtores, mesmo em época de preços não-atraentes dos produtos agropecuários.

O seguro rural deveria ser uma importante política pública tendo em vista a segurança alimentar do País, mas não ganhou prioridade. Além disso, a área segurada caiu drasticamente de 14 milhões de hectares em 2021 para 6 milhões em 2023. Esse declínio ocorreu por diversos fatores, incluindo o alto custo do seguro e a dificuldade que os produtores enfrentam para contratá-lo.

Impactos do Câmbio no Custo da Produção

O aumento do câmbio é outra preocupação da Faesc, porque a alta do dólar vai encarecer os fertilizantes (boa parte importado) e outros insumos da agricultura em pelo menos 20%, como já sinaliza o mercado. Isso é péssimo especialmente num momento em que o achatamento dos preços das commodities reduziu em 25% a 35% a margem dos produtores que estão descapitalizados.

Essa situação desafia ainda mais os produtores brasileiros, que precisam de um apoio governamental significativo para continuar suas operações e melhorar suas colheitas. Sem uma intervenção sólida, muitos podem não ser capazes de sustentar suas atividades no longo prazo.

A importância dos Recursos para Agricultura Familiar

Dentro do montante destinado ao plano safra, R$ 76 bilhões foram canalizados para a agricultura familiar. A Faesc reconhece a importância deste segmento, pois são pequenos e médios produtores que muitas vezes sustentam a produção de alimentos básicos no Brasil. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) é essencial para garantir crédito e condições mais favoráveis para esses agricultores.

No entanto, mesmo com esse aumento, a quantia ainda é insuficiente para atender a todas as demandas e necessidades de financiamento. A Faesc acredita que é essencial continuar pressionando por mais investimentos e incentivos que ajudem a manter e melhorar a produtividade da agricultura familiar.

Pronampe: Apoio ao Micro e Pequeno Empreendedor Rural

Além do Pronaf, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte) também desempenha um papel crucial no apoio aos pequenos empresários rurais. Esses programas são a espinha dorsal da economia rural e precisam de mais recursos e facilidades de acesso.

Com mais investimento, os pequenos produtores rurais podem modernizar suas práticas agrícolas, adquirir novos equipamentos e melhorar a eficiência de suas operações, contribuindo para o fortalecimento da economia agrícola brasileira como um todo.

A Visão Crítica da Faesc sobre o Desembolso Efetivo

José Zeferino Pedrozo fez questão de enfatizar que dos R$ 476 bilhões anunciados, nem todo esse valor será desembolsado efectivamente pelo Tesouro Nacional. Apenas R$ 16,7 bilhões serão usados para equalizar as taxas de juros, principalmente destinadas à agricultura familiar.

Essa alocação levanta questões sobre a real eficácia do plano safra em atender a todas as necessidades do setor agrícola. Sem um volume maior de desembolso efetivo, muitas reivindicações e demandas dos produtores podem continuar sem resposta adequada, comprometendo, assim, o desenvolvimento do setor.

Desafios e Oportunidades no Horizonte

O plano safra 2024-2025, embora apresente avanços, ainda enfrenta muitos desafios. Questões como a alta do câmbio, a insuficiência de recursos para o seguro rural e a necessidade de maior desembolso efetivo são pontos que precisam de atenção urgente.

No entanto, as oportunidades também são grandes. Melhor comunicação entre o setor e o governo, utilização estratégica dos recursos disponíveis e incentivo à adoção de tecnologias mais modernas podem fazer uma enorme diferença na produtividade e sustentabilidade da agricultura brasileira.

Apoiando a Cultura do Seguro Rural

A cultura do seguro rural ainda é pouco difundida no Brasil. A Faesc argumenta que é fundamental apoiar e disseminar essa prática, especialmente após eventos climáticos adversos como La Niña e El Niño. O seguro rural oferece uma rede de segurança crucial, garantindo que os produtores possam continuar suas operações mesmo em tempos de dificuldades.

Para isso, é necessário aumentar os subsídios e facilitar o acesso dos produtores aos programas de seguro rural. Isso não só protegerá a produção agrícola, mas também contribuirá para a segurança alimentar do país.

O Papel da Tecnologia na Agricultura

Investir em tecnologia é outro ponto vital para o futuro da agricultura brasileira. A adoção de tecnologias modernas pode aumentar a eficiência, reduzir custos e melhorar a gestão das propriedades rurais. Desde drones para monitoramento de lavouras até sistemas de irrigação mais eficientes, a tecnologia tem o potencial de revolucionar o setor.

Com o apoio do governo e programas como o plano safra, os produtores podem ter acesso a essas inovações e, assim, melhorar significativamente sua produtividade e sustentabilidade.

Conclusão: A Caminho de uma Agricultura Sustentável

A avaliação da Faesc sobre o plano safra 2024-2025 mostra que, apesar dos avanços, ainda há muita estrada para percorrer. A agricultura brasileira precisa de mais recursos, melhor distribuição e políticas públicas eficazes que realmente atendam às demandas dos produtores.

O caminho para uma agricultura mais sustentável e produtiva passa pela modernização, pela consulta constante ao setor e pelo apoio contínuo do governo. Com esses passos, o Brasil pode garantir não só a segurança alimentar, mas também a competitividade no mercado global.

Confira vídeo do presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo: https://we.tl/t-ItrD2ofbXX