Em 21 de setembro de 2006, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) determinou a suspensão das atividades do Frigorífico Municipal de Passos (Frigom), no Sudoeste de Minas. A medida foi tomada após sucessivas autuações por descumprimento de exigências relacionadas ao tratamento de efluentes líquidos, resíduos sólidos e gases gerados no abate de animais. A ação contou com apoio da Polícia Militar Ambiental e atendeu a um pedido já antigo do Ministério Público Estadual, que cobrava a implantação de uma estação de tratamento capaz de dar destino adequado aos dejetos.
Segundo a decisão comunicada à época, os pontos de entrada e saída da produção seriam lacrados ao meio-dia de sábado, 23 de setembro de 2006. O intervalo de 48 horas entre a notificação e o lacre foi planejado para permitir o abate dos animais que já estavam nos currais e a entrega das carnes já programadas, evitando perda de matéria-prima e prejuízos imediatos às equipes e aos fornecedores. Caso a suspensão fosse mantida, a cooperativa que administrava a planta naquele momento deixaria de processar, em média, 450 bovinos e 780 suínos por semana.
A Coperpassos, cooperativa que assumira a gestão dias antes da fiscalização, afirmou que desconhecia detalhes dos prazos e disse que a escritura de transferência havia sido formalizada na semana anterior à operação. Ao mesmo tempo, admitiu que havia a obrigação de tratar os dejetos e sustentou que a obra estava prevista em um projeto de expansão estimado em R$ 10 milhões, com intenção de habilitar o frigorífico para exportações e gerar mais de 500 postos diretos. Os advogados anunciaram que buscariam liminar na Justiça para manter a linha de abate operando até a conclusão das obras de adequação.
A Prefeitura de Passos, por sua vez, declarou que a doação do Frigom para a cooperativa já previa de forma explícita a observância das normas do setor e das regras sanitárias. O Executivo municipal informou que o prazo para implantação do sistema de tratamento havia vencido em abril de 2005, portanto antes da transferência da gestão, e que o descumprimento trouxe riscos de contaminação do solo e da água. Em meio a versões distintas, prevaleceu a decisão técnica da Feam pelo fechamento temporário até que fosse apresentada e validada uma solução integral para os dejetos e emissões do processo de abate.
O episódio mobilizou produtores, trabalhadores e empresas de transporte que dependiam do volume abatido semanalmente. Frigoríficos de cidades próximas chegaram a ser cogitados para absorver parte da demanda, mas a logística de transporte de animais vivos e carcaças, somada às regras sanitárias de inspeção, tornaria a transição complexa. O caso expôs um ponto sensível do setor: a necessidade de que a expansão da capacidade produtiva caminhe em paralelo à infraestrutura de controle de efluentes e emissões.
Na prática, a suspensão funcionou como um marco de cobrança. A Feam sinalizou que os ciclos de notificação e advertência tinham se esgotado e que, sem a obra implantada e validada, não haveria nova prorrogação. O Ministério Público, que fazia essa exigência há anos, reforçou o entendimento de que a implantação de uma estação de tratamento não era acessória, mas parte do núcleo mínimo de segurança operacional de um abatedouro. O resultado foi um rearranjo forçado de prioridades: antes de ampliar linhas e atender novas praças, era preciso resolver a destinação de efluentes, de lodos e de gases.
A decisão de 2006 também reflete a evolução do arcabouço regulatório e do rigor de fiscalização no setor de proteína animal. Naquele momento, frigoríficos de diferentes portes já eram cobrados a adotar sistemas de tratamento dimensionados ao volume abatido, com monitoramento de carga orgânica, separação de sólidos e controle de odores. Em Passos, o debate público ganhou espaço, com impacto direto na rotina de trabalhadores e nos contratos com fornecedores, e abriu discussões sobre projetos de modernização, linhas de crédito e cronogramas factíveis de adequação.
Funcionários do Frigom fazem limpeza no local após operação realizada pela Feam com apoio da Polícia Militar Ambiental (Arquivo)
O que motivou a suspensão
O ponto central da medida foi a ausência de um sistema de tratamento capaz de receber e processar os efluentes líquidos, os resíduos sólidos e os gases gerados no abate. Em linhas gerais, o processo envolve lavagem de currais e plataformas, sangria, escaldagem, depilação ou depenagem, e etapas de desossa. Todas despejam carga orgânica alta na água, além de gordura e material particulado. Sem uma estação de tratamento operante, a água residual sai com parâmetros muito acima do tolerado e pode transportar microrganismos, nutrientes e compostos que desequilibram cursos d’água e poços próximos.
A Feam informou, à época, que as tratativas com a administração local vinham de longa data e que houve tentativa de conciliar prazos. O Ministério Público, por sua vez, formalizou a cobrança pela implantação da obra e pela operação contínua dos equipamentos necessários, como gradeamento, caixas de gordura, flotadores, reatores, leitos de secagem e queimadores de gases. O entendimento técnico é claro: sem essa infraestrutura, o abatedouro não fecha o ciclo de destinação de seus dejetos e coloca a operação sob risco de interdição.
Naquele contexto, a cooperativa que havia assumido o comando do Frigom reconheceu a necessidade do sistema, mas alegou que ele estava inserido em um plano mais amplo, com investimento estimado em R$ 10 milhões e horizonte de abertura de mercados externos. A Feam ponderou que o tratamento é uma condição de funcionamento — não uma etapa acessória de um projeto de expansão — e, por isso, não poderia aguardar a conclusão de um pacote maior de obras para ser implementado.
Outro fator mencionado foi o controle de gases e odores, tema sensível em plantas urbanas ou próximas a áreas residenciais. Em abatedouros, a degradação de matéria orgânica em caixas e dutos gera compostos voláteis que exigem sistemas de captação, lavagem ou queima controlada. Sem esse arranjo, os incômodos extrapolam os limites da unidade e afetam o entorno, o que agrava a situação diante de vizinhos, de órgãos locais e do próprio Ministério Público.
Como foi a operação da Feam em Passos
A operação ocorreu com o suporte da Polícia Militar Ambiental, que acompanhou as vistorias e o cumprimento das ordens administrativas. Técnicos avaliaram estruturas, checaram documentações e coletaram informações sobre fluxos de água e descarte de resíduos, além de inspecionar pontos de lançamento. O relatório embasou a decisão de lacrar as entradas e saídas de produção no sábado, 23 de setembro de 2006, ao meio-dia, dando à administração um intervalo reduzido para organizar entregas e evitar o perecimento de animais já recebidos.
A janela de dois dias foi estabelecida para proteger cadeias curtas de fornecimento e permitir a destinação adequada dos lotes em processamento, algo crucial em linhas contínuas como a de abate. O frigorífico manteve, nesse período, apenas as rotinas necessárias para concluir o que já estava na linha. Ao fim do prazo, os lacres impediram novas entradas. A partir dali, qualquer movimentação de insumos ou de carcaças exigiria autorização expressa, sob pena de novas autuações e sanções mais severas.
O desenho da operação também levou em conta o fluxo de transporte de animais vivos. Retornar lotes à origem pode causar cancelamentos, custos adicionais e perdas por estresse. Ao planejar o lacre com aviso prévio, a Feam buscou reduzir esse impacto imediato. Ainda assim, produtores e transportadores precisariam reorganizar agendas e redirecionar animais para outras plantas da região caso a suspensão se estendesse por semanas.
Para a cidade, o efeito prático da interdição foi imediato: redução do giro de caminhões, queda no consumo de insumos associados ao abate e incerteza entre trabalhadores sobre as próximas folhas de pagamento. As equipes jurídicas da cooperativa anunciaram que tentariam liminar a tempo de manter o fluxo em operação, mas a continuidade dependeria da avaliação do Judiciário sobre a urgência dos ajustes e a segurança mínima do processo de destinação de dejetos.
Posições e argumentos dos envolvidos
A Feam sustentou que o histórico de cobranças e a reincidência no descumprimento das exigências justificavam a suspensão temporária. Para o órgão, o tratamento de efluentes e gases integra o núcleo de segurança de abatedouros e não poderia ser postergado para outra fase do projeto. O Ministério Público, que havia provocado a autuação, reforçou a necessidade de mecanismos permanentes e operacionalmente confiáveis de controle, com monitoramento de parâmetros e registro de manutenção.
A Coperpassos, recém-chegada à gestão do Frigom, alegou que não tinha pleno conhecimento dos prazos vencidos e que pretendia executar as obras no bojo de um investimento mais amplo, calculado em R$ 10 milhões. A cooperativa disse que entregara um plano ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para qualificação do frigorífico com vistas à exportação e que a parada poderia comprometer metas de emprego — com a promessa de mais de 500 vagas diretas quando a expansão fosse concluída. Do ponto de vista jurídico, a estratégia era obter uma liminar que garantisse a continuidade das operações enquanto o novo sistema de tratamento fosse instalado.
A Prefeitura de Passos apresentou versão diferente. Informou que a lei municipal que autorizou a doação do Frigom à cooperativa incluiu cláusulas orientadas ao cumprimento das regras técnicas e sanitárias e que o prazo para a implantação do tratamento havia expirado em abril de 2005 — mais de um ano antes da operação. Para o Executivo, portanto, não cabia atribuir à transferência de gestão a responsabilidade por obrigações que já estavam vencidas e descritas nos instrumentos legais da doação.
Entre esses pontos de vista, formou-se um impasse: de um lado, a necessidade de resolver imediatamente a destinação de efluentes e emissões; de outro, o argumento de que havia um plano de obras em preparação, com potencial de ampliar a capacidade econômica do frigorífico e de atrair novos mercados. A decisão de suspender as atividades até o atendimento dos requisitos técnicos buscou compatibilizar esses interesses com a exigência de que o sistema de tratamento estivesse instalado e validado antes de qualquer retomada plena.
Impactos sobre produção, empregos e abastecimento
A dimensão mais imediata da suspensão recaiu sobre a capacidade de abate. Sem autorização para novas entradas após o prazo, a cooperativa deixaria de processar, em média, 450 bovinos e 780 suínos por semana. Para uma cadeia que trabalha com escalas diárias e contratos just-in-time, uma interrupção dessa magnitude tende a reverberar em diferentes elos: produtores com animais prontos, transportadores com rotas programadas, distribuidores com encomendas assinadas e açougues e mercados que dependem do fornecimento regular.
No curto prazo, parte da demanda poderia migrar para plantas de municípios vizinhos, desde que houvesse capacidade ociosa e possibilidade de atendimento imediato. Essa alternativa, contudo, costuma elevar custos logísticos, especialmente no transporte de animais vivos, que exige manejo cuidadoso para evitar perdas de peso e estresse. A outra parte da equação envolve o preço: pressões de oferta em determinadas semanas podem afetar negociações locais, principalmente em cortes populares, enquanto redes com estrutura própria de abastecimento conseguem amortecer variações com estoques e contratos de maior alcance.
Para os trabalhadores, a incerteza sobre a duração da suspensão fica no centro da preocupação. Linhas de abate, desossa e expedição demandam equipes numerosas e treinadas. Ao mesmo tempo, a retomada após parada exige testes, limpeza profunda e validação dos equipamentos. Sem um cronograma claro de implantação da estação de tratamento, a cooperativa ficaria entre duas frentes: preservar a mão de obra para o retorno e evitar aumento de custos fixos durante a paralisação. O anúncio do projeto de R$ 10 milhões, com promessa de mais de 500 empregos diretos, dependia justamente de uma base técnica que garantisse a operação contínua.
Do ponto de vista do produtor rural, a paralisação adiciona variáveis a uma conta já apertada. Animais prontos para o abate acumulam custos diários com alimentação e manejo, e o escalonamento de lotes nem sempre permite redirecionamento rápido para outras plantas. No caso de suínos, a janela de peso comercial é mais estreita, o que aumenta a pressão por realocação célere. Esse cenário levou associações locais a buscarem saídas temporárias, como reprogramar dias de coleta ou fechar acordos de contingência com frigoríficos de cidades próximas.
O que a regra exige de um frigorífico: pontos técnicos essenciais
Frigoríficos trabalham com grande volume de água e material orgânico. Por isso, antes de ampliar turnos ou buscar novos mercados, é indispensável que o projeto inclua um sistema dimensionado ao pico de produção, com redundâncias e manutenção preventiva. Na prática, isso significa equacionar desde o primeiro dia a coleta, a separação e o tratamento das correntes de efluentes, além do manejo de resíduos sólidos e do controle de odores e emissões gasosas. São investimentos que costumam representar fatia relevante do custo da planta e que precisam estar previstos no fluxo de caixa.
Em termos técnicos, há um roteiro básico de referência. Primeiro, separar na origem o que é água com carga orgânica daquilo que é sólido ou gordura. Depois, remover partículas e gordura por gradeamento e caixas separadoras. Em seguida, promover processos físico-químicos e biológicos que reduzam DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e DQO (demanda química de oxigênio) a níveis compatíveis com a licença. Por fim, tratar lodos gerados e controlar emissões de gases por meio de queima, lavagem de gases ou biofiltragem, conforme as especificidades do projeto. O atendimento consistente a essas etapas dá previsibilidade à operação e reduz o risco de interrupções.
- Coleta segregada: dimensionar redes internas para conduzir, separadamente, águas de lavagem, efluentes de processos e águas pluviais.
- Pré-tratamento: instalar grades, peneiras e caixas de gordura para remover sólidos e óleos, reduzindo carga antes das etapas seguintes.
- Tratamento físico-químico: aplicar coagulação e floculação quando indicado, com ajustes de pH e uso de polímeros sob controle técnico.
- Tratamento biológico: empregar reatores anaeróbios e/ou aeróbios, como UASB e lodos ativados, observando tempo de detenção e recirculação de lodo.
- Pós-tratamento: polimento final por flotação por ar dissolvido (DAF), filtração ou wetlands construídos, quando compatíveis com o projeto.
- Manejo de lodos: desaguamento em leitos, centrífugas ou filtros prensa e destinação segundo a licença, com laudos periódicos.
- Controle de odores e gases: captação, lavagem ou queima de correntes ricas em compostos voláteis, com sistemas de monitoramento e manutenção.
- Plano de contingência: protocolos para panes elétricas, falhas de bombeamento e emergências, incluindo by-pass seguro e comunicação imediata aos órgãos.
- Registro e monitoramento: planilhas ou sistemas que reúnam análises de DBO, DQO, SST, óleos e graxas, vazões e eventos de manutenção.
- Treinamento e rotinas: capacitar operadores, definir checklists diários e auditorias internas mensais, com metas e responsáveis.
Um ponto crítico é o dimensionamento. Plantas que crescem rápido sem readequar a estação de tratamento costumam enfrentar gargalos: transbordamentos, mau funcionamento de flotadores, acúmulo de lodo e odores. É comum que a solução passe por módulos adicionais, aumento de aeração e revisão do sistema de recirculação. Outro aspecto é a automação: medidores de vazão, sensores de pH e oxigênio dissolvido, além de alarmes de nível, ajudam a antecipar problemas e evitam paradas custosas.
Para plantas municipais ou administradas por cooperativas, linhas de financiamento podem ser decisivas. Projetos que envolvem reatores, sopradores, painéis, tanques e obras civis demandam cronograma e contrapartidas. Um bom estudo preliminar — que inclua alternativas de processo, orçamentos comparativos e análises de custo de operação — reduz o risco de retrabalhos. O essencial, como mostrou o caso de Passos, é que o sistema esteja instalado e em operação regular antes da expansão do abate ou da busca por novas certificações.
Perguntas e respostas sobre o caso de 2006
O que levou à interdição? A ausência de um sistema completo e funcional de tratamento de efluentes, de manejo de resíduos e de controle de gases. As exigências eram conhecidas e cobradas havia anos pelo Ministério Público, e a Feam entendeu que não havia mais espaço para prorrogações sem a obra pronta.
Por que a Feam deu prazo até 23 de setembro de 2006 ao meio-dia? Para permitir o abate de animais já recebidos e a entrega de cargas em andamento, reduzindo perdas. O lacre posterior impediu novas entradas, conforme rotina de fiscalização em situações semelhantes.
A cooperativa poderia operar enquanto a obra era feita? A estratégia jurídica foi pedir uma liminar. Porém, sem decisão judicial favorável, prevalece a ordem administrativa: sem estação de tratamento instalada e validada, a operação fica suspensa até nova avaliação.
Quantos animais eram abatidos em média? Cerca de 450 bovinos e 780 suínos por semana. A interrupção, portanto, afetaria a oferta regional e exigiria redirecionamento de lotes para outras plantas, quando disponível.
O que a Prefeitura de Passos apontou? Que a doação do Frigom para a cooperativa previa observância das regras técnicas e sanitárias e que o prazo para implantar o tratamento vencera em abril de 2005, portanto antes da transferência da gestão do frigorífico.
Qual era o plano da cooperativa? Executar um projeto de R$ 10 milhões, com meta de habilitar o frigorífico para exportar e gerar mais de 500 empregos diretos. O impasse surgiu porque o tratamento de efluentes é condição de funcionamento e não poderia ser adiado até a conclusão do pacote de expansão.
Efemérides de 21 de setembro
Além do caso que marcou Passos em 2006, o 21 de setembro reúne episódios de diferentes épocas e áreas. Na história mundial, a data registra incêndios, estreias no cinema, marcos na aviação e decisões políticas que redirecionaram fronteiras e alianças. Em comum, a presença de acontecimentos que ajudam a ler o século XIX, o século XX e o início do século XXI sob perspectivas distintas, do campo cultural à geopolítica.
No Brasil, o 21 de setembro traz lembranças do início da televisão fora das capitais com a inauguração de emissoras no interior, o que ampliou o alcance de notícias e entretenimento. No plano simbólico, o calendário também reserva a data para homenagens e campanhas que tratam de saúde, convivência e memória, com agendas em escolas, praças e universidades.
Outros eventos históricos do dia
Em 1776, logo após a ocupação britânica, parte de Nova York pegou fogo, episódio que alimentou debates sobre autoria e estratégias de controle da cidade durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos. O incidente impactou moradias e depósitos, agravando a crise urbana que se instalou nas semanas seguintes e moldando a reconstrução de áreas estratégicas.
O cinema brasileiro marca presença em 1915, com a estreia no Rio de Janeiro da primeira versão, muda e em preto e branco, de A Moreninha, baseada no romance de Joaquim Manuel de Macedo. Mais tarde, a obra ganharia novas versões e adaptações, consolidando-se como um dos títulos frequentemente revisitados por cineastas e dramaturgos interessados em narrativas românticas do século XIX.
Em 1934, um grande tufão atingiu o oeste de Honshū, no Japão, deixando milhares de mortos e um rastro de destruição em portos e ferrovias. O evento também acelerou, nos anos seguintes, discussões sobre padrões de construção e sistemas de alerta, em uma época em que medições e previsões ainda eram menos precisas que as atuais.
A aviação entra em cena com dois marcos. Em 1942, o Boeing B-29 Superfortress realizou o primeiro voo, inaugurando uma geração de bombardeiros de longo alcance que influenciaria decisões estratégicas no fim da Segunda Guerra. Em 1964, foi a vez do North American XB-70 Valkyrie, protótipo supersônico, decolar em seu voo inaugural, atraindo atenção por velocidade e desenho avançado para a época.
Ainda na década de 1960, o Brasil registrou a inauguração, em 1963, da TV Coroados, considerada a primeira emissora de televisão do interior do país. A novidade diminuiu distâncias entre capitais e cidades médias, dando palco a produtores locais e fomentando uma indústria regional que, nos anos seguintes, ajudaria a formar profissionais e públicos.
A agenda internacional do pós-guerra também trouxe mudanças no mapa político. Em 1965, Singapura, Gâmbia e Ilhas Maldivas passaram a integrar as Nações Unidas, ampliando a representatividade da organização. Em 1981, Belize conquistou independência do Reino Unido, reforçando a onda de descolonização que marcou a segunda metade do século XX. Em 1991, com a dissolução da União Soviética, a Armênia declarou independência, em linha com transformações que redesenharam a Europa Oriental e o Cáucaso.
Na exploração espacial, 1974 registrou a segunda passagem da sonda Mariner 10 por Mercúrio, ampliando o acervo de imagens e dados do planeta mais próximo do Sol e abrindo caminho para missões posteriores. Em 2003, a sonda Galileo foi direcionada a uma reentrada controlada na atmosfera de Júpiter, encerrando uma trajetória que rendeu descobertas relevantes sobre o sistema joviano e suas luas.
- 1776: Incêndio em Nova York após a ocupação britânica.
- 1915: Estreia no Rio de Janeiro da versão muda de A Moreninha.
- 1934: Tufão atinge o oeste de Honshū, no Japão.
- 1942: Primeiro voo do Boeing B-29 Superfortress.
- 1963: Inauguração da TV Coroados, primeira do interior do Brasil.
- 1964: Voo inaugural do North American XB-70 Valkyrie.
- 1965: Singapura, Gâmbia e Maldivas ingressam na ONU.
- 1974: Segunda passagem da Mariner 10 por Mercúrio.
- 1981: Independência de Belize.
- 1991: Independência da Armênia.
- 2003: Galileo é direcionada para a atmosfera de Júpiter.
Datas comemorativas
O dia 21 de setembro reúne lembranças e campanhas com forte presença em escolas, comunidades e serviços de saúde. A lista inclui ações de conscientização sobre doenças que afetam milhões de famílias, celebrações ligadas ao campo e iniciativas voltadas ao convívio em sociedade. São agendas que costumam mobilizar atividades didáticas, rodas de conversa e eventos culturais ao longo de toda a semana.
Entre as celebrações destacam-se o Dia da Árvore, o Dia do Adolescente, o Dia do Fazendeiro, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, o Dia Internacional da Paz, o Dia Mundial da Doença de Alzheimer e o Dia Mundial da Gratidão. No calendário religioso, o 21 de setembro está associado a Santa Efigênia, São Mateus apóstolo e evangelista, São Jonas, São Alexandre, São Isácio e Santa Maura de Troyes — celebrações que variam conforme tradições e comunidades.
- Dia da Árvore.
- Dia do Adolescente.
- Dia do Fazendeiro.
- Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
- Dia Internacional da Paz.
- Dia Mundial da Doença de Alzheimer.
- Dia Mundial da Gratidão.
- Dia de Santa Efigênia.
- Dia de São Mateus apóstolo e evangelista.
- Dia de São Jonas.
- Dia de São Alexandre.
- Dia de São Isácio.
- Dia de Santa Maura de Troyes.
Música do dia
No campo cultural, a efeméride vem acompanhada por uma trilha que dialoga com o universo rural e urbano. O grupo Boca Livre interpreta “Fazenda”, de Nelson Angelo, canção que ganhou diferentes leituras desde o lançamento e ocupa lugar especial em programações que celebram o 21 de setembro. A escolha destaca a força de melodias e arranjos que atravessam décadas, aproximando públicos diversos.
A canção costuma aparecer em listas temáticas e apresentações ao vivo neste período do ano. Em arranjos vocais característicos do Boca Livre, o tema ganha novos contornos e reforça a ligação afetiva de muita gente com o interior, em um repertório que conecta memória, trabalho no campo e cotidiano das cidades.