Mulheres da suinocultura da Capal visitam frigorífico da Aurora

Mulheres da suinocultura da Capal visitam frigorífico da Aurora
Mulheres da suinocultura da Capal visitam frigorífico da Aurora

Quarenta mulheres, entre suinocultoras e colaboradoras, das cooperativas agroindustriais Capal, Frísia e Castrolanda, participaram de uma visita técnica de grande impacto ao frigorífico FACH1, pertencente à Aurora Coop. A unidade, reconhecida por ser a maior da América Latina em capacidade de processamento, foi o palco de uma imersão na cadeia produtiva, com foco no sistema de gestão e na valorização da atuação feminina no agronegócio. A iniciativa, que ocorreu neste mês de outubro, buscou proporcionar um aprendizado aprofundado sobre a logística industrial e os modelos de sucesso adotados no setor suinícola.

Visita técnica imerge suinocultoras na logística de frigorífico referência

A programação da visita foi desenhada para oferecer uma visão completa da jornada da proteína suína, desde a criação na granja até o processamento final na indústria. O grupo de 40 mulheres dos Campos Gerais, região com forte tradição no cooperativismo agropecuário, teve acesso à estrutura industrial complexa do frigorífico FACH1, uma instalação crucial para o abastecimento dos mercados interno e externo. Este tipo de imersão técnica é fundamental para que as produtoras rurais e as profissionais que atuam em áreas de suporte compreendam as exigências de qualidade e os desafios logísticos envolvidos na etapa de industrialização, que agrega valor significativo ao produto final.

Além do conhecimento da planta industrial, as participantes também visitaram uma propriedade rural que integra o sistema de terminação da Aurora. Esta etapa permitiu que o grupo pudesse fazer uma conexão direta entre as práticas de manejo e biosseguridade adotadas no campo e as rigorosas normas sanitárias e de qualidade exigidas pela indústria processadora. O entendimento aprofundado desses elos da cadeia produtiva é visto como um diferencial competitivo, capacitando as cooperadas a otimizarem suas próprias operações e a aplicarem as melhores práticas de gestão observadas, o que contribui diretamente para a padronização e excelência da produção na região. O apoio institucional da Aurora e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) foi crucial para a organização e execução desta agenda de capacitação.

Protagonismo feminino e a força do sistema cooperativo no agronegócio

O principal objetivo da iniciativa foi fortalecer o papel da mulher no desenvolvimento do setor suinícola e valorizar seu protagonismo em diferentes frentes de atuação, desde a gestão da propriedade rural até as funções de suporte dentro das cooperativas. A suinocultura, historicamente dominada por homens, tem visto um crescimento notável na participação feminina, que tem trazido uma nova perspectiva de gestão, mais atenta a detalhes de qualidade, bem-estar animal e eficiência administrativa. O encontro das cooperadas da Capal, Frísia e Castrolanda no ambiente da Aurora Coop reforçou o conceito de intercooperação, mostrando que a união de forças e o compartilhamento de conhecimento técnico entre diferentes entidades potencializa o crescimento de todo o sistema agroindustrial dos Campos Gerais.

Stella Tavares, que integra a equipe de Pecuária – Suínos da Capal, sublinhou a relevância da jornada, classificando-a como uma experiência transformadora. Segundo a especialista, o evento proporcionou uma valiosa troca de experiências, onde desafios e conquistas foram abertamente compartilhados. A narrativa de histórias de sucesso de produtoras que venceram obstáculos e alcançaram um alto grau de eficiência e gestão serviu como fonte de inspiração, estimulando o sentimento de resiliência e acolhimento que caracteriza a filosofia cooperativista. Essa rede de apoio mútuo é um pilar para o enfrentamento das complexidades do mercado e da gestão rural, validando a importância de eventos focados na capacitação e integração feminina.

O ciclo produtivo da suinocultura: Da engorda à industrialização

A compreensão integral do ciclo produtivo é um fator crítico de sucesso na suinocultura. O grupo pôde acompanhar de perto o processo que se inicia nas propriedades de terminação, onde a qualidade da alimentação, o manejo sanitário e as condições de bem-estar animal são determinantes para o rendimento da carcaça e a qualidade final da carne. A visita à propriedade rural demonstrou a aplicação de protocolos rigorosos de biosseguridade, essenciais para evitar doenças e garantir a sustentabilidade da produção em larga escala, um modelo que é replicado por cooperados em toda a área de atuação da Aurora. Tais protocolos envolvem desde o controle de acesso de pessoas e veículos até a gestão de resíduos e o monitoramento constante da saúde dos animais.

Na sequência, o foco mudou para a unidade industrial FACH1, onde a eficiência e a tecnologia são maximizadas para o abate e processamento. O frigorífico utiliza maquinário de alta precisão e sistemas automatizados que garantem a velocidade e a higiene exigidas pelas agências reguladoras internacionais. As suinocultoras e colaboradoras observaram as etapas de corte, embalagem e expedição, entendendo como o rigor industrial transforma a matéria-prima em produtos de valor agregado, prontos para serem distribuídos. Essa visão da ponta da cadeia é crucial para reforçar, no produtor, a responsabilidade sobre a qualidade inicial da matéria-prima, pois qualquer falha no campo pode comprometer todo o esforço de industrialização e a imagem de marca do produto final. A complexidade de um frigorífico desse porte exige uma coordenação logística que envolve centenas de produtores e um fluxo constante de insumos e produtos.

Mulheres da suinocultura da Capal visitam frigorífico da Aurora
Mulheres da suinocultura da Capal visitam frigorífico da Aurora

Apoio estratégico: Aurora e Sebrae na capacitação do agronegócio

A realização da visita técnica dependeu da parceria e do apoio estratégico de duas instituições de peso no cenário nacional: a Aurora Coop e o Sebrae. A Aurora, como uma das maiores cooperativas de alimentos do Brasil, tem um interesse direto na capacitação de seus produtores, pois a performance da indústria está intrinsecamente ligada à qualidade e regularidade da produção em suas cooperativas filiadas, como Capal, Frísia e Castrolanda. Ao abrir suas portas, a cooperativa demonstra um compromisso com a transparência e a transferência de conhecimento, elementos essenciais para a integração e a verticalização da cadeia produtiva, garantindo que as decisões tomadas no campo estejam alinhadas com as necessidades do mercado e da indústria. Este modelo de integração vertical é um dos pilares para a estabilidade e o crescimento do agronegócio cooperativo.

O Sebrae, por sua vez, atua como um agente de desenvolvimento, fornecendo suporte em gestão, empreendedorismo e inovação para pequenos e médios produtores rurais. No contexto desta visita, o Sebrae auxiliou na estruturação da jornada de aprendizado, garantindo que o conteúdo técnico fosse abordado de forma didática e aplicável à realidade das produtoras. O foco em histórias de sucesso é uma ferramenta metodológica do Sebrae para inspirar e demonstrar que a excelência na gestão é atingível, independentemente do porte da propriedade. A capacitação em gestão é frequentemente identificada como uma das maiores necessidades do produtor rural, e a parceria entre as cooperativas e o Sebrae visa preencher essa lacuna, transformando produtoras em gestoras rurais com visão de mercado e capacidade de planejamento de longo prazo, o que reforça a sustentabilidade econômica de suas atividades.

Gestão, tecnologia e inspiração: Histórias de sucesso na suinocultura

Um dos pontos altos da agenda foi a apresentação de três histórias de sucesso de produtoras cooperadas que se destacam pela excelência na gestão e pela adoção de tecnologias avançadas em suas granjas. Estas apresentações serviram como estudos de caso práticos, detalhando a trajetória das produtoras, os desafios que enfrentaram, as soluções inovadoras que implementaram e os resultados alcançados em termos de produtividade, eficiência de custos e bem-estar animal. O foco nas narrativas pessoais humaniza o processo produtivo e demonstra que o sucesso no agronegócio, especialmente na suinocultura de precisão, não depende apenas de fatores ambientais ou econômicos, mas fundamentalmente da capacidade de gestão e adaptação do produtor.

A troca de informações e o debate gerado após as apresentações permitiram que as 40 participantes tivessem contato com diferentes modelos de administração rural, desde a otimização de dietas e o uso de softwares de monitoramento até estratégias de sucessão familiar. A possibilidade de fazer perguntas diretamente às produtoras que obtiveram sucesso em um setor de alta complexidade técnica e de mercado como a suinocultura é inestimável. Este formato de aprendizado experiencial e baseado em exemplos reais reforça a confiança das participantes em sua própria capacidade de inovar e de implementar mudanças significativas em suas operações, elevando o padrão técnico e de gestão em suas respectivas propriedades e cooperativas. A mensagem principal transmitida é que a adoção de uma postura proativa em relação ao conhecimento e à tecnologia é o caminho para a longevidade e a rentabilidade no setor.

Análise da estrutura do FACH1: Números e escala de processamento

O frigorífico FACH1 da Aurora Coop, visitado pelo grupo, é uma referência em escala e tecnologia no processamento de carnes na América Latina. A unidade opera com uma capacidade de abate diário que a coloca entre as maiores do mundo, sendo equipada com linhas de produção que integram processos de desossa, cortes especiais e produção de embutidos, todos sob rigoroso controle de qualidade e inspeção federal. A dimensão da operação impõe desafios logísticos complexos, que incluem a gestão de uma frota dedicada ao transporte de animais, a coordenação de fornecimento de centenas de granjas e a distribuição de produtos para uma vasta rede de mercados, incluindo exportações para diversos continentes. O conhecimento dessa logística de alta escala é um dos pontos cruciais de aprendizado para as suinocultoras, pois permite que elas entendam o impacto de sua produção individual no contexto macroeconômico da cooperativa.

A tecnologia empregada no FACH1 abrange desde sistemas avançados de refrigeração e conservação até o uso de robótica em tarefas de alto volume, visando a segurança alimentar, a eficiência operacional e a ergonomia para os colaboradores. A automação é um fator-chave para manter o ritmo de produção necessário e assegurar a uniformidade dos cortes e a rastreabilidade completa de cada lote de carne. As suinocultoras tiveram a oportunidade de observar como a cooperativa investe em infraestrutura para atender às crescentes demandas do consumidor por produtos seguros, de origem conhecida e processados com os mais altos padrões de higiene. Este panorama técnico serve como um parâmetro para as cooperadas, mostrando o nível de excelência que a matéria-prima precisa alcançar para se integrar com sucesso à cadeia industrial mais avançada do bloco.

Ampliação da visão técnica e o futuro da suinocultura cooperativa

A jornada de conhecimento proporcionada pela visita técnica ao frigorífico FACH1 e à propriedade de terminação contribui diretamente para a ampliação da visão técnica das suinocultoras da Capal, Frísia e Castrolanda. Ao observar a cadeia de valor completa, as participantes adquirem uma perspectiva mais estratégica sobre seus negócios, percebendo que o sucesso de sua propriedade está ligado à eficiência da cooperativa e à competitividade do produto no mercado global. O entendimento sobre o rigor do processamento industrial motiva as produtoras a elevarem seus próprios padrões de manejo e biosseguridade, investindo em tecnologia e informação para garantir que seus animais atinjam as especificações exigidas pela indústria. Essa visão integrada é um motor de desenvolvimento contínuo e assegura a sustentabilidade e a qualidade da produção cooperativa na região dos Campos Gerais.

O impacto dessa integração e capacitação se reflete no futuro da suinocultura cooperativa, que depende da formação de novas lideranças e da adoção de práticas avançadas de gestão. O fortalecimento do protagonismo feminino no setor é um passo crucial para garantir a inovação e a diversificação de talentos na gestão rural. A experiência de compartilhamento de desafios e aprendizados entre as mulheres reforça a coesão do sistema cooperativista e cria um ambiente propício para a troca contínua de informações, que vai além do evento em si. A replicação do conhecimento adquirido na visita para outras cooperadas e a implementação de novos métodos nas propriedades rurais são o legado esperado dessa iniciativa, pavimentando o caminho para um setor suinícola cada vez mais robusto, eficiente e equitativo.

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