Frigoríficos cessam exportação aos EUA, mudam rota e valor da picanha pode cair – Coxim Agora – O melhor da informação!
Antes mesmo do início da vigência da prometida sobretaxa de produtos de origem brasileira, de 50%, anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump, o setor frigorífico do Estado já se adiantou e buscou outros compradores para exportar a carne que iria aos EUA. Isso porque, o transporte marítimo levaria dias para entregar o produto, com a previsão de chegada já em agosto, quando valerão os novos percentuais, caso não avancem tratativas comerciais.
Há ainda muita incerteza, mas o setor já acredita que o preço da carne deve cair no mercado interno, assim como do boi, avalia o vice-presidente do Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul), Alberto Sérgio Capuci. Porém, o dirigente considera que não dá pra afirmar que isso resultará em aumento do consumo interno. O preço do boi também sofre impacto pela época, com aumento da oferta diante da estiagem.
Segundo Capuci, os frigoríficos credenciados para exportar aos Estados Unidos na semana passada mesmo colocaram suas equipes comerciais para redirecionar o produto que iria para o país norte-americano. É o caso do Naturafrig, que é diretor, e funciona em Rochedo. Os abates não foram alterados. Entre os outros mercados que podem absorver a produção local estão China, Chile e Oriente Médio, expôs.
Analistas de mercado apontaram a sites especializados nacionais que quem opera nos Estados Unidos, com unidade de abate, como é o caso do JBS, terão menor impacto com a decisão de Trump de sobretaxar as carnes. Já havia um tributo de 10%, agora o presidente anuncia que imporá mais 50%. Com a medida, o quilo da carne brasileira ficaria cerca de US$ 1,50 acima do produto daquele país. A situação torna inviável enviar a carne para aquele mercado consumidor, na avaliação de Capuci.
Peso na economia local – Na semana passada, o secretário Jayme Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), informou que os Estados Unidos ficam em segundo lugar nas exportações de Mato Grosso do Sul, com 10%, enquanto a China responde por 47% da compra. Ele lembra que na taxação anterior, de 2018, o Brasil acabou incrementando as exportações porque outros países sofreram taxações maiores, o que agora acontece de forma oposta, com a ameaça ao País entre as mais duras.
As exportações de carne de Mato Grosso do Sul para os EUA somaram US$ 315,5 milhões no primeiro semestre deste ano, avanço de 11,4 % em relação ao mesmo período de 2024, enquanto a quantidade embarcada reduziu de 387,7 mil para 318,2 mil toneladas. O quilo teve elevação média de 36%, subindo de US$ 0,73 para US$ 0,99, alta de quase 36 %, suficiente para melhorar a receita mesmo com menos carga.
O Estado aposta em novos mercados na Ásia. Recentemente, o Brasil recebeu a certificação de área livre da aftosa sem vacina, em Paris. A melhoria do reconhecimento da condição sanitária foi visto como facilidade de acessar mercados mais rigorosos, como é o caso do Japão e a Europa. Entre outros produtos que o Estado exporta e que já se considera o impacto nas exportações estão minério, celulose e soja. O Governo Federal publicou hoje a criação de um comitê para tratar da aplicação de medidas de reciprocidade e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, se reuniria hoje com representantes da indústria e do agro para discutir como reagir e avaliar os impactos na economia do País.
Fonte: CGN/ML
Impacto da SobreTaxa Americana no Setor Frigorífico
A iminente sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre a carne brasileira gerou uma onda de apreensão e, consequentemente, uma rápida readequação nas estratégias de exportação dos frigoríficos. A decisão, motivada por políticas protecionistas, ameaça a competitividade da carne brasileira no mercado americano, um dos principais destinos do produto. A urgência em encontrar alternativas se deve ao longo período de transporte marítimo, que inviabilizaria o envio de cargas com a nova taxa já em vigor.
Diante desse cenário, o setor frigorífico de Mato Grosso do Sul agiu proativamente, redirecionando seus embarques para outros mercados, como China, Chile e Oriente Médio. Essa mudança estratégica visa mitigar os impactos negativos da sobretaxa americana, evitando prejuízos significativos e mantendo o fluxo de exportações. A decisão demonstra a capacidade de adaptação do setor frente a desafios externos, buscando alternativas para garantir a continuidade dos negócios.
Redirecionamento Estratégico das Exportações
A decisão de redirecionar as exportações para outros mercados é uma manobra estratégica crucial para o setor frigorífico brasileiro. A China, por exemplo, já é o principal destino da carne brasileira, respondendo por uma parcela significativa das exportações. O aumento da demanda chinesa, impulsionada pelo crescimento econômico e pela mudança nos hábitos alimentares da população, oferece uma oportunidade para compensar a perda de mercado nos Estados Unidos.
Além da China, outros mercados como o Chile e o Oriente Médio também apresentam potencial para absorver a produção brasileira. O Chile, com sua economia estável e acordos comerciais favoráveis, é um destino atraente para a carne brasileira. O Oriente Médio, por sua vez, possui uma população crescente e uma demanda constante por alimentos, tornando-se um mercado estratégico para o setor frigorífico. A diversificação dos mercados de exportação é fundamental para reduzir a dependência de um único país e garantir a estabilidade do setor.
Possível Queda no Preço da Picanha e da Carne Bovina no Mercado Interno
Com a redução das exportações para os Estados Unidos, analistas preveem um possível aumento na oferta de carne bovina no mercado interno, o que poderia levar a uma queda nos preços. A picanha, corte nobre bastante apreciado pelos consumidores brasileiros, pode ser um dos cortes mais afetados por essa mudança. A maior disponibilidade do produto no mercado interno, somada à menor demanda externa, pode pressionar os preços para baixo, beneficiando os consumidores.
Entretanto, é importante ressaltar que a queda nos preços não é garantida. Fatores como a demanda interna, os custos de produção e as condições climáticas podem influenciar o preço final da carne. Além disso, a reação dos outros mercados de exportação e a capacidade do setor frigorífico de se adaptar à nova realidade também serão determinantes. Acompanhar de perto a evolução do mercado e as estratégias adotadas pelos frigoríficos será fundamental para entender o impacto real da sobretaxa americana nos preços da carne no Brasil.
Análise do Sicadems e o Impacto no Consumo Interno
O Sicadems (Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado de Mato Grosso do Sul) adverte que a queda nos preços da carne e do boi não garante um aumento no consumo interno. A correlação entre preço e consumo é complexa e influenciada por diversos fatores, como a renda disponível da população, os hábitos alimentares e a disponibilidade de outros produtos substitutos. A crise econômica e o desemprego, por exemplo, podem limitar o poder de compra dos consumidores, mesmo com preços mais baixos.
Além disso, a época do ano também exerce influência sobre o preço do boi. A estiagem, comum em determinados períodos, pode aumentar a oferta de animais para abate, pressionando os preços para baixo. Essa sazonalidade dificulta a previsão do impacto real da sobretaxa americana no mercado interno. O Sicadems ressalta a importância de monitorar de perto o mercado e adotar medidas para estimular o consumo interno, como campanhas de marketing e programas de incentivo à produção.
Estratégias de Frigoríficos e o Caso Naturafrig
Diante da iminente sobretaxa americana, os frigoríficos credenciados para exportar para os Estados Unidos agiram rapidamente, colocando suas equipes comerciais para redirecionar os produtos para outros mercados. Essa agilidade demonstra a capacidade de adaptação do setor frente a desafios externos e a importância de ter uma equipe comercial bem preparada para lidar com imprevistos.
O Naturafrig, frigorífico com sede em Rochedo, Mato Grosso do Sul, é um exemplo de empresa que adotou essa estratégia. A empresa, que tem um diretor atuante no Sicadems, redirecionou sua produção para outros mercados, como China, Chile e Oriente Médio, mantendo o nível de abates inalterado. Essa decisão demonstra a confiança da empresa no potencial de crescimento desses mercados e sua capacidade de se adaptar às mudanças no cenário internacional.
Impacto Diferenciado para Empresas com Unidades nos EUA (Ex: JBS)
Analistas de mercado apontam que empresas com unidades de abate nos Estados Unidos, como a JBS, podem ter um impacto menor com a sobretaxa americana. Essas empresas já possuem uma estrutura consolidada no mercado americano, o que lhes permite contornar as barreiras tarifárias e manter a competitividade. A produção local e a distribuição direta aos consumidores reduzem a dependência das exportações e minimizam os custos adicionais decorrentes da sobretaxa.
No entanto, mesmo para essas empresas, a sobretaxa representa um desafio. O aumento dos custos de produção e a menor competitividade em relação aos produtores locais podem impactar a rentabilidade e a participação de mercado. A JBS, por exemplo, pode ter que ajustar seus preços e estratégias de marketing para se manter competitiva no mercado americano. A sobretaxa americana é um alerta para a necessidade de diversificar os mercados e investir em produção local para reduzir a dependência das exportações.
Peso da Economia Local e Novos Mercados na Ásia
Os Estados Unidos ocupam a segunda posição nas exportações de Mato Grosso do Sul, representando 10% do total, enquanto a China lidera com 47%. A sobretaxa americana, portanto, representa um desafio para a economia local, mas a diversificação dos mercados de exportação pode mitigar os impactos negativos. A busca por novos mercados na Ásia, como Japão e Coreia do Sul, é uma estratégia fundamental para garantir a sustentabilidade do setor.
A recente certificação do Brasil como área livre de aftosa sem vacina, em Paris, representa um avanço significativo para a conquista de mercados mais rigorosos. Essa certificação demonstra o compromisso do Brasil com a qualidade sanitária da carne e abre portas para a exportação para países que exigem padrões elevados de segurança alimentar. O governo e o setor privado precisam trabalhar em conjunto para aproveitar essa oportunidade e expandir as exportações para novos mercados na Ásia.
Certificação de Área Livre da Aftosa Sem Vacina e a Abertura de Novos Mercados
A certificação de área livre da aftosa sem vacina é um marco importante para o setor pecuário brasileiro. Essa conquista demonstra o sucesso dos programas de controle e erradicação da doença e reforça a imagem do Brasil como um produtor de carne de qualidade. A certificação facilita o acesso a mercados mais exigentes, como Japão, Coreia do Sul e União Europeia, que impõem restrições à importação de carne de países que ainda vacinam contra a aftosa.
A abertura de novos mercados é fundamental para garantir a sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A diversificação dos destinos das exportações reduz a dependência de um único país e protege o setor de flutuações na demanda e de medidas protecionistas. O governo e o setor privado precisam trabalhar em conjunto para promover a carne brasileira nos mercados internacionais e garantir que ela seja reconhecida por sua qualidade e segurança.
Reação do Governo Federal e Medidas de Reciprocidade
Diante da sobretaxa americana, o Governo Federal publicou a criação de um comitê para tratar da aplicação de medidas de reciprocidade. O objetivo é avaliar os impactos da decisão americana na economia brasileira e definir estratégias para proteger os interesses do país. O vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com representantes da indústria e do agro para discutir como reagir e avaliar os impactos na economia.
As medidas de reciprocidade podem incluir a imposição de tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos, a adoção de barreiras não tarifárias e a busca por acordos comerciais com outros países. A reação do governo deve ser firme e coordenada, buscando proteger os interesses do setor produtivo brasileiro e garantir a competitividade da carne brasileira no mercado internacional. A negociação com os Estados Unidos também é fundamental para buscar uma solução que beneficie ambos os países.
Comitê para Tratar de Medidas de Reciprocidade e Próximos Passos
A criação de um comitê para tratar de medidas de reciprocidade demonstra a preocupação do governo com os impactos da sobretaxa americana e sua disposição em defender os interesses do país. O comitê será responsável por analisar os dados e informações relevantes, ouvir os representantes do setor produtivo e propor medidas para mitigar os efeitos negativos da decisão americana.
Os próximos passos incluem a avaliação detalhada dos impactos da sobretaxa na economia brasileira, a definição de medidas de reciprocidade adequadas e a negociação com os Estados Unidos para buscar uma solução que beneficie ambos os países. O governo precisa agir com celeridade e coordenação para proteger os interesses do setor produtivo brasileiro e garantir a competitividade da carne brasileira no mercado internacional.