Governo do México determina corte do fornecimento de gás para complexo petroquímico da Braskem Idesa em Veracruz; empresa paralisa as plantas.

Governo do México determina corte do fornecimento de gás para complexo petroquímico da Braskem Idesa em Veracruz; empresa paralisa as plantas.

A Braskem Idesa iniciou o processo de paralisação das operações de seu mega-complexo petroquímico no estado mexicano de Veracruz após o governo mexicano encerrar o fornecimento de gás natural.

Em Fato Relevante comunicado ao mercado em 2 de dezembro, a Braskem informou que que a sua controlada mexicana Braskem Idesa recebeu notificação da Centro Nacional de Control del Gas Natural (“Cenagas”), agência do governo mexicano responsável única pelo sistema de dutos e transporte de gás natural na região, referente “à interrupção, de forma unilateral, do serviço de transporte de gás natural, insumo energético essencial para produção de polietileno no Complexo Petroquímico do México.”

“Com isso, e respeitando os protocolos de segurança, a Braskem Idesa iniciou os procedimentos para a interrupção imediata das atividades operacionais, o que poderá impactar materialmente os resultados operacionais ou financeiros da Companhia, a depender do prazo de paralisação”, complementa a Nota da empresa.

A Braskem Idesa informou que adotará as medidas legais aplicáveis na busca da preservação dos seus direitos e de uma solução para a questão e não pode estimar, neste momento, a data para o retorno de suas atividades.

A disputa terá forte impacto sobre a Braskem Idesa, que fornece materiais tanto para uso doméstico no México quanto para exportação. Segundo analista citado pela Plastics News, “embora essa situação esteja relacionada ao fornecimento de gás natural, a ação está evidentemente relacionada indiretamente à polêmica no caso do contrato de fornecimento de etano pela Pemex. Sem dúvida essa medida terá um forte impacto para a empresa e para os mercados de polietileno, tanto interno quanto externo, além dos efeitos financeiros”.

A Braskem disse que as suas operações no México representam 20 por cento das estimativas de Ebitda da empresa, em média, para os próximos cinco anos.

Segundo informado pela empresa à agência Reforma, o impacto anual da interrupção da planta no México será um aumento das importações de polietilenos em 600 mil toneladas e a redução de exportações de 300 mil toneladas do produto.

O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador confirmou a decisão de encerrar o fornecimento de gás natural em entrevista coletiva.

A Braskem e a administração de López Obrador vem tendo vários desentendimentos ao longo dos últimos meses, acompanhados de acusações de corrupção.

“Eles querem que continuemos vendendo gás, etano, a 25% do preço de mercado e que a Pemex subsidie ​​75% do custo, além de cobrar multas”, disse López Obrador, de acordo com a Reuters. “Não podemos continuar com esse tipo de contrato porque, do contrário, seríamos cúmplices da corrupção”, complementou.

Em agosto, a Braskem rejeitou as alegações de corrupção, dizendo que todas as investigações “não sustentam alegações que afirmam ou insinuam que a Braskem Idesa tenha participado de qualquer atividade ilegal ou corrupta no México”.

Segundo a Reuters, López Obrador deixou entrever que um contrato mais amplo entre o Governo Mexicano e a Braskem Idesa poderia também se romper. O acordo firmado em 2010 obriga a estatal mexicana Pemex a fornecer à joint venture Braskem Idesa 66.000 barris de etano por dia durante 20 anos para o complexo petroquímico Etileno XXI, que foi inaugurado oficialmente em 2016.

A Braskem S.A. possui 70 por cento do capital da joint venture com a mexicana Idesa.

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