Recentemente, o Governo brasileiro divulgou a nova política de industrial, focada na neoindustrialização, chamada Nova Indústria Brasil, com implementação no país nos próximos 10 anos. Diante disso, a CNI avalia que o Governo brasileiro está traçando um bom caminho nesse sentido.
Na segunda-feira, dia 22, durante a reunião do CNDI (Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial), no Palácio do Planalto, foram apresentadas as ações que compõem a nova política.
Diante disso, o vice-presidente da CNI e representante da entidade na cerimônia de lançamento, Leonardo de Castro, ressaltou a importância de contar com o setor público no processo de retomada da indústria brasileira e reafirmou o compromisso da CNI com a agenda.
Em relação a isso, Castro destaca: “Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização”.
Avaliações a cerca na nova política de neoindustrialização
Diante da necessidade de modernização de máquinas e desenvolvimentos mais acentuados, o vice-presidente complementa: “A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes”.
Ainda assim, é preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maior e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem.
Enquanto isso, o diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, avaliou a nova política industrial como muito positiva. Pois, para ele, o conjunto de programas inseridos nas missões de política industrial possui um potencial que permitirá ao Brasil aproveitar as oportunidades trazidas com a ação.
Haja vista que, segundo Lucchesi, a necessária descarbonização da economia permite que o setor industrial brasileiro lidere o processo de desenvolvimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades.
Sendo assim, ele afirma: “Nós vemos no mundo hoje uma grande janela de oportunidade para a descarbonização das cadeias produtivas brasileiras em torno da indústria verde, num contexto em que o Brasil apresenta diversas oportunidades. Temos vantagens para avançar nas atividades econômicas que mais agregam valor, como as economias desenvolvidas têm feito por meio de políticas industriais modernas”.
A parceria em Governo e setor privado
Além disso, o evento no Palácio do Planalto contou com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente e ministro do MDIC (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Geraldo Alckmin, e de representantes do setor privado e de ministros integrantes do CNDI.
Em relação a esta parceria, o presidente Lula comentou: “Com essa reunião podemos dizer que finalmente o Brasil juntou um grupo de pessoas que vai fazer com que aconteça uma política industrial, em uma parceria entre iniciativa privada e poder público”.
Já o vice-presidente da República, apresentou as principais diretrizes da nova política industrial, a Nova Indústria Brasil, assim como ratificou a importância deste momento para o país.
Bem como, reafirmou, ainda, o compromisso do Governo em tornar o Brasil mais competitivo e inovador. “Esta política representa uma visão de futuro, uma declaração de confiança em nossa capacidade de competir e liderar áreas estratégicas diante do mundo”, afirmou.
Segundo o Governo Federal, R$300 bilhões irão para financiamentos destinados ao plano até 2026. Além dos R$106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$194 bilhões foram incorporados, de diferentes fontes de recursos e redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil.
Dessa maneira, dentro dos moldes do Plano de Retomada da Indústria, entregue pela CNI ao Governo no ano passado, a Nova Indústria Brasil define metas para cada uma das seis missões que conduzem as ações até o ano de 2033.
Para isso, foram definidas áreas prioritárias para investimentos, assim como um conjunto de ações que envolvem a união dos integrantes do CNDI, do Governo, e do setor produtivo nacional.
As missões da nova política industrial divulgadas pelo CNDI
Missão 1: Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética. Para alcançar as metas dessa missão, algumas das prioridades relacionam-se com a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão. Assim como as máquinas agrícolas para a grande produção, e a ampliação e a otimização da capacidade produtiva da agricultura familiar. A fim de produzir alimentos saudáveis.
Missão 2: Complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde. A ampliação da participação da produção no país de 42% para 70% Focando nas necessidades nacionais em medicamentos, vacinas, equipamentos e dispositivos médicos, entre outros. Dessa maneira, contribuindo para o fortalecimento do SUS e a melhoria do acesso da população à saúde.
Missão 3: Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades. O objetivo está em ampliar em 25 pontos percentuais a participação da produção brasileira na cadeia da indústria do transporte público sustentável. Para se ter uma ideia, hoje representa 59% da cadeia de ônibus elétricos.
Mais três missões que compõem a nova política industrial
Missão 4: Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade. Investimentos na indústria 4.0, a fim de digitalizar 90% do total das empresas industriais brasileiras (hoje são 23,5%). E triplicar a participação na produção nacional nos segmentos de novas tecnologias. Bem como impulsionar o desenvolvimento de produtos digitais e na produção nacional de semicondutores, entre outros.
Missão 5: Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energética para garantir os recursos para futuras gerações. Visando uma transformação ecológica na indústria, o objetivo está em aumentar o uso da biodiversidade pela indústria. E ainda, reduzir em 30% a emissão de carbono da indústria nacional, que tem 107 milhões de toneladas de CO2 por trilhão de dólares produzido.
Missão 6: Tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais. Esta meta pretende alcançar a autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas, a fim de fortalecer a soberania nacional. E dessa forma, a prioridade será para ações voltadas ao desenvolvimento de energia nuclear. Como sistemas de comunicação e sensoriamento, sistemas de propulsão e veículos autônomos e remotamente controlados.