IBGE: Produção de suínos registra desaceleração



As análises comparativas dos dados preliminares de abate do segundo trimestre de 2023 e estatísticas de exportação de carnes, publicados pelo IBGE, revelam a situação atual do mercado de carnes no Brasil. Neste artigo, discutiremos os principais pontos relacionados à produção, exportação e disponibilidade interna das carnes suína, bovina e de frango.

Produção do segundo trimestre e consolidado do primeiro semestre/23

De acordo com os dados da tabela 1, o segundo trimestre de 2023 registrou um aumento na produção de frango (+7,23%) e carne bovina (+9,47%), enquanto a produção de carne suína apresentou uma pequena redução (-0,32%) em comparação com o mesmo período do ano anterior. No acumulado do primeiro semestre, houve um aumento no abate de bovinos (+6,30%), frangos (+6,89%) e uma pequena variação na produção de carcaças suínas (+1,23%). Vale destacar que o peso médio das carcaças suínas neste segundo trimestre foi o mais alto da série histórica do IBGE, com 93,78kg.

Análise do abate de suínos

Após um longo período de crescimento da produção de suínos, observou-se uma redução no abate no segundo trimestre de 2023 (-1,55%) em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Essa redução foi a primeira desde 2014 em cabeças e 2018 em toneladas de carcaças, conforme a tabela 2.

Comparativo do abate de suínos entre semestres

Ao comparar o crescimento do abate de suínos entre os semestres, observa-se que o pequeno aumento deste ano em relação ao primeiro semestre do ano passado (+0,80% em cabeças e +1,23% em toneladas de carcaças) foi maior do que o ocorrido no mesmo período de 2014. No entanto, em comparação com o segundo semestre de 2022, houve uma queda no número de cabeças e toneladas de carcaças (-1,3% e -1,23%, respectivamente), sendo a primeira queda desde o primeiro semestre de 2019.

Exportações recorde de carne suína e disponibilidade interna estável

As exportações de carne suína in natura alcançaram um volume recorde de 620,46 mil toneladas de janeiro a julho de 2023, superando o volume do mesmo período do ano anterior em 13,72%. Essas exportações estão caminhando para bater um novo recorde neste ano, possivelmente superando em mais de 7% o ano de 2021.

Ao cruzar os dados de produção e exportação, observa-se uma redução insignificante da disponibilidade interna de carne suína no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado (-1,74% ou -36,74 mil toneladas). Em comparação com o segundo semestre de 2022, a disponibilidade interna no primeiro semestre de 2023 foi praticamente a mesma, com uma pequena diferença a favor deste ano.

Cotações e preços pagos ao produtor

Mesmo com a manutenção da oferta de carne suína no mercado doméstico, os preços pagos ao produtor e as cotações de carcaças têm oscilado em patamares inferiores aos registrados no final de 2022 até março de 2023. O preço da carcaça bovina também tem apresentado um declínio, devido ao aumento considerável da oferta no mercado interno. O frango também registrou um aumento na oferta e, consequentemente, cotações mais baixas em comparação ao ano passado.

Comparativo entre as carnes no primeiro semestre de 2023

A tabela 6 apresenta um comparativo entre as carnes suína, bovina e de frango no primeiro semestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto a disponibilidade interna da carne suína reduziu em quase 37 mil toneladas, a carne bovina aumentou em 278 mil toneladas e a de frango em 206 mil toneladas. No total, houve um aumento de 447 mil toneladas de oferta das três carnes juntas (+4,89%). Isso representa um acréscimo projetado de 4,4 kg por habitante no consumo per capita de proteína animal em 2023.

Conclusão

A correlação de preços das carnes suína, bovina e de frango é um dos fatores que limitam maiores altas na cotação da carne suína. Apesar das exportações recordes e da estabilidade da disponibilidade interna de carne suína, os preços pagos ao produtor e as cotações têm apresentado oscilações em patamares inferiores. Além disso, o aumento da oferta de carne bovina e de frango no mercado interno também impactou as cotações dessas carnes.


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