ICMBio acha parte de gado roubado de frigorífico no Acre; buscas continuam

ICMBio acha parte de gado roubado de frigorífico no Acre; buscas continuam

ICMBio localiza parte do gado furtado de frigorífico no Acre e segue buscas na região

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) conseguiu localizar, nesta quarta-feira (18), parte das cabeças de gado que haviam sido furtadas de um frigorífico em Brasiléia, no interior do Acre. Os animais, apreendidos anteriormente durante a Operação Suçuarana por criação irregular na Reserva Extrativista Chico Mendes, foram encontrados em uma área de mata no próprio município.

Gado apreendido por operação do ICMBio foi furtado durante a madrugada de terça (17) — Foto: Asscom/ICMBio

Detalhes da Recuperação e Busca Contínua

O órgão ainda não divulgou o número exato de animais recuperados. “Os agentes monitoram a área com a ajuda de drone, carros e até a pé, na tentativa de reunir esses animais, fazer a captura e, a partir daí, dar a destinação devida, prevista pela Operação, que é o abate”, informou a assessoria do ICMBio à reportagem do G1 Acre. A utilização de tecnologia como drones demonstra o esforço do ICMBio em otimizar a busca e garantir a recuperação do máximo de animais possível, considerando a vasta área de mata envolvida.

A ação de busca e recuperação é complexa, demandando coordenação entre as equipes em campo e o uso de recursos tecnológicos para rastrear os animais. A assessoria do ICMBio ressalta a importância de dar a destinação devida aos animais recuperados, que é o abate, conforme previsto na Operação Suçuarana. Esse processo envolve questões logísticas e sanitárias para garantir que a carne seja destinada de forma adequada, seguindo os protocolos estabelecidos.

O Furto no Frigorífico Norte Acre

O furto ocorreu na madrugada da última terça-feira (17). Ao todo, cerca de 137 cabeças de gado foram levadas após criminosos destruírem parte da estrutura e arrombarem o cadeado do frigorífico Norte Acre, onde os bois estavam sob custódia. A ação criminosa demonstra a audácia dos envolvidos e a necessidade de reforçar a segurança em locais que armazenam bens apreendidos em operações de fiscalização.

Antes da invasão, o local armazenava 196 animais oriundos da operação. Com o crime, restaram pouco menos de 60 cabeças de gado, segundo levantamento do próprio ICMBio. A diferença entre o número de animais antes e depois do furto evidencia a dimensão do prejuízo causado pela ação dos criminosos. A Polícia Federal está investigando o caso para identificar os responsáveis e apurar as circunstâncias do crime.

Posicionamento do Frigorífico e Resposta do ICMBio

O frigorífico, que recebeu os animais por determinação da operação, emitiu uma nota em que afirma não compactuar com a Suçuarana. A empresa relatou ter sido “pega de surpresa com a chegada dos animais”, declarou que não irá realizar o abate e solicitou oficialmente a retirada imediata do rebanho. A posição do frigorífico demonstra a tensão existente entre os interesses econômicos e as ações de fiscalização ambiental, especialmente em regiões onde a criação de gado é uma atividade importante.

A resposta do ICMBio, no entanto, veio em tom de correção: “Nós negociamos com o frigorífico, oferecemos a entrega do gado e eles aceitaram receber, com pagamento, foi uma negociação comercial. Depois, a partir das ameaças, eles estão divulgando uma nota dizendo que foi imposto o recebimento do gado, que foi contra a vontade deles. Provavelmente deixaram o frigorífico sem ninguém e por isso o gado foi furtado”, informou o órgão. Essa troca de declarações revela a complexidade da relação entre o ICMBio e o setor privado, com diferentes perspectivas sobre os procedimentos e responsabilidades envolvidas na operação.

Desdobramentos da Operação Suçuarana

Além da recuperação parcial do rebanho, o ICMBio também destacou os desdobramentos da Operação Suçuarana: até a última segunda-feira (16), cinco autos de infração haviam sido aplicados, somando R$ 1.185.336 em multas por criação ilegal de gado em área de preservação. A aplicação de multas milionárias demonstra a seriedade com que o ICMBio trata a questão da criação ilegal de gado em áreas protegidas, buscando responsabilizar os infratores e coibir novas práticas ilegais.

A Operação Suçuarana tem como objetivo combater a criação irregular de gado na Reserva Extrativista Chico Mendes, visando proteger a biodiversidade e garantir o cumprimento das leis ambientais. As ações de fiscalização e apreensão de animais são importantes para desestimular a ocupação ilegal de áreas protegidas e promover o uso sustentável dos recursos naturais. O valor das multas aplicadas reflete a magnitude dos danos ambientais causados pela criação ilegal de gado.

Investigação da Polícia Federal

O caso agora está sob investigação da Polícia Federal, já que envolve crimes federais, como furto e tentativa de obstrução das ações de fiscalização ambiental. A atuação da Polícia Federal é fundamental para apurar as responsabilidades pelo furto do gado e identificar os envolvidos na tentativa de obstruir as ações de fiscalização ambiental. A investigação busca esclarecer as motivações do crime e garantir que os responsáveis sejam punidos de acordo com a lei.

A Polícia Federal tem competência para investigar crimes que afetam o patrimônio da União e a proteção do meio ambiente, como é o caso do furto de gado apreendido pelo ICMBio. A colaboração entre o ICMBio e a Polícia Federal é essencial para o sucesso da investigação e para garantir a segurança das áreas protegidas e o cumprimento das leis ambientais. A investigação da Polícia Federal pode levar à identificação de outros crimes relacionados, como organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Impacto da Criação Ilegal de Gado em Áreas de Preservação

A criação ilegal de gado em áreas de preservação acarreta uma série de impactos negativos para o meio ambiente. O desmatamento para pastagem, a degradação do solo, a contaminação da água e a perda de biodiversidade são algumas das consequências da ocupação irregular de áreas protegidas. Além disso, a criação ilegal de gado contribui para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, agravando o problema das mudanças climáticas.

A Reserva Extrativista Chico Mendes, onde ocorreu o furto do gado, é uma área de grande importância para a conservação da Amazônia e para a proteção dos direitos das comunidades tradicionais que dependem dos recursos naturais da região. A criação ilegal de gado ameaça a sustentabilidade da reserva e compromete a qualidade de vida das populações locais. O combate à criação ilegal de gado é fundamental para garantir a preservação da Amazônia e o bem-estar das comunidades tradicionais.

Medidas de Segurança e Prevenção de Novos Crimes

Diante do furto ocorrido no frigorífico Norte Acre, é fundamental que sejam adotadas medidas de segurança para prevenir novos crimes e proteger o patrimônio público. O reforço da vigilância nos locais de armazenamento de bens apreendidos, o uso de tecnologias de monitoramento e a integração entre os órgãos de segurança pública são algumas das medidas que podem ser implementadas para garantir a segurança das áreas protegidas e o cumprimento das leis ambientais.

A colaboração entre o ICMBio, a Polícia Federal, a Polícia Militar e outros órgãos de segurança é essencial para o sucesso das ações de fiscalização e para a prevenção de crimes ambientais. A troca de informações e a coordenação das atividades de segurança podem aumentar a eficiência das ações de combate à criminalidade e garantir a proteção do meio ambiente. Além disso, é importante investir em educação ambiental e em programas de desenvolvimento sustentável para promover a conscientização da população sobre a importância da preservação da natureza.

O Futuro da Operação Suçuarana e a Proteção da Resex Chico Mendes

A Operação Suçuarana continua em andamento, com o objetivo de combater a criação ilegal de gado na Reserva Extrativista Chico Mendes e garantir a proteção da biodiversidade da região. O ICMBio e a Polícia Federal seguem trabalhando em conjunto para identificar os responsáveis pelo furto do gado e para responsabilizar os infratores pelas práticas ilegais. A operação busca promover o uso sustentável dos recursos naturais e o desenvolvimento das comunidades tradicionais que vivem na reserva.

O futuro da Reserva Extrativista Chico Mendes depende do compromisso de todos os atores envolvidos na proteção do meio ambiente e na promoção do desenvolvimento sustentável. O governo, as organizações não governamentais, as empresas e a sociedade civil precisam trabalhar juntos para garantir a preservação da Amazônia e o bem-estar das comunidades tradicionais. A Operação Suçuarana é um exemplo de como a ação coordenada entre diferentes órgãos pode trazer resultados positivos para a proteção do meio ambiente e o combate à criminalidade.

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