Impasse na ONU: Abiquim alerta para consenso já no tratado do plástico — salvar oceanos e empregos verdes

Impasse na ONU: Abiquim alerta para consenso já no tratado do plástico — salvar oceanos e empregos verdes

Após impasse na ONU, Abiquim alerta para urgência de consenso em tratado sobre a poluição plástica. O recado da entidade representa a posição de uma cadeia que abrange resinas, aditivos, fibras, embalagens, bens de consumo, transporte e gestão de resíduos. A avaliação de lideranças do setor é que um acordo internacional só ganhará força prática se vier acompanhado de regras claras, parâmetros mensuráveis e prazos compatíveis com a vida útil dos ativos industriais, evitando insegurança regulatória e custos inesperados para empresas, governos e consumidores.

Panorama do impasse e o que está em jogo

O bloqueio nas tratativas decorre de divergências sobre escopo, metas e instrumentos jurídicos. Alguns grupos defendem objetivos globais rígidos e uniformes; outros preferem que cada país defina seu caminho, com base em diagnósticos locais e em capacidades técnicas e financeiras. Há, ainda, diferenças sobre mecanismos de financiamento, troca de tecnologia, critérios para rastreabilidade e como tratar aditivos e aplicações específicas.

Para o setor químico, a previsibilidade é central. Sem clareza sobre cronogramas e indicadores, investimentos em novas plantas, modernização de linhas de produção, sistemas de coleta e unidades de triagem ficam em espera. Uma diretriz internacional concisa, calibrada com a realidade de países emergentes e articulada com marcos nacionais, tende a acelerar a expansão de infraestrutura, aumentar a qualidade dos materiais recuperados e ampliar a escala de soluções de reaproveitamento.

O que a Abiquim defende como caminho de consenso

A Abiquim historicamente advoga por decisões baseadas em evidências técnicas, harmonização de conceitos, incentivos à inovação e transição factível. A entidade busca um acordo que permita padronizar definições de reciclabilidade, critérios de conteúdo reciclado, metodologias de medição e requisitos para rastreabilidade, sem criar barreiras que inviabilizem aplicações essenciais à saúde, à segurança alimentar, ao transporte e à construção civil.

Outro ponto recorrente é a necessidade de instrumentos que estimulem a melhoria contínua. Isso inclui metas progressivas, avaliações periódicas e mecanismos para reconhecer ganhos de eficiência. Também entra na pauta a cooperação entre países para qualificar mão de obra, ampliar acesso a equipamentos de triagem e promover a interoperabilidade de dados entre fabricantes, transformadores, marcas e operadores de coleta.

Tópicos centrais do tratado em discussão

Metas, indicadores e monitoramento

Metas sem indicadores confiáveis tendem a gerar disputas na implementação. Um caminho prático é adotar métricas de balanço de massa, com recorte por resina e por aplicação. O objetivo é medir não só o material colocado no mercado, mas também o que retorna por meio de coleta seletiva, centrais de triagem, programas de logística reversa e rotas de reaproveitamento, sempre com critérios verificáveis.

Para que relatórios nacionais sejam comparáveis, o tratado pode propor um conjunto mínimo de definições: o que é reciclável sob condições reais, o que caracteriza conteúdo reciclado pós-consumo e quais são os limites de desempenho para aplicações críticas. A padronização reduz margem de interpretação, dá segurança a auditorias e permite planejamento de longo prazo em toda a cadeia.

Design para reciclabilidade e conteúdo reciclado

Projetar produtos pensando no fim de vida amplia a oferta de materiais com qualidade para retorno ao ciclo produtivo. Isso envolve escolhas como mono-materiais quando tecnicamente viáveis, rótulos que não prejudiquem triagem ótica, tampas acopladas em certos segmentos para evitar perda de componentes e pigmentos que não causem interferência nos sensores das linhas de separação. A ideia é facilitar o trabalho de quem coleta e processa o material, preservando propriedades do polímero.

O conteúdo reciclado é outro pilar. Percentuais podem ser estabelecidos por categoria, com exceções justificadas para usos sensíveis. Em paralelo, sistemas de cadeia de custódia ajudam a comprovar a origem do material e a evitar dupla contagem. Tecnologias digitais e selos de conformidade favorecem a rastreabilidade e a credibilidade dos relatórios.

Aditivos e substâncias de interesse

A discussão sobre aditivos requer olhar técnico. Alguns componentes são indispensáveis para desempenho mecânico, proteção contra luz, flexibilidade ou estabilidade térmica. O avanço do tratado passa por critérios que considerem risco, exposição e aplicação, evitando listas genéricas que desconsiderem contextos de uso e níveis seguros. O foco está em transparência e em fichas técnicas completas que facilitem a triagem e eventuais rotas de reaproveitamento.

A indústria sugere abordagens graduais: priorizar dados robustos, prever revisões periódicas e estabelecer prazos compatíveis com a substituição de insumos quando existirem alternativas viáveis. Assim, produtores e clientes conseguem programar testes, qualificar fornecedores e atualizar certificações sem rupturas na cadeia de suprimento.

Gestão de resíduos e logística reversa

Coleta, transporte, triagem e destinação final formam um sistema interdependente. O tratado pode incentivar padrões mínimos de infraestrutura e de operação, promover contratos de longo prazo para dar escala e qualidade aos serviços e estimular consórcios regionais que permitam ganho de eficiência. Quanto mais previsíveis forem os fluxos, melhor o planejamento de plantas, a compra de equipamentos e o treinamento de equipes.

Instrumentos de responsabilidade compartilhada ajudam a equilibrar papéis entre fabricantes, importadores, varejo, poder público e operadores. A clareza de responsabilidades e de metas, acompanhada de verificação por terceiros, fortalece resultados e reduz disputas administrativas.

Financiamento e cooperação internacional

A implementação em países de renda média e baixa exige acesso a investimento, tecnologia e capacitação. O tratado pode prever linhas de crédito com prazos longos, garantias para projetos de infraestrutura e apoio à formação técnica em operação de centrais de triagem, auditoria de dados e manutenção de equipamentos. O objetivo é acelerar a qualidade do serviço e assegurar continuidade.

A troca de conhecimento é estratégica. Protocolos comuns de medição, plataformas digitais interoperáveis e programas de treinamento combinam ganhos de escala com aceleração de resultados. Isso beneficia empresas que atuam em vários países e precisam atender requisitos equivalentes com o menor custo possível.

Impactos práticos para empresas no Brasil

Para a indústria instalada no país, qualquer novo marco internacional tende a se refletir em regras nacionais. Fabricantes de resinas, transformadores, marcas e varejo deverão alinhar portfólios de produtos, rotulagem e contratos de fornecimento. Empresas com operações em vários países precisarão de governança que garanta coerência entre mercados, evitando retrabalho e divergências nos relatórios corporativos.

Haverá demanda por dados de qualidade sobre volume colocado no mercado, taxa de retorno por categoria, teor de material reaproveitado, eficiência das linhas de triagem e desempenho logístico. Sistemas integrados e padronizados reduzem erros, facilitam auditorias e sustentam decisões sobre investimento, mix de embalagens, substituição de aditivos ou mudanças em design de produto.

Guia passo a passo para se preparar já

Ainda que o texto final do tratado dependa de novas rodadas, há ações que podem ser iniciadas sem risco de retrabalho. O primeiro movimento é organizar governança interna. Defina um comitê com compras, P&D, qualidade, jurídico, logística, marketing e finanças. Estabeleça um cronograma de entregas e um canal único de decisões. Isso evita desencontros e acelera respostas a mudanças regulatórias.

Em seguida, estruture um inventário de materiais e aplicações. Classifique por resina, aditivos, pigmentos, camadas, fornecedores e mercados de destino. Mapeie exigências de rotulagem, requisitos de conteúdo reciclado e restrições para aplicações sensíveis. Use esses dados para simular cenários, estimar custos de adaptação e definir prioridades.

  1. Padronize nomenclaturas de materiais e versões de produto em todos os sistemas internos.
  2. Avalie reciclabilidade por design e identifique mudanças de rótulo, cola, tinta e geometrias que melhorem a triagem.
  3. Contrate testes de desempenho com material reaproveitado quando tecnicamente aplicável.
  4. Implemente rastreabilidade de lote para comprovar percentuais de conteúdo reaproveitado e origem de insumos.
  5. Negocie cláusulas contratuais que permitam ajustes diante de novas normas, com prazos e gatilhos definidos.
  6. Capacite equipes de controle de qualidade, manutenção e logística para novos padrões de operação.
  7. Faça pilotos com cooperativas e operadores regionais para testar rotas de triagem e rotulagem.

Ferramentas e normas que apoiam conformidade e dados

Empresas podem combinar padrões de gestão da qualidade, rastreabilidade e segurança de produto para fortalecer evidências. Sistemas de cadeia de custódia, protocolos de amostragem e auditorias independentes ajudam a comprovar desempenho. O uso de identificadores padronizados e códigos de barras facilita a integração de dados entre fornecedores, transformadores e varejo, aumentando a confiabilidade dos relatórios.

Plataformas digitais para balanço de massa simplificam a conciliação de entradas e saídas por período, planta e produto. O registro de notas, laudos e certificados em repositórios únicos reduz a chance de divergências, acelera consultas e viabiliza verificações por amostragem. Isso gera agilidade em auditorias e evita retrabalho na preparação de dossiês para autoridades.

Cidades e consórcios: papel na coleta e triagem

A execução em nível local depende de contratos de longo prazo, metas claras e remuneração alinhada a desempenho. Consórcios intermunicipais conseguem ganhos de escala na aquisição de equipamentos, na manutenção e no treinamento de equipes. Quando há previsibilidade de fluxo e qualidade do material recebido, as centrais operam com mais eficiência e entregam frações com pureza adequada às rotas de reaproveitamento.

Parcerias entre operadores, cooperativas e empresas melhoram logística e padronizam procedimentos. Adoção de critérios de qualidade, como teor de umidade, contaminação máxima e tamanho de fardo, reduz perdas e aumenta valor de mercado dos materiais. Transparência nos pagamentos e metas compartilhadas elevam engajamento e qualidade do serviço prestado ao cidadão.

Embalagens: mudanças de design e de operação

A área de embalagens costuma ser a mais visível para o consumidor. Guias de design apontam caminhos práticos: priorizar mono-materiais quando possível, evitar combinações que dificultem separação, reduzir o uso de tintas opacas em áreas extensas, optar por rotulagem que não prejudique sensores e prever comunicação clara sobre descarte adequado. Cada ajuste deve considerar custo, desempenho e cadeia logística.

Outro movimento é a migração para tampas e componentes que permaneçam presos ao frasco em categorias específicas. Isso diminui extravio de partes pequenas e melhora a coleta. Programas de padronização de cores e formatos, quando alinhados à triagem, contribuem para aumentar a previsibilidade do fluxo e a qualidade do material recuperado, sem comprometer requisitos de segurança e conveniência.

Resinas e aplicações: leitura de risco regulatório

Cada polímero tem propriedades próprias e, por isso, interage de maneira diferente com as etapas de coleta, triagem e reaproveitamento. Polietilenos de alta e baixa densidade, Polipropileno, PET, poliestireno e PVC compõem um portfólio amplo de aplicações. Avaliar riscos e priorizar projetos exige olhar para volumes, valor agregado, pureza alcançável e existência de rotas comerciais robustas para o material reaproveitado.

Em aplicações críticas — como usos hospitalares, contato direto com alimentos em determinadas condições e componentes de segurança — a transição precisa ser feita com cautela e validações complementares. Ensaios, certificações e rastreabilidade por lote ajudam a demonstrar que o produto atende a requisitos de desempenho, ao mesmo tempo em que se buscam oportunidades de fechamento de ciclo nas aplicações adequadas.

Contratos, preços e financiamento de adaptação

A incorporação de novos requisitos tende a refletir-se em contratos. É recomendável incluir cláusulas de alinhamento regulatório, com gatilhos que permitam revisar escopo e preço quando houver mudanças relevantes. Indicadores de desempenho, metas por fase e bonificações por resultados ajudam a equilibrar risco entre as partes e a manter foco em entregas concretas.

Linhas de crédito com prazos coerentes com a vida útil de equipamentos de triagem, veículos e sistemas digitais favorecem melhor planejamento financeiro. Projetos com receitas previsíveis, embasados por contratos de médio e longo prazo, tendem a acessar financiamento com custos menores, acelerando a modernização da infraestrutura e a qualificação de serviços.

Indicadores para gestão e transparência de dados

Definir poucos indicadores bem medidos é melhor que listas extensas de difícil execução. Exemplos de métricas úteis: volume colocado no mercado por resina e aplicação; índice de retorno por canal; pureza média das frações triadas; teor de material reaproveitado por categoria; eficiência logística; taxa de rejeito por tipo de contaminação; e tempo de ciclo entre coleta e destinação final. O importante é garantir rastreabilidade e consistência entre sistemas.

Com indicadores estabilizados, relatórios ganham confiabilidade. A comparação ao longo do tempo permite avaliar ganhos de eficiência, detectar gargalos e planejar investimentos. A verificação independente, por amostragem, confere credibilidade e reduz discussões sobre números, elemento essencial quando metas passam a ter implicações legais e contratuais.

Perguntas frequentes de empresas e respostas diretas

O tratado exigirá mudanças imediatas? É provável que haja períodos de transição e metas por etapas. Isso dá tempo para adaptação de design, contratos e infraestrutura. Entretanto, quem iniciar agora sai na frente, reduz custos de última hora e ganha vantagem competitiva em mercados com exigências mais maduras.

Como comprovar conteúdo reaproveitado? A tendência é que critérios de cadeia de custódia e balanço de massa sejam aceitos mediante regras claras e auditoria. A documentação de entradas, saídas e perdas, acompanhada de certificados e registros de lote, forma o núcleo da comprovação. Ferramentas digitais integradas a ERPs e a parceiros de logística simplificam o processo.

Integração com cooperativas e operadores privados

A qualidade do material triado melhora quando há alinhamento entre quem desenha produtos, quem os coloca no mercado e quem coleta. Treinamentos conjuntos e guias visuais de fácil leitura ajudam a reduzir contaminação e perdas. A adoção de metas de pureza por resina, com remuneração variável por desempenho, cria incentivo direto para aprimorar processos e investir em melhorias de linha.

Outro ponto é a logística. Rotas com janelas de coleta estáveis e veículos adequados à densidade dos materiais reduzem custos e danos. Compactação correta, proteção contra umidade e padronização de fardos resultam em mais valor e em menos retrabalho nas etapas seguintes, beneficiando todos os elos da cadeia.

Capacitação técnica e segurança de produto

Produtos com requisitos de desempenho exigentes pedem equipes preparadas. Ensaios de tração, impacto, barreira e estabilidade térmica, entre outros, garantem conformidade e confiabilidade. A atualização de fichas técnicas e manuais de processo acompanha mudanças de formulação e rotas de reaproveitamento, mantendo consistência entre plantas e fornecedores.

Na etapa de qualificação, pilotos controlados produzem dados para validar ajustes de design, parâmetros de extrusão ou injeção e compatibilizantes. A documentação organizada encurta ciclos de aprovação, facilita auditorias e fortalece relacionamento com clientes que operam em múltiplas jurisdições.

Comunicação ao consumidor: clareza e padronização

Indicações simples e objetivas sobre descarte adequado aumentam acerto na separação inicial. Símbolos legíveis, contraste suficiente e mensagens diretas reduzem dúvidas. Em segmentos com tampas ou componentes fixos, a comunicação deve explicar o motivo da mudança, orientando o público sem gerar atrito no uso do produto.

Na relação com varejistas, fichas de produto padronizadas e informações técnicas atualizadas fortalecem a consistência do ponto de venda e das plataformas digitais. Quanto mais uniforme a mensagem, melhor o entendimento de coletadores e triadores, o que se traduz em maior eficiência operacional.

Inovação com foco em desempenho e eficiência de materiais

O desenvolvimento de novas resinas, blends e aditivos segue ativo. Linhas dedicadas a compatibilizantes, estabilizantes e pigmentos adequados à triagem ótica ampliam o leque de soluções. O foco é atingir as propriedades requeridas por cada aplicação, preservando a processabilidade e a vida útil do produto, e favorecendo rotas de reaproveitamento quando tecnicamente possível.

Do lado de processos, melhorias em extrusão, moldagem, impressão e colagem reduzem perdas e aumentam reprodutibilidade. A combinação de controle de processo com rastreabilidade por lote dá visibilidade a desvios e permite ajustes finos, encurtando tempos de parada e estabilizando a qualidade final.

Roteiros setoriais: saúde, alimentos, construção e mobilidade

Cada setor tem particularidades. Na saúde, requisitos de esterilização e rastreabilidade são determinantes. Em alimentos, a função barreira, a integridade do fechamento e a proteção contra umidade e luz são prioridades. Na construção, resistência mecânica e durabilidade guiam decisões. Em mobilidade, baixa massa e desempenho térmico contribuem para eficiência energética e segurança do conjunto.

Roteiros setoriais ajudam a traduzir metas gerais em soluções factíveis. Eles detalham testes, normas aplicáveis, limites de variação e boas práticas de documentação. Com isso, empresas alinham expectativas e aceleram aprovações, mantendo consistência técnica em escala nacional e internacional.

Governança e tomada de decisão baseada em dados

A criação de um comitê executivo com metas trimestrais traz ritmo ao plano de adaptação. Painéis com dados de produção, vendas, retorno e qualidade das frações triadas permitem correções rápidas. Quando indicadores mostram desvio persistente, o grupo decide por projetos de causa raiz, priorizando ações com maior impacto por real investido e menor risco de execução.

É útil definir uma régua de decisão para mudanças de design, qualificação de materiais e substituição de aditivos. A régua explicita critérios técnicos, impacto econômico, prazos de implementação e implicações comerciais. Assim, equipes de P&D, industrial e comercial falam a mesma língua e avançam com menos retrabalho.

Linha do tempo e próximos movimentos esperados

A expectativa é de novas rodadas de negociação para refinar o texto, consolidar definições e ajustar dispositivos de implementação. Entre os temas que devem permanecer no centro da mesa estão indicadores, financiamento, critérios para conteúdo reaproveitado, rastreabilidade e abordagens para aplicações sensíveis. A busca é por um equilíbrio que combine metas claras com flexibilidade suficiente para contextos distintos.

Enquanto isso, empresas e autoridades podem avançar em frentes que independem do resultado final: interoperabilidade de dados, qualificação de operadores, melhoria de triagem e contratos com foco em desempenho. Em comum, todas essas ações pavimentam o caminho para cumprimento mais fluido de metas futuras, reduzindo custos de adaptação e ampliando previsibilidade para investimentos.

Como construir consenso dentro da cadeia produtiva

A experiência mostra que convergência nasce de objetivos simples e verificáveis. É útil estabelecer um “pacote mínimo” de acordos internos: métricas comuns, procedimentos de auditoria, formatos padrão de relatório e calendário de revisões. Com esse básico alinhado, discussões mais complexas — como metas por aplicação ou substituição de aditivos — passam a ter base sólida, reduzindo incertezas e ruído.

O diálogo transparente entre indústria, operadores e gestores públicos acelera resultados. Ao mesmo tempo, o engajamento com centros de pesquisa e entidades técnicas amplia o repertório de soluções e melhora a qualidade das decisões. O resultado esperado é um processo mais previsível, com custos sob controle e maior eficiência na gestão de materiais ao longo de todo o ciclo de vida.

Sinais de avanço a acompanhar nos próximos meses

Alguns indicadores antecipam a direção das regras: crescimento de contratos de longo prazo entre marcas e operadores de triagem, aumento de investimentos em modernização de plantas, expansão de programas de rastreabilidade de cadeia de custódia e adoção de guias de design com foco em reciclabilidade. Outro sinal é a maior padronização de rotulagem e de requisitos de qualidade dos fardos entregues às recicladoras.

Se esses movimentos ganharem corpo, a implementação futura tende a ser mais fluida. A cadeia passa a operar com linguagem comum, metas factíveis e instrumentos de verificação compatíveis com a realidade operacional, entregando resultados consistentes para governos, empresas e consumidores.



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