Analisando o Desempenho das Exportações de Carnes de Peru e Pato em 2024
O cenário das exportações brasileiras de carne de peru e pato em 2024 é uma representação clara do dinamismo do mercado avícola, assim como dos desafios enfrentados por esses segmentos específicos. Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), essas carnes, que são reconhecidas por seu alto valor agregado, apresentaram comportamentos divergentes, indicando ciclos distintos que podem impactar a trajetória futura dos embarques.
De um lado, temos a carne de peru, que enfrentou uma queda significativa, tanto em volume quanto em receita. Por outro lado, a carne de pato mostrou um crescimento modesto em volume, mas ainda assim, uma retração na receita. Esse panorama só reforça a complexidade do setor, que precisa se reinventar para superar adversidades e explorar novas oportunidades no mercado global.
Carne de Peru: Redução nos Embarques e Receita
As exportações de carne de peru encerraram 2024 com 64,1 mil toneladas, refletindo uma queda de 8,1% em relação às 69,8 mil toneladas registradas em 2023. Essa redução acentuada na quantidade exportada também teve impacto direto na receita, que caiu para US$ 153,9 milhões, uma diminuição de 23,4% em comparação aos US$ 201 milhões no ano anterior.
O México, que consistentemente foi um dos principais mercados para a carne de peru brasileira, importou 9,8 mil toneladas, uma expressiva redução de 39%. Outras nações que compõem o ranking das importações incluem a África do Sul, Países Baixos, Chile e Peru, com desempenhos variados. Esta situação pode ser resultado de múltiplos fatores, incluindo alterações nas preferências do consumidor, mudanças econômicas ou mesmo a concorrência com outros países produtores.
Impactos e Estratégias no Mercado de Carnes de Peru
A situação delicada das exportações de carne de peru é um reflexo de influências internas e externas. A desvalorização da moeda, a competição agressiva de outros países, bem como desafios logísticos, podem ter contribuído para essa queda. Diante desse panorama, é fundamental que os exportadores brasileiros repensem suas estratégias comerciais.
Uma possibilidade é a diversificação dos mercados. Focar em novas geografias que possam apreciar a qualidade da carne de peru brasileira pode abrir portas para novos fluxos de receita. Além disso, melhorar a comunicação sobre as qualidades nutricionais e o padrão de produção pode atrair novos consumidores e recuperar parte do mercado perdido.
Carne de Pato: Crescimento Modesto no Volume
Em contraste com o setor de carne de peru, o segmento de carne de pato teve um desempenho mais equilibrado, totalizando 3,551 mil toneladas exportadas em 2024. Isso significa um leve aumento de 1,3% em relação ao volume de 3,507 mil toneladas do ano anterior. Apesar desse crescimento modesto em volume, a receita totalizou apenas US$ 11,9 milhões, o que representa uma queda de 12,7% se comparado aos US$ 13,7 milhões do período anterior.
Os Emirados Árabes Unidos destacaram-se como o principal mercado, com 1.524 toneladas importadas, um crescimento impressionante de 66% em relação ao ano anterior. Em contraste, as exportações para a Arábia Saudita e pelo Catar enfrentaram quedas, indicando que cada mercado tem suas flutuações e demandas específicas. A capacidade de entender essas nuances pode ser vital para otimizar a presença do Brasil no mercado internacional de carne de pato.
Novas Oportunidades para Carnes de Pato
O pequeno crescimento no volume das exportações de carne de pato pode ser visto como um sinal promissor. Enquanto o aumento na demanda dos Emirados Árabes Unidos é encorajador, os exportadores devem manter um olhar atento sobre os mercados emergentes. O Chile, por exemplo, apresentou um crescimento impressionante de 94% e pode ser um mercado-alvo valioso.
Além disso, para avançar ainda mais, as empresas brasileiras podem considerar práticas de marketing que destaquem as características únicas e a qualidade premium das carnes de pato. As campanhas que enfatizarem a origem sustentável e métodos de produção éticos podem cativar um público cada vez mais consciente em relação à sua alimentação.
Potencial e Otimismo para o Futuro
Ambos os setores avícolas contribuíram para uma receita cambial total de US$ 165 milhões em 2024. Ricardo Santin, presidente da ABPA, expressou otimismo para o futuro, especialmente para 2025. Ele destaca que os mercados da Europa e do Oriente Médio apresentam a possibilidade de impulsionar novas perspectivas de crescimento, tanto em volume quanto em receita.
O Brasil possui um potencial significativo para se consolidar como um fornecedor de referência em proteínas premium. Com uma base de consumidores internacionais cada vez mais diversificada e exigente, é crucial adotar uma abordagem proativa para explorar novos mercados e fortalecer a presença nos existentes. O foco no valor agregado, alinhado a campanhas que promovam produtos brasileiros, pode ser a chave para manter a competitividade.
Conclusão: O Caminho à Frente para as Exportações de Carnes
As exportações de carnês de peru e pato refletem tanto o dinamismo quanto os desafios do mercado global. Enquanto a carne de peru enfrenta um cenário desafiador com desaceleração nas vendas, a carne de pato mostra uma resiliência e leve crescimento, reafirmando a importância de estratégias de adaptação e inovação.
Por fim, é imperativo que as partes interessadas se unam, desde os produtores até os exportadores, para traçar um caminho sustentável e lucrativo para o futuro das exportações brasileiras de carnes. Com o potencial correto e um foco em iniciativas que atendam às expectativas do consumidor moderno, as indústrias avícolas podem não apenas retomar o crescimento, mas também prosperar em um ambiente econômico dinâmico.
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