Ministros da Agricultura do G20 recebem recomendações para mais produtividade, financiamento ao pequeno produtor e comércio internacional justo
Sugestões foram apresentadas por Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS e head da força-tarefa de sistemas alimentares do B20, braço empresarial do G20.
Chapada dos Guimarães, 13 de setembro de 2024 – Na manhã da quinta-feira, ministros que representam as 20 maiores economias do mundo receberam as recomendações da Força-tarefa de Sistemas Alimentares do B20, braço empresarial do G20. A apresentação foi feita por Gilberto Tomazoni, head da força-tarefa e CEO global da JBS, durante a abertura do encontro ministerial do Grupo de Trabalho da Agricultura do G20. O documento trouxe sugestões para o combate à fome e a expansão da agricultura sustentável.
Aumentando a Produtividade no Campo
Vamos começar essa jornada pelo campo. A produtividade agrícola é como um motor que nunca pode parar; precisa de combustível, manutenção e um engenheiro para sempre otimizar o seu desempenho. No nosso contexto, o combustível é a tecnologia. Imagine um futuro onde cada hectare de terra produz o dobro, talvez até o triplo, do que produz hoje. Não estamos falando de mágica, mas de inovação.
Tecnologias avançadas, como a agricultura regenerativa, biotecnologias e ferramentas digitais estão prontas para transformar a forma como cultivamos. Isso não é apenas sobre plantar mais, mas sobre plantar melhor. Para que essa transição ocorra, assistência técnica é fundamental. Pense nos produtores rurais como pilotos que precisam de treinamento sofisticado para operar essas novas máquinas tecnológicas.
Financiamento ao Pequeno Produtor: O Elo que Faltava
Vamos falar sobre um gigante adormecido: o pequeno produtor. Ele é como um carro antigo, cheio de potencial, mas que precisa de uma reforma para pegar no tranco e correr como um campeão. O que ele precisa? Financiamento. E não qualquer financiamento, mas modelos inovadores que entendam suas necessidades e peculiaridades.
Poucos sabem, mas menos de 4% do total de investimentos para mudanças climáticas estão indo para a agricultura. E quando olhamos para pequenos produtores em países em desenvolvimento, esse número cai para alarmantes 2%. Aqui, o problema não é só a falta de crédito, mas a falta de conhecimento para aplicá-lo corretamente. O acesso a tecnologias climate-smart pode ser o divisor de águas que esses produtores tanto precisam.
Comércio Internacional Justo: Um Jogo de Equilíbrio
O comércio agrícola internacional é como um jogo de xadrez global, onde cada movimento pode mudar o cenário alimentar do mundo. O fortalecimento desse sistema com normas não discriminatórias é essencial para garantir que todos os jogadores possam competir em pé de igualdade.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) precisa atuar como o árbitro imparcial deste jogo, harmonizando regulações e promovendo práticas sustentáveis baseadas em ciência. Em um mundo onde as fronteiras nacionais são esmaecidas pelo efeito das mudanças climáticas, colaboração internacional não é apenas desejável, é vital.
A Visão dos Líderes: Um Mundo Unido pela Sustentabilidade
Durante o encontro em Chapada dos Guimarães, líderes globais manifestaram um forte apoio a essa visão de futuro. Para Carlos Fávaro, essa proposta global de agropecuária inclusiva, que cuida de produtores de todos os tamanhos, é um exemplo a ser seguido. Ele acredita que a inclusão de tecnologias e a reabilitação de áreas degradadas podem mudar profundamente os modos de produção no Brasil e além.
À medida que as barreiras comerciais são combatidas, o acesso a alimentos saudáveis e baratos se tornará uma realidade, ajudando a combater a fome global. Segundo Fávaro, o documento final desse encontro será uma referência para a agricultura mundial, um manual para um futuro mais inclusivo e sustentável.
A Força-Tarefa de Sistemas Alimentares em Ação
Nos últimos seis meses, a Força-tarefa de Sistemas Alimentares e Agricultura Sustentável compilou percepções de uma vasta rede de 139 especialistas de diferentes partes do mundo. Essas recomendações foram cuidadosamente pensadas para abordar problemas de segurança alimentar e mudanças climáticas de forma integrada e eficaz.
Segundo Tomazoni, o objetivo é não só preservar a biodiversidade e capturar carbono, mas também aumentar a resiliência dos sistemas alimentares. É uma missão ambiciosa, mas com o potencial de enfrentar dois dos maiores desafios do nosso tempo: a insegurança alimentar e as mudanças climáticas. Um plano onde todos têm a ganhar.
Conclusão: Um Passo Adiante Rumo a um Futuro Sustentável
Em suma, o encontro dos Ministros da Agricultura do G20 foi mais do que uma reunião de líderes; foi uma declaração de intenções para um futuro melhor. Com um foco claro em produtividade, financiamento e comércio justo, as recomendações traçam um caminho para a segurança alimentar e a sustentabilidade global.
É hora de agir. As sementes foram plantadas — cabe a nós nutrir esse crescimento com inovação, cooperação e ação decisiva. Só assim seremos capazes de enfrentar as tempestades econômicas e climáticas que nos aguardam no horizonte.