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Notícias – Sustentabilidade e borracha verde movem evento no rio

A indústria brasileira de pneus e o setor automotivo tiveram sobre si os holofotes no Rubber Day Brasil, realizado pela Lanxess em parceria com o Coppe, centro de ensino e pesquisa em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 18 de outubro. A conferência aconteceu no auditório do Coppe e reuniu diversos especialistas mundiais da indústria, das comunidades científicas e acadêmicas, além de profissionais interessados em conhecer as possibilidades ofertadas pelas borrachas de alto desempenho na mobilidade verde, tema do evento.

A escolha do local da conferência também foi estratégica. Teve a intenção de privilegiar a Coppe e reforçar a importância do trabalho

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Ganho ambiental nos pneus verdes é gerado na economia de combustível

conjunto universidade/empresa. No entender do professor e palestrante José Carlos Pinto, a parceria é imperativa para o desenvolvimento de inovações tecnológicas e para a criação de uma cultura mais forte de ciência e tecnologia. Em seu discurso, destacou a longa história de cooperação com a Lanxess, que contribui com bolsas de estudo para alunos da Coppe. “Temas de tecnologias verdes são muito importantes para a Coppe”, ressaltou. A intermediação entre as universidades e as empresas privadas é feita por meio da Fundação Coppetec – Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos.

O professor lembrou que a pesquisa brasileira, particularmente em tecnologia da borracha, precisa de programas de indução para ajudar a centralizar os grandes projetos, pois há muitas iniciativas espalhadas. “Falta uma linha para coordenar esses grupos dispersos em um trabalho coordenado.” Mas destacou que o Brasil tem grande potencial para desenvolver monômeros com base sustentável.

A principal proposta da promotora do evento foi mostrar seus esforços em introduzir inovações tecnológicas que, além de aprimorar o desempenho, também agregam atributos de sustentabilidade ambiental aos produtos. Nesse contexto, as palestras giraram em torno de como as borrachas da Lanxess podem favorecer as montadoras no desenvolvimento de veículos mais sustentáveis, particularmente na composição dos pneus “verdes”.

O interesse especial no segmento pneumático tem um porquê. Em breve o país deve adotar nova legislação para o setor automotivo, impondo restrições na emissão de CO2, dentro de limites demarcados por normas internacionais. O Brasil vai aderir a uma tendência que ganha força em todo o mundo, de etiquetagem para pneus, um selo de eficiência semelhante ao já existente para os eletrodomésticos. O novo sistema (Tire Labelling) entra em vigor nos países europeus neste final de ano.

A regulamentação do programa brasileiro, desenvolvido em parceria com a Petrobras, segue os padrões da certificação europeia e deve sair em breve, informou Gustavo Kuster, do Inmetro. O seu objetivo, explicou, é ranquear o desempenho do produto em diversos itens, como eficiência de combustível (medida pela resistência ao rolamento), aderência à pista molhada (sinônimo de segurança), emissão de ruídos e outros.

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Kuster: etiquetagem brasileira de pneus segue os padrões europeus

Para que se tenha um parâmetro classificatório, a resistência ao rolamento de pneus da categoria A é em torno de 40% mais baixa do que os da classificação G, significando que os primeiros têm um potencial de economia de combustível muito superior. Menor consumo de combustível se traduz em menos emissão de carbono na
atmosfera.

A melhor classificação para um pneu é o duplo A (AA). Diretor de marketing para a América Latina da unidade de negócios performance butadien rubbers da Lanxess, Humberto Lovisi ressaltou que a empresa está alinhada à “mobilidade verde” para o Brasil com a oferta de matérias-primas “verdes” e que a tecnologia para a produção do pneu AA está disponível. “Mas é preciso criar uma consciência no consumidor para essa compra, e isso é questão de tempo e trabalho.”

Os pneus de baixo desempenho representam um enorme passivo ambiental para o país, em razão de sua vida útil curta e descarte rápido. Por conta dessas questões, Robert Simmons, líder de pesquisa de borracha e pneus da LMC International, uma consultoria independente, apontou os sérios problemas causados pela importação de pneus de origem asiática, particularmente China, Coreia e Tailândia, países que privilegiam o baixo custo.

Ao prover informações sobre o desempenho do produto, o programa de etiquetagem de pneus promete aumentar a exigência e influenciar a decisão de compra do consumidor, o que deve contribuir para estimular a competitividade e melhorar a qualidade dos pneus. Até porque a classificação tem caráter evolutivo, não é estacionária. “As empresas aprimoram o produto e conquistam melhores classificações”, incentiva Kuster.