Misturadores da NZ-Tec atendem diferentes volumes e tipos de plástico

Misturadores da NZ-Tec atendem diferentes volumes e tipos de plástico
NZ-Tec une tecnologia e versatilidade em misturadores que atendem a diferentes volumes e plásticos

Misturar resinas, flakes e aditivos com previsibilidade é um ponto crítico nas linhas de transformação e de reaproveitamento de materiais plásticos. Quando a mistura falha, surgem diferenças de cor, variações de índice de fluidez e instabilidade dimensional nas peças. A proposta dos misturadores da NZ-Tec é reduzir esse risco com equipamentos desenhados para lidar com lotes pequenos e grandes, mantendo o mesmo padrão de processo.

Com origem no Rio Grande do Sul, a fabricante desenvolveu modelos verticais e horizontais em aço carbono ou inox. O foco é entregar homogeneidade em menos tempo de ciclo, com acessórios que encurtam a rotina da fábrica, como caçamba de alimentação e rosca de descarga. O resultado é uma operação mais organizada, com menor retrabalho e controle mais fino sobre a composição de cada batelada.

Consistência e repetibilidade: o que define um bom misturador

A base de qualquer mistura de plásticos é a homogeneidade. Em linguagem prática, homogeneidade é a capacidade de distribuir o material de forma uniforme, para que cada quilo retirado do misturador tenha a mesma proporção de resina, masterbatch e aditivos. Na produção, isso se traduz em cor padronizada, índice de fluidez estável e peças com a mesma performance entre turnos e lotes. Quanto maior a homogeneidade, menor a necessidade de correções no equipamento a jusante, como extrusoras, injetoras ou sopradoras.

Outro ponto é a repetibilidade. Um bom misturador não entrega apenas um resultado excelente em um lote isolado; ele repete o desempenho lote após lote. Para chegar lá, entram em jogo a geometria do vaso, o tipo de agitador, a velocidade de rotação, a disposição das aletas internas e o sistema de descarga. O conjunto precisa movimentar a massa com fluxo convectivo e cisalhante suficiente para quebrar aglomerados de pigmento e espalhar partículas sólidas, sem superaquecer o material nem provocar degradação.

Portfólio da NZ-Tec: modelos verticais e horizontais por volume e aplicação

A linha da NZ-Tec combina dois formatos. Os misturadores verticais, que apresentam coluna alta e base compacta, e os horizontais, construídos com corpo cilíndrico deitado e eixo principal atravessando o tambor. Nos verticais, a empresa oferece capacidades de 500 a 35.000 litros. Eles atendem operações de alto volume, em especial quando há necessidade de misturar grandes massas de material granulado ou regrind num fluxo contínuo. Nos horizontais, as capacidades vão de 500 a 4.000 litros, indicadas para lotes menores, misturas especiais e receitas com maior controle de tempo de residência.

Em ambos os tipos, a NZ-Tec utiliza recursos práticos na rotina de fábrica. A caçamba de alimentação acelera a dosagem e reduz perdas, permitindo que o operador carregue material com mais segurança e rapidez. Já a rosca de descarga agiliza a retirada do material, mantendo o fluxo para silos, big bags ou funis de máquinas. O conjunto evita acúmulo, facilita a amostragem de controle de qualidade e libera o equipamento para a próxima batelada mais cedo.

Como funcionam: da alimentação à descarga

O processo começa na alimentação. Materiais chegam pela caçamba em big bags, sacarias ou linhas de transferência pneumática. Ao entrar no vaso, o fluxo é distribuído pelas paredes e pelas aletas internas. O agitador gera circulação vertical e radial, promovendo o contato entre partículas de resina virgem, reprocessado, concentrado de cor e aditivos. Em poucos minutos, formam-se “células” de mistura que se combinam até atingir um ponto de equilíbrio, quando a variação entre amostras do topo, centro e base fica dentro do padrão definido pela fábrica.

Na sequência, a descarga é liberada. A rosca retira o material de forma contínua e uniforme, evitando picos e buracos no fluxo. Essa estabilidade é crucial para alimentar extrusoras, injetoras e sopradoras com taxa de alimentação constante. Também facilita a rastreabilidade, já que o lote sai do misturador como uma única massa homogênea, facilitando amostragem, etiquetagem e armazenagem.

A operação se completa com a limpeza entre receitas. Dependendo da combinação de materiais, um ciclo a seco resolve: esvaziamento total, raspagem leve, aspiração ou sopragem de ar. Quando há trocas de cor intensa ou aditivos pegajosos, entram panos e solventes compatíveis com a resina. Esse cuidado reduz contaminação cruzada, preserva a aparência das peças e mantém a rastreabilidade de lote em dia.

Em linhas integradas, sensores de nível e intertravamentos controlam a abertura de descarga e a partida do agitador. O objetivo é manter o misturador sempre em regime, evitando paradas na máquina a jusante e garantindo que a mistura chegue ao ponto certo antes de seguir para a produção.

Materiais de construção: aço carbono e inox, quando escolher cada um

Os misturadores podem ser fabricados em aço carbono ou em inox. O aço carbono se destaca pela resistência mecânica e grande durabilidade em aplicações de uso intenso. É uma escolha assertiva para resinas com alta taxa de abrasão, como cargas minerais e reforços. O acabamento interno pode receber tratamento que diminui aderência e facilita a limpeza, reduzindo o tempo de troca entre receitas. Em muitas plantas, o aço carbono equilibra custo de aquisição e robustez, atendendo processos de alta cadência com confiabilidade.

O inox, por sua vez, é indicado quando a operação exige maior proteção contra contaminação ou quando há requisitos sanitários e de limpeza mais severos. Também é uma boa opção para composições sensíveis a traços metálicos ou a oxidação. O acabamento polido ajuda na remoção de resíduos de pigmento, estabilizantes e aditivos finos. Em ambos os casos, o projeto do vaso e das aletas é pensado para oferecer boa circulação, minimizar zonas mortas e facilitar o acesso para inspeção e manutenção preventiva.

Dimensionamento de capacidade: como acertar o volume do equipamento

Definir o tamanho do misturador começa pelo balanço entre demanda de produção e tempo de ciclo. Um cálculo simples ajuda a guiar a decisão. Primeiro, estime a necessidade horária (kg/h). Depois, determine o tempo total de batelada: soma de carregamento, mistura, amostragem e descarga. Em seguida, aplique o fator de enchimento do vaso, que geralmente fica entre 65% e 80% do volume nominal, de acordo com a densidade aparente do material. O produto entre taxa por hora e tempo efetivo do ciclo aponta a massa por batelada. Ao dividir essa massa pela densidade aparente, você obtém o volume mínimo necessário e consegue escolher um equipamento com margem de segurança.

Exemplo prático: uma linha consome 2.000 kg/h e trabalha com bateladas a cada 20 minutos, somando 5 min de carga, 10 min de mistura e 5 min de descarga. Em 20 min, a linha demanda cerca de 667 kg. Se a densidade aparente média for 0,55 kg/L, o volume de processo é de aproximadamente 1.212 L. Considerando fator de enchimento de 75%, o volume nominal recomendado sobe para perto de 1.616 L. Nesse cenário, um misturador de 2.000 litros oferece folga para variações de densidade e picos momentâneos de consumo. Em operações maiores, a mesma lógica se aplica, apenas ajustando a janela de ciclo e a cadência das máquinas a jusante.

Integração com a linha: silos, dosagem e máquinas a jusante

Os misturadores da NZ-Tec podem trabalhar como pulmão entre o recebimento e o consumo das resinas. A alimentação pode vir de silos externos, moegas ou sistemas de transporte por vácuo. Em receitas com aditivos e masterbatch, dosadores volumétricos ou gravimétricos fazem a entrega diretamente na caçamba, reduzindo etapas manuais e melhorando a precisão. Depois da mistura, a rosca de descarga envia o material para silos de processo, funis de máquinas ou estações de envase em big bags e tambores.

Na extrusão, a estabilidade da mistura evita flutuações de pressão e reduz listras de cor. Na injeção, a uniformidade ajuda a manter peso de peça, brilho e textura constantes. Em sopradoras, a mistura homogênea favorece espessura regular da garrafa ou do frasco. Com automação, a fábrica define setpoints de nível mínimo e máximo, sincroniza a descarga com o consumo e mantém o sistema em regime sem intervenção constante do operador.

Controles e automação: do painel ao CLP com receitas salvas

A operação dos misturadores pode ser manual ou automática. No modo manual, o operador aciona alimentação, agitador e descarga por botões e chaves seletoras, seguindo um procedimento padrão. No modo automático, um CLP com IHM armazena receitas com parâmetros como tempo de mistura, sequência de dosagem, rotação do agitador, intertravamentos e confirmação de amostras. Em cada receita, é possível salvar tolerâncias e alarmes, garantindo que a batelada só siga adiante quando cumprir critérios definidos pela produção e pela qualidade.

Inversores de frequência ajustam a velocidade do agitador de acordo com a densidade aparente e o comportamento do material. Soft-starter ou rampa de aceleração suave minimizam picos de corrente e esforços mecânicos no arranque. Sensores de nível impedem transbordo e falta de material. Chaves de segurança em tampas e portas bloqueiam a partida com o equipamento aberto. Registros de eventos ajudam na rastreabilidade e permitem extrair indicadores como tempo médio de batelada, ocupação do equipamento e disponibilidade por turno.

Operação passo a passo: como obter mistura homogênea em menos tempo

Um procedimento padronizado acelera a curva de aprendizado e reduz variações entre turnos. A seguir, um roteiro de referência que pode ser adaptado à realidade de cada planta. A ordem importa, assim como o respeito ao tempo de mistura testado em validação. Ajustes finos de velocidade e checagens visuais completam o processo, principalmente quando a receita envolve pigmentos de alta concentração ou cargas minerais.

Antes de iniciar, confirme o lote de resina, o masterbatch e os aditivos; verifique a limpeza do vaso e a integridade das vedações. Feito isso, siga a sequência, mantendo atenção na amostragem e no retorno dos resultados ao ajuste de processo. Quando a rotina se repete, o tempo total por batelada tende a cair, sem abrir mão da homogeneidade exigida pela especificação do produto final.

  1. Conferir plano de produção, receita e setpoints no painel.
  2. Carregar a resina base pela caçamba de alimentação até o nível inicial previsto.
  3. Dosar masterbatch e aditivos conforme a receita, preferencialmente com dosadores calibrados.
  4. Acionar o agitador em rotação baixa por 1 a 2 minutos para acomodação do leito de material.
  5. Elevar a rotação para a faixa de trabalho e manter pelo tempo definido de mistura.
  6. Coletar amostra em ponto representativo, homogeneizar e encaminhar para conferência de cor e índice de fluidez quando aplicável.
  7. Liberar a descarga por rosca para o destino planejado, controlando o fluxo.
  8. Realizar limpeza rápida a seco quando houver troca de cor ou de resina; registrar a batelada no sistema.

Boas práticas de manutenção e limpeza que aumentam a disponibilidade

Disponibilidade é o tempo em que o misturador está pronto para operar. Para mantê-la alta, a manutenção preventiva deve ser calendarizada. Vedações, mancais, acoplamentos e motores precisam de inspeção periódica. Em ambientes com pó, filtros e respiros merecem atenção extra. Vibrações acima do normal indicam desgaste de rolamentos ou acúmulo interno irregular. Um plano bem executado evita paradas não programadas e protege o investimento em todo o sistema produtivo.

A limpeza entra no mesmo pacote. Em muitas fábricas, a rotina inclui esvaziamento completo, raspagem suave das paredes, aspiração e checagem visual com lanterna. Quando a receita muda radicalmente, o time realiza limpeza úmida com solvente compatível, pano sem fiapos e descarte controlado de resíduos. O objetivo é reduzir contaminação entre cores e manter o interior do vaso sem incrustações que prejudiquem o fluxo do material e criem pontos de retenção.

  • Lubrificar mancais e checar folgas do eixo nas inspeções programadas.
  • Verificar o torque dos parafusos estruturais após grandes ciclos térmicos ou paradas extensas.
  • Inspecionar chaves de segurança e sensores de nível a cada troca de turno.
  • Mapear pontos de desgaste interno e planejar troca preventiva de aletas quando necessário.
  • Registrar ocorrências em ordem de serviço para análise de causa e tendência.

Qualidade e metrologia: como medir a homogeneidade de forma prática

Medir é o caminho para melhorar. Uma amostragem representativa começa coletando porções do topo, do centro e da base do misturador, ou ao longo da descarga em intervalos regulares. As porções se unem em uma amostra composta que segue para os ensaios definidos pela especificação do produto. Em composições com masterbatch, leituras de cor por espectrofotometria apontam variações. Em resinas técnicas, o índice de fluidez ajuda a indicar se a mistura está estável. Para composições com cargas, o teor de cinzas confirma a distribuição do aditivo na massa.

No controle diário, a fábrica pode adotar limites de aceitação simples, como variação máxima de ΔE na cor e faixa de índice de fluidez. Resultados fora do padrão levam a ajustes no tempo de mistura e na sequência de dosagem. Ao longo do tempo, os registros alimentam gráficos de tendência, úteis para encontrar o ponto ótimo: menor tempo de mistura com qualidade garantida. Esse trabalho reduz custo por lote e aproxima o desempenho do misturador do ritmo real da linha a jusante.

Segurança operacional: proteções, intertravamentos e rotina de checklists

Segurança começa no projeto. Proteções fixas e móveis, com chaves de intertravamento, impedem acesso às partes móveis durante a operação. Sinalização clara indica os pontos de risco. No painel, botões de emergência ficam acessíveis, e o software bloqueia a partida do agitador quando tampas ou portas estão abertas. Treinamento periódico reforça procedimentos e esclarece o que fazer diante de alarmes e paradas inesperadas, reduzindo o tempo de resposta e evitando ações improvisadas.

Checklists diários ajudam a equipe a manter a disciplina. Itens como teste de parada de emergência, verificação de ruídos anormais, análise de vibração e inspeção de cabos entram no roteiro. Em dias de troca de receita, o time confere também materiais de limpeza, etiquetas de identificação de lote e integridade dos recipientes de coleta de amostras. Essa rotina dá previsibilidade e mantém o misturador disponível com segurança para o próximo ciclo.

Casos de uso por material: do granulado ao reprocessado com cargas e pigmento

A operação dos misturadores varia conforme o material. Em poliolefinas como polietileno de alta densidade e polipropileno, a mistura tende a fluir bem, favorecendo ciclos curtos. Quando há cargas minerais, a rotação e o tempo aumentam levemente para quebrar aglomerados e distribuir partículas mais finas. Em PET, a atenção recai sobre umidade e temperatura ambiente, fatores que podem influenciar a performance posterior na extrusão. Em PS e ABS, a preocupação é evitar atrito excessivo e formação de pó fino, que dificulta a limpeza e pode aderir às paredes do vaso.

Quando a planta trabalha com reprocessados, escamas e aparas moídas entram na receita. A densidade aparente muda, assim como o comportamento de fluxo. A solução é ajustar fator de enchimento, tempo de mistura e sequência de dosagem. Muitas fábricas preferem misturar primeiro a base com parte do masterbatch, para então adicionar o material moído. Essa ordem ajuda a envolver as partículas de reprocessado e estabiliza o conjunto. Em todos os casos, a amostragem sistemática confirma se o ajuste atingiu a homogeneidade exigida pelo cliente final.

Dicas para reduzir tempo de ciclo sem perder qualidade de mistura

Reduzir tempo de ciclo é uma meta constante na operação. Uma estratégia é padronizar o ponto de virada: o momento em que a homogeneidade já foi atingida e o ganho adicional se torna marginal. O laboratório pode apoiar com testes cronometrados, medindo cor e índice de fluidez em amostras coletadas a cada minuto. Assim, a fábrica identifica o tempo mínimo que ainda garante a qualidade desejada. Outra frente é otimizar a sequência de dosagem, evitando despejar todos os aditivos de uma vez e promovendo camadas intercaladas de materiais.

A organização do entorno também pesa. Ensacar, abrir big bags, calibrar dosadores e conferir etiquetas são atividades que devem ocorrer paralelamente, não no tempo do misturador. Com carrinhos, suportes e ferramentas ao alcance, o operador reduz deslocamentos e libera o equipamento mais cedo. Intertravamentos com a linha a jusante, por sua vez, evitam filas e esperas na transferência do material, mantendo o fluxo contínuo da produção.

Painel de indicadores: o que acompanhar por turno e por lote

Acompanhar números simples aumenta a previsibilidade. Entre os principais indicadores de um misturador estão tempo médio de batelada, taxa de ocupação, lote por hora e alarmes por turno. Do lado da qualidade, entram variação de cor, faixa de índice de fluidez e desvio de teor de carga, quando aplicável. A análise desses dados aponta onde está o gargalo: na alimentação, no tempo de mistura, na descarga ou na logística de materiais. Com essa leitura, a equipe prioriza ações e mede o efeito de cada melhoria implantada.

Relatórios por lote reforçam a rastreabilidade. O registro traz hora de início e fim, número de receita, operador responsável, ajustes de rotação, resultados de amostra e destino do material. Em auditorias internas e externas, esse histórico facilita a comprovação de conformidade. Também serve de base para treinamentos, já que evidencia boas práticas e aponta onde novos operadores costumam cometer erros de sequência ou de conferência.

Perguntas frequentes de quem opera misturadores na fábrica

Quanto tempo de mistura é suficiente? Depende da resina, do formato do pigmento e da densidade aparente. Em poliolefinas com masterbatch concentrado, ciclos de 6 a 12 minutos costumam entregar homogeneidade adequada. Em receitas com cargas minerais finas, o tempo pode crescer alguns minutos. A confirmação vem do controle de qualidade, que define limites e valida a rotina de cada produto.

Qual rotação usar? A prática é iniciar com rotação baixa para acomodar o material e, em seguida, subir para a faixa de trabalho indicada no manual do equipamento. Ajustes finos vêm da experiência com cada material. Se houver formação de cones ou zonas paradas, a rotação deve ser recalibrada. Quando o pó fino aumenta, reduzir a rotação ajuda a diminuir a aeração e a perda de material.

Como evitar contaminação entre cores? Planeje a sequência de produção do tom claro para o escuro. Use limpeza a seco entre receitas e, quando necessário, limpeza úmida com solvente compatível. Amostras brancas ou naturais ajudam a detectar traços remanescentes de pigmento. O acabamento interno do vaso e o estado das aletas também influenciam a facilidade de limpeza.

Vertical ou horizontal? Para grandes volumes e fluxo contínuo, o vertical tende a ser a escolha pela capacidade e footprint. Para receitas específicas e lotes menores com necessidade de ajustes frequentes, o horizontal oferece acesso prático e troca rápida.

Checklist de especificação para cotação e validação técnica

Uma cotação assertiva começa com um bom checklist. Quanto mais completo o briefing, mais adequado será o equipamento recomendado e menor a necessidade de ajustes posteriores. Abaixo, itens que não podem faltar na conversa com o fornecedor. Eles ajudam a enquadrar a aplicação, selecionar acessórios e antecipar pontos de integração com a linha já existente na planta.

Com essas informações, a proposta técnica vem alinhada à demanda real, com previsões de tempo de ciclo, consumo elétrico estimado e acessórios que fazem diferença no dia a dia, como sistemas de pesagem, escadas de acesso e pontos de amostragem. O resultado é um projeto mais redondo, que entra em operação com menos ajustes e mais previsibilidade.

  • Taxa de consumo horária da linha (kg/h) e janela de batelada desejada (min).
  • Tipos de resinas, formas de entrega (granulado, flakes, moído) e densidade aparente média (kg/L).
  • Composição típica da receita: porcentuais de base, concentrado de cor e aditivos.
  • Critérios de qualidade do produto: variação de cor permitida, faixa de índice de fluidez e requisitos visuais.
  • Preferência por vaso em aço carbono ou inox e acabamento interno.
  • Necessidades de limpeza entre receitas e procedimentos aceitos na planta.
  • Integração com silos, dosadores, transporte pneumático, funis e máquinas a jusante.
  • Espaço disponível, altura útil do galpão e restrições de acesso.
  • Nível de automação desejado, receitas no CLP e exigências de rastreabilidade.
  • Requisitos de segurança, intertravamentos e pontos de amostragem.

O papel da descarga e da alimentação no ritmo da linha

A velocidade de mistura não é o único fator que define o tempo de ciclo. A alimentação e a descarga pesam tanto quanto. A caçamba de alimentação bem dimensionada diminui o tempo de carga e evita derramamentos. Dosagem com balança confere precisão à receita e reduz retrabalho. Do outro lado, a rosca de descarga estável elimina interrupções no fluxo, mantendo a extrusora ou a injetora dentro da faixa de operação ideal. Essa estabilidade se traduz em menos ajustes de máquina e menor variação de qualidade.

Quando o material segue para big bags, a altura de saída e o acesso da empilhadeira influenciam a ergonomia. Em linhas com transporte pneumático, sensores de pressão e válvulas guilhotina sincronizam a transferência com o nível do silo de destino. Tudo isso acontece sem tirar o foco do lote, que continua sob controle do painel do misturador. No final, o que conta é ter o material certo, na hora certa, com a composição certa.

Ajustes finos por material e aditivos: o que muda na prática

Pigmentos orgânicos e inorgânicos se comportam de forma diferente na mistura. Alguns dispersam com facilidade; outros exigem tempo e energia maiores para romper aglomerados. A orientação é começar com parâmetros conservadores e avançar com base em amostras. Em aditivos sólidos, partículas muito finas tendem a aderir às paredes. Um leve aumento de rotação, combinado a sequência de dosagem alternada, costuma resolver. Quando o aditivo é muito leve, reduzir aeração e cobrir a caçamba ajuda a evitar perdas.

Já os materiais moídos pedem atenção ao formato de partícula e à presença de pó. Triagens e peneiras a montante do misturador reduzem o risco de pontos duros e corpos estranhos. Em todos os cenários, a repetibilidade do processo vem do registro disciplinado: tempo, rotação, sequência de dosagem, amostra e resultado. Com esse histórico, o operador sabe qual ajuste aplicar e a gerência consegue padronizar o que funciona melhor.

Quando optar por vertical ou horizontal: critérios objetivos de escolha

O misturador vertical é forte quando o objetivo é alto volume com footprint enxuto. A coluna aproveita a altura do galpão, o fluxo gravitacional favorece a descarga e a caçamba agiliza a alimentação. Em linhas com grande variação de demanda, o vertical suporta picos sem perder ritmo. Já o horizontal facilita acesso e inspeção, ponto valioso quando a planta troca com frequência de cor, aditivo ou resina. A troca de hélices e ajustes nas aletas internas também costuma ser mais simples nesse formato, encurtando paradas programadas.

Na hora de decidir, pese fatores como variedade de receitas, janela de ciclo, disponibilidade de altura útil, facilidade de limpeza e nível de automação desejado. Em muitas plantas, a solução é combinar os dois: um vertical como pulmão de alto volume e um horizontal para lotes especiais ou desenvolvimento de novas receitas. O importante é alinhar o equipamento com a demanda real e com a forma como a fábrica opera no dia a dia.

Sinais de que a mistura ainda não chegou ao ponto ideal e como corrigir

Alguns sintomas aparecem no chão de fábrica quando a mistura não fechou. Peças com listras, variação de brilho ou diferença de tom entre cavidades indicam distribuição irregular de pigmento. Flutuação de pressão na extrusora e instabilidade de peso de peça também acendem o alerta. Quando surgem, volte aos fundamentos: confirme o tempo de mistura, revise a sequência de dosagem e cheque a integridade das aletas e do agitador. Em muitos casos, um pequeno ajuste de rotação ou a adoção de camadas intercaladas de material resolve o problema.

Outra ação eficaz é refinar a amostragem. Coletar em três pontos do vaso ou em três momentos da descarga ajuda a enxergar onde está a variação. Se o topo é diferente da base, falta circulação vertical. Se o início da descarga varia muito em relação ao meio e ao fim, o tempo de mistura pode estar curto. Com dados na mão, a correção fica objetiva e o processo volta ao alvo com rapidez.

Apoio à implantação: testes, comissionamento e treinamento da equipe

A etapa de comissionamento é a hora de transformar especificação em rotina de fábrica. Nela, o time valida tempos, sequências e parâmetros com base nas receitas reais. O painel recebe as primeiras receitas, o laboratório mede amostras e os operadores praticam o procedimento padrão. Erros comuns aparecem cedo e são corrigidos com ajustes finos. Em paralelo, a manutenção aprende os pontos de inspeção e define a agenda preventiva, alinhada ao ritmo da planta.

O treinamento fecha o ciclo. Operadores, qualidade e manutenção recebem orientações específicas sobre segurança, limpeza, amostragem e intervenção em alarmes. Essa capacitação reduz desvios, encurta o tempo de resolução de problemas e sustenta a repetibilidade do processo. Com o misturador ajustado à realidade da linha, a fábrica ganha estabilidade e previsibilidade de entregas.



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