Polícia apreende droga avaliada em R$ 100 milhões em caminhão frigorífico em MG

Polícia apreende droga avaliada em R$ 100 milhões em caminhão frigorífico em MG

A Polícia Militar Rodoviária apreendeu 521 quilos de cocaína durante uma fiscalização na MGC-497, em Campina Verde, no Triângulo Mineiro, a cerca de 684 km de Belo Horizonte. Segundo a ocorrência, a droga estava escondida na parte superior de um caminhão frigorífico carregado com carne. O motorista, de 49 anos, foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia da Polícia Federal em Uberlândia. A corporação estima que o carregamento gere um prejuízo superior a R$ 100 milhões para o esquema criminoso. A apreensão está entre as maiores já registradas em Minas Gerais e acendeu o alerta sobre o uso de veículos de carga especializados para burlar a fiscalização nas rodovias estaduais e federais que cortam a região.

Polícia apreende droga avaliada em R$ 100 milhões escondida em caminhão frigorífico em MG – Noticias R7

A ocorrência foi registrada na MGC-497, importante ligação do Triângulo Mineiro, em um trecho que concentra escoamento de cargas e intenso fluxo de caminhões. De acordo com a polícia, a cocaína estava dissimulada em um compartimento na parte superior do baú refrigerado, acima da área destinada à carga lícita. A equipe identificou sinais de alteração estrutural e decidiu aprofundar a vistoria, o que levou à localização do entorpecente. Após a confirmação do crime, a carga, o caminhão e o motorista foram conduzidos para os procedimentos de praxe.

O valor estimado do material ilícito ultrapassa R$ 100 milhões, considerando métricas utilizadas pelas forças de segurança para cálculo de impacto financeiro em organizações criminosas. O montante apreendido, 521 quilos, reforça a relevância da operação e o papel do Triângulo Mineiro como corredor logístico que desperta a atenção das autoridades para tentativas de transporte oculto de entorpecentes em veículos pesados especializados.

Como foi a abordagem na rodovia

A abordagem ocorreu durante ação de fiscalização na MGC-497, rotina adotada para coibir crimes de trânsito, identificar irregularidades em veículos de carga e combater delitos como contrabando e tráfico. Ao interceptar o caminhão frigorífico, os policiais levantaram informações iniciais com o motorista, verificaram documentação e iniciaram inspeção visual externa. O comportamento do condutor, a rota declarada e sinais de incongruência no veículo motivaram uma verificação mais minuciosa no compartimento de carga.

Durante a vistoria, chamou atenção a estrutura na parte superior do baú, onde normalmente ficam componentes do sistema de refrigeração e áreas técnicas. A equipe detectou indícios de modificações que não condiziam com o padrão original de fábrica. A partir daí, os militares adotaram técnicas não destrutivas de checagem e, na sequência, procedimentos controlados para acessar o espaço suspeito. Foi nesse ponto que localizaram a cocaína, acondicionada de forma a tentar mascarar o odor e dificultar a identificação em verificações superficiais.

Onde estava a droga e como ocorreu a ocultação

A cocaína estava escondida na parte superior do baú refrigerado, em área que, à primeira vista, poderia ser confundida com componentes do sistema térmico. Esse tipo de ocultação explora o espaço técnico e a necessidade de manter o isolamento do equipamento, o que costuma reduzir o acesso casual ao interior. A estratégia também se vale do fato de que baús frigoríficos têm camadas de revestimento e estruturas internas que, quando alteradas, podem criar nichos para esconder volumes sem comprometer de imediato a aparência externa do veículo.

A localização dos 521 quilos nesse ponto demonstra planejamento logístico do grupo criminoso, que buscou aproveitar uma área menos observada em inspeções rápidas. Em geral, esse tipo de ocultação requer alterações mecânicas e de carpintaria metálica, além de reforços para suportar o peso extra. A polícia destacou que a carga lícita de carne servia como disfarce adicional, ocupando a parte inferior e contribuindo para manter a temperatura do compartimento, o que ajudaria a mascarar o ambiente e atrasar a detecção do ilícito em verificações superficiais.

Apreensão, custódia e deslocamento à PF em Uberlândia

Após a localização do entorpecente, a equipe procedeu à apreensão do material e à detenção do motorista, de 49 anos. O caminhoneiro foi informado de seus direitos e conduzido, junto com a carga ilícita e a carga lícita, para a delegacia da Polícia Federal em Uberlândia, responsável pela investigação de crimes interestaduais e organizações criminosas. O deslocamento do caminhão até a unidade policial ocorreu com escolta, procedimento comum para preservar a integridade das provas e garantir a segurança dos envolvidos.

No local, o material foi pesado, fotografado e submetido a conferência preliminar. A custódia da droga e dos itens apreendidos segue protocolo que inclui lacres, registros detalhados e cadeia de custódia formalizada para evitar qualquer questionamento sobre autenticidade e integridade do que foi recolhido. O veículo também permanece à disposição da autoridade policial para perícia mecânica e estrutural, que deverá identificar as alterações feitas no baú refrigerado e o método usado para acomodar o entorpecente.

Como se calcula o prejuízo estimado ao tráfico

O valor superior a R$ 100 milhões é uma estimativa baseada em critérios utilizados pelas forças de segurança para dimensionar o impacto financeiro de grandes apreensões. Em geral, os cálculos consideram o preço médio por quilo da cocaína no mercado ilegal, variando conforme pureza, ponto da cadeia logística e região do país. Também entram na conta fatores como a possibilidade de fracionamento em unidades menores e o potencial de revenda em diferentes etapas, do atacado ao varejo criminal. Por isso, as cifras costumam ser apresentadas como estimativas e não como preço final fixo.

Numa remessa de 521 quilos, a perda para o grupo criminoso vai além do valor da mercadoria. Há custos logísticos, despesas com adulteração de veículos, pagamentos a facilitadores e riscos associados à perda do caminhão e da carga lícita utilizada como cobertura. A apreensão, portanto, afeta não apenas o caixa imediato do esquema, mas também a capacidade de reposição e a confiança entre os elos da cadeia, impactando a frequência de envios e a disposição de motoristas e transportadores em assumir o risco de viagens semelhantes.

Relevância do caso para Minas Gerais

A quantidade apreendida coloca a operação entre as maiores registradas no estado. Minas Gerais é ponto de passagem para cargas com origem e destino em diferentes regiões do país, com destaque para o Triângulo Mineiro, que concentra malha rodoviária estratégica e grandes polos logísticos. A presença de entroncamentos com rotas que seguem para o Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste cria oportunidades para escoamento rápido, o que exige vigilância constante das forças de segurança para identificar veículos suspeitos e fluxos fora do padrão.

A apreensão também evidencia a cooperação entre órgãos estaduais e federais. Enquanto a Polícia Militar Rodoviária atua na ponta com abordagens e fiscalização de trânsito, a Polícia Federal assume a investigação de médio e longo prazo, mirando rotas, financiadores e destinatários finais. Essa integração é apontada por especialistas como essencial para transformar uma ocorrência pontual em uma janela de oportunidade para identificar estruturas maiores e, quando possível, desarticular parte da cadeia criminosa.

Campina Verde, Triângulo Mineiro e o papel da MGC-497

Campina Verde fica no Triângulo Mineiro, região conhecida por atividade agropecuária e logística de escoamento de grãos, carnes e insumos. A MGC-497 integra rotas que conectam municípios da região a centros maiores, como Uberlândia, e a estados vizinhos como São Paulo e Goiás. O fluxo de caminhões frigoríficos, graneleiros e baús é intenso, especialmente em períodos de safra e em cadeias que exigem transporte refrigerado. Esse contexto amplia o desafio de fiscalização, pois a presença de veículos semelhantes é parte natural da paisagem rodoviária local.

Para criminosos, corredores logísticos amplos funcionam como um “mar de veículos” no qual é possível tentar se camuflar. A escolha de horários, a definição de rotas alternativas e a tentativa de embaralhar origem e destino aparecem como estratégias recorrentes em investigações sobre transporte de drogas em longas distâncias. No caso da MGC-497, a ligação com cidades que têm infraestrutura de armazenamento e transbordo amplia a necessidade de ações coordenadas e de inteligência para detectar desvios de padrão durante as verificações.

Caminhões frigoríficos: desafios para a fiscalização

Veículos refrigerados possuem isolamento térmico, serpentinas, dutos e compartimentos técnicos que viabilizam a manutenção da temperatura da carga. Esse conjunto cria pontos de difícil acesso, que podem ser explorados por criminosos para ocultação de ilícitos. Em abordagens, policiais avaliam sinais como parafusos fora de padrão, soldas recentes, espessura anômala do revestimento e ruídos inconsistentes. A checagem também inclui a documentação da carga lícita, a compatibilidade entre a capacidade do veículo e o peso declarado e eventuais divergências na rota informada pelo condutor.

Em situações que envolvem alimentos, a abertura e a manipulação da carga seguem protocolos para evitar contaminação e garantir a integridade do produto. Quando há suspeita de compartimentos ocultos acima ou ao redor da área refrigerada, a equipe prioriza técnicas que preservem provas e, ao mesmo tempo, reduzam perdas à carga lícita. Em muitos casos, a perícia posterior consegue indicar com precisão onde houve alteração estrutural, qual foi o método empregado para a ocultação e se houve comprometimento de partes essenciais do sistema térmico do caminhão.

Próximos passos da investigação com a Polícia Federal

Com o flagrante, a Polícia Federal deve aprofundar a apuração sobre a origem e o destino da droga, além de possíveis conexões com outros estados. A perícia deve indicar o grau de pureza do material e, quando possível, apontar características que ajudem a identificar o laboratório de produção. Informações sobre a rota percorrida, registros de pedágio, imagens de câmeras e dados do tacógrafo do veículo tendem a ser analisados para reconstituir a trajetória do caminhão e verificar paradas, desvios e intervalos considerados atípicos.

Outro foco é a investigação financeira: rastrear valores movimentados, pagamentos por frete e eventuais depósitos atrelados ao deslocamento do veículo. A documentação apresentada pelo motorista passa por verificação minuciosa, incluindo notas fiscais da carga lícita, contratos de transporte e apólices. A partir desses elementos, a PF busca mapear os responsáveis pela remessa, identificar o destinatário final e verificar se há ramificações do grupo em terminais logísticos da região e em cidades que funcionam como hubs de distribuição.

Enquadramento legal e direitos do detido

O motorista, de 49 anos, foi preso em flagrante e levado para a sede da PF em Uberlândia. Ele tem direito a permanecer em silêncio, a comunicar-se com família e advogado e a ser apresentado à Justiça dentro do prazo legal. A investigação deve apurar eventual participação em organização criminosa, a extensão do conhecimento sobre a carga ilícita e a responsabilidade de terceiros. O princípio da presunção de inocência permanece válido até o trânsito em julgado de eventual condenação.

Em casos de tráfico de drogas, a Lei 11.343/2006 prevê penas severas para quem importar, exportar, remeter, preparar, transportar, guardar, oferecer ou vender entorpecentes sem autorização. A pena pode incluir reclusão e multa, com agravantes quando há indícios de atuação em grupo, uso de veículos adaptados ou transnacionalidade do delito. A Justiça avalia as circunstâncias do caso, o grau de envolvimento do suspeito e os elementos reunidos pela investigação para definir medidas cautelares e eventual recebimento de denúncia do Ministério Público Federal.

Canais de contato e participação da sociedade

A colaboração da população é considerada peça importante no combate ao tráfico. Informações sobre veículos ou movimentações suspeitas em rodovias podem ser comunicadas aos canais oficiais das forças de segurança. Em emergências, o número 190 aciona atendimento imediato. Para repassar dados que possam auxiliar investigações, a orientação é procurar os meios de denúncia disponibilizados por órgãos estaduais e federais, com possibilidade de registrar informações de forma sigilosa.

Relatos objetivos ajudam: placas, modelo do veículo, cor, horário aproximado, rodovia e sentido de deslocamento são dados que incrementam a utilidade da chamada. Sempre que possível, o cidadão deve preservar a própria segurança, evitar abordagem direta e priorizar a comunicação com as autoridades. Em operações rodoviárias, a rapidez no repasse das informações pode permitir que equipes posicionadas em pontos estratégicos façam a interceptação com segurança e dentro dos protocolos previstos.

Impactos para o setor de cargas e transportadores regulares

A tentativa de usar um caminhão frigorífico para transporte de entorpecentes traz impactos negativos para transportadores que atuam dentro da lei. Quando há ocorrência desse tipo, empresas do segmento podem enfrentar vistorias mais longas, exigências adicionais de documentação e aumentos de custos operacionais. Seguradoras e embarcadores também redobram controles internos, o que, embora eleve a segurança, adiciona camadas de verificação que tornam o processo mais lento para quem cumpre as regras.

Como resposta, operadores logísticos investem em rastreamento, controle de rotas, lacres inteligentes e políticas de integridade no embarque e no desembarque. A qualificação de motoristas e a checagem de terceiros envolvidos na cadeia de transporte ganham relevância. O objetivo é reduzir a possibilidade de infiltração criminosa, mitigar riscos reputacionais e demonstrar às autoridades que há mecanismos internos capazes de identificar irregularidades antes que o veículo chegue a um ponto de fiscalização em rodovias estaduais ou federais.

Sinais que levantam suspeita em vistorias de campo

Em fiscalizações rodoviárias, policiais observam uma combinação de fatores para decidir se aprofundam a abordagem. Entre os elementos mais comuns estão alterações visíveis na carroceria, peso incompatível com a documentação, divergências entre a rota informada e o itinerário usual para aquela carga e sinais de nervosismo ou respostas evasivas do condutor. Em veículos especializados, como frigoríficos, reforços metálicos fora do padrão, vedação recente e compartimentos com acesso incomum acendem o sinal de alerta para uma checagem mais detalhada.

Esses indicadores não configuram, por si só, prova de crime, mas orientam as equipes a usar métodos progressivos de inspeção. A decisão por uma abertura controlada do baú ou de partes técnicas leva em conta a necessidade de preservar a carga lícita e garantir a cadeia de custódia das evidências. A combinação entre experiência prática em rodovia, capacitação técnica e protocolos padronizados aumenta a chance de identificar adulterações sofisticadas, como as empregadas para ocultar grandes quantidades de entorpecentes em áreas de difícil acesso.

Dinâmica do crime: da produção ao transporte de longa distância

Grandes remessas de cocaína passam por várias etapas até chegar aos centros de distribuição. A logística inclui o armazenamento temporário, a contratação de veículos, a adaptação estrutural para ocultação e a definição de rotas com menor risco percebido. Grupos especializados buscam rotinas que diminuam a exposição, como inserir cargas ilícitas em meios lícitos e mesclar trajetos por rodovias estaduais e federais. Alterações de trajeto de última hora e a tentativa de contornar pontos de fiscalização também são relatadas em investigações do gênero.

Quando a polícia intercepta um carregamento de grande porte, abre-se a possibilidade de identificar elos da cadeia responsáveis por financiamento, logística e distribuição final. O exame minucioso de documentos, a análise de comunicações e a comparação com outras ocorrências ajudam a traçar o desenho da organização. Por isso, mesmo uma única apreensão pode gerar linhas de investigação que se estendem por meses, com operações simultâneas em diferentes localidades e novas interceptações de cargas que seguiriam o mesmo padrão de ocultação.

O que ainda precisa ser esclarecido pelas autoridades

A investigação deve apontar a origem exata dos 521 quilos de cocaína e o destino final da remessa. Entre as perguntas em aberto estão quem financiou a adaptação do caminhão, qual foi a participação de cada envolvido e como a carga ilícita foi inserida no veículo sem chamar atenção no ponto de embarque. Também caberá à perícia confirmar se houve dano à estrutura do baú refrigerado e se as alterações poderiam comprometer o funcionamento do sistema térmico em viagens mais longas, caso o veículo não tivesse sido interceptado.

Outro ponto é a rota detalhada do deslocamento, incluindo possíveis pontos de parada utilizados para reabastecimento, troca de condutor ou repasse de instruções. A análise de registros eletrônicos do caminhão e de imagens de monitoramento viário pode contribuir para reconstituir o trajeto completo. Com isso, a PF busca identificar eventuais cúmplices, locais de apoio e a presença de veículos batedores, além de verificar se a organização responsável pela remessa mantém estrutura de atuação na região do Triângulo Mineiro.

Efeitos imediatos da apreensão na rota do Triângulo Mineiro

A apreensão de um carregamento desse porte tende a provocar ajustes imediatos em rotas clandestinas. Grupos criminosos costumam alternar horários, mudar veículos e adotar novos pontos de passagem para tentar se afastar de áreas com reforço de fiscalização. Para as forças de segurança, o efeito esperado é o aumento da presença ostensiva e de barreiras em trechos considerados sensíveis, além da ampliação da troca de informações entre unidades em diferentes municípios e estados com potencial conexão com a ocorrência registrada em Campina Verde.

No curto prazo, transportadores regulares devem perceber fiscalização mais detalhada, com checagem de lastro, documentos e compatibilidade entre nota fiscal e volume transportado. Embora exija mais tempo nas paradas, o reforço é uma ferramenta para distinguir operações legais de tentativas de ocultação. O objetivo é manter o fluxo de cargas lícitas e, ao mesmo tempo, aumentar a percepção de risco para quem tenta cruzar a região com mercadorias ilícitas, especialmente quando há sinais de adulteração na estrutura dos veículos.

Boas práticas para empresas de transporte e motoristas profissionais

Empresas e motoristas que atuam de forma regular podem adotar medidas para reduzir vulnerabilidades em suas operações. A verificação sistemática do estado do veículo, com atenção a itens como fechaduras, lacres e integridade de painéis internos, ajuda a evitar que terceiros tentem inserir cargas não declaradas. A conferência cruzada de documentos, a checagem de instruções de embarcadores e a manutenção de registros de paradas, horários e quilometragem também contribuem para demonstrar conformidade em uma eventual abordagem policial em rodovia movimentada como a MGC-497.

Investimentos em rastreadores, sensores de abertura e sistemas de telemetria dão mais visibilidade ao trajeto e ao comportamento do veículo. Para o motorista, a orientação é manter contato com a base da empresa, informar mudanças de rota não previstas e reportar tentativas de interferência de terceiros. Em operações com carga refrigerada, a leitura periódica de temperatura e a verificação de consumo de combustível do sistema térmico ajudam a identificar anomalias que, se não explicadas pela operação, devem ser comunicadas ao gestor de frota e ao embarcador responsável.

Perícia no veículo e na carga: o que os especialistas procuram

Peritos analisam o caminhão em busca de alterações em soldas, parafusos e chapas, além de marcas de corte ou pintura recente em áreas internas do baú e no teto. Em veículos frigoríficos, é comum verificar espessura do isolamento, posicionamento de dutos e suportes do evaporador e do condensador. Diferenças em relação ao projeto original do fabricante podem indicar a criação de nichos falsos. O exame costuma incluir medição de volumes suspeitos e, quando necessário, abertura técnica em pontos específicos para confirmação visual do espaço utilizado na ocultação.

Na droga, os especialistas avaliam pureza e composição, identificando diluentes e marcadores químicos. Essas informações fornecem pistas sobre a origem e o processo de produção. Além disso, amostras são preservadas conforme normas técnicas para eventuais contra-perícias. A documentação resultante da perícia integra o inquérito e serve de base para decisões judiciais. Em apreensões volumosas, a precisão dos laudos ajuda a quantificar o dano causado às atividades ilícitas e sustenta o enquadramento penal dos envolvidos na cadeia criminosa investigada.

Perguntas frequentes sobre a ocorrência e a investigação

Como é definido se a fiscalização será superficial ou detalhada? A decisão é tomada a partir de indicadores observados no local e do cruzamento de informações com bancos de dados. Em uma primeira etapa, os policiais verificam documentos, conversam com o condutor e analisam sinais externos. Havendo inconsistências, partem para procedimentos mais minuciosos, sempre buscando preservar a carga lícita, a segurança e a cadeia de custódia das evidências. Em veículos com adaptações aparentes, a inspeção tende a ser ampliada para áreas técnicas e pontos de difícil acesso.

O que acontece com a carga lícita de carne após a apreensão? A carga lícita é preservada e documentada. Dependendo do caso, pode ser periciada e, posteriormente, liberada ao proprietário, se não houver impedimentos legais. Enquanto perdurar a investigação, o material permanece guardado sob responsabilidade da autoridade competente, com registro de lacres, condições e temperatura quando se tratar de produto refrigerado. O tratamento dado ao produto segue normas para evitar perdas e para garantir que não haja descarte indevido.

Contexto regional: por que o Triângulo concentra operações de fiscalização

O Triângulo Mineiro reúne malha rodoviária extensa e cidades com forte atividade econômica, o que atrai fluxo de caminhões de diferentes estados. A região é vista como ponto de passagem que encurta trajetos entre o Sudeste e o Centro-Oeste, além de permitir conexões com o Sul e o Nordeste a partir de entroncamentos próximos. Por esse motivo, operações de fiscalização costumam ser planejadas para trechos com maior densidade de cargas e proximidade de municípios com infraestrutura de armazenamento e transbordo.

A presença de bases policiais e a integração com unidades especializadas facilitam a montagem de barreiras móveis e o redirecionamento de equipes conforme o comportamento do tráfego. Quando há ocorrência de grande porte, como a de Campina Verde, a tendência é que pontos de checagem sejam reforçados por um período, com ações diurnas e noturnas para evitar deslocamentos oportunistas. O objetivo é elevar a percepção de risco e reduzir a possibilidade de passagem de outras cargas ilícitas que tentem aproveitar janelas de menor fiscalização.

O papel da tecnologia no combate ao transporte ilícito em rodovias

Ferramentas tecnológicas ampliam a capacidade de análise durante abordagens. A leitura automática de placas, o acesso a bancos de dados em tempo real e a consulta a alertas permitem que equipes na ponta identifiquem, em minutos, veículos com passagens suspeitas, pendências judiciais ou padrões incompatíveis com a carga declarada. Esses recursos, somados à experiência prática dos policiais, ajudam a direcionar forças para abordagens com maior potencial de resultado e a reduzir o tempo de checagem quando a documentação está em conformidade.

No caso de veículos frigoríficos, a análise técnica é reforçada por conhecimento sobre a configuração de fábrica e por bancos de imagens que mostram como são as estruturas internas originais. Comparar o que é visto no campo com o padrão esperado facilita a identificação de volumes acrescentados, chapas paralelas e espaços inexistentes no projeto. A perícia, por sua vez, complementa com medições e exames laboratoriais, fechando o ciclo de verificação que sustenta o inquérito policial e futuras decisões judiciais.

Desdobramentos possíveis a partir desta ocorrência

A partir da apreensão de 521 quilos de cocaína, é possível que a investigação identifique endereços de apoio, rotas alternativas e pessoas que atuaram em etapas distintas do transporte. O cruzamento de dados do tacógrafo com registros de pedágios e imagens de monitoramento pode apontar onde houve paradas relevantes. Com esses elementos, a PF costuma executar novas diligências, cumprir mandados e coletar depoimentos para consolidar o mapa da organização criminosa, se houver indícios de estrutura estabelecida para remessas recorrentes.

Outro desdobramento é o aperfeiçoamento de protocolos de fiscalização. Ocorrências como a de Campina Verde alimentam bancos de conhecimento que descrevem padrões de ocultação, rotas e perfis de veículos mais usados pelos criminosos. Essa retroalimentação ajuda a orientar treinamentos, a definir pontos de checagem com maior probabilidade de sucesso e a disseminar boas práticas entre equipes que atuam em diferentes rodovias. O resultado esperado é uma fiscalização mais assertiva e o aumento de apreensões antes que as cargas ilícitas alcancem centros de distribuição.

Panorama: por que esta apreensão se destaca

O volume de 521 quilos, a forma de ocultação na parte superior do baú de um caminhão refrigerado e o uso de carga lícita como cobertura compõem um cenário que chama atenção pelas camadas de planejamento. A operação, realizada na MGC-497, evidencia o papel estratégico do Triângulo Mineiro e a necessidade de fiscalização contínua em corredores de alto fluxo. O encaminhamento do caso à Polícia Federal em Uberlândia reforça a importância de atuação integrada para rastrear a rede por trás do transporte e entender o destino final do material apreendido.

O prejuízo estimado superior a R$ 100 milhões dá dimensão do impacto econômico para o grupo criminoso. Mais do que a perda do entorpecente, a apreensão atinge a confiança entre fornecedores, transportadores e receptores, afetando a capacidade de reposição no curto prazo. Esse efeito sistêmico é um dos objetivos das forças de segurança ao intensificar ações em trechos estratégicos: reduzir a viabilidade financeira das operações ilícitas e elevar o risco para quem tenta usar a malha rodoviária para o transporte de drogas em larga escala.



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