Foto: PC-MG
Da Redação
Uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais (PC-MG) focou suspeitos de integrar uma quadrilha que furta, rouba e comercializa carne bovina no Estado paulista.
A ação – Operação Aprisco – contou com a participação da Polícia Civil paulista e resultou no cumprimento de sete mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em cidades do interior paulista — entre elas São José do Rio Preto, Guapiaçu e Nhandeara — e também em municípios mineiros, como Fronteira, Uberlândia e Frutal.
Um frigorífico situado em Guapiaçu, suspeito de envolvimento na comercialização clandestina de carne, também foi alvo da operação.
A Polícia mineira investiga a possível subtração de mais de 90 cabeças de gado de propriedades rurais entre fevereiro e abril de 2024. As apurações começaram após o furto de 57 novilhas em Fronteira (MG), em abril do ano passado. Parte dos animais foi localizada no frigorífico de Guapiaçu; o restante já havia sido abatido. Outro crime ligado à quadrilha ocorreu em Uberlândia (MG), quando 34 vacas desapareceram e a carne foi revendida em um comércio de Campinas (SP). Também é investigada uma tentativa de roubo ocorrida em Uberaba em março passado.
A operação realizada na última terça-feira, 29, também prendeu dois acusados em Frutal, enquanto que um terceiro continua foragido. Eles tiveram cerca de R$ 250 mil bloqueados pela Justiça.
Detalhes da Operação Aprisco
A Operação Aprisco, deflagrada em conjunto pelas polícias civis de Minas Gerais e São Paulo, representa um golpe significativo contra o crime organizado no setor pecuário. A ação, que mobilizou diversas equipes e recursos, teve como alvo principal uma quadrilha especializada no furto, roubo e comércio ilegal de carne bovina, causando prejuízos consideráveis a produtores rurais e consumidores.
O nome “Aprisco” remete ao local onde o gado é mantido em segurança, simbolizando a intenção de proteger o patrimônio dos criadores e a integridade da cadeia produtiva da carne. A operação demonstrou a importância da colaboração entre diferentes forças policiais para combater crimes que transcendem as fronteiras estaduais, evidenciando a complexidade e a abrangência das atividades criminosas investigadas.
Foco nas Cidades Envolvidas
A escolha das cidades para cumprimento dos mandados não foi aleatória. São José do Rio Preto, Guapiaçu e Nhandeara, em São Paulo, e Fronteira, Uberlândia e Frutal, em Minas Gerais, foram identificadas como pontos estratégicos para a atuação da quadrilha. A presença do frigorífico em Guapiaçu, por exemplo, sugere um elo importante na cadeia de distribuição da carne furtada, enquanto as cidades mineiras representam áreas onde os crimes eram frequentemente praticados.
A distribuição geográfica dos alvos da operação demonstra a sofisticação da organização criminosa, que operava em diferentes estados para dificultar o rastreamento e a identificação de seus membros. A ação coordenada das polícias civis foi fundamental para desmantelar essa rede e interromper o fluxo de carne ilegal que alimentava o comércio clandestino.
Investigação e Primeiros Desdobramentos
A investigação que culminou na Operação Aprisco teve início após o registro de diversos casos de furto de gado em propriedades rurais da região. O furto de 57 novilhas em Fronteira (MG) foi o ponto de partida para as apurações, que logo revelaram a existência de uma organização criminosa bem estruturada e com ramificações em diferentes estados.
A Polícia Civil de Minas Gerais mobilizou equipes especializadas em crimes rurais para investigar os casos e identificar os responsáveis. A troca de informações com a Polícia Civil de São Paulo foi crucial para mapear a atuação da quadrilha e identificar os elos entre os furtos e o comércio ilegal de carne. As investigações apontaram para o envolvimento de um frigorífico em Guapiaçu, que estaria receptando e comercializando a carne furtada.
Rastreamento do Gado Furtado
Uma das maiores dificuldades na investigação de crimes de furto de gado é o rastreamento dos animais. A quadrilha investigada utilizava diferentes métodos para dificultar a identificação do gado furtado, como a remoção de marcas e a utilização de documentos falsos. No entanto, a Polícia Civil conseguiu identificar parte dos animais furtados e rastrear sua movimentação até o frigorífico em Guapiaçu.
A utilização de tecnologia e técnicas de investigação avançadas foi fundamental para o rastreamento do gado furtado. A análise de documentos, depoimentos de testemunhas e imagens de câmeras de segurança permitiram aos investigadores reconstituir o modus operandi da quadrilha e identificar os principais envolvidos.
O Papel do Frigorífico na Operação
O envolvimento de um frigorífico na Operação Aprisco levanta sérias questões sobre a fiscalização e o controle da cadeia produtiva da carne. A suspeita de que o frigorífico em Guapiaçu estaria receptando e comercializando carne furtada demonstra a fragilidade do sistema e a necessidade de medidas mais rigorosas para combater a criminalidade no setor.
A atuação do frigorífico na Operação Aprisco evidencia a importância de se fortalecer os mecanismos de controle e fiscalização da cadeia produtiva da carne. É fundamental que os órgãos competentes intensifiquem a fiscalização dos frigoríficos e exijam a comprovação da origem da carne comercializada. Além disso, é preciso conscientizar os consumidores sobre a importância de adquirir carne de estabelecimentos idôneos e com procedência garantida.
Consequências Legais para o Frigorífico
Caso seja comprovado o envolvimento do frigorífico na receptação e comercialização de carne furtada, as consequências legais podem ser severas. Além das sanções penais para os responsáveis, o frigorífico pode ser multado, ter sua licença de funcionamento suspensa ou cassada e ser obrigado a ressarcir os prejuízos causados aos produtores rurais.
A responsabilização do frigorífico é fundamental para enviar um sinal claro de que a criminalidade no setor pecuário não será tolerada. Além das sanções legais, o envolvimento em crimes como o furto de gado pode causar um grande prejuízo à imagem e à reputação do frigorífico, afetando sua capacidade de atrair clientes e investidores.
Prejuízos Causados e o Impacto nos Produtores Rurais
Os furtos de gado investigados na Operação Aprisco causaram prejuízos significativos aos produtores rurais da região. Além do valor financeiro dos animais furtados, os criadores enfrentam dificuldades para repor o rebanho, arcam com custos adicionais de segurança e sofrem com a insegurança e o medo de novos crimes.
O impacto dos furtos de gado nos produtores rurais vai além do prejuízo financeiro imediato. A insegurança gerada pelos crimes pode desestimular o investimento na atividade pecuária, afetando a produção e o desenvolvimento econômico da região. Além disso, os produtores rurais podem enfrentar dificuldades para obter crédito e seguros, o que dificulta ainda mais a sua situação.
Medidas de Segurança para Proteger o Rebanho
Diante do aumento dos casos de furto de gado, os produtores rurais têm buscado diferentes medidas de segurança para proteger seus rebanhos. A instalação de cercas elétricas, o uso de sistemas de monitoramento por câmeras e a contratação de vigilantes são algumas das opções adotadas pelos criadores.
Além das medidas de segurança física, os produtores rurais têm investido em tecnologia para rastrear e identificar seus animais. O uso de chips eletrônicos, brincos de identificação e sistemas de geolocalização permitem aos criadores monitorar o rebanho em tempo real e acionar as autoridades em caso de furto ou roubo. A colaboração entre os produtores rurais e as forças policiais também é fundamental para combater a criminalidade no setor.
Prisões, Apreensões e Bloqueio de Bens
A Operação Aprisco resultou na prisão de dois acusados em Frutal, enquanto um terceiro continua foragido. Além das prisões, a Polícia Civil apreendeu documentos, veículos e outros bens que podem ter sido utilizados na prática dos crimes. A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 250 mil dos investigados, visando garantir o ressarcimento dos prejuízos causados aos produtores rurais.
As prisões, apreensões e o bloqueio de bens representam um importante avanço na investigação e demonstram o compromisso das autoridades em punir os responsáveis pelos crimes. A recuperação dos bens apreendidos e o ressarcimento dos prejuízos causados aos produtores rurais são medidas fundamentais para garantir a justiça e a reparação das vítimas.
Continuidade das Investigações
A Operação Aprisco não se encerra com as prisões e apreensões realizadas. A Polícia Civil continua investigando o caso para identificar outros envolvidos na quadrilha e apurar a extensão dos crimes praticados. A colaboração da população, por meio de denúncias e informações, é fundamental para o sucesso das investigações.
A expectativa é de que as investigações resultem na identificação e responsabilização de todos os envolvidos na quadrilha, bem como na recuperação dos bens furtados e no ressarcimento dos prejuízos causados aos produtores rurais. A Operação Aprisco representa um importante passo no combate à criminalidade no setor pecuário e demonstra o compromisso das autoridades em proteger o patrimônio dos criadores e a segurança alimentar da população.
Futuras Perspectivas
A Operação Aprisco serve como um alerta para a necessidade de fortalecer a fiscalização e o controle da cadeia produtiva da carne, bem como de intensificar o combate à criminalidade no setor pecuário. É fundamental que os órgãos competentes atuem em conjunto para garantir a segurança dos produtores rurais e a qualidade da carne que chega à mesa dos consumidores.
O combate ao furto de gado e à comercialização ilegal de carne exige um esforço conjunto das autoridades, dos produtores rurais e da sociedade em geral. É preciso investir em tecnologia, fortalecer a fiscalização, conscientizar os consumidores e punir os responsáveis pelos crimes. Somente assim será possível garantir a segurança dos produtores rurais, a qualidade da carne e o desenvolvimento sustentável do setor pecuário.