Previsão para o crescimento do PIB em 2023: CNI reduz expectativa
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou uma nova previsão sobre o ritmo de crescimento do PIB para o ano de 2023. De acordo com a entidade, a expansão do PIB será de apenas 1,6%, bem abaixo dos 3,1% projetados para este ano. Diversos fatores contribuem para essa redução, como as altas taxas de juros, a inflação elevada e o menor crescimento da economia mundial.
Perspectivas para a indústria e setores específicos
Dentro da indústria, a previsão é de um crescimento de 0,8% do PIB em 2023, o que também representa um desempenho inferior à expansão de 1,8% estimada para este ano. No setor de indústria de transformação, espera-se um crescimento de 0,3%, com projeções diferentes para cada setor.
Impacto do cenário fiscal em 2023
No que diz respeito ao cenário fiscal, o governo federal encerrará o ano de 2022 com um superávit primário de R$ 75,1 bilhões, o primeiro superávit desde 2013. No entanto, o panorama fiscal para 2023 será diferente devido à PEC da Transição, que permite uma expansão adicional de até R$ 200 bilhões nas despesas primárias do governo, fora do teto de gastos.
Embora o aumento dos gastos possa gerar efeitos positivos no crescimento do PIB inicialmente, também pode acarretar consequências negativas, como o aumento da inflação, a desvalorização do câmbio e o aumento dos juros.
A importância da reforma tributária para um crescimento sustentável
Diante desse cenário, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, destaca a necessidade de priorizar a reforma tributária como base para um crescimento sustentável em 2023. A PEC 110, que está em tramitação no Congresso, aborda as principais demandas do setor produtivo, como a eliminação da cumulatividade e a recuperação imediata dos créditos tributários devidos e não pagos, além de corrigir distorções do sistema tributário atual que afetam a competitividade da indústria e a eficiência da economia.
Previsões econômicas gerais para 2023
A CNI projeta uma inflação de 5,4% em 2023, com uma taxa de juros média de 13,5% e uma taxa final de 11,75%. Em relação ao câmbio, estima-se que a média do ano seja de R$ 5,33. Quanto ao desemprego, prevê-se uma taxa média de 8,9% no próximo ano.
No âmbito das contas públicas, espera-se um déficit primário de 2% do PIB em 2023, resultando em um déficit nominal de 8,3% e uma dívida pública bruta correspondente a 78,8% do PIB. Quanto ao saldo comercial, a estimativa é de US$ 55,9 bilhões.
Considerações finais
Para a CNI, é fundamental que o Brasil adote uma política industrial moderna para fortalecer sua indústria, diante do contexto de rivalidade entre os estados nacionais, barreiras comerciais e reestruturação das cadeias globais de valor. Nesse sentido, a reforma tributária emerge como uma oportunidade para impulsionar o crescimento sustentável e corrigir distorções que prejudicam a competitividade e a eficiência da economia brasileira.
Fonte: CNI – Economia Brasileira 2022-2023
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