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PVC – Demanda da resina cresce atrelada ao bom momento da construção civil no país

A cadeia industrial ligada à transformação de peças de PVC vai bem. No ano passado, o consumo dessa matéria-prima deve ter ficado na casa dos 1,2 milhão de toneladas, volume em torno de 4% superior ao de 2010 e superior ao crescimento estimado do PIB. Os números não são oficiais.

Plástico, PVC - Demanda da resina cresce atrelada ao bom momento da construção civil no país

Inédita no país, telha de PVC reduz os custos da obra

Para 2012, as perspectivas são boas. A expectativa é de aumento das vendas entre 4% e 5%. Alguns são os motivos para o otimismo. O principal: a construção civil, maior usuária da resina, vive momento positivo. De acordo com informações da Associação Brasileira da Indústria de Plástico (Abiplast), a produção de tubos, conexões, fios e cabos, perfis e forros, pisos, eletrodutos e mangueiras representa cerca de 70% do total consumido. Investimentos em infraestrutura, caso de obras em saneamento básico, distribuição de água potável e outras, colaboram com o bom humor. Os preparativos para os dois grandes eventos esportivos previstos para o país, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, também injetam ânimo entre os empresários do setor.

Novas aplicações prometem fazer sucesso. As mais comentadas são o uso do PVC para a fabricação de telhas, projeto do grupo Precon, e o projeto concreto/PVC, lançado há pouco tempo pela Global Housing, que prevê o uso de perfis do plástico preenchidos com concreto para a fabricação de casas populares. Outros segmentos também utilizam o material de forma regular e vivem momentos positivos. Entre eles, os de bolsas e calçados, brinquedos, embalagens rígidas e flexíveis e a indústria hospitalar.

O cenário não é capaz de erradicar o mal-estar cultivado nos últimos anos entre os fornecedores nacionais de PVC e os

Plástico, Marcelo Cerqueira, diretor de negócios de PVC da Braskem, PVC - Demanda da resina cresce atrelada ao bom momento da construção civil no país

Cerqueira promete estado da arte na produção do polímero em solução

transformadores. A produção nacional de PVC é insuficiente para abastecer o mercado interno. Os dois produtores nacionais, Braskem e Solvay Indupa, fecharam 2011 com capacidade de produção anual na casa das 810 mil toneladas.

A incapacidade de atender à demanda interna ocorre em paralelo a uma medida que vigora há vinte anos e foi revalidada em 2011 por um período de mais cinco anos. A legislação prevê o protecionismo dos fabricantes nacionais da matéria-prima contra o dumping feito por alguns países que exportam para o Brasil. Uma ressalva: esse ano, um fato vai reduzir a dependência de importação. A Braskem incrementará sua produção, hoje estimada em 510 mil toneladas/ano, para 710 mil toneladas/ano. Isso ocorrerá a partir de maio, data prevista para a inauguração da expansão de sua planta localizada em Marechal Deodoro-AL.

Para Braskem e Solvay Indupa, medida para lá de justa. Para representantes dos transformadores, protecionismo responsável pela perda de competitividade dos fabricantes de peças perante os importados. Eles também dizem que o prazo dessa proteção já teria sido para lá de suficiente para que os fabricantes investissem pelo menos para atender à demanda interna. A discussão promete se prolongar por tempo indeterminado.

Defesa – Com produção menor do que a demanda e as barreiras impostas à importação, os dois fabricantes brasileiros de PVC não se queixam do atual momento de seus negócios. “Na maioria dos segmentos de mercado houve expansão das vendas acompanhando o crescimento do PIB, sobretudo nas aplicações relacionadas à construção civil”, informa Marcelo Cerqueira, diretor de negócios de PVC da Braskem. Foto: Cuca Jorge

A construção civil é responsável por 58% do total comercializado pela Braskem. Entre as aplicações, merecem destaque a fabricação de tubos e conexões para água, esgoto e drenagem, eletrodutos, fios e cabos, janelas e forros, entre outras peças. Outro segmento apontado como promissor é o de bens de consumo, que responde por aproximadamente 28% dos negócios da empresa.

Plástico, Carlos Alberto Tieghi, diretor comercial para o Mercosul da Solvay Indupa, PVC - Demanda da resina cresce atrelada ao bom momento da construção civil no país

Segundo Tieghi, investimentos contemplam expansão em 2013

Carlos Alberto Tieghi, diretor comercial para o Mercosul da Solvay Indupa, acredita que os números finais das vendas do ano passado vão apresentar crescimento em torno de 4%. A empresa tem capacidade de produção no Brasil de 270 mil toneladas por ano de PVC suspensão e 30 mil toneladas por ano de PVC emulsão. “Todo o PVC produzido no Brasil é comercializado no mercado brasileiro”, informa Tieghi. Além disso, tem capacidade de produção de 220 mil toneladas por ano de PVC Suspensão na Argentina. “Temos projetos de expansão previstos para entrar em operação em 2013”, promete.