Sumika e Hexagon: Parceria para Redução de Carbono na Indústria Automotiva
A indústria automotiva enfrenta pressões crescentes para inovar em soluções sustentáveis, especialmente no que diz respeito à redução de emissões de carbono. Nesse contexto, a recente parceria entre a divisão de Inteligência de Fabricação da Hexagon e a Sumika Polymer Compounds Europe (SPC Europe) destaca-se como um avanço significativo. Ambas as empresas têm como objetivo digitalizar e aprimorar o desempenho de novos compostos de polipropileno (PP) de grau automotivo, que são mais recicláveis e apresentam uma pegada de carbono reduzida de até 60% em comparação com plásticos tradicionais.
O Contexto da Parceria
O polipropileno é um dos materiais mais utilizados na indústria automotiva, representando uma parte considerável do peso total de um veículo. No entanto, sua produção e descarte têm um impacto ambiental significativo. A colaboração entre a Hexagon e a Sumika surge para transformar esse cenário, envolvendo tecnologias digitais para simular e validar comportamentos de novos materiais. Dessa forma, os engenheiros podem projetar componentes mais leves e sustentáveis, alinhados às exigências do mercado por veículos mais ecológicos.
Uma característica marcante dos novos compostos reciclados da Sumika é sua capacidade de contribuir para a economia circular. Com o aumento das iniciativas de reciclagem, a Sumika está se tornando referência ao oferecer soluções que não apenas atendem às exigências das montadoras, mas também ajudam a reduzir os resíduos plásticos no final da vida útil dos veículos. Isso representa um passo importante para um futuro automotivo mais responsável.
Os Materiais de Base: GF-PP e GF-rPP
A Sumika está apresentando dois novos tipos de materiais: o Thermofil HP, feito de polipropileno com fibra de vidro curta, e o Thermofil Circle, um polipropileno reciclado. Ambos os materiais não só mantêm o desempenho dos plásticos de engenharia tradicionais, mas também oferecem uma redução de até 60% na pegada de carbono. Este ganho é não só plausível mas essencial para atender aos desafios atuais de sustentabilidade.
Os plásticos podem compor até 20% do peso total de um carro, e essa proporção só tende a aumentar à medida que os fabricantes substituem metais por materiais mais leves. Com o avanço das tecnologias de eletrificação, como baterias para veículos elétricos, a necessidade de reduzir o peso dos componentes se tornou ainda mais crítica, tornando essencial considerar o desempenho ambiental durante todo o ciclo de vida dos produtos.
Superando Barreiras com Dados Comportamentais
De acordo com Guillaume Boisot, líder do Centro de Excelência de Materiais da Hexagon, a falta de dados sobre o comportamento dos novos materiais é uma barreira significativa para inovações sustentáveis no setor de eMobility. As equipes de engenharia automotiva não têm acesso a informações suficientes para testar virtualmente a durabilidade e a segurança desses novos materiais nas rigorosas condições exigidas para a aprovação automotiva.
Ao utilizar a tecnologia de modelagem de múltiplas escalas da Hexagon, a Sumika consegue fornecer aos desenvolvedores de produtos dados cruciais sobre o desempenho dos compostos GF-PP. Essa abordagem não só acelera a adoção de novos materiais, mas também capacita as equipes a substituir plásticos de engenharia tradicionais por compostos mais sustentáveis, alinhando-se aos objetivos de carbono neutro da indústria.
Validação e Simulação de Materiais
A Hexagon implementou um programa de testes rigorosos junto à SPC Europe para criar modelos comportamentais de múltiplas escalas dos novos grades de Thermofil HP e Thermofil Circle. Cada tipo de material é submetido a simulações que avaliam seu desempenho mecânico e ambiental ao longo do ciclo de vida do componente. Essas informações vitais são essenciais para os engenheiros que desejam garantir que os novos compostos atendam a todos os critérios de qualidade e sustentabilidade exigidos pela indústria automotiva.
Os modelos proprietários, que são criptografados, podem ser acessados pelos clientes da SPC Europe por meio do software Digimat da Hexagon. Essa ferramenta torna-se interoperável com softwares populares de CAE, como MSC Nastran e Marc, e outras soluções de mercado. Isso permite que os engenheiros realizem análises precisas utilizando fluxos de trabalho digitais estabelecidos, otimizando o processo de desenvolvimento de novos componentes automotivos.
O Futuro do Design Automotivo Sustentável
A colaboração entre a Hexagon e a Sumika não é apenas um avanço em materiais, mas também uma mudança de paradigma em como os produtos são projetados e validados na indústria automobilística. Com uma pressão crescente para se adotar práticas de produção mais ecológicas, a capacidade de integrar novos materiais reciclados em projetos automotivos pode significar a diferença entre o sucesso e a obsolescência para muitas empresas do setor.
Além disso, essa iniciativa promove uma visão mais ampla sobre a responsabilidade ambiental, incentivando outras empresas a investirem em tecnologias e práticas sustentáveis. À medida que mais fabricantes adotarem esses novos compostos e processos, o impacto positivo sobre o meio ambiente poderá ser significativo, contribuindo para a redução das emissões de carbono em toda a cadeia de suprimentos automotiva.
Conclusão: Um Passo na Direção Certa
O comprometimento da Hexagon e da Sumika em desenvolver soluções mais sustentáveis representa uma tendência encorajadora para toda a indústria automotiva. Com a capacidade de não só atender às demandas dos consumidores por veículos ecologicamente corretos, mas também de promover práticas de fabricação que reduzam significativamente a pegada de carbono, essa parceria está, sem dúvida, moldando o futuro dos materiais na automação automotiva.
A indústria está em um ponto de inflexão, e inovações como essas são fundamentais para garantir que as futuras gerações possam desfrutar de um meio ambiente mais limpo e sustentável, sem comprometer a qualidade e a eficiência dos veículos. Com a continuidade dos esforços em pesquisa e desenvolvimento, é possível que a automação não apenas acompanhará a evolução das necessidades do mercado, mas também liderará iniciativas que beneficiarão o planeta como um todo.
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