Setor de Plásticos solicita reunião com Lula para discutir elevação das tarifas de importação

Setor de Plásticos solicita reunião com Lula para discutir elevação das tarifas de importação









Indústria do Plástico pede reunião com Lula para tratar aumento de alíquotas de importação

Indústria do Plástico pede reunião com Lula para tratar aumento de alíquotas de importação

No dia 21 de maio, representantes da Indústria Química brasileira reuniram-se com o Governo. A Indústria do Plástico e 15 setores de consumidores dos produtos solicitaram na última sexta-feira (24), uma audiência com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro tem como objetivo tratar do possível aumento das alíquotas de importação de resinas termoplásticas.


De acordo com as entidades setoriais, a elevação do imposto traz desequilíbrio ao mercado de embalagens e artefatos de plástico. Assim como afeta a inflação de produtos essenciais, incluindo itens de cesta básica, por exemplo. E ainda, em programas como Minha Casa, Minha Vida e o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Durante a reunião com o setor químico, o presidente e ministros debateram sobre ações para fortalecimento da atividade. Incluindo e elevação de tarifas para conter o avanço das importações da China. A lista apresentada pela Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química) contempla mais de 60 produtos, cujas compras externas saltaram nos últimos meses.

Nesse sentido, contra esse pleito e lideradas pela Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico), entidades que representam as indústrias de perfumaria e cosméticos, higiene e limpeza, artefatos de borracha, não-tecidos, tintas, colchões, brinquedos, eletroeletrônicos, produtos farmacêuticos, alimentos e biscoitos, fibras poliolefínicas, tecidos e confecções, calçados e construção civil desejam mostrar “a importância do equilíbrio tarifário à manutenção das atividades industriais no Brasil”.

Indústria aponta os possíveis impactos do aumento das tarifas

Assim, conforme a Abiplast, o aumento tarifário das resinas, que vai de 12,6% para 20%, traria um impacto negativo sobre a competitividade da indústria e dos consumidores finais. De modo que impactaria a política “Nova Indústria Brasil”, que busca fortalecer a atividade industrial no país.


Além disso, a entidade comenta: “Históricos anteriores, como o aumento da alíquota de importação de resinas em 2012, mostram que tais medidas foram revertidas devido aos impactos inflacionários”.

Ainda, o setor plástico indica que a tarifa média de importação de resinas nos países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é menor do que a aplicada no Brasil. Assim como mantém em vigor as medidas de antidumping para alguns desses produtos petroquímicos.

Na reunião do dia 21, a Indústria Química ressaltou para Lula que se trata de “momento crítico”. Pois isso aconteceu devido o aumento das importações em certos setores, especialmente dos produtos chineses. De forma que resultou em uma queda de R$ 8 bilhões na arrecadação de tributos federais no ano passado.

Segundo a Abiquim, existe um surto de importações de produtos químicos, com crescimento de 30,9% para 65 itens.

Diante disso, o presidente-executivo da entidade, André Passos, aponta: “Precisamos de medidas assertivas para combater o aumento da participação das importações no consumo de químicos”.

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Contexto Histórico das Tarifas de Importação

Para entender melhor essa questão, é útil olhar para o contexto histórico das tarifas de importação no Brasil. Historicamente, políticas de importação e tarifas têm sido utilizadas como ferramentas para proteger a indústria nacional e promover o desenvolvimento econômico. Contudo, essas políticas nem sempre resultaram em benefícios a longo prazo, especialmente quando se trata de setores altamente competitivos e globalizados como o da indústria do plástico.

No passado, várias medidas tarifárias foram adotadas com o objetivo de proteger a indústria local. No entanto, essas medidas muitas vezes resultaram em aumentos nos custos de produção, que eventualmente foram repassados aos consumidores. Esses aumentos de custo afetaram não apenas os consumidores finais, mas também outros setores industriais que dependem dos produtos plásticos como insumos, criando um efeito em cadeia na economia.

As Repercussões Econômicas para o Consumidor Final

Se você acha que o aumento das tarifas é um problema exclusivamente industrial, pense novamente. O impacto dessas tarifas muitas vezes é sentido diretamente nos bolsos dos consumidores. Quando os custos de importação aumentam, as empresas repassam esses custos aos consumidores para manter suas margens de lucro. Isso significa que produtos cotidianos como embalagens de alimentos, produtos de limpeza e até mesmo itens sanitários podem ver aumentos de preço.

A inflação dos preços desses produtos essenciais pode ser especialmente prejudicial em um país onde muitos cidadãos já lutam para fazer seu dinheiro render até o final do mês. Portanto, o aumento das alíquotas de importação pode, ironicamente, levar a uma menor competitividade interna, à medida que os consumidores buscam alternativas mais baratas, muitas vezes de qualidade inferior, ou mesmo adiam suas compras.

Possíveis Soluções e Alternativas

A questão que surge é: quais são as alternativas para evitar o aumento das tarifas de importação sem prejudicar a indústria nacional? Uma das soluções pode ser a melhoria da eficiência interna. Investir em tecnologia e processos produtivos que aumentem a competitividade interna é uma opção viável. Isso pode incluir desde melhorias na cadeia de suprimentos até a adoção de práticas de produção mais sustentáveis.

Outra alternativa é a negociação de acordos comerciais que permitem um melhor acesso ao mercado internacional para os produtos brasileiros. A abertura de novos mercados pode compensar as perdas causadas pelo aumento das tarifas de importação, permitindo que a indústria local se expanda e se torne mais competitiva. Finalmente, políticas de incentivo fiscal e tributário que favorecem a inovação e a competitividade podem fazer uma diferença significativa na capacidade da indústria de competir em um mercado global.

A Reunião com Lula: O Que Está em Jogo?

A reunião solicitada com o Presidente Lula é crucial. A depender do resultado desse encontro, poderemos ver um redirecionamento significativo nas políticas econômicas relacionadas à indústria de plásticos e, por extensão, a diversos outros setores. A reunião é uma oportunidade para as indústrias apresentarem seus argumentos e demonstrarem como o aumento das tarifas pode afetar negativamente não apenas a indústria, mas também a economia brasileira como um todo.

Em um cenário ideal, essa reunião poderia levar a um diálogo mais amplo sobre como equilibrar a proteção da indústria nacional com a necessidade de manter preços acessíveis para os consumidores. É um momento crítico para todos os envolvidos, e as decisões tomadas poderão ter repercussões de longo alcance na economia brasileira.

Conclusão: O Caminho à Frente

Diante dos desafios apresentados pelo aumento das alíquotas de importação, fica claro que uma abordagem equilibrada é necessária. Proteger a indústria nacional é crucial, mas isso deve ser feito de uma maneira que não prejudique o consumidor final nem cause desequilíbrios econômicos. A reunião com o Presidente Lula representa um passo importante nessa direção, permitindo que todas as partes interessadas apresentem seus pontos de vista e trabalhem juntas em busca de uma solução viável.

No final das contas, o objetivo deve ser encontrar um terreno comum onde a indústria possa prosperar sem colocar uma carga excessiva sobre os consumidores. Esperamos que essa reunião seja o ponto de partida para discussões mais profundas e orientadas para soluções que beneficiarão toda a economia brasileira.