Transformação Inovadora de Plástico Hospitalar: Sustentabilidade Agora

Transformação Inovadora de Plástico Hospitalar: Sustentabilidade Agora









Projeto transforma plástico hospitalar esterilizado


Projeto transforma plástico hospitalar esterilizado

Em Lisboa, quatro hospitais coletaram toneladas de plástico esterilizado, usado em embrulho das caixas cirúrgicas nos blocos operatórios, para transformar em novos materiais. Com esta ação, torna-se possível criar, entre outras coisas, mais de 1.000 toalhas para as mesas da comunhão da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.

Projeto transforma plástico hospitalar esterilizado. Na imagem aparece uma mão com luvas médicas segurando um material com plástico hospitalar.
Projeto transforma plástico hospitalar esterilizado. Na imagem aparece uma mão com luvas médicas segurando um material com plástico hospitalar.

A ideia surgiu com João Queiroz e Melo, um cirurgião cardíaco e vice-presidente do CPSA (Conselho Português para a Saúde e Ambiente). O médico pontuou: “um enormíssimo pormenor o que se passa dentro dos hospitais e dentro dos blocos operatórios”, de acordo com ele, nos Estados Unidos, onde se formou, acontece o reuso destes plásticos, já que estão esterilizados.

Embora exista uma lei no país que afirma que tudo o que sai do bloco cirúrgico está contaminado, Queiroz e Melo reflete: “A lei portuguesa diz que tudo o que sai de um bloco operatório está contaminado, o que é mentira. Portanto, comecei a fazer com a Entrajuda, que é um banco de bens doados”.

Chamado de “Second chance” (Segunda chance, traduzido para o português), enquadra-se no conceito de Economia Circular, que conta atualmente com o apoio de quatro hospitais públicos e privados da cidade de Lisboa.

Origem do Projeto e Sua Relevância

A ideia de reutilizar plásticos esterilizados dos hospitais nasceu da observação de João Queiroz e Melo ao perceber a quantidade de resíduos gerados nos blocos operatórios. Inspirado nos Estados Unidos, onde esse tipo de plástico já tem um destino mais sustentável, Melo viu uma oportunidade de implementar essa prática também em Portugal.

A importância desse projeto vai além da simples reciclagem. É uma ação que combina sustentabilidade com economia circular, uma abordagem que visa reduzir o desperdício, reutilizar materiais e dar novos propósitos aos resíduos que seriam descartados. É um exemplo claro de como pequenas mudanças podem ter grandes impactos ambientais e sociais.

Parcerias e Colaborações

A colaboração entre diversos hospitais e instituições foi crucial para o sucesso do projeto Second Chance. Os hospitais participantes não só forneceram os plásticos esterilizados, mas também se envolveram ativamente no processo de sensibilização sobre a importância da reciclagem e reutilização.

A parceria com a associação Entrajuda, um banco de bens doados, também foi fundamental. Eles ajudaram na coleta e na logística dos materiais, além de colaborar na transformação do plástico em novos produtos, impulsionando assim a economia circular.

Confecção e Aplicação dos Materiais de Plástico Esterilizado

Nesse sentido, a confecção das toalhas e dos panos aconteceu por voluntários em colaboração com instituições sociais parceiras da associação Entrajuda. Outras formas de reutilizar esse material incluem a produção de mantas, resguardos, sacos, camisolas, almofadas, ponchos e outros objetos.

Baner de divulgação do projeto de transformação de plásticos hospitalares.

Assim, Queiroz e Melo ressalta: “A entusiástica colaboração destes hospitais permitiu que o projeto Second Chance recolhesse duas toneladas deste plástico ao longo dos primeiros seis meses, que está a ser transformado em pellets (bolinhas de plástico de menos de 5 mm de diâmetro usadas na produção de produtos de plástico) para fazer copos, arrastadeiras, material que pode ser devolvido aos hospitais”.

O Processo de Transformação do Plástico

O processo de transformação do plástico hospitalar esterilizado envolve várias etapas. Primeiro, o plástico é coletado nos hospitais participantes e enviado para a associação Entrajuda. Lá, ele passa por um processo de triagem e limpeza para garantir que está em condições ideais para ser reciclado.

Em seguida, o plástico é triturado e transformado em pellets, pequenas esferas de plástico que podem ser facilmente moldadas em novos produtos. Esses pellets são então utilizados para fabricar uma variedade de itens, desde materiais médicos reutilizáveis até objetos para uso diário.

Benefícios Ambientais e Sociais

Os benefícios ambientais do projeto são imediatamente visíveis. Ao reutilizar plástico que, de outra forma, iria para aterros, o projeto contribui significativamente para a redução de resíduos sólidos. Isso não só ajuda a diminuir a poluição, mas também conserva recursos naturais, já que o material é reutilizado em vez de ser descartado.

Além dos benefícios ambientais, o projeto também tem um impacto social positivo. A produção dos novos materiais envolve voluntários e instituições sociais, criando novas oportunidades de trabalho e engajamento comunitário. Isso ajuda a fortalecer laços sociais e promove a conscientização sobre a importância da sustentabilidade.

Exemplos e Produtos Criados

O projeto Second Chance já gerou uma série de produtos inovadores e úteis. Entre eles estão toalhas, mantas, sacolas, camisolas e almofadas. Esses itens são distribuídos e utilizados em eventos, como a Jornada Mundial da Juventude, onde mais de 1000 toalhas foram usadas nas mesas de comunhão.

Além disso, os pellets produzidos a partir do plástico reciclado estão sendo transformados em copos e outros utensílios que podem ser reutilizados nos próprios hospitais, fechando o ciclo de economia circular. Esta abordagem não só economiza recursos, mas também demonstra como o desperdício pode ser reintroduzido na cadeia produtiva de maneira eficaz e sustentável.

Futuro do Projeto e Expansão

Os planos para o futuro do projeto são ambiciosos. A equipe por trás da iniciativa está buscando expandir a coleta de plásticos esterilizados para outros hospitais em Portugal e, eventualmente, internacionalmente. A visão é criar uma rede de colaboração que transcenda fronteiras e inspire outros países a adotar práticas similares.

Além da expansão geográfica, há também um interesse em diversificar os tipos de produtos que podem ser feitos a partir dos plásticos reciclados. A inovação é um componente chave do projeto, com novas ideias e protótipos constantemente sendo desenvolvidos para maximizar o uso dos materiais disponíveis.

Conclusão

O projeto Second Chance é um exemplo inspirador de como a inovação e a colaboração podem transformar problemas ambientais em oportunidades sustentáveis. Ao reutilizar plásticos hospitalares esterilizados, a iniciativa não só reduz o desperdício, mas também cria novos produtos e fortalece a comunidade.

À medida que o projeto cresce e se expande, ele representa uma esperança para um futuro onde a sustentabilidade e a economia circular são normas, e não exceções. É um lembrete poderoso de que, com um pouco de criatividade e muito trabalho em equipe, podemos fazer uma diferença significativa no nosso mundo.


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