Batizado de #EmpresasdoBem, grupo com mais de 30 empresas mobilizou diversos setores da transformação para confeccionar protetores faciais para os profissionais da saúde.
Sensibilizados com o cenário de pandemia e conscientes do quanto o plástico é essencial para a saúde, empresários da indústria de transformação desenvolveram uma rede de colaboração para atuar no fornecimento de itens de proteção. A ideia é produzir e disponibilizar, em alta escala, equipamentos de Proteção Individual, os EPIs, fundamentais para profissionais que estão na linha de frente no combate ao coronavírus. A parceria, denominada #EmpresasdoBem, é formada por cerca de 30 empresas de diversos setores como compostos, injeção, impressão, logística entre outros, todas empenhadas em dedicar suas expertises para fazer a diferença durante essa crise.
A mobilização surgiu quando Wagner Catrasta, gerente comercial da Termocolor, empresa de masterbatches, compostos e aditivos, foi procurado por um cliente interessado em comprar insumos para a produção de máscaras para uso próprio. Então, ele sentiu que poderia fazer algo maior e ajudar mais pessoas que necessitam deste equipamento. Inspirado pelo trabalho realizado com impressão 3D para a confecção de protetores de rosto, face shields, Wagner buscou alternativas que produzissem o mesmo tipo de equipamento, porém com mais rapidez. “Conversei com meus clientes e chegamos à conclusão de que a injeção era o método mais rápido para produzir as hastes. Ao comparar os dois métodos, percebemos que o primeiro produzia 20 hastes por dia, enquanto o segundo era capaz de confeccionar 400 peças por hora”, explica Wagner.
Animados com o aumento de produtividade, o grupo estabeleceu como meta, confeccionar 150 mil máscaras. “Este número representa praticamente 3 estádios lotados, com cada pessoa usando uma”, diz o executivo. O passo seguinte foi buscar no mercado quem já tivesse o molde das hastes para a injeção. Eles chegaram, por meio de outra parceira, a produtora de espelhos retrovisores Metagal, à Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, a Abinfer, que tinha o molde das peças, mas não tinha quem injetasse. “Conversamos então com a Astra, indústria voltada para o setor da construção, pois sabíamos que eles tinham injetora. Eles aceitaram imediatamente e nosso projeto começou a ganhar forma” conta o gerente.
Mão na massa – Com o molde, a injetora e resinas (cedidas pela Termolocor e pela Activas, distribuidor de resinas termoplásticas, mais uma indústria a fazer parte do projeto), o desafio passou a ser o laminado transparente, o material da parte frontal da viseira. “Encontramos a Petroquímica Suape, a PQS, produtora de PET. Eles ficaram tão animados com a ideia que decidiram doar toda a matéria-prima restante para a produção de todas as máscaras”, diz Catrasta. Outro parceiro, a BWB, ofereceu a mão de obra para transformar o PET doado pela PQS em chapas e a gráfica Printi ficou responsável pelo corte no material no formato das viseiras.
Para a montagem, a Termocolor contou com uma ajuda muito especial. Cerca de 15 funcionários foram convidados para atuar, de formar voluntária, no processo. A empresa Astra também colaborou com a montagem e a Activas ficou responsável pela logística. O grupo também contou com a colaboração da empresa de embalagens Embaquim, que forneceu as sacolas plásticas para embalar as máscaras.
A expectativa é que as 150 mil máscaras sejam entregues, durante os meses de maio e junho, em todos os estados das regiões Sul e Nordeste e também nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santos, Goiás, Distrito Federal, Acre e Amazonas, incluindo duas aldeias indígenas. “Torcemos para que iniciativas como esta inspirem outras empresas a mostrar a importância do nosso setor em um momento tão delicado como este que estamos vivendo, encerra Wagner.
Foto: Portal Activas
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