Em Cabo Verde, um projeto-piloto está em andamento com o objetivo de transformar plásticos reciclados em cadeiras escolares. Liderada pela startup C-Plastic, a iniciativa envolve parcerias com organizações locais nas ilhas de São Vicente, Boa Vista e Santiago, e já registrou digitalmente as quantidades de plásticos recolhidos por meio de ações de limpeza. Este projeto combina inovação ambiental, participação comunitária e impacto social.
Conforme comunicado da C-Plastic, a primeira fase do projeto implementa um sistema de certificação de créditos de plástico, permitindo a quantificação, validação e rastreamento do impacto das ações. Com isso, a expectativa é auxiliar financeiramente as comunidades locais por seus esforços na economia circular e preservação ambiental.
Projeto social e sustentável em Iúna troca plástico por cadeiras de rodas
O projeto intitulado “Rodando com Tampinhas”, realizado em Iúna, na região do Caparaó Capixaba, transforma tampinhas plásticas e outros materiais em cadeiras de rodas, promovendo inclusão social. A iniciativa foi idealizada por um grupo de voluntários e é executada em parceria com a Sociedade de São Vicente de Paula, também conhecida como Vicentinos, de Iúna. Todo material arrecadado é vendido a uma empresa de reciclagem para a aquisição das cadeiras.
Os materiais coletados incluem tampinhas plásticas e embalagens de polietileno de alta densidade. A coordenadora do projeto, Fátima Aparecida Assis de Souza Amorim, destaca a importância da parceria com escolas e órgãos públicos, onde pontos de coleta são estabelecidos. Ela ressalta que o objetivo principal é fornecer cadeiras de rodas às pessoas necessitadas, mas enfatiza que as tampinhas podem ser reutilizadas em outros projetos de reciclagem.
Na Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP, um estudo desenvolvido por Pedro Henrique Bezerra no mestrado em Ciências e Engenharia de Materiais resultou na criação de bioplásticos a partir de subprodutos da produção de suco de laranja. O projeto explora o uso de pó obtido do subproduto da indústria, que foi aplicado como reforço em um bioplástico feito de alginato de sódio.
Os testes realizados demonstraram que o bioplástico contém altos teores de proteínas, fibras, minerais e grupos funcionais, apresentando resistência térmica superior a outras formulas similares. Bezerra destaca que a incorporação de maiores concentrações de resíduo em pó levou a melhorias significativas nas propriedades do material, embora a alta solubilidade do filme em água ainda permaneça um desafio.
Esse bioplástico produzido a partir do resíduo de laranja apoia os objetivos sustentáveis da ONU e representa uma nova abordagem dentro do conceito de economia circular. Mesmo sendo o Brasil o maior produtor e exportador de laranja, há um grande potencial de aproveitamento ainda por explorar, aprimorando o uso de subprodutos além do que é tradicionalmente explorado, como a casca e a pectina.
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