Parafuso Allen no Molde de Injeção
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Parafuso Allen no molde de injeção
Tão importante quanto qualquer outro componente do molde, os elementos de fixação dão a rigidez e resistência necessária aos conjuntos montados. No molde especificamente, destacamos o uso dos parafusos allen, pois é ideal para uniões que exigem bom aperto ou ainda para casos de locais onde o manuseio de ferramentas é difícil, devido ao pouco espaço.
Em ferramentaria destacamos o uso do tipo com Cabeça Cilíndrica (DIN 912), e recartilhada.
Com o formato da chave e a generosa medida do rebaixo, o poder de torque é ampliado e sendo o aperto manual a chave não escapa com facilidade, permitindo que o parafuso seja apertado com mais intensidade do que outros tipos, garantindo mais segurança durante a aplicação. O formato de rebaixo no sextavado interno garante mais segurança durante a aplicação.
TIPOS COMUNS DE PARAFUSO ALLEN.
PARAFUSO ALLEN COM CABEÇA CILÍNDRICA (DIN 912)
Devido à cabeça de maior medida, a fenda interna garante boa fixação e o aperto é extremamente eficaz. É utilizado em aplicações com elevadas forças de trabalho, que exigem alta resistência da peça, como: montagem de máquinas e equipamentos, ou nas áreas de manutenção e ferramentaria na fixação de ferramentas de usinagem.
PARAFUSO ALLEN COM CABEÇA ABAULADA (DIN 7380)
Desenvolvido para ser utilizado em materiais com espessura muito fina, o que impossibilita o uso de parafusos escareados. Entre eles: montagem de máquinas, equipamentos e manutenções.
PARAFUSO ALLEN COM CABEÇA CILÍNDRICA BAIXA (DIN 7984)
Semelhante ao modelo DIN 912, porém sua cabeça possui menor altura. É indicado para aplicações em locais com pouco espaço para fazer o manuseio, como: maquinários industriais, veículos, móveis e estruturas metálicas.
PARAFUSO ALLEN COM CABEÇA CHATA (DIN 7991)
Conhecido também como parafuso Escareado, possui cabeça com a parte superior lisa e a parte inferior em formato de cone. Isso permite que a cabeça do parafuso fique embutida na peça de fixação, tornando-o quase imperceptível e mantendo a superfície nivelada. É bastante utilizado em travas de gaveta.
PARAFUSO ALLEN DE CORPO RETIFICADO (ISO 7379)
Também chamado de “parafusos de ajuste”, os itens com corpo retificado atuam para manter molas e elementos alinhados. Bastante utilizado em construção mecânica e moldes de injeção.
PREVENÇÃO DE PARAFUSOS DANIFICADOS.
Para prevenir parafusos danificados se faz importante a verificação adequada durante a manutenção da ferramenta. Deve se observar que dependendo da aplicação a lubrificação é mais do que necessário, principalmente pensando na desmontagem futura.
Quando se trata de evitar riscos e garantir uma desmontagem posterior sem destruições, não se deve lubrificar com óleos e graxas, mas sim, com lubrificantes especiais para parafusos.
Levando-se em consideração a grande quantidade de matérias-primas com as quais os parafusos e porcas são fabricados, é claramente visível que não existe um lubrificante “allround” para todas as conexões com parafusos. Os parafusos e as porcas são normalmente fornecidos lubrificados com óleo. Isso fornece uma proteção temporária contra a corrosão e um coeficiente de atrito favorável. Normalmente é suficiente para conexões de parafusos com exigências não muito altas e temperatura de trabalho até 80ºC. Entretanto, não para aquelas conexões sujeitas a altas pré-tensões, altas temperaturas ou influências corrosivas.
Algo comum em algumas ferramentarias é a utilização de graxa grafitada para ferramentas que trabalharão em alta temperatura, mas não é apropriada para todo tipo de junção. As modernas pastas de parafusos MOLYKOTE são estáveis em altas temperaturas, com eliminação da corrosão de rachaduras de tensão e quebra ou trincas de solda, porém tem que ser escolhida de acordo com aplicação.
É comum também a utilização de graxa grafitada na manutenção e montagem de sistemas de câmara quente.
PARAFUSOS TRAVADOS, QUEBRADOS OU ENFERRUJADOS.
Parafuso enferrujado, cabeça de parafuso arredondada ou quebrada são problemas ou situações comuns na área metalúrgica. Não é agradável e gera transtornos, como a perca de tempo.
Quando acontecer, dependendo da situação encontrada devemos buscar o recurso menos estressante para a retirada sem estragar outros componentes. Utilizar excesso de força ou energia pode danificar ainda mais e piorar o que já está ruim.
Existem várias alternativas para a retirada de parafusos sem danificar a peça e a maneira mais apropriada está relacionada com o tipo de parafuso e a razão pela qual ele está preso. É sempre um desafio, mas pode ser solto com a ferramenta apropriada. Importante analisar o tipo de “problema de parafuso” e definir sobre o método mais vantajoso.
Para a retirada de parafuso Allen emperrado, uma recomendação importante é utilizar produtos desengripantes para lubrificar a peça e possibilitar o giro. Outra dica é esquentar o parafuso para dilatá-lo e, assim, facilitar a retirada, mas de forma cautelosa, pois o calor em excesso pode danificar a qualidade da peça.
O desengripante spray é um lubrificante que desengripa, lubrifica e diminui o atrito e o desgaste entre diferentes tipos de peças metálicas. Ele também repele a umidade e remove a oxidação das superfícies, protegendo contra a corrosão, que prejudica a durabilidade e eficiência das peças.
Não é novidade que alguns moldes recebem centenas de parafusos e durante a fabricação é importante fazer as furações como projetado para que o parafuso de realmente aperto ao conjunto, e sempre que viável com furo passante, pois facilita inclusive para a execução das roscas. Antes de qualquer tratamento térmico, principalmente da têmpera, deve ser feita uma limpeza especial em furos com rosca para não permitir aderência dos cavacos ou fuligens à rosca.
Na ferramentaria de manutenção em molde, tivemos várias situações que colocavam em prova nossa “capacidade” com parafusos quebrados ou travados que as vezes nos tiravam do sério pelo tempo que desperdiçamos na ação. A maioria dos casos em ferramentas que ficavam em produção por muito tempo e provavelmente causados pela fadiga térmica.
Se a parte presa do parafuso quebrado estiver no mesmo plano ou sobressalente, dependendo do acesso, colocamos desengripante e improvisamos uma cunha tipo talhadeira para dar pequenas marteladas e tentar fazer que ele gire. Em alguns casos até aquecemos para facilitar.
Quando se mostra sem resultado e a dimensão permite soldamos um outro parafuso ou pino em 90º e retiramos utilizando um tubo como extensão. Em casos ainda que se quebra abaixo da face, utilizamos de solda com eletrodo para criar um prolongamento e tentar soltar com um alicate de pressão ou também soldar um pino ou parafuso a 90º, ou ainda uma placa trabalhada como mostra o vídeo a seguir. Há na internet vídeos explicando alternativas interessantes.
Retirada do parafuso utilizando solda.
Retirada do parafuso criando prolongamento soldado.
FADIGA DO PARAFUSO: SUBSTITUIÇÃO DE ROTINA.
Na manutenção além de verificar as condições de parafusos em conjuntos que sofrem vibrações é sempre bom realizar inspeções periódicas com uma chave de torque para verificar se houve afrouxamento.
Qualquer aplicação que produza uma tensão ou deformação pode causar uma falha por fadiga se não for projetada adequadamente. Iniciadores potenciais de fadiga incluem vibração, expansão e contração térmica entre outros.
As falhas por fadiga geralmente têm perfis planos e muito pouca deformação plástica. A falha aparenta como se fosse um “corte”, pois uma falha por cisalhamento é geralmente vista como uma fratura plana. Cisalhamento e fadiga, no entanto, são modos de falha muito diferentes e têm causas e soluções bastante diferentes.
Semelhante ao excesso de tensão, a fadiga do parafuso pode levar à falha por cisalhamento dos parafusos. Quando as forças internas e externas excedem, os parafusos se tornam mais propensos a falhas. Por isso é determinante a escolha do elemento com a resistência correta e de boa qualidade.
BOM SENSO, ATOS E CONDIÇÕES DE SEGURANÇA.
Nosso tema é parafuso Allen, mas temos que dar o alerta sobre o uso de parafuso em substituição a carreteis ou olhais. É uma atitude insegura que cria uma situação de loteria que pode dar certo ou não, e se tratando de segurança é melhor nunca arriscar.
Em muitas situações “todo cuidado é pouco”, porque na ideia de se facilitar o trabalho, acabam-se fabricando meios auxiliares alternativos para o manuseio do ferramental, sendo que os mesmos não são submetidos aos testes de resistência conforme as normas exigidas para este tipo de situação. Esses meios alternativos podem se tornar armadilhas que se rompendo causam transtornos.
Quando se observa o fator segurança no ambiente de trabalho e o mesmo se torna uma prática e assunto frequente, a nossa mente está sempre em alerta e mantém uma fiscalização constante ao ambiente, principalmente de trabalho e às atitudes executadas nas tarefas do trabalho em seu cotidiano. É importante que se dê prioridade ao tema de maneira planejada e sempre assistida por quem conhece para” tirar dúvidas ou mesmo buscar as respostas corretas”.
Fonte:
https://www.lumobras.com.br/lubrificantes-especiais/lubrificantes-especiais-para-parafusos/
https://blog.ciser.com.br/tudo-sobre-fixadores/parafuso-allen-tudo-o-que-voce-queria-e-precisa-saber/
REPRODUÇÃO PROIBIDA SEM AUTORIZAÇÃO
Hamilton Nunes da Costa – Editor Independente
VW CFP SENAI / Matrizeiro especializado em molde
Escola ART-MEC / Projeto de moldes plásticos
VW CFP SENAI / Técnico mecânico – CREA 126.785
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