A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou sua previsão para a economia brasileira em 2024. A expectativa é de que haja um crescimento de 1,7% no PIB, o que representa uma expansão de 3% em relação ao ano anterior.
Análises indicam que esse percentual é semelhante ao registrado em 2022. No entanto, é importante ressaltar que o crescimento observado em 2023 não marca o início de um novo ciclo de desenvolvimento. Isso ocorreu devido a fatores temporários e excepcionais, como o crescimento expressivo do PIB da agropecuária e a queda nos investimentos produtivos.
Em relação ao consumo familiar, espera-se um crescimento de 2,6%, enquanto os investimentos devem recuar em 3,5%. A taxa de investimento, que corresponde à formação bruta de capital fixo em relação ao PIB, também é prevista para cair e atingir 18,1%.
Esses dados indicam que a queda nos investimentos pode comprometer um melhor desempenho nos anos seguintes. Por isso, a CNI destaca a importância da criação de uma estratégia de médio e longo prazo, visando manter taxas de investimento igual ou superiores a 20% do PIB.
Ricardo Alban, diretor da CNI, destaca que o crescimento sustentado da economia está diretamente relacionado ao aumento do investimento. Ele aponta que a agenda da economia verde, da sustentabilidade, da pesquisa e inovação, e da transformação digital são caminhos para atrair indústrias e desenvolver infraestrutura para uma economia de baixo carbono.
Perspectivas econômicas para 2024
A previsão da CNI é que o mercado de trabalho desacelere em 2024, resultando em uma queda no número de pessoas ocupadas. Além disso, o cenário econômico internacional também é considerado pouco favorável, o que pode levar a uma redução nos aumentos históricos da balança comercial.
No setor da indústria de transformação e construção, espera-se um crescimento de 0,3% e 0,7% respectivamente. Esses números representam uma queda em relação aos anos anteriores, em que esses setores apresentaram um crescimento significativo.
Rafael Lucchesi, diretor do Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, explica que a indústria de transformação enfrentará desafios devido à diferença entre a política monetária e fiscal. No entanto, a redução da taxa Selic pode ajudar a reduzir essa diferença e impulsionar a atividade econômica.
Em relação aos setores brasileiros, espera-se um aumento na formação bruta de capital fixo em 2024, impulsionado pela melhora do desempenho da indústria da construção e pelas taxas de juros mais baixas. O PIB da indústria como um todo também deve apresentar um aumento de 1,5%.
A indústria extrativa, por sua vez, deverá registrar um crescimento significativo de 7,1% em 2023, impulsionada pelo aumento da demanda externa por petróleo e minério de ferro. Em 2024, essa indústria é esperada para crescer 2%, principalmente devido aos desafios nas exportações de minério de ferro.
As previsões para o setor de eletricidade e gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos indicam um aumento de 5,5% em 2023, mas uma alta mais moderada de 2% em 2024.
No setor agropecuário, espera-se um crescimento expressivo de 15,1% em 2023, impulsionado pela redução nos custos de produção e por oportunidades no mercado externo. No entanto, para 2024, as projeções indicam uma safra menor e um crescimento mais modesto de 0,2% no PIB do setor.
A CNI também prevê uma redução na taxa de inflação, com uma estimativa de 3,9% no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) até o final de 2024. Isso possibilitará uma sequência de reduções na taxa Selic, prevendo-se que ela encerre o ano de 2024 em 9,25%.
Essas são as previsões da CNI para a economia brasileira em 2024. É importante acompanhar o cenário econômico e as tendências para se preparar e tomar as melhores decisões para o futuro.