Com o dobro de receitas provenientes do açúcar, exportações do Brasil para países árabes aumentam 30%.

Com o dobro de receitas provenientes do açúcar, exportações do Brasil para países árabes aumentam 30%.






Com o dobro de receitas em açúcar, exportação do Brasil para países árabes sobe 30%

Com o dobro de receitas em açúcar, exportação do Brasil para países árabes sobe 30%

A imagem do Oriente Médio no Brasil é muito pautada, e neste momento, pelo conflito entre Israel e o grupo Hamas, da Palestina. Mas a região tem apresentado crescimento econômico consistente nos últimos anos, especialmente em países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Catar.

O Brasil tem se beneficiado desta evolução econômica daquela região, especialmente o agronegócio. Um levantamento feito pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira comprova essa tendência com números.

De acordo com a entidade, no primeiro quadrimestre de 2024, as exportações brasileiras para os 22 países que fazem parte do grupo conhecido como Liga Árabe cresceram mais de 30% em relação ao mesmo período de 2023.

A participação dos produtos agropecuários foi decisiva para essa evolução. As exportações de açúcar para a Liga Árabe entre janeiro e abril deste ano somaram quase US$ 2,1 bilhões, um avanço de 105% na comparação anual.

No caso das carnes de frango e bovina, houve um crescimento de quase 30% em volume financeiro de exportações para os países árabes, chegando a um total de US$ 1,8 bilhão em receitas.

Os dois produtos responderam por mais da metade das exportações totais do Brasil para a Liga Árabe, que totalizou US$ 7,4 bilhões entre janeiro e abril deste ano. As commodities minerais estão em terceiro em relevância nas vendas para a região, com US$ 1,2 bilhão.

Segundo a Câmara de Comércio, houve aumento nos preços dos principais itens exportados para a Liga Árabe em 2024. O açúcar é o caso que mais chama atenção, com avanço de 16% no valor por tonelada, chegando a uma média que supera os US$ 513.

Nas carnes, o aumento foi mais modesto, de quase 3%, superando os US$ 2.450 por tonelada, em média.

Para Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, o resultado é um indicativo da resiliência das economias árabes, sobretudo as do Golfo. No caso das commodities agrícolas, os países continuam apostando na aquisição para fins de reexportação.

Os Emirados Árabes, que é o principal exportador da região do Golfo Pérsico, responderam por quase 23% das receitas brasileiras entre janeiro e abril, com quase US$ 1,7 bilhão.

“O país tem 46 zonas francas, de processamento de exportações, que fazem dele um grande reexportador de alimentos para todo o mundo islâmico. Cresceram também as exportações brasileiras para Omã, que, assim como o vizinho, utiliza sua posição estratégica para potencializar a triangulação de mercadorias”, explica Mansour.

O secretário-geral espera que o ritmo de exportações brasileiras para a Liga Árabe se mantenha nos próximos meses, já que o quadrimestre entre maio e agosto é de reforço dos estoques de alimentos.

Em sua apresentação do balanço do primeiro trimestre de 2024, a BRF, que tem participação de mercado de 37% com os produtos da marca Sadia nos países árabes onde atua, atribuiu o crescimento das vendas na região ao Ramadã, o mês sagrado dos muçulmanos.

Segundo a companhia, as vendas da linha de frangos pré-cortados e marinados cresceu 60% entre janeiro e março deste ano, na comparação com 2023.

No começo de maio, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu com embaixadores da Liga Árabe para apresentar propostas de cooperação técnica e agrícola com o Brasil.

Foram abordados temas como a segurança alimentar global, a aproximação diplomática com os países árabes e o programa brasileiro de recuperação de pastagens degradadas.

A Importância do Crescimento das Exportações Brasileiras

O aumento das exportações brasileiras para os países árabes tem importância não apenas econômica, mas também estratégica. A relação comercial entre o Brasil e esses países não é apenas uma troca de mercadorias, mas também um fortalecimento de laços culturais e políticos. Esses laços podem abrir portas para outras oportunidades de colaboração em áreas como tecnologia, educação e cultura.

Além disso, esse crescimento mostra a resiliência e a força do agronegócio brasileiro, que se mantém competitivo e capaz de atender a demandas globais, mesmo em tempos de incerteza econômica global. O desempenho do Brasil no setor agropecuário é um testemunho da eficácia das políticas e práticas agrícolas adotadas pelo país.

A Escalada da Exportação de Açúcar

Fatores Contribuintes para o Aumento

O açúcar representa um dos principais produtos exportados pelo Brasil, e o aumento significativo nas receitas desse produto é resultado de diversos fatores. Primeiramente, a qualidade da cana-de-açúcar brasileira é reconhecida mundialmente, o que torna o açúcar produzido no país um item de alta demanda internacional.

Outra razão para esse aumento é a melhoria das relações comerciais entre o Brasil e os países árabes, facilitadas por acordos de exportação e pela redução de barreiras comerciais. Além disso, a valorização do preço do açúcar no mercado internacional também não pode ser ignorada como um fator contribuinte substancial.

Impactos no Agronegócio Brasileiro

O aumento das exportações de açúcar tem um impacto direto no agronegócio brasileiro, fomentando o desenvolvimento de infraestruturas agrícolas e melhorando a vida dos produtores rurais. Com a alta demanda, há um incentivo para investir em tecnologias mais avançadas, processos mais eficientes e, consequentemente, na produção de maior qualidade.

Além disso, o aumento nas receitas de exportação contribui para a economia como um todo, pois gera empregos, melhora a balança comercial e atrai investimentos estrangeiros. O agronegócio acaba por se tornar um motor de desenvolvimento econômico, alimentando não só o mercado interno, mas também contribuindo significativamente para a economia global.

Carne de Frango e Bovino: Volumes Crescentes

Apuros e Oportunidades no Mercado de Proteínas

O crescimento nas exportações de carne de frango e bovina para a Liga Árabe sublinha a importância do Brasil como um fornecedor crucial de proteínas animais no mercado global. Os países árabes, com suas crescentes populações e crescente demanda por alimentos de qualidade, encontram no Brasil um parceiro confiável e eficiente.

Além da quantidade, a qualidade dos produtos exportados é um grande diferencial. O Brasil tem buscado atender a rigorosos padrões internacionais de qualidade, o que aumenta a confiança dos compradores e abre portas para novas oportunidades comerciais. Esse crescimento nas exportações reflete não apenas uma maior demanda, mas também uma forte capacidade de atendimento por parte do Brasil.

Desafios e Projeções Futuras

No entanto, a expansão das exportações de carnes também apresenta desafios. Questões relacionadas à sustentabilidade, impacto ambiental e bem-estar animal são temas cada vez mais presentes nas discussões sobre o comércio global de carnes. O Brasil, como um dos maiores exportadores, precisa estar à frente dessas discussões e trabalhar constantemente para melhorar suas práticas.

As projeções futuras para o mercado de proteína animal são promissoras, com a expectativa de que a demanda continue a crescer, especialmente em regiões como o Oriente Médio. Para manter e expandir sua posição de liderança, o Brasil deve continuar inovando e atendendo às exigências internacionais de qualidade e sustentabilidade.

Os Emirados Árabes Unidos como Hub de Reexportação

Estratégia de Exportação e Reexportação

Os Emirados Árabes Unidos representam um ponto estratégico crucial para as exportações brasileiras, especialmente devido à sua estrutura de zonas francas e de processamento de exportações. Essas zonas permitem que produtos brasileiros entrem no mercado árabe e, posteriormente, sejam reexportados para outras regiões, maximizando o alcance dos produtos.

Essa dinâmica não só amplia o mercado potencial para os produtos brasileiros, mas também fortalece a presença do país no comércio global. As zonas francas dos Emirados Árabes Unidos oferecem facilidades logísticas e aduaneiras que tornam o processo de exportação e reexportação mais eficiente e menos custoso.

Papel da Diplomacia e Cooperação Técnica

A diplomacia também desempenha um papel fundamental nesse processo. Reuniões e acordos bilaterais entre autoridades brasileiras e dos Emirados Árabes Unidos facilitam a operacionalização dessas exportações e garantem que os produtos brasileiros tenham acesso direto e preferencial ao mercado árabe.

Além disso, a cooperação técnica é outro ponto crucial. Programas de troca de tecnologia agrícola, práticas sustentáveis e desenvolvimento de cadeias produtivas mais eficientes são áreas onde a colaboração entre os dois países pode trazer enormes benefícios mútuos.

Conclusões e Perspectivas Futuras

O aumento das exportações brasileiras para os países árabes, especialmente em produtos como açúcar e carnes, é um indicativo claro de que o agronegócio brasileiro está em um caminho de crescimento sustentável e fortalecido. Esse fenômeno não apenas beneficia a economia brasileira, mas também fortalece laços culturais e diplomáticos com uma região de extrema importância geopolítica.

Para o futuro, é essencial que o Brasil continue a investir em tecnologias agrícolas, práticas sustentáveis e aprimoramento das suas relações comerciais e diplomáticas. Dessa forma, o país poderá não apenas manter, mas expandir suas exportações e se consolidar como um player essencial no mercado global de alimentos.

Esperamos que essa tendência de crescimento continue nos próximos anos, reafirmando a posição do Brasil como um dos maiores exportadores de produtos agropecuários e expandindo ainda mais os horizontes comerciais e diplomáticos com os países árabes.